Ciganos romenos e búlgaros
França: Papa reprovou expulsão dos ciganos
O papa Bento XVI e dois homens da Igreja francesa reprovaram este domingo as expulsões de ciganos pelas autoridades francesas, no âmbito do reforço da politica de segurança do presidente Nicolas Sarkozy.
Perante peregrinos franceses, na sua residência de verão de Castel Gandolfo, o papa apelou ao acolhimento dos homens de todas as origens.
"Os textos litúrgicos de hoje reafirmam-nos que todos os homens são chamados à saudação. É também um convite a saber acolher a diversidade humana, tal como Jesus representou os homens de todas as nações e todas as línguas", disse Bento XVI antes da oração do "Angelus".
O papa exortou ainda os pais presentes a educarem os seus filhos na fraternidade universal.
Bento XVI ainda não tinha comentado o repatriamento dos ciganos romenos e búlgaros mas a decisão das autoridades francesas foi criticada sexta feira pelo secretário do Conselho Pontifício dos migrantes e viajantes, Agostino Marchetto, que considerou que as expulsões vão contra as normas europeias.
Na sequência da posição de Bento XVI, dois clérigos franceses manifestaram a sua emoção e até cólera relativamente à expulsão dos ciganos.
Um deles, o padre Arthur, o pároco de Lille, anunciou que escreveu ao ministro do Interior para recusar a medalha de Mérito que lhe tinha sido atribuída e disse no final da missa que rezava para que o presidente francês tivesse uma crise cardíaca, embora, mais tarde, tivesse manifestado arrependimento por isso.
O arcebispo de Aix-en-Provence e de Arles, Christophe Dufour, assistiu ao desmantelamento de um acampamento de ciganos quinta feira e criticou, hoje em comunicado, a destruição das caravanas e a falta de dignidade pelas pessoas
Nicolas Sarkozy anunciou no final de Julho que os acampamentos ilegais de ciganos iriam ser desmantelados e que criminosos de origem estrangeira iriam perder a nacionalidade francesa.
Estas medidas começaram a ser postas em prática quinta e sexta-feita com expulsão de cerca de 200 ciganos romenos e búlgaros.
CORREIO DA MANHÃ 22-08-2010
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