Saturday 17 July 2010

LOCKERBIE: ACORDO PETROLÍFERO NA ORIGEM DA IBERTAÇÃO DO BOMBISTA

Acordo petrolífero na origem da libertação do bombista de Lockerbie
Publicado em 31 de Agosto de 2009 .

Khadafi aqui na companhia de Gordon Brown

Cartas trocadas entre os governos britânico e escocês revelam que libertação de Megrahi foi moeda de troca

A polémica em torno do caso Lockerbie parece não ter fim à vista. Novos dados revelados ontem pelo jornal "The Sunday Times" mostram que o governo britânico apoiou a inclusão do bombista de Lockerbie num acordo de transferência de prisioneiros com a Líbia em troca de um contrato petrolífero.

No conteúdo das duas cartas, trocadas há dois anos entre o então secretário de Justiça britânico, Jack Straw, e o seu homólogo escocês, Kenny MacAskil, fica claro que a decisão de incluir Abdelbaset al-Megrahi na lista de prisioneiros a transferir para a Líbia foi tomada depois de terem surgido dificuldades na negociação de um contrato de exploração petrolífera. Na primeira carta, Straw mostrou-se receptivo à ideia de excluir Megrahi do acordo sobre a transferência de prisioneiros entre o Reino Unido e a Líbia. Numa segunda mensagem, a posição do secretário de justiça britânico alterou-se. A correspondência sugere que a mudança de atitude ficou a dever-se a um acordo de exploração petrolífera e de gás entre a BP e a Líbia, ratificado seis semanas depois.

Reagindo à notícia, o porta-voz da BP, David Nicholas, depressa se esquivou a responsabilidades: "A empresa não é parte em acordos governamentais. Não temos papel nas discussões, nem estivemos envolvidos nas discussões de maneira alguma." Também o governo britânico insistiu que o seu papel não foi decisivo no envio de Megrahi para a Líbia.

O bombista, condenado em 2001 a prisão perpétua, pela explosão de um avião da Pan Am que sobrevoava a cidade escocesa de Lockerbie e que matou 270 pessoas, foi libertado há uma semana. Foram invocadas razões humanitárias, já que o líbio tem um cancro terminal na próstata. No dia da sua libertação, Megrahi foi recebido na Líbia como um herói, motivando críticas severas do Reino Unido e EUA.
I ONLINE 17-07-2010

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