Wednesday 2 February 2011

RICARDO SÁ FERNANDES ENVOLVIDO EM CINCO PROCESSOS

Denunciou oferta de 200 mil euros pela Bragaparques

O advogado Ricardo Sá Fernandes é arguido em cinco processos por ter denunciado às autoridades judiciais uma oferta de 200 mil euros feita por Domingos Névoa, gestor e accionista da Bragaparques, para o seu irmão, o vereador José Sá Fernandes, desistir de uma acção popular visando anular o negócio da Câmara de Lisboa com aquela empresa.

Sá Fernandes (na foto) é arguido por ter denunciado uma oferta de 200 mil euros feita por Domingos Névoa (Foto: Bruno Castanheira/arquivo)

Anteontem, o advogado foi intimado pelo DIAP de Lisboa de ter praticado o crime de gravação ilegal, por ter gravado o primeiro contacto que teve com Névoa, conversa que serviu para apresentar queixa ao Ministério Público, que promoveu a autorização judicial para o advogado voltar a registar as palavras de Névoa em dois encontros.

Em declarações ao PÚBLICO, Ricardo Sá Fernandes afirmou que o registo áudio do diálogo com Domingos Névoa teve uma causa de justificação. “Desconfiei da prática de um crime e registei a conversa de Domingos Névoa no meu telemóvel. A conversa não foi tornada pública e só foi ouvida pelas autoridades judiciais, que me pediram para gravar os diálogos que tivesse com o empresário, caso este solicitasse novos encontros”.

“Sinto-me vilipendiado, alvo de um ajuste de contas e de uma traição moral do Ministério Público, que se serviu de mim para acusar Domingos Névoa e, agora, acusa-me de gravação ilícita”
, afirmou Ricardo Sá Fernandes. Além de contestar a acusação do DIAP de Lisboa junto do Tribunal de Instrução Criminal, o advogado vai contactar o conselheiro Fernando Pinto Monteiro: “Quero que o senhor procurador-geral da República me diga se teve conhecimento desta duplicidade de comportamento do Ministério Público. Não vou baixar os braços”.

Julgamento em Braga em 24 de Março

Um dos cinco processos de que Ricardo Sá Fernandes foi alvo tem marcação da repetição do julgamento para o próximo dia 24 de Março, na sequência do acórdão do Tribunal da Relação de Guimarães ter anulado a decisão do juiz da cidade dos Arcebispos, que o condenou a indemnizar Domingos Névoa em dez mil euros. Em causa está uma entrevista de Ricardo Sá Fernandes ao semanário Sol, na qual o advogado abordava a alegada tentativa de Névoa para convencer o vereador da Câmara Municipal de Lisboa, José Sá Fernandes, a desistir de uma acção contestando a permuta de terrenos da Bragaparques com a Câmara de Lisboa. Na referida entrevista, o advogado qualificava Domingos Névoa de "corruptor" e de "vigarista".

Os desembargadores alertam que não se pode acantonar "a liberdade de expressão nos estreitos limites das normas penais e, em última análise, reservá-la para os técnicos do Direito". "Neste processo, não se julga um crime de corrupção," realçam os juízes do TRG. "O seu objecto é a tutela da honra e da consideração e as relações destas com a liberdade de expressão". "A provarem-se os factos contados pelo arguido na entrevista, não é relevante determinar se eles integram todos os elementos típicos da previsão do Código Penal (...) mas apenas ajuizar qual dos direitos em confronto (liberdade de expressão e defesa do bom nome) deve prevalecer."

Uma outra decisão da primeira instância, desta feita condenando Domingos Névoa por corrupção activa para acto lícito em três anos de prisão, pena suspensa por igual período, e no pagamento de 5000 euros, foi anulada pelo Tribunal da Relação de Lisboa. Os desembargadores contrariaram o enquadramento jurídico da primeira instância e absolveram o empresário de Braga, decisão confirmada pelo Supremo Tribunal de Justiça, estando pendente recurso no Tribunal Constitucional.

Domingos Névoa intentou outro processo contra Ricardo Sá Fernandes, reclamando uma indemnização de 250 mil euros, pretensão que foi recusada na jurisdição cível, tendo Névoa recorrido da decisão para o Tribunal da Relação de Lisboa. O empresário anunciou idêntica atitude após Sá Fernandes ter sido absolvido de uma queixa que apresentou junto da Ordem dos Advogados.

02.02.2011 - 16:00 Por António Arnaldo Mesquita

http://www.publico.pt/Sociedade/ricardo-sa-fernandes-envolvido-em-cinco-processos_1478311

PROBLEMAS NO CANAL DE SUEZ PODEM BENEFICIAR SINES


Egipto: problemas no canal do Suez podem beneficiar porto de Sines

Presidente da CIP alerta para importância geoestratégica do porto de Sines

O porto de Sines pode ganhar importância geoestratégica se os conflitos no Egipto prejudicarem o canal do Suez, um dos principais pontos de passagem do petróleo proveniente do Médio Oriente, disse esta quarta-feira o presidente da CIP, António Saraiva.

«Se este conflito no Egipto tiver reflexos no canal do Suez, se calhar, Portugal, pela sua exposição atlântica, acaba por ter estrategicamente um posicionamento mais favorável do que tinha até agora», disse o responsável aos jornalistas após participar num almoço promovido pelo American Club, cita a Lusa.

António Saraiva adiantou que o porto de Sines é um porto de águas profundas e salientou que eventuais alterações no Canal de Suez podem trazer a Portugal «vantagens acrescidas».

«O mal de uns é o bem de outros», observou.

O dirigente da confederação patronal sublinhou que Portugal deve «potenciar políticas públicas que aproveitem este recurso enorme que é o mar», aproveitando Sines e as auto-estradas marítimas.

http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/egipto-porto-de-sines-canal-do-suez-cip-agencia-financeira/1230374-1730.html

MP ACUSA RICARDO FERNANDES DE TER FEITO UMA "GRAVAÇÃO ILÍCITA"

Caso Bragaparques

O Ministério Público (MP) acusa Ricardo Sá Fernandes de ter gravado de forma "ilícita" uma conversa com o empresário da Bragaparques Domingos Névoa, para provar uma tentativa de corrupção, avança a SIC Notícias.

De acordo com a SIC Notícias, Ricardo Sá Fernandes recebeu a acusação na terça-feira, que considera uma "traição moral". O advogado disse à estação que gravou uma primeira conversa sem autorização judicial e que, ao mostrá-la ao MP, lhe foi pedido que repetisse a mesma conversa com autorização e utilizando os meios de gravação da Polícia Judiciária.

Nessa conversa, Domingos Névoa terá tentado facilitar a permuta de terrenos do Parque Mayer, da Bragaparques, com os da Feira Popular, da Câmara Municipal de Lisboa, onde o irmão de Ricardo Sá Fernandes, José Sá Fernandes, é vereador. Domingos Névoa terá dito que pagaria 200 mil euros ao irmão do advogado para que este desistisse das acções que tinha interposto contra a permuta.

Domingos Névoa foi condenado em primeira instância pelo crime de corrupção activa e a gravação constituiu prova; no entanto, o empresário acabaria por ser absolvido pelo Tribunal da Relação, que considerou que o crime não se verificou, pois o negócio da permuta de terrenos iniciou-se num momento anterior à tomada de posse do vereador.

Apesar de o Ministério Público ter utilizado a gravação como prova para iniciar o processo contra Domingos Névoa, o advogado Ricardo Sá Fernandes é agora acusado de ter feito uma "gravação ilícita".

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1773324