Sunday 19 December 2010

CINQUENTA JUÍZES PEDEM REFORMA

Magistrados

Juízes pedem estagiários para solucionar vaga de reformas

por LICÍNIO LIMA Hoje

Cerca de 50 juízes pediram a passagem à reforma. Conselho Superior da Magistratura solicita ao Governo que encurte tempo de estágio para evitar confusão nos tribunais

Com os critérios de acesso à reforma alterados pelo Governo, no seguimento do aperto financeiro do Orçamento do Estado para 2001, já duplicou o número de juízes que requereu a passagem à reforma, comparativamente com o ano passado. Registaram-se cerca de 50 pedidos, no total, entre os quais cerca de 20 no Supremo Tribunal de Justiça (STJ), o que equivale a um terço do quadro dos magistrados judiciais daquele tribunal superior.

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) está preocupado com o número de vagas que este surto vai provocar nos tribunais de primeira instância. Vão ser pelo menos 50. Para evitar o caos, a entidade vai pedir ao Ministério da Justiça (MJ) que encurte o tempo de formação dos magistrados que neste momento se encontram em fase de estágio.

Esta debandada era já esperada depois de o Governo ter anunciado que iria alterar os critérios de acesso à aposentação. Actualmente, são necessários 60 anos e 36 de serviço. Mas, já a partir de 2011, aplicam-se as novas regras do Orçamento do Estado, que determinam que a idade mínima de reforma irá ser progressivamente alargada de modo a que, em 2015, seja fixada nos 65 anos e 40 de serviço.

O ministro da Justiça tentou travar a avalanche de aposentações. "Ao abrigo do regime transitório, os senhores magistrados que reúnam condições para a jubilação ou aposentação em 31 de Dezembro de 2010 manterão a possibilidade da sua futura jubilação ou aposentação, de acordo com o regime legal que lhes seria aplicável naquela data, independentemente do momento em que a requeiram", informou o ministério em comunicado.

Mas o aviso quase não surtiu efeitos. A confiança dos magistrados no Governo anda um pouco abalada. Por isso, a maioria dos que reuniam condições para a jubilação não hesitou em apresentar os requerimentos. O maior impacto surgiu no STJ: um terço dos juízes-conselheiros decidiu reformar-se. Os restantes trinta são, na sua maioria, oriundos dos vários tribunais das relações, embora o de Lisboa registe apenas cinco pedidos de reforma.

Contudo, a debandada acabará por ter implicações, sobretudo, na primeira instância. "Porque terá de haver promoções", explicou ao DN o juiz-conselheiro Bravo Serra, vice-presidente do CSM, garantindo que a situação irá causar "embaraços nos serviços e no movimento judicial".

Numa primeira fase, porém, as consequências começarão por ser visíveis nos tribunais das relações, uma vez que as subidas ao supremo são imediatas. Isto é, havendo uma vaga, o desembargador ou procurador-geral adjunto que estiver na lista da graduação toma logo posse, ao passo que nos tribunais inferiores as vagas são ocupadas apenas em Setembro, após as movimentações de Junho. Sendo as vagas das relações preenchidas pelos juízes de direito, depois de Setembro o impacto vai chegar à primeira instância. Neste momento, não há ninguém para substituir os que vão ocupar as cerca de 50 vagas abertas nas relações, somando-se os que se reformam e os que sobem ao supremo. Apenas dez dos futuros magistrados ainda em formação poderão iniciar a actividade depois do Verão. Além de que para o ano não vai haver concursos de acesso ao Centro de Estudos Judiciários (CEJ) devido à crise.

Perante este panorama, o CSM vai solicitar ao Ministério da Justiça que encurte o tempo de formação dos actuais estagiários para que comecem a ocupar vagas o mais rapidamente possível. Trata-se de evitar, a todo o custo, o caos nos tribunais de primeira instância.

