Thursday 6 January 2011

MARINHO PINTO NA TOMADA DE POSSE COMO BASTONÁRIO


Justiça: Marinho Pinto reclama "medidas concretas" para "dignificação do patrocínio forense"

O bastonário da Ordem dos Advogados (OA), Marinho Pinto, reclamou hoje do Governo e do Parlamento “medidas concretas” no sentido da “dignificação do patrocínio forense enquanto elemento essencial à boa administração da justiça”.

António Marinho Pinto intervinha na sede da Ordem, em Lisboa, na cerimónia em que tomou posse para um segundo mandato como bastonário e na presença do ministro da Justiça, Alberto Martins.

“É imperioso que o Governo e a Assembleia da República tomem medidas concretas com vista à dignificação do patrocínio forense enquanto elemento essencial à boa administração da justiça”, defendeu.

Marinho Pinto alertou para “a necessidade de se proceder atempadamente ao pagamento dos honorários devidos aos advogados que prestam apoio judiciário”, uma questão que a OA considera “da máxima importância”.

“Não é admissível que aqueles que dão um contributo insubstituível para a realização de um dos objetivos fundamentais do Estado de Direito Democrático (o acesso aos tribunais e à justiça dos cidadãos sem recursos económicos para constituir um advogado) sejam assim tratados pelo Instituto de Gestão Financeira e Infra-estruturas da Justiça”, sustenta.

Importa, portanto, que este organismo “proceda a tempo e horas aos pagamentos dos honorários devidos, bem como ao reembolso das despesas efetuadas desde que devidamente justificadas e homologadas pela OA”.

“Por outro lado, é imperioso que na próxima revisão constitucional fique consagrada a possibilidade de o bastonário poder requerer ao Tribunal Constitucional a declaração, com força obrigatória geral, da inconstitucionalidade das normas legais, nos mesmos termos em que, hoje, o podem fazer o Procurador-Geral da República e o Provedor de Justiça”, afirmou.

O bastonário disse ainda que devem ser “aprofundadas e respeitadas as prerrogativas profissionais dos advogados portugueses, nomeadamente a proteção efetiva do sigilo profissional, mas também a isenção de custas em todos os processos em que os advogados sejam partes por atos praticados no exercício das suas funções ou com elas relacionados”.

“Não há justiça sem advogados dignificados e respeitados na sua função de patrocinar os cidadãos em tribunal”, acentuou.

Para Marinho Pinto, “não se dignifica a justiça retirando-a dos tribunais”. Ao contrário, “a justiça, a boa justiça, administra-se nos tribunais por magistrados e advogados e não em repartições públicas por funcionários sem independência, ou em centros privados de mediação de conflitos”, criticou.

06-Jan-2011

http://www.advocatus.pt/content/view/3501/20/


MARIMHO PINTO LANÇA APELO A MAGISTRADOS


Cortes salariais

Marinho Pinto lança apelo a magistrados

por Lusa


O bastonário da Ordem dos Advogados (OA), Marinho Pinto, disse hoje que os magistrados "deveriam declarar-se impedidos de decidir" sobre as "centenas ou milhares de providências cautelares impugnando os cortes salariais na função pública".

António Marinho Pinto intervinha na sede da Ordem, em Lisboa, na cerimónia em que tomou posse para um segundo mandato como bastonário e na presença do ministro da Justiça, Alberto Martins.

"Os magistrados estão directamente interessados na eliminação dessas medidas (...). Pairam, assim, sobre os magistrados portugueses gravíssimas suspeitas sobre a sua isenção e imparcialidade quanto a esta questão", adiantou o bastonário, a propósito da entrega, nos tribunais administrativos, de providências cautelares para impedir os cortes dos salários anunciados pelos Governo, feita hoje por vários sindicatos.

Na opinião de Marinho Pinho, "está criado um imbróglio, agravado pela circunstância de os nossos juízes não terem a contenção e a reserva próprias da natureza das funções que exercem".

