Tuesday 10 August 2010

O IMPÉRIO FETEIRA

Polícia

Poderoso entre poderosos

Lúcio Thomé Feteira é oriundo de uma família de Vieira de Leiria que viria a distinguir-se no panorama da indústria nacional, a partir de meados do século XIX. O negócio da família era o fabrico de limas, mas não foi por esta via que um dos seus elementos, Lúcio, se tornou um dos homens mais poderosos da Europa e do Mundo.

Cedo partiu para Angola onde trabalhou como funcionário público, com a categoria de oficial superior de Finanças. Mas o funcionalismo público tornou-se apertado para a sua ambição.

Contestatário

De Angola partiu para o então Congo Belga (hoje República Democrática do Congo) onde se lançou no que haveria de se tornar o seu principal negócio - a indústria do vidro. E dali cresceu para o Mundo, construindo fábricas e diversificando os seus negócios, sobretudo para o imobiliário e principalmente na aquisição de terras e na construção de hotéis. Chegou até a ter um banco nos Estados Unidos da América.

Com Fernanda Pires da Silva teve papel crucial, na construção do primeiro autódromo de raiz em Portugal, no Estoril. Eram seus os terrenos onde a pista foi construída e foi Thomé Feteira, também, quem trouxe para Portugal o arquitecto do projecto.

Lúcio Feteira acabou por fazer do Brasil a sua principal "base", onde regressava sempre que se incomodava com o poder em Portugal, cujos governantes considerava, muitas vezes, entraves à sua vontade de criar novos negócios. Foi assim no salazarismo, período em que chegou a apoiar financeiramente movimentos contestatários do regime. E voltou a ir-se embora para o lado de lá do Atlântico, logo após o 25 de Abril.

Rosalina Ribeiro, que vinha de família abastada, passou de secretária a secretária e companheira de Lúcio Thomé Feteira na década de 60 e, desde então, viviam juntos. Lúcio Thomé Feteira morreu em Lisboa em 2000. Detinha uma fortuna colossal que ainda não está completamente inventariada. À Junta de Freguesia de Vieira de Leiria deixou 80%, a uma filha 5% e Rosalina ficaria com 15%, mas a distribuição dos bens ainda está dependente dos tribunais.

JORNAL DE NOTÍCIAS 10-08-2010

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