Monday 9 August 2010

DUARTE LIMA SUSPEITO DA MORTE DE ROSALINA


O ex-líder parlamentar do PSD Duarte Lima está a ser investigado no Brasil pela morte de Rosalina da Silva Cardoso Ribeiro, de 74 anos, herdeira da fortuna de Lúcio Thomé Feteira.

Segundo o «Jornal de Notícias», as autoridades brasileiras vão extrair uma certidão do inquérito que já se desenrola para que seja também aberto um inquérito em Portugal, com o objectivo de interrogar o histórico social-democrata.

Em nota enviada ao JN e ao «Correio da Manhã», Duarte Lima confirma que esteve com Rosalina no dia da sua morte, a 7 de Dezembro de 2009, mas garante que só soube do seu desaparecimento quando já estava em Portugal.

«De imediato, e por iniciativa própria, enviei uma comunicação escrita às autoridades brasileiras, dando nota detalhada do encontro que a mesma tivera comigo, no sentido de as ajudar a reconstituir o último dia em que ela fora vista», escreveu.

Lúcio Thomé Feteira, um industrial de Vieira do Minho, emigrou para o Brasil e tornou-se um dos homens mais ricos do mundo. Quando morreu, há cerca de dez anos, deixou grande parte da sua fortuna (cerca de 35 milhões de euros) à sua secretária e alegada amante de décadas, Rosalina Ribeiro. Foi nessa altura que a portuguesa contactou Duarte Lima para se tornar seu advogado.

A 7 de Dezembro de 2009, a vítima saiu do prédio onde morava, na Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro, para ir ter com o ex-deputado do PSD. Levou consigo uma carteira e uma pasta com documentos.

Rosalina foi abatida com dois tiros à queima-roupa, um no peito e um na cabeça, e o seu corpo foi encontrado em Saquarema, na Região dos Lagos, ainda com as jóias, o dinheiro e os cartões, o que afastou a hipótese de assalto.

Como a pasta com os documentos desapareceu, o cadáver só foi identificado duas semanas depois.

As explicações que Duarte Lima prestou às autoridades brasileiras não convenceram os investigadores. O ex-líder parlamentar do PSD terá dito que esteve num bar com Rosalina, até que esta lhe pediu para a transportar para um local ermo, perto do local onde foi assassinada.

O advogado contou que a deixou com uma mulher loura por volta das 22h00. De acordo com as perícias médico-legais, a hora estimada da morte é 22h15.

No entanto, a polícia não acredita nesta versão, porque, segundo as pessoas mais próximas da herdeira, esta tinha muito medo de andar na rua, só gostava de sair acompanhada, contava todos os passos às amigas e anotava os encontros na agenda. Neste dia, nem as amigas foram informadas, nem estava nada na agenda.

PORTUGAL DIÁRIO 9-08-2010

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