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1749627


Protesto (actualizada)

Advogados abandonam tomada de posse de Marinho Pinto

por Lusa

Actuais e antigos membros do Conselho Superior da Ordem dos Advogados (OA) abandonaram esta noite a tomada de posse do bastonário, Marinho Pinto, recusando "pactuar com mentiras".

Entre os que se retiraram da sala enquanto discursava o bastonário dos advogados - eleito para um segundo mandato - estão o presidente cessante do Conselho Superior da OA, José António Barreiros, o actual vice-presidente do órgão, Rodolfo Lavrador, e também João Resende, vogal do mesmo órgão.

O primeiro não prestou declarações aos jornalistas, mas os dois últimos explicaram, à saída, que não pretendem "pactuar com mentiras". O vogal João Resende disse mesmo não poder "pactuar com afirmações que não permitem o contraditório".

A retirada deu-se quando Marinho Pinto exprimia críticas à actuação do Conselho Superior da OA. "O Conselho Superior, que é o supremo órgão jurisdicional da Ordem dos Advogados, agiu em relação ao bastonário, simultaneamente, como polícia, como Ministério Público e como juiz, chegando a fazer participações a si próprio contra o bastonário", acusou Marinho Pinto, na tomada de posse que decorre na sede da OA, em Lisboa.

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1749683

MARINHO PINTO FALA ACERCA DO CONSELHO SUPERIOR CESSANTE


Ordem dos Advogados

Marinho Pinto: "As verdades são para se dizer"

por Lusa

O bastonário da Ordem dos Advogados afirmou, na quarta-feira à noite, que os membros cessantes e eleitos do Conselho Superior que abandonaram a sua tomada de posse "não gostaram de ouvir algumas verdades", que "são para se dizer".

No final da cerimónia, em declarações aos jornalistas, o bastonário comentou o incidente declarando que os visados "não gostaram de ouvir algumas verdades". "Mas elas são para se dizer e di-las-ei sempre", vincou.

No seu discurso, Marinho Pinto alegou que o Conselho Superior, "que é o supremo órgão jurisdicional da Ordem dos Advogados, agiu, em relação ao bastonário, simultaneamente, como polícia, como Ministério Público e como juiz, chegando a fazer participações a si próprio contra o bastonário".

Comentando igualmente aos jornalistas o incidente, o antigo bastonário da Ordem dos Advogados Rogério Alves disse tratar-se de um "episódio triste", que espera seja "o canto do cisne nas divergências e não o prenúncio de novos conflitos".

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1749859

COLÉGIOS CATÓLICOS PROCESSAM MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Ensino

por RITA CARVALHO

Associação Católica vai processar o Estado por corte no financiamento e prepara protestos. Igreja considera acções "oportunas".

A Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC) vai processar o Estado por ter alterado as regras de financiamento do ensino particular e cooperativo, "pondo em risco milhares de alunos, professores e funcionários". Na luta contra o Governo, os colégios prometem acções de rua, como uma manifestação nacional, e intervenções nos roteiros presidenciais. E contam com o apoio da Igreja, que considera as acções "oportunas" e aproveita para pedir "razoabilidade" ao Ministério da Educação.

Entre as acções que estão a ser ponderadas incluem-se pedidos de indemnização ao Estado e a obtenção de pareceres sobre a constitucionalidade da portaria e do decreto-lei aprovados pelo Governo, avançou ao DN o padre Querubim Silva, presidente da APEC. Estas medidas políticas, aprovadas recentemente e promulgadas pelo Presidente da República no final do ano, contemplam uma redução do financiamento anual por turma de 114 para 80 mil euros, a partir de Setembro, e o corte no número de turmas nas escolas com as quais o Governo tem contratos de associação. Estabelecimentos privados onde os alunos não pagam propinas e o seu ensino é financiado pelo Estado.

A Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP) - a que pertencem também os associados da Associação Católica e que tem estado nas negociações com o ministério - também está a estudar a possibilidade de ir para tribunal.

