Friday 27 August 2010

DUARTE D'OREY: O HOMEM QUE QUIS SALVAR O BPP

Banca

Duarte d'Orey

Quem é o gestor que quer salvar o Banco Privado Português?

É o rosto da revolução que transformou o centenário grupo Orey Antunes na holding financeira que quer ser a solução para impedir a falência do BPP.

Parece ter-se aberto um caminho para se encontrar uma solução para o Banco Privado Português (BPP). O futuro de accionistas, de clientes e do banco, entre os quais estão figuras mediáticas como o novo treinador do Benfica, Jorge Jesus, passa agora pela Orey Antunes, sociedade com mais de um século de existência e que na última década passou de empresa familiar da área de navegação para instituição financeira dinâmica e arrojada. Características bem vincadas na personalidade do seu líder Duarte d' Orey que, aos 38 anos, não esconde a ambição de fazer da Orey Antunes um dos grupos financeiros de primeira linha em Portugal.

"É metódico e inteligente como muitos, mas corajoso e ambicioso como poucos." As palavras são de um dos colaboradores mais próximos do gestor na Orey Financial, a sub-holding financeira do grupo Orey Antunes que Duarte d'Orey "assume como uma aposta pessoal", assegura. "Sagaz e perspicaz". São outras das expressões usadas para descrevê-lo.

A confirmação das negociações com a Privado Holding, dona do BPP, não surpreende. "Além de um bom negócio, o Duarte também gosta muito de ter visibilidade pública", garante o mesmo colaborador. Foi, justamente, isso que conseguiu quando em 2002 lançou os primeiros fundos de investimento em futebol, através do First Portuguese Group, entretanto integrado na Orey Financial, e que há ano e meio garantiram-lhe presença na capa do "Wall Street Journal". Antes tinha passado pelo Banco Mello e foi pioneiro em operações com hedge funds (fundos de cobertura de risco).

Através de participações em passes de jogadores de futebol do Sporting, Porto e Boavista, Duarte d' Orey afirmou-se no sector da gestão de activos nacional. Mas a ambição era maior e acabou por ganhar o controlo accionista da empresa familiar Orey Antunes, na sequência do lançamento de uma oferta pública de aquisição. O processo de ascensão terá criado alguma divisão dentro do numeroso núcleo de accionistas familiares.

Com a chegada à presidência, em 2003, Duarte d' Orey põe em marcha uma reestruturação que passou pela criação de sub-holdings por áreas de actividade. Aquele que foi o seu negócio tradicional, o agenciamento de armadores internacionais perde peso, até porque foi afectado pela crise no mercado da marinha mercante que levou os grandes armadores a cortarem nas comissões às agentes locais. A Orey ainda mantém operação na área da navegação, mas a gestão de activos tem vindo a ganhar importância e será no desenvolvimento desta vertente que se insere o interesse no BPP.

Ainda recentemente, o grupo revelou mais um passo na refocagem de actividades que passa pela venda das participações nas áreas não financeiras. Foi anunciada a alienação das sociedades Orey Antunes Agencies, Orey Antunes Technical, Orey Antunes Shipping e Orey Antunes Internacional a um fundo de capital de risco por um valor global de 33,3 milhões de euros. O objectivo, explicado após a assembleia-geral de 1 de Junho, é a transformação da Orey numa holding de investimentos constituídas por participações em empresas e investimentos no mercado financeiro, incluindo fundos de private equity, fundos imobiliários e fundos mobiliários. Uma estratégia que aproxima o grupo do BPP.

Publicado em 06 de Julho de 2009

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