Thursday 9 December 2010

D. DUARTE SUGERE PEDIDO DE EMPRÉSTIMO AO BRASIL


Quinta-feira, 9 de Dezembro de 2010

PORTUGAL DEVE PEDIR EMPRÉSTIMO AO BRASIL, DIZ CHEFE DA CASA REAL

SÃO PAULO - Autoridades portuguesas consideram mais vantajoso negociar um empréstimo com o Brasil para solucionar sua crise da dívida do que buscar ajuda financeira junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) ou à União Europeia (UE), sugeriu dom Duarte Pio, duque de Bragança e chefe da Casa Real Portuguesa, informou a agência de notícias Lusa.

"Tenho indicações de que muito nos beneficiaria negociar com o Brasil um empréstimo para resolver a crise da dívida pública soberana em melhores condições do que com o FMI ou a Europa", declarou dom Duarte, citado pela agência Lusa.

Uma fonte próxima de Dom Duarte observou, em conversa com a Agência Estado, que "há uma tendência, dentro e fora do governo (português) de solicitar o apoio do Brasil". Ainda de acordo com essa fonte, "a compra de títulos portugueses seria, no momento, altamente vantajosa" tanto para Portugal quanto para o Brasil.

http://realfamiliaportuguesa.blogspot.com/2010/12/portugal-deve-pedir-emprestimo-ao.html

TRIPULANTES E TRAFICANTES



Por traficarem droga do Brasil para Portugal

Pilotos condenados a prisão efectiva

Os dois pilotos, dois comissários de bordo e os três empresários que estavam a ser julgados por tráfico de cocaína foram esta quinta-feira a condenados a penas de prisão efectiva, entre os três anos e seis meses e os sete anos e nove meses.

Os pilotos de aviação Jorge Serenadas e Tatiana Azevedo foram condenados a quatro anos e seis meses de cadeia e cinco anos e seis meses, respectivamente. A pena mais elevada, de sete anos e nove meses de prisão, foi atribuída a José Henriques, que comprava a cocaína em Portugal para a revender depois a outros traficantes.

Ricardo Melo foi condenado a sete anos e seis meses de cadeia, Vasco Melo a cinco anos e Patrícia Santos vai ter de cumprir cinco anos e seis meses. Nuno Teixeira recebeu a penas mais curta, de três anos e seis meses.

Os sete arguidos, que viviam com um nível de vida desafogado, estavam acusados de traficar droga a partir do Brasil, para a venderem em Portugal. Nuno Teixeira, de 33 anos, foi o primeiro a ser apanhado a transportar cocaína, em Fevereiro do ano passado. O comissário de bordo da Lusair, que viajou num voo comercial para o Brasil com a piloto Tatiana Azevedo, foi detido no aeroporto de Portela, quando tentava entrar em Portugal com 4,5 quilos de cocaína.

Já em Julho, Ricardo Almeida e Vasco Melo, de 27 e 31 anos, foram detidos no aeroporto, após terem apanhado uma mala de um desconhecido, que continha 14,811 quilos de cocaína. Segundo a acusação, a droga deveria ser entregue a José Henriques, que a comprava para a revender a outros traficantes.

Por:João Tavares

CORREIO DA MANHÃ 9-12-2010

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/pilotos-condenados-a-prisao-efectiva

D. DUARTE PEDIU AJUDA AO BRASIL


Dom Duarte Pio de Bragança já pediu a nacionalidade timorense. Ao i, abre a porta a pedir ainda a nacionalidade brasileira

Dom Duarte serviu o chá, num bule japonês, oferta de um mestre do chá. O sabor adocicado das ervas não merece açúcar, assegurou. Depois recostou-se na cadeira. A sala da fundação Dom Manuel é escura, como imaginamos os castelos, e o dia negro não ajuda. Nas paredes, pinturas a óleo e resquícios de outro regime. Tinha estado ao telefone para Timor, na semana passada pediu a nacionalidade timorense. A brasileira pode ser a seguinte, "quem sabe", diz. Para já, o país que será de Dilma deverá dar uma ajuda às contas nacionais.

Defendeu que Portugal deve pedir ajuda ao Brasil, para evitar a entrada do FMI no país.

