Friday 6 August 2010

PORTUGUESE DAY EM WALL STREET

O dia estava longe de ser a feira de vaidades que se especulara. Naquele 26 de Maio, há apenas dois meses, a comitiva de luxo de grandes empresas portuguesas e do Governo a Wall Street era marcada por um único assunto: o ataque hostil da Telefónica sobre a PT. O centro de poder estava em jogo. E, mal se sabia então, o do Estado Português também.

Naquela manhã, Ricardo Salgado fazia manchete no Negócios afirmando que "tudo tem um preço", incluindo a Vivo. E no "Financial Times" o administrador da Telefónica Santiago Valbuena ameaçava uma OPA hostil sobre a PT. À porta da bolsa de Nova Iorque, Zeinal Bava pedia a demissão de Valbuena; lá dentro, Ricardo Salgado convocava a "golden share" em caso de OPA; já no "floor", José Maria Ricciardi mandava os espanhóis pentear macacos; e às cadeias de televisão americanas, Fernando Teixeira dos Santos serenava os ânimos sobre Portugal e repetia a frase que mais se ouviu naquela viagem: não somos a Grécia.

Por um dia, o centro dos mercados financeiros mundiais foi também o centro de poder português. Dificilmente se encontraria tanto poder reunido e em acção num só dia e espaço. O Estado. O sistema financeiro. As grandes empresas. Os "outros" CEO, não envolvidos na "questão da Vivo" não disfarçavam aliás a surpresa da desconsideração: tantos jornalistas e nenhum lhes perguntava nada. Só dava PT.

O caso resultou no que se sabe. E culminou um ano de intensas lutas de poder em empresas e na economia. A PT foi a empresa mais "assaltada", de fora, entre accionistas, pelo próprio Governo, mesmo de dentro, entre administradores. Mas não foi a única. A Cimpor recebeu a investida de uma grande empresa brasileira e acabou comprada por outras duas, desalojando franceses e pagando caro à Teixeira Duarte, num processo ademais que estará por concluir e tem latente uma disputa entre a Caixa Geral de Depósitos e Manuel Fino.

Estes são apenas dois dos negócios que mudaram os equilíbrios de poder em Portugal. E é sobre isso mesmo que o Negócios lança hoje uma iniciativa editorial inédita em Portugal: o "ranking" das 50 pessoas mais poderosas na economia portuguesa. Uma lista a publicar anualmente a partir desta primeira edição, com critérios definidos e transparentes, "escavando" para lá das aparências, dos mediatismos e das hierarquias formais. Hoje, apresentamos o projecto e falamos de algumas mudanças de poder. A partir de amanhã, e todos os dias, revelamos um a um quem são os mais poderosos de Portugal. E os menos. E porquê.

JORNAL DE NEGÓCIOS 6-08-2010

O Negócios lança hoje a primeira lista anual em Portugal sobre os mais poderosos na economia. Hoje: os casos. Amanhã: o 25º mais poderoso. E todos os dias do seu Verão.
Bolsas



JP Morgan desliza 2%, Wall Street fecha no vermelho


Jamie Dimon, CEO do JP Morgan


Os receios em torno da recuperação da maior economia do mundo penalizaram os índices dos EUA na última sessão da semana.

As financeiras foram dos títulos que mais penalizaram os mercados em Nova Iorque, hoje, com o JP Morgan a cair 2,01%, e o Citigroup a perder 0,98%.

É que o governo norte-americano divulgou hoje que houve uma quebra de 131 mil postos de trabalho em Julho, no país, e que o sector privado criou apenas 71 mil novos empregos. Os economistas consultados pela Bloomberg apontavam para a criação de 91 mil novos empregos durante o último mês.

Os números reforçaram os receios dos investidores em torno da recuperação do mercado laboral, que se adivinha lenta, com a taxa de desemprego a manter-se nos 9,5%, me Julho, e que consequentemente terá efeitos negativos a nível do consumo interno.

Ontem os mercados norte-americanos já tinham sido castigados com o anúncio de que os pedidos de subsídio de desemprego aumentaram em 19 mil durante a semana passada.

"Aquilo que estamos a ver é uma economia que está a tentar crescer, lentamente, mas sem conseguir criar muitos postos de trabalho", disse um especialista à Reuters.

"Estes dados sinalizam que o abrandamento do crescimento económico pode manter-se durante mais dois ou três meses, ou até mais", concluiu.

Foi neste cenário que Dow Jones e o S&P recuaram 0,2% e 0,37%, respectivamente, tendo estado durante grande parte da negociação a perder mais de 1%. O Nasdaq não escapou às quedas e deslizou também 0,2%.