A estas acções judiciais deverão juntar-se outras manifestações públicas com o objectivo de sensibilizar a opinião pública para o problema, acrescenta Alfredo Cerca, director do Externato de Penafirme, em Torres Vedras, e presidente da Assembleia Geral da AEEP. "Vamos criar um gabinete de crise e actuar a nível global. Estamos a considerar uma manifestação nacional e a intervenção nos roteiros presidenciais", afirmou o responsável que ontem esteve numa reunião em Coimbra onde foram delineadas algumas acções.

A primeira será já no domingo, no Externato de Penafirme, e consistirá num encontro de pais, professores e responsáveis de várias escolas. Depois, um grupo liderado pelos pais do externato fará uma interpelação ao Presidente da República. Segundo apurou o DN, o candidato presidencial estará na zona, em campanha, e irá receber um grupo que lhe cantará as janeiras. "Depois, uma delegação desse grupo irá falar-lhe e expor a questão", explicou Alfredo Cerca, que não esconde que preferia ter visto Cavaco Silva vetar o decreto.

Manuel Morujão, porta-voz dos bispos, diz não conhecer todas as acções que estão a ser planeadas. Mas sublinha: "Certamente que todas as acções, dentro do espírito democrático, são oportunas para abrir os olhos à opinião pública e ao Governo para a injustiça que é pôr de lado o ensino público que é prestado por estas escolas privadas." O porta-voz da Conferência Episcopal lembra ainda que vários bispos já se pronunciaram contra a posição do Governo e que a sua opinião foi transmitida pessoalmente ao Presidente da República e ao ministro da Presidência.

Contactado pelo DN, o ME considerou "que os valores propostos são suficientes para o funcionamento das escolas", acrescentando que "há já um número de escolas deste sector de ensino que recebem menos que o valor definido pelo ME para o próximo ano". Sobre eventuais despedimentos (texto ao lado), o gabinete de Isabel Alçada não "comenta opções de gestão de recursos humanos". Ontem, o CDS pediu a presença da ministra no Parlamento.

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1749659

TERESA CAEIRO DIZ QUE ALEGRE FEZ PUBLICIDADE AO BPP


Revelação (com vídeo)

Teresa Caeiro diz que Alegre fez publicidade ao BPP

por DN.pt

A deputada do CDS afirmou esta noite na SIC Notícias que Manuel Alegre fez há uns anos publicidade ao Banco Privado Português, pelo que devia ter mais cuidado quando questiona Cavaco Silva sobre as acções da SLN.

"Ele devia ter alguma prudência porque não foi accionista, mas fez publicidade ao banco", atirou a deputada do CDS-PP. "E não era a um qualquer banco, era uma instituição que não era digna de confiança", reforçou, lembrando que se tratava de "uma publicidade que saía todas as semanas num órgão de comunicação social, em que ele participava, contrariando todas as regras que aconselham os políticos a não participar em publicidade".

A deputada acrescentou ainda que, segundo se lembra, Manuel Alegre "restituiu depois o dinheiro". "Mas contrariou as normas em vigor na altura que impediam os deputados de fazer publicidade", recordou.

Teresa Caeiro falava de uma publicidade, entre 2005 e 2006, na qual o actual candidato a Presidente da República participou através de um texto onde falava da sua relação com o dinheiro.

Alguns anos mais tarde, em declarações do Diário de Notícias, Manuel Alegre garantiu que não sabia que o seu texto iria ser utilizado para fins publicitários, tendo mesmo pedido a suspensão do mesmo e devolvido o dinheiro que lhe pagaram na altura, cerca de 1500 euros.



Veja aqui as declarações de Teresa Caeiro:





http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1749725

Wednesday 5 January 2011

BASTONÁRIO: PARTIDOS NÃO ESTÃO INTERESSADOS NO COMBATE À CORRUPÇÃO


Marinho Pinto

"Partidos não estão interessados no combate à corrupção"

por Lusa

O bastonário da Ordem dos Advogados considera que "não há nenhum partido político verdadeiramente interessado no combate à corrupção" e alerta que o financiamento dos partidos é "uma das principais causas da corrupção" em Portugal.