Na véspera do dia 1 de Dezembro (Dia da Restauração da Independência), um ministro do futuro governo de Dilma Rousseff - que também é ministro do actual governo de Lula da Silva - telefonou-me e manifestou o interesse do futuro governo brasileiro para apoiar Portugal na questão da dívida externa em melhores condições que o Fundo Monetário Internacional (FMI) e, eventualmente, em melhores condições até que a União Europeia. E gostariam de abrir essa negociação com Portugal logo que Dilma assumisse o governo brasileiro. Aliás, julgo que já houve contactos entre o governo português e o de Lula da Silva durante a Cimeira Ibero-Americana que decorreu na Argentina.

Qual foi o ministro de Lula da Silva que o contactou?

Preferia não revelar o nome.

Mas revelou essa conversa ao governo português?

Sim, claro. E agradeceram. Transmiti, aliás, ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, porque me pareceu que é a pessoa mais indicada e é a pessoa do governo com quem tenho melhores relações.

É apontado como remodelável...

Espero que não, porque é um dos ministros mais competentes e com maior aceitação internacional.

O contacto do ministro brasileiro fez com que no discurso de dia 1 de Dezembro falasse de uma confederação dos países lusófonos?

O telefonema surge na sequência da conversa que tive em Brasília com algumas pessoas do governo e em que manifestei que há em Portugal interesse numa futura confederação de Estados lusófonos. Isto quereria dizer que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) iria evoluir para uma confederação de Estados lusófonos. A confederação não é só uma aliança de Estados, é o começo, de facto, de um Estado. A Commonwealth, que a Inglaterra preside, não é uma confederação, é menos que uma confederação. E a Commonwealth nunca impediu a Inglaterra de pertencer à União Europeia, pelo contrário.

Disse ainda que Portugal é um país humilhado. De quem é a culpa?

A culpa é de todos nós, porque temos um país que, desde que aderiu ao euro, começou a gastar como os alemães e a produzir como europeus do Sul da Europa. Claro que se saíssemos do euro haveria inconvenientes graves, mas por outro lado podíamos passar a ter competitividade económica maior, produzir melhor e mais, exportar mais e o nosso turismo ficava mais competitivo. A desvantagem é que a dívida externa seria mais difícil de pagar. Se entrarmos para uma confederação lusófona, as economias portuguesa, angolana e brasileira poderiam ser mais bem coordenadas e haveria sinergias que seriam certamente benéficas para Portugal.

Pedir dinheiro ao Brasil é menos humilhante do que pedir à Alemanha?

Se resolvermos o problema com o Brasil estamos em família, a família lusófona. Por outro lado, só se faria se as condições fossem melhores. O que é humilhante, no caso do FMI, é que o FMI impõe condições e obrigações, e teremos de nos governar de acordo com as regras do FMI.

É público que pediu a nacionalidade timorense.

O país com o qual tenho as relações mais íntimas e para cuja liberdade dei uma grande contribuição foi Timor. Espero que depois das minhas conversas com o Dr. Ramos-Horta e com Xanana Gusmão seja uma possibilidade. É um gesto de simpatia e de amizade para com Timor. O problema neste momento ainda é um problema legal, como não sou residente lá. Aliás, julgo que poderia pedir a nacionalidade brasileira, visto que a minha mãe é brasileira. Quem sabe...

Fica bem a um rei ter várias nacionalidades...

A rainha de Inglaterra tem dúzias de nacionalidades. Tem a nacionalidade de todos os países da Commonwealth.

A primeira visita ao país deu-se um pouco antes do 25 de Abril.

Fui visitar Timor em 1974, onde tinha na altura o meu camarada do Instituto de Agronomia - o engenheiro Mário Carrascalão. Comecei a ter problemas com a DGS, antiga PIDE, e os timorenses foram intimidados para não virem falar comigo. Quando isso aconteceu, o bispo de Timor da altura convidou-me para ficar hospedado na sua residência. As pessoas faziam de conta que iam visitar o bispo para me visitarem a mim. que estava lá hospedado.

O 25 de Abril deu-se por essa altura?