Bolsas registam ganhos semanais

Nas contas semanais o saldo é, porém, positivo para os três índices, que beneficiam das boas sessões do início da primeira semana do mês.

Na segunda-feira o Departamento de Comércio norte-americano anunciou ainda um aumento de 0,1% nos gastos com a construção, em Julho, quando a estimativa dos analistas apontava para uma quebra de 0,7%.

Também o índice que mede a actividade industrial dos EUA teve um desempenho acima do esperado, e caiu para 55,5 pontos em Julho, face aos 54,7 pontos esperados. Apesar da quebra, o índice manteve-se acima dos 50 pontos, o que significa que o sector continua a crescer.

Assim, nos últimos cinco dias o Dow Jones apreciou 1,79%, enquanto o S&P 500 ganhou 1,81%. O Nasdaq também conseguiu avançar 1,49% na semana.



Margarida Vaqueiro Lopes
06/08/10 21:03

DIÁRIO ECONÓMICO

VISITA DO PAPA AO REINO UNIDO: A POLÉMICA


Igreja Católica britânica cobra entre 6 a 30 euros para assistir a missas e eventos papais





A Igreja Católica britânica vai pedir aos católicos que paguem entre 12 e 30 euros para assistir às missas papais e outros atos públicos de Bento XVI, na sua visita ao Reino Unido em setembro.

Os donativos, que a igreja classifica de “contribuições do peregrino”, são necessários para suportar parte dos custos da visita pastoral e de Estado do papa.

De acordo com o jornal “The Times”, o evento mais caro, que vai custar 25 libras (30 euros) por pessoa, será a missa do papa em Birmingham a 19 de setembro, durante a qual vai ser beatificado o cardeal John Henry Newman.

A missa de Glasgow, a 16 de setembro, custará 24 euros e inclui a atuação de Susan Boyle, a cantora britânica que ganhou protagonismo num programa televisivo de talentos.

O evento mais barato será a vigília de oração no londrino Hyde Park, a 17 de setembro, que custará o equivalente a seis euros.

Em troca da sua contribuição financeira, cada assistente vai receber um “kit do peregrino” com um passaporte, um CD comemorativo e um postal.

“Trata-se de uma contribuição e não é o que se escreveu a dizer que cobramos às pessoas para assistir à missa. O objetivo é cobrir os gastos de transporte e de gestão do trânsito”, afirmou Andrew Summersgill, organizador da visita papal.

Segundo a igreja católica britânica, foi pedido às 22 dioceses de Inglaterra e de Gales e às oito da Escócia que contribuam com determinado valor para os custos da visita.

A visita papal serve de pretexto para a venda de todo o tipo de presentes e produtos relacionados com o evento histórico.

Bonés de beisebol, t-shirts e capas de chuvas com a frase “Team Benedict” (Equipa Bento), lanternas com o logótipo correspondente, chaveiros, bolsas, jarros e taças, além dos tradicionais crucifixos e terços são alguns dos artigos que se encontram à venda.

Em contra corrente, também a Sociedade Nacional Secular, que é contra a visita papal, está a vender o seu próprio material com a inscrição “Pope Nope” (Papa não).


por Agência Lusa, Publicado em 06 de Agosto de 2001

I ONLINE

BPN PRIVATIZADO

Trabalhadores ficam com 5%

Governo vende 95% do BPN a partir de 180 milhões de euros


05.08.2010 - 13:24 Por Luís Villalobos, Ana Brito

PÚBLICO

Conselho de Ministros aprovou também a oitava fase de reprivatização da EDP e a quinta fase da venda da Galp Energia. Os restantes 5 por cento do capital serão alienados a trabalhadores da instituição financeira.

Os 95 por cento a vender por concurso público a grupos financeiros estão avaliados pelo Estado em 361 milhões de euros, colocando que o valor total do BPN era de 380 milhões de euros, tendo em conta o preço nominal das acções (cinco euros). No entanto, foi considerado que esse não era o valor real de mercado, optando assim por aceitar o mínimo de 180 milhões de euros. Abaixo desse valor, o concurso deverá ser anulado. Os restantes cinco pr cento do capital do BPN serão alienados a trabalhadores da instituição.

O Conselho de Ministros deliberou ainda avançar com a oitava fase de reprivatização da EDP e a quinta fase da venda de capital estatal da Galp Energia. No casos destas duas empresas energéticas, o Governo já tinha avançado que iria optar pela emissão de obrigações convertíveis em acções. Assim, poderá manter influência e receber os respectivos dividendos por mais alguns anos.