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1738528

PÂNICO NA GREEN HILL

Saída de discoteca barrada por seguranças gera pânico

Confusão na madrugada acabou sem feridos

Paulo Lourenço

Uma situação de pânico de grupo, no interior da discoteca Green Hill, na Foz do Arelho, Caldas da Rainha, obrigou,na madrugada de hoje, domingo, à intervenção dos bombeiros e GNR, mas tudo não passou de um pequeno incidente, do qual não resultaram quaisquer danos pessoais.

A madrugada já ia longa, o ritmo mantinha-se animado, e, como habitualmente, nas noites de fim-de-semana, eram muitos os jovens que desfrutavam dos ritmos da Green Hill, uma das discotecas mais frequentadas da região do Oeste.

A noite/madrugada de hoje estaria a ser uma das mais concorridas, segundo alguns testemunhos. De tal forma, que, por volta das 5.30 da manhã, várias pessoas terão manifestado vontade de sair do recinto em simultâneo, pela única porta para o exterior que existe no recinto.

Fonte dos Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha adiantou ao JN que a confusão começou nesse preciso momento. "Os seguranças barraram a saída, com receio de que as pessoas quisessem sair sem pagar as respectivas contas e gerou-se a confusão".

Segundo a mesma fonte, os bombeiros terão recebido o alerta via CODU - Centro de Orientação de Doentes Urgentes -, de alguém que ligou para o 112, por alegadamente se ter sentido mal, enquanto tentava sair do espaço.

A situação agravou-se quando um dos presentes gritou, alegadamente por uma situação de ansiedade, acabando este sentimento por se alastrar a outros que se encontravam na mesma situação.

De acordo com a fonte da GNR, verificaram-se alguns desmaios, crises de ansiedade e empurrões , mas, conforme o JN confirmou, não houve feridos.

"Quando chegámos, o chefe de piquete separou as pessoas que estavam em pânico e juntou-as num pátio interior, e tudo acalmou", adiantou ao JN, a mesma fonte.

Apesar de terem estado presentes quatro ambulâncias no local, apenas um jovem foi assistido e por uma questão de excesso de álcool. Com a confusão desfeita, e os ânimos serenado, todos regressaram a casa sem incidentes de maior.

http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Leiria&Concelho=Caldas%20da%20Rainha&Option=Interior&content_id=1738723

UNIÃO FISCAL - UM PASSO PARA O FEDERALISMO

Europa. França e Alemanha querem a união fiscal. Vai ser o debate de 2011

por Ana Sá Lopes, Publicado em 18 de Dezembro de 2010

Angela Merkel chegou numa tarde de chuva à cidade de Bruxelas, para o Conselho Europeu, onde poderá dar o primeiro passo, admite a própria, para lançar o longo processo para instituir uma política económica comum aos países da zona euro

Alemanha e França não deixaram ninguém discutir os famosos eurobonds (emissão de títulos de dívida pública europeia), mas no fim do Conselho Europeu anunciaram que vão propor no próximo ano a harmonização dos impostos, das políticas laborais e inclusivamente das políticas sociais dos países da zona euro. Merkel e Sarkozy sustentam que a crise evidenciou a necessidade de completar a união monetária com uma união económica. "A senhora Merkel e eu próprio faremos propostas para harmonizar a política económica" da zona euro, disse ontem Sarkozy em Bruxelas, anunciando o que será um passo gigantesco no sentido do federalismo, uma palavra tão odiada nas políticas domésticas que em Bruxelas os actores políticos lhe chamam a "F word". Durão Barroso, actual presidente da Comissão Europeia, também sempre defendeu que não valia a pena pronunciá-la.

"O debate demonstrou ontem que precisamos de uma maior aproximação nas nossas políticas económicas e teremos de falar sobre isso nos próximos meses, especialmente na eurozona", disse Angela Merkel. "É importante não só ter orçamentos sólidos e finanças estáveis, mas também é importante ter uma política económica comum", afirmou a chanceler alemã, reconhecendo, no entanto, que será "um longo processo" e que terá de ser feito "passo a passo".

As propostas franco-alemãs, que serão apresentadas "nas primeiras semanas de 2011", incluem projectos de convergência nas políticas fiscais e sociais. Sarkozy diz que o objectivo é esbater as diferenças na competitividade entre os países do euro, considerando que as "políticas sociais e fiscais fazem parte dessas diferenças de competitividade".

