Os organizadores da "Love Parade“ na Alemanha anunciaram hoje o fim definitivo deste evento, depois de o pânico num túnel de acesso ao festival, que decorreu no sábado, em Duisburgo, ter provocado 19 mortos e 342 feridos.
As informações sobre o estado dos feridos, internados em hospitais da região, eram ainda contraditórias, mas várias fontes falaram de, pelo menos, 40 feridos com gravidade.
“Isto foi o fim da Love Parade”, disse em conferência de imprensa na Câmara Municipal de Duisburgo Rainer Schaller, organizador da "Love Parade" e gerente do principal patrocinador, a cadeia de centros de ginástica McFitt.
Schaller garantiu que iria “fazer tudo” para esclarecer como se deu a tragédia, junto ao recinto de uma antiga estação de comboios de mercadorias que só tinha acesso por um túnel, onde uma grande multidão se comprimia, a meio da tarde, altura em que os acontecimentos se precipitaram. O vice-presidente do Sindicato da Polícia Alemã, Wolfgang Orschechek, afirmou que as autoridades “tinham grandes reservas” sobre a segurança da “Love parade”, porque o recinto “era muito pequeno”.
Pelo menos sete estrangeiros estão entre os 19 mortos durante o festival de música techno “Love Parade”, que decorria na cidade de Duisburgo, na Alemanha, no sábado, indicaram as autoridades policiais locais.
Um holandês, um italiano, um australiano, um chinês e duas espanholas, que faziam Erasmus em Duisburgo, são as vítimas estrangeiras reconhecidas, que acabaram por morrer devido ao pânico e tumulto que se gerou entre a multidão num túnel que dava acesso à “Love Parade”, informaram as autoridades policiais alemãs.
Até ao momento, as autoridades só identificaram 16 dos 19 mortos, que tinham entre 20 e 40 anos, e outras 342 pessoas ficaram feridas.
A “Love Parade”, que é o maior espetáculo de música techno do mundo, reuniu no sábado cerca de 1,4 milhões de pessoas.
O presidente da câmara de Duisburgo, Adolf Sauerland, rejeitou acusações de falha no sistema de segurança.
O autarca garantiu que “só foi permitido o acesso ao túnel de um número de pessoas que a passagem comportava, mas as pessoas morreram quando tentaram trepar as vedações de segurança e caíram de grande altura”.
Testemunhas oculares disseram a repórteres presentes no local que houve “cenas horrorosas”, com uma multidão concentrada junto ao túnel.
“As pessoas caíam, mas a polícia enviava cada vez mais gente para o túnel, de um lado e do outro, e quem caía era espezinhado”, disse um dos entrevistados pela televisão pública ARD.
Os primeiros socorristas a chegar ao local não conseguiam chegar às vítimas, devido à multidão.
Em conferência de imprensa, o responsável pela segurança da autarquia local, Wolfgang Rabe, desmentiu os relatos de que terá havido pânico no interior do túnel, que tem duas faixas de rodagem de cada lado e passeios para peões, atribuindo a tragédia ao facto de várias pessoas terem subido as vedações.
O ministro do Interior da Renânia, Ralf Jaeger, anunciou que a polícia já iniciou as investigações no local, esperando que as causas do incidente estejam esclarecidas nos próximos dias, em linha com o apelo do presidente alemão, Christian Wulff, ao completo esclarecimento do ocorrido.
A chanceler alemã, Angela Merkel, já expressou a sua profunda consternação pelo ocorrido através de um comunicado.
Mais de 1200 polícias foram enviados para a zona, para tentar controlar a situação, que se tratou do primeiro acidente mortal na história da “Love Parade”, que acontece anualmente desde 1989, depois de os organizadores terem decidido não interromper a “Love Parade” para evitar que a multidão abandonasse precipitadamente o recinto.
I ONLINE
por Agência Lusa, Publicado em 25 de Julho de 2010
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