É na EDP que a participação pública é maior: no total, são mais de 25 por cento repartidos entre a Parpública (20,05 por cento) e a Caixa Geral de Depósitos (5,66 por cento).

Quanto à Galp, a Parpública detém sete por cento do capital da petrolífera, enquanto um por cento cabe à CGD.No caso desta empresa já tinha sido dado o primeiro passo para a venda de parte da posição do Estado através de obrigações convertíveis em acções, mas depois, no final de 2008, o facto de não existirem na altura condições de mercado levou o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, a desistir do processo.

LOUIS XX - HEIR TO THE THRONE OF FRANCE

O CASAMENTO DA DUQUESA DE CADAVAL

AFINAL PROCURADORES PEDIRAM PARA OUVIR SÓCRATES

Freeport
Afinal, procuradores pediram para ouvir sócrates

Económico
06/08/10 08:59


Cândida Almeida pode ser a responsável por José Sócrates não ter respondido às perguntas dos investigadores do caso Freeport.

O Procurador-geral tem respetido que os investigadores "ouviram quem quiseram, como quiseram e onde quiseram" mas os autos mostram que não foi exactamente isso que se passou.

De acordo com o jornal Público, o pedido para ouvir o primeiro-ministro foi feito duas semanas antes de terminar o segredo de justiça. Mas a autorização da directora do DCIAP não chegou a tempo.

Vítor Magalhães e Paes de Faria, os procuradores responsáveis pela investigação do caso Freeport desde Outubro de 2008, pediram formalmente, no dia 12 de Julho, para ouvir o primeiro-ministro e o ministro da Presidência por escrito.

O pedido foi dirigido à sua superior imediata, a directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), Cândida Almeida, e foi acompanhado dos questionários dirigidos a Sócrates e Pedro Silva Pereira, bem como dos respectivos anexos documentais.

A resposta não consta dos autos, mas, como se sabe, os procuradores escreveram no despacho final que a fixação do prazo de 25 de Julho, para concluir o inquérito, inviabilizou a realização daquelas e doutras diligências.

Cândida Almeida, a directora do DCIAP de Lisboa, não terá dado resposta a tempo a este pedido dos procuradores responsáveis pelo caso.

O Diário de Notícias lembra ainda que a magistrada já arquivou por duas vezes as suspeitas de corrupção no licenciamento do centro comercial de Alcochete. A primeira foi em 2003. Na altura foi aberta uma averiguação preventiva a partir de uma carta anónima que foi entregue na PJ de Setúbal. Cândida Almeida concluiu que não havia ilícitos no licenciamento. A mesma carta anónima foi usada para abrir nova averiguação preventiva em 2004. No ano seguinte surgiu o processo crime. De novo, as suspeitas de corrupção foram arquivadas.

O MAIOR AVIÃO COMERCIAL DO MUNDO

DIÁRIO ECONÓMICO

Viagem no avião que é grande demais para a Portela

Hermínia Saraiva em Munique
06/08/10 00:05

Embarcamos no maior avião comercial do mundo, tão grande que não aterra no aeroporto de Lisboa.

Nunca a expressão ‘elefante branco' terá sido tão bem aplicada em termos literais. O novo avião da Lufthansa, o gigante Airbus A380, tem qualquer coisa de avassalador. Na pista do aeroporto de Munique, a minutos de entrar a bordo, o avião de mais de 560 toneladas é o único alvo da atenção e cobiça dos funcionários da placa, mas também dos passageiros que do lado de dentro do vidro esperam ser chamados para os seus voos nas mangas mais próximas.

São 16h00 de uma tarde do fim de Julho e lá em baixo, à volta do avião, os funcionários do aeroporto parecem formigas. Não há funcionário de ‘handling' ou da segurança que não tenha registado o momento único no telemóvel. É que apesar do A380 ter sido baptizado naquela manhã de ‘München', não será visita frequente do aeroporto. Tal como o primeiro A380 da Lufthansa também este será usado na rota Frankfurt - Tóquio.

Mas o impacto que o avião tem quando visto de fora, conduz a uma sensação de desilusão no momento em que metemos os pés lá dentro. É um avião igual aos outros, pelo menos no piso inferior. Uma fila de cadeiras com três lugares do lado direito, quatro lugares no meio, mais três depois do corredor da esquerda. "Fiquei muito impressionada quando passei pela porta de embarque", diz Martina Elsenbogo, gestora de contas de 35 anos. Tínhamo-nos cruzado com ela a meio da manga de acesso ao avião, os olhos brilhantes de deslumbre - os dela como os dos mais 500 passageiros prestes a embarcar -, de quem cumpre um sonho.