Na conferência de imprensa do fim da cimeira, Merkel confirmou que a discussão sobre a coordenação das políticas económicas na zona euro é mesmo para avançar em 2011, aludindo às "diferentes velocidades" dentro da Europa e referindo expressamente a estabilidade orçamental e o Estado social como exemplo de políticas a harmonizar.

Mário David, eurodeputado do PSD, congratula-se com o avanço. Em declarações ao i, Mário David - que, ao contrário de Angela Merkel e Sarkozy, é um defensor dos eurobonds, mas compreende os que são contra - acha que "é fundamental que as regras para a competitividade sejam iguais". David defende não só a harmonização fiscal, como económica, incluindo as prestações sociais, apontando uma questão que tanto irrita os alemães - o facto de a idade da reforma na Alemanha ser 67 anos, enquanto na Grécia os trabalhadores podem reformar-se aos 55.

Recentemente, Mário David fez uma pergunta às instituições comunitárias, pedindo-lhes que "confirmem que não existe racionalidade no contágio da situação irlandesa à portuguesa" e inquirindo sobre que "medidas adicionais pode a União Europeia tomar para acalmar os mercados e parar com o ataque que está a ser efectuado essencialmente às economias periféricas, mas que se reflectem em toda a União Europeia". Na altura, Mário David defendeu que "a União emitisse títulos de dívida pública que permitam aos países em dificuldades financiar-se a taxas bem mais baixas do que aquelas que estão a ser cobradas pelos mercados, permitindo aos cidadãos individualmente poderem aceder a esse mercado primário".

A promessa de Angela Merkel de que "tudo fará para salvar o euro" e de que "a União não deixará nenhum país entrar em falência" foi bem recebida entre os portugueses, depois da recusa franco- -alemã em aceitar os títulos de dívida pública "salvadores".

A aprovação das regras para o novo fundo de mecanismo de auxílio aos países em crise foi um passo saudado por vários chefes de Estado e de governo e também por José Sócrates, satisfeito com o "sinal inequívoco" em defesa do euro manifestado pelas instituições europeias, da Comissão ao Banco Central Europeu.

Para Sócrates, houve "um sinal inequívoco da determinação de todas as instituições" para salvar o euro e "a firme determinação" de "fazer o que for necessário para defender a moeda única". E Sócrates saiu de Bruxelas com um elogio de Jean-Claude Juncker, o presidente do Eurogrupo, ao pacote apresentado na quinta-feira. Estas medidas são coerentes e consequentes [...] Estou muito tranquilizado pela exposição do primeiro-ministro Sócrates", disse o dirigente luxemburguês defensor dos eurobonds, que aproveitou a cimeira para fazer as pazes com Angela Merkel, que tinha atacado na semana passada. Pelo menos saíram da reunião do PPE de braço dado.

http://www.ionline.pt/conteudo/94463-europa-franca-e-alemanha-querem-uniao-fiscal-vai-ser-o-debate-2011

D.SEBASTIÃO - A ÓPERA

JUÍZES VÃO APRESENTAR QUEIXA CONTRA O GOVERNO



A Associação Sindical dos Juízes Portugueses decidiu apresentar queixa contra o Governo ao Conselho da Europa pela alteração do Estatuto dos Magistrados Judiciais. E admite recorrer à greve, embora como "medida extrema".

António Martins, presidente da ASJP

A reunião da assembleia-geral da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), este sábado, em Coimbra, mandatou também a direcção nacional para poder recorrer à greve, embora como "medida extrema".

"Sem prejuízo de outras acções que venham a afigurar-se adequadas, inclusive o recurso à medida de reacção mais extrema da greve", a assembleia-geral aprovou a apresentação da queixa contra o Governo português, por entender que violou uma recomendação do Conselho da Europa com a aprovação recente da proposta de lei de alteração do Estatuto dos Magistrados Judiciais (EMJ).