Dali fui para o Vietname e estava em Saigão quando o presidente do parlamento vietnamita me ligou a contar o que tinha acontecido.

Como reagiu à notícia?

Fiquei muito feliz por achar que o general Spínola iria resolver os problemas nacionais do ultramar e da diplomacia em Portugal. E por isso, mandei um telegrama de apoio à Junta de Salvação Nacional manifestando o meu apoio.

Mas foi Salazar que permitiu que a família do Dom Duarte voltasse a Portugal.

Houve votações no parlamento contra o exílio, que foi considerado ilegítimo. O meu pai queria vir logo para Portugal, mas o governo na altura disse que ainda não era conveniente. De maneira que eu voltei mais cedo e fiquei a estudar em casa da minha tia Filipa em Serpins, ali na Lousã, até que a família voltou toda nos anos 50. Mas as propriedades não foram devolvidas à família, por isso ficámos a viver numa casa emprestada, em Coimbrões (Gaia).

Mas - utilizando uma expressão que está na moda - a família do Dom Duarte estava "integrada" no antigo regime?

O meu pai nunca chegou a conhecer o presidente do governo. Quem tinha mais relações com Salazar era a minha tia Filipa. Eu visitei Salazar três vezes. Achei-o um homem absolutamente notável, muito interessante, simpático. Entretanto, à medida que fui amadurecendo, fui percebendo que a política do regime não tinha solução e encorajei a formação do movimento eleitoral monárquico, que foi o embrião do que mais tarde foi o Partido Popular Monárquico.

As pessoas têm curiosidade de saber do que é que vive.

Tenho um nível de vida discreto. A minha mãe herdou no Brasil parte da nossa sociedade familiar. No Brasil, o governo republicano não roubou a família. Somos proprietários, entre outras coisas, de todo o terreno onde está construída a cidade de Petrópolis e cada pessoa que tenha casa em Petrópolis, quando a vende, tem de pagar um imposto à sociedade familiar. Por outro lado, em Portugal temos uns prédios com rendas muito antigas.

A sua inquilina mais velha, a Dona Maria Luísa, ainda é viva?

Sim, tem 114 anos. É a minha inquilina mais engraçada. Neste momento, ela devolveu o apartamento. Pago-lhe parte das despesas do lar onde está.

Já tem cartão do cidadão?

Tenho o Bilhete de Identidade, enquanto não for obrigado não mudo.

E no BI, está escrito o nome completo: Duarte Pio João Miguel Gabriel Rafael?

Não, só tenho Dom Duarte Pio de Bragança. No registo de baptismo ficou o nome completo, mas só para a dimensão espiritual.

A rainha Dona Amélia foi sua madrinha e o Papa Pio XII o seu padrinho...

A rainha Dona Amélia era muito amiga da família. O rei Dom Manuel reconheceu o meu pai como seu sucessor político e foi padrinho de uma tia minha, a minha tia Maria Adelaide que está também a fazer 100 anos. Foi resistente do nazismo e presa pelos alemães na Áustria porque participava na resistência austríaca contra o domínio alemão, ajudando os refugiados a fugirem para a Suíça. É a última neta viva do rei Dom Miguel. Neta mesmo, não é bisneta. Os outros todos já morreram.

Tem o brevê de piloto. Ainda pilota?

Pilotei um helicóptero em Beja há pouco tempo. Quando o meu antigo instrutor era vivo, voei com ele várias vezes, nomeadamente quando estava em serviço de incêndios.

E a agricultura?

O meu irmão em S. Miguel é que se ocupa da quinta. Produz lá vinho e frutas, mas com grandes problemas económicos. Os agricultores estrangeiros recebem mais subsídios que os portugueses. Nós não recebemos subsídios praticamente nenhuns. Eu sou horticultor. Em Sintra, vou dando uma mão nas nossas hortas. Do que gosto mais são as nossas framboesas, são das melhores que há. Temos legumes frescos, galinhas e patos. As galinhas e os patos são óptimos para reciclar os restos de comida. Salazar criava galinhas em São Bento. O nosso primeiro-ministro podia começar também a fazer o mesmo.

Acha que vamos ter eleições legislativas no próximo ano?