O fascínio de Martina, que pagou 99 euros pela viagem de hora e meia sobre os Alpes, parece ter ficado à entrada e a desilusão sente-se no discurso, na pausa quase imperceptível que dá a entender que há um ‘mas'... "Não é assim tão diferente dos outros aviões quando se está aqui, sentada junto ao corredor, sabemos que este é o maior avião do mundo, mas cá dentro é só mais um avião."

Esta é, de facto, a sensação que passa, mas são as diferenças quase imperceptíveis que fazem do A380 a coqueluche da aviação mundial e da Lufthansa em particular. A classe económica tem 44 filas desde o ‘cockpit' até à cauda, e um pé direito ligeiramente maior que a concorrência. Na prática significa que é mais fácil estar em pé mesmo com os compartimentos de bagagens por cima da cabeça. Mas uma vez sentados, os passageiros não terão muito mais espaço do que em qualquer outra classe económica. As características técnicas distribuídas pela Lufthansa dizem que a distância entre assentos é de 79 centímetros. Uma diferença praticamente imperceptível face aos 78,74 centímetros de intervalo num 747-400, o maior avião da frota da empresa até agora, que transporta menos 200 passageiros. Maior é a largura de cada assento: 52 centímetros contra apenas 44,45 no Boeing.

Apesar da aparente desilusão de Martina, a excitação sentida na sala de embarque, ou na placa em redor do avião, está mais exacerbada lá dentro. Há famílias inteiras, pessoas sozinhas, miúdos, adolescentes, avós. E as conversas e os comentários são ininterruptos.

Faltam 20 minutos para as 17 horas e as hospedeiras percorrem os corredores para garantir que as costas das cadeiras estão direitas, as mesas levantadas, a bagagem de mão acomodada por baixo do assento da frente. Seis minutos depois, o A380 dá o primeiro solavanco e faz-se à pista. Lentamente, em ritmo de passeio, para que possa ser visto, fotografado, admirado, pelas dezenas de pessoas que se colam às redes do aeroporto, de chapéu de chuva na mão para ver passar o maior avião comercial do mundo. Em menos de nada, suavemente, está a sobrevoar Munique. Lá dentro demora-se algum tempo a perceber se o balanço do avião é turbulência ou se é o comandante Werner Knorr a mostrar aos passageiros que as 560 toneladas do A380 não são um problema. Asa esquerda, asa direita e o avião sobe e desce, numa espécie de ‘looping' controlado. Manobras que lembram festivais de acrobacia aérea e que arrancam aplausos aos passageiros.

No andar de cima, na zona VIP - primeira classe e executiva - a excitação não é diferente. O que muda é o espaço disponível por passageiro e o tratamento da tripulação. Na primeira classe, onde só há lugar para oito pessoas, a expressão luxo asiático aplica-se na perfeição. Nas viagens mais longas a cadeira reclina-se 180 graus, as cortinas são corridas e cada passageiro terá sempre o que desejar numa espécie de quarto privativo. E depois há pequenos luxos em que ninguém repara. "O ar é 25% mais húmido que o normal num avião. A comida sabe logo melhor", revela Roberto Steiner, um italiano com sotaque brasileiro que devia estar reformado há três anos. Mas depois de saber que a Lufthansa iria comprar 15 A380, Steiner soube onde queria acabar a sua carreira de 34 anos de assistente de bordo.

A privacidade na classe executiva começa logo que se sobem as escadas por detrás do ‘cockpit'. A tapar duas barras metálicas, ali colocadas para prevenir que ninguém cai, está uma cortina azul insonorizada. De um momento para o outro o burburinho que subia da económica desaparece. Mas hoje a excitação e conversas constantes estão também lá em cima. Quem pagou 999 euros por uma viagem de hora e meia para sobrevoar os Alpes está tão excitado como uma criança em dia de abrir os presentes de Natal.

Para que a experiência esteja completa, e ao fim de cerca de 45 minutos de voo, Werner Knorr cumprirá a manobra mais aplaudida. Um voo rasante sobre o Wolfgang Amadeus Mozart Airport, em Salzburgo. As casas ao nível das janelas, o chão ali tão perto, não mais de 40 metros, e de novo o A380 se eleva no ar, a 300 quilómetros por hora, e faz uma curva apertada à esquerda para regressar à sua casa emprestada.

A jornalista viajou a convite da Lufthansa