Os juízes deliberaram também "participar de forma maciça na próxima cerimónia de abertura do ano judicial, marcando encontro conjunto à porta do Supremo Tribunal de Justiça uma hora antes do início do evento, demonstrando, assim, de forma digna a respeitosa, a sua preocupação com as consequências negativas que resultam para os cidadãos das intervenções do Governo na área da justiça".

Foi também lançada para subscrição pelos juízes portugueses uma "carta aberta" de apelo aos deputados sobre a proposta de lei de alteração do EMJ.

Ao fundamentar a queixa a apresentar ao Conselho da Europa, o presidente da ASJP, António Martins, destacou a Recomendação CM/Rec.(2010) 12, de novembro, que estipula que o estatuto remuneratório dos juízes é "um factor essencial para assegurar a independência do exercício da função de julgar e dos tribunais e que os Estados devem assegurar esse estatuto remuneratório adequado e devem acautelar que ele não seja colocado em causa por estas reduções remuneratórias que vêm ocorrendo".

Segundo o dirigente, esta recomendação considera que "a redução da remuneração dos juízes para além daquilo que possa vir a ser a manutenção de um estatuto remuneratório adequado é colocar em causa a independência dos tribunais e dos juízes".

De acordo com António Martins, a direcção foi mandatada na assembleia-geral para, caso o processo legislativo relativo à revisão do EMJ, evolua "em sentido negativo", desencadear outras formas de luta, nomeadamente a greve, como "medida última e extrema" e ouvido o conselho geral da ASJP.

Na deliberação aprovada é lançado um apelo a que todos os juízes passem a usar os transportes públicos nas deslocações em serviço e retirem os pedidos de autorização de veículo próprio e que os juízes em funções nos tribunais superiores, a quem o Estado não assegura um gabinete de trabalho, se "recusem a suportar o ónus do transporte de processos judiciais" entre os tribunais e as residências, entre outras medidas.

Por outro lado, os juízes "lamentam que o Conselho Superior da Magistratura e o Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais, enquanto órgãos colegiais, não tenham divulgado nenhuma posição enérgica contra esta revisão do EMJ, abdicando assim das suas competências constitucionais de assegurar as condições de independência e dignidade da função judicial".

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1738505

Saturday 18 December 2010

CUECAS BLINDADAS PARA SOLDADOS INGLESES

Estão prontas 15 mil para seguir e espera-se mais encomendas para 2011

Exército envia 45 mil pares de 'cuecas blindadas' a soldados

Os ingleses encontraram uma nova forma de proteger os seus militares no Afeganistão. A pensar nos ferimentos na área pélvica, causados pelas bombas dos talibãs nas estradas, o exército vai enviar “cuecas blindadas” para os proteger.

17 Dezembro 2010

Já foram enviados cerca de 45 mil pares de ‘cuecas blindadas’ e estão prontos outros 15 mil para seguir para o Afeganistão.

O fabricante da Irlanda do Norte está à espera de mais pedidos no início do próximo ano.

Segundo a ‘BBC Brasil’, os britânicos destacados na província de Helmand estão a receber quatro pares de cuecas feitas com um material balístico especial produzido a partir de seda e tecidos sintéticos. A peça com cores de camuflagem é usada por cima das calças, presa dos dois lados e a camada interior é revestida com produtos próprios para evitar infecções.

O material utilizado faz com que a peça seja leve, mas possa, ao mesmo tempo, parar ou diminuir os efeitos dos estilhaços que atingem o soldado após a explosão.

Muitos soldados na província de Helmand foram feridos em explosões nas estradas afegãs. As bombas são accionadas pelo peso da pessoa ou do veículo que passa sobre estas.

Este mecanismo faz com que a maior parte da força destrutiva das explosões seja direccionada para cima, atingindo a pélvis.

Os soldados britânicos já usam escudos de protecção sobre o coração, os pulmões, o fígado e os rins, além do capacete e óculos à prova de explosões.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/exercito-envia-45-mil-pares-de-cuecas-blindadas-a-soldados

Friday 17 December 2010

O DÉFICE DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA


Ministro garante que o funcionamento da justiça está assegurado

Alberto Martins, ministro da Justiça, afirmou que “a curto prazo o funcionamento essencial da Justiça está assegurado” e que “quando há dificuldades nalgum setor” há sempre “a possibilidade de haver uma articulação” com as Finanças. “Nós temos garantidas as condições essenciais para o funcionamento da Justiça”, afirmou Alberto Martins, à margem da inauguração das obras de remodelação do Palácio da Justiça de Ourém.

