Friday 14 January 2011

BASTONÁRIO ANUNCIA AUDITORIA ÀS CONTAS DA ORDEM


Marinho Pinto anuncia auditoria às contas da Ordem para reduzir despesas

O bastonário quer perceber ao certo onde e em que rubricas é que a Ordem dos Advogados gasta o seu dinheiro.

O bastonário dos Advogados anunciou ontem, em Coimbra, a realização de uma auditoria às contas da Ordem que, segundo Marinho Pinto, «está numa grave situação financeira».


Marinho Pinto, que falava na cerimónia da tomada de posse do Conselho Distrital de Coimbra, disse que «nos últimos cinco anos a Ordem gastou 35 milhões de euros em honorários e vencimentos», o que é «manifestamente desproporcionado para os serviços que presta».

Salientando que as despesas da Ordem «cresceram assustadoramente», o bastonário pretende cortar nas despesas, o que será feito após a realização de uma auditoria, em conjunto com os Conselhos Regionais, que ainda não tem data para avançar.

«A Ordem está a gastar mais do que as suas receitas. Quem gasta mais do que tem vai à falência e eu quero evitar isso», afirmou o advogado aos jornalistas, salientando que será necessário «cortar nas despesas», pois as «receitas não podem crescer».

Durante a sua intervenção, o bastonário dos Advogados acusou os Conselhos Distritais de serem responsáveis pelo aumento significativo das despesas da Ordem e pediu justificação dos «gastos que fazem», depois de ter sido confrontado pelo presidente do Conselho de Deontologia de Coimbra com um pedido de mais verbas.

Para o causídico, os Conselhos de Deontologia começaram a «criar estruturas próprias e a contratar novos funcionários» e agora têm de encontra maneiras de «cortar despesas».

Marinho Pinto disse ainda que a advocacia em Portugal «empobreceu» e existem hoje advogados com dificuldades em pagar os 450 euros de quotas na Ordem.

«Nos últimos seis a sete anos oito mil advogados suspenderam a advocacia. É um número elevadíssimo de pessoas que não têm condições, sobretudo jovens, porque não há em Portugal clientes para tantos advogados», sustentou.

O advogado Mário Diogo, hoje empossado presidente do Conselho Distrital de Coimbra para o triénio 2011-2013, defendeu também, na sua intervenção, a reorganização da «estrutura e serviços da Ordem».

«Manifestámo-nos já sobre a reorganização dos serviços, professando uma auditoria profunda, profissional e independente a todos os serviços nacionais, distritais e locais, que haverá de concluir onde se justifica o downsizing [reduzir custos com pessoal e agilizar os processos
]», referiu.

Segundo Mário Diogo, o Conselho Distrital de Coimbra «vive uma aflitiva situação financeira», sobrevivendo com «um défice mensal da ordem dos 17 mil euros, muito à custa de suportar integralmente as despesas do Conselho de Deontologia (cerca de 12500 euros mensais)».

Fonte: Lusa / Sol

13-Jan-2011

http://www.advocatus.pt/content/view/3582/9/

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