Não faço ideia. Gostaria de ver um governo de unidade nacional. Creio que o candidato Fernando Nobre também propôs isso. As decisões duras que vão ter de ser tomadas seriam mais fáceis se houvesse um consenso e uma responsabilização colectiva pelo menos dos principais partidos. Caso contrário, qualquer partido que esteja no poder vai ter medo de comprometer a sua carreira política, tomando decisões duras. Há decisões práticas que vão ter de ser tomadas, diminuição do número de feriados ou pelo menos juntá-los ao fim-de-semana, por exemplo.

Está preparado para a austeridade?

Vamos ter de aprender a viver bem, com felicidade, com menos. E para isto é muito importante espírito de caridade. Faz-se caridade por amor às pessoas, com pessoas com quem não temos ligação nenhuma. Temos de nos organizar para não haver pessoas a passar fome, para não haver pessoas na rua e na miséria. O Estado não consegue resolver os problemas, gasta muito dinheiro com pessoas que não precisam ou que não querem trabalhar e temos muitas pessoas que não são ajudadas.

http://www.ionline.pt/conteudo/92853-brasil-quer-apoiar-portugal-na-crise-da-divida-com-melhores-condicoes-que-o-fmi

PROFESSOR DE GINÁTICA CONDENADO

Jovem ficou com sequelas depois de salto mortal falhado em colégio de Lousada

Professor condenado a pagar 75 624 € por lesão de aluna

O Supremo Tribunal de Justiça confirmou a condenação de um professor de Educação Física de um colégio da Lousada ao pagamento de uma indemnização de 75 624 euros a uma aluna que sofreu lesões graves ao executar um salto mortal.

Segundo o acórdão, a que a Lusa teve acesso, compete ao professor conhecer e preparar os alunos e é "seu dever não permitir que um aluno impreparado ou mal treinado para executar o salto mortal, o executasse".

Para o Supremo Tribunal de Justiça, "executar um salto mortal é um exercício físico de risco para a saúde, seja ele feito por uma adolescente numa escola, ou por um praticante medalhado em alta competição".

O acórdão sublinha que, mesmo na alta competição de ginástica, é usual ver-se um treinador "muito perto" do aparelho onde decorre o exercício a vigiar a sua execução, "estando atento e pronto a intervir no caso de uma falha técnica".

O tribunal concluiu que, no acidente do colégio da Lousada, a aluna, então com 15 anos, "não recebeu o auxílio de ninguém", encontrando-se o professor "a cerca de cinco metros" do local onde decorriam os exercícios.

Os factos remontam a 15 de Outubro de 2001, durante uma aula de Educação Física de uma turma do 9º ano do colégio em Santa Eulália das Barrosas, Lousada.

A turma estava a treinar o salto mortal, mas uma aluna de 15 anos não seguiu as instruções prévias do professor e não enrolou o corpo, caindo no chão sobre a cabeça e ombros.

Em consequência da queda, a aluna apresenta sequelas de carácter permanente, consistentes, entre outras, em cervicalgias e mobilização dolorosa da coluna cervical, em especial nas rotações.

Estas sequelas determinaram-lhe uma incapacidade permanente para todo e qualquer trabalho em 15 por cento, que se agravará no futuro em 5 por cento.

O professor, nos seus recursos, alegou que a responsabilidade, a existir, deveria ter sido exigida ou ao estabelecimento de ensino ou ao Estado Português, pelo facto de tornar obrigatório o salto mortal no 9º ano de escolaridade.

Alegou ainda que a culpa foi da aluna, por, ao efectuar o salto mortal, não ter enrolado o corpo.

O professor admitiu ainda que se, na altura do salto, tivesse intervindo, fazendo com que a aluna caísse não com a cabeça mas sim com a coluna vertebral, as consequências poderiam ainda ser piores, elevando as lesões "que até poderiam ser mortais".

No entanto, o tribunal, nas várias instâncias, considerou que o professor não acompanhou "de modo proficiente a execução do salto mortal, quando tinha a "obrigação" de assegurar que os exercícios executados sob a sua vigilância não poriam em causa a saúde dos alunos.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/professor-condenado-a-pagar-75-624--por-lesao-de-aluna