Confrontado com as declarações da procuradora-geral adjunta Maria José Morgado, que esta semana alertou que o funcionamento dos tribunais, do Ministério Público e das polícias ficará em risco caso se mantenha a actual “política miserabilista” do Governo para a área da Justiça, o governante explicou que “os problemas da Justiça são de financiamento a longo prazo”.

“O défice, que eu tive oportunidade de salientar na Assembleia da República, nos dois últimos anos, é na ordem dos 170 milhões de euros, portanto são valores muito elevados e estamos a criar condições de sustentabilidade”, assegurou.

Exemplificando com a criação do fundo de modernização da Justiça e de um gabinete de recuperação de activos ou a actualização das custas judiciais sem colocar “em causa o acesso à Justiça das pessoas mais pobres”, Alberto Martins referiu que “há um conjunto de medidas de racionalização” na organização e dos meios da Justiça “no sentido de contenção de gastos”.

“Agora é um problema estrutural que não é um pequeno problema das dificuldades ocasionais que, aliás, não são significativas”, garantiu.
Já no discurso que assinalou a inauguração das obras do Palácio da Justiça, o ministro reconheceu a existência de um problema de “financiamento” e “sustentabilidade” da Justiça, considerando que a forma “adequada” de responder a esta situação “é criar mecanismos e meios de obtenção das receitas”.

Neste âmbito, apontou “a recuperação fiscal das dívidas tributárias ao Estado, quer ao nível da recuperação de activos resultantes das situações de crimes e da prática de crimes, quer ao nível da melhor racionalização” dos serviços ou do “processamento de custas de forma rigorosa”.

Insistindo que o Governo não quer “encarecer a Justiça para as pessoas mais carenciadas”, Alberto Martins garantiu que as alterações das custas judiciais visam “sobretudo criar maiores receitas nos litigantes de massa, nos litigantes que têm outros meios, naqueles que são capazes de ajudar a uma Justiça mais eficaz”.

17-Dez-2010

http://www.advocatus.pt/content/view/3395/11/

BASTONÁRIO: JUSTIÇA PARA RICOS E PARA POBRES


"As cadeias estão cheias de pobres" embora os "crimes não escolham classe"

O bastonário da Ordem dos Advogados (OA), Marinho e Pinto, considera que a Justiça portuguesa trata "mal" os pobres e lembra que "cadeias estão cheias de pobres" e "não de ricos", embora actualmente os "crimes não escolham classe".

António Marinho Pinto falava à agência Lusa no final do I Encontro Nacional de Organizações Não Governamentais de Direitos Humanos em Portugal, com o tema “A pobreza: violação dos Direitos Humanos”, realizado na OA e que teve a presença do secretário de Estado da Justiça e da Modernização Judiciária, José Magalhães, e da presidente da Associação Pro Dignitate, Maria Barroso, entre outros.

Após denunciar que há anos que existe em Portugal uma Justiça para ricos e outra para pobres, Marinho Pinto sublinhou que existe uma "criminalidade muito nociva", mas que "uma classe mais elevada não é punida com a mesma severidade" com que é a pequena criminalidade.

"Uma mulher que furtou um pó de arroz num supermercado esteve à beira de ser julgada, mas alguns crimes económicos, burlas e desaparecimento de milhões dos bancos demoram anos a averiguar e vamos ver o que acontece", disse o bastonário.

Em sua opinião, mais importante do que encontrar "responsáveis" por esta situação, é "preciso encontrar soluções" e criar "mecanismos para que a Justiça seja uma Justiça de olhos vendados em relação à condição social das pessoas, quer das vítimas, quer dos suspeitos".

Fonte: Lusa

17-Dez-2010

http://www.advocatus.pt/content/view/3394/11/