"Os partidos gastam muito acima da capacidade contributiva dos seus militantes e apoiantes e hoje, seja nas câmaras [municipais], seja no poder central, o financiamento dos partidos é uma das causas graves da violação dos deveres funcionais e da própria corrupção", disse António Marinho Pinto em entrevista à agência Lusa.

Marinho Pinto, que na quarta-feira toma posse para um segundo mandato no cargo, considerou que ocorrem "casos verdadeiramente escandalosos" na sociedade portuguesa, mas que os "partidos encobrem" ou de falam às vezes, mas "devagarinho" e "ao de leve".

Na opinião do bastonário, o combate à corrupção "não se faz através da justiça, a não ser em casos "acidentais" ou "anormais". É antes um "combate essencialmente político", só que "não há nenhum partido político verdadeiramente interessado" nisso, o que revela uma "degenerescência da democracia".

"Todos falam, todos são contra [a corrupção] mas ninguém assume esse combate", criticou Marinho Pinto, dizendo discordar da atual lei do financiamento dos partidos políticos e ser tempo de "encarar abertamente" o problema.

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1748316

Tuesday 4 January 2011

BPN: O BURACO


Banca


Contribuintes vão pagar buraco do BPN durante 10 anos

Governo e Presidente têm estado sob fogo à conta da nacionalização do BPN, levada a cabo em Novembro de 2008.
O Banco Português de Negócios (BPN) tornou-se num tema quente numa campanha presidencial morna. Coincidência ou não, a verdade é que vários passos decisivos para o futuro do banco poderão ser dados no mês das eleições. Um deles é o aumento de capital de 500 milhões de euros.

O outro passo, já anunciado nos termos da privatização do BPN, é a cedência dos créditos com imparidades do banco a entidades terceiras na esfera do Estado. A separação destes activos, que são os principais responsáveis pela situação líquida negativa do banco, já está praticamente concluída com criação de três sociedades-veículos actualmente detidas pelo BPN. O passo que se segue é a sua cedência a uma entidade do Estado. Essa transferência deverá ser feita ao valor nominal dos créditos e activos, que ronda os 2 mil milhões de euros. Em simultâneo, serão transferidas as imparidades, designadas por Bad Bank (banco mau), associadas a esses créditos que passam a ser reconhecidas pela entidade que ficar com as novas sociedades.

Está previsto que o valor dos 2 mil milhões de euros associado a esses activos seja diluído ao longo de dez anos, com um prazo inicial de carência de juros. Este período alargado, para além de atenuar o impacto imediato nas contas públicas, também dá margem para a recuperação desses créditos, que no final deste prazo até pode correr melhor do que as perdas hoje reconhecidas no balanço do BPN. Aliás, essa foi a expectativa assumida pelo Ministério das Finanças quando lançou o concurso público que acabou por ficar vazio. Só no final dos dez anos é que se poderá fazer as contas ao balanço final para o Estado da nacionalização do banco. Mas até o governo já reconheceu que esse saldo será negativo.

Se essas perdas fossem assumidas hoje, o prejuízo para o Estado seria da ordem dos 2 mil milhões de euros, para além dos 500 milhões de euros do aumento de capital.

A passagem destes activos para fora do universo do BPN, combinada com o aumento de capital de 500 milhões de euros, é essencial para que o banco possa ultrapassar a situação líquida negativa e elevar os rácios de capital para os níveis exigidos pelo Banco de Portugal.

Uma das decisões a tomar em breve pelo governo é onde vai colocar estes activos tóxicos. Para já, eles foram transferidos para três sociedades detidas pelo próprio BPN - a Parvalorem, a Parparticipações e a Parups. Uma das hipóteses em cima da mesa é a sua cedência do grupo Parpública, tese que é apoiada pelo nome escolhido para estas sociedades-veículos. Fonte oficial da empresa do Estado disse contudo desconhecer qualquer intenção nesse sentido. O Ministério das Finanças não se pronunciou sobre a matéria. Fonte oficial do BPN também não avançou mais informação. O actual presidente, Francisco Bandeira, vai sexta-feira ao parlamento e o ministro Teixeira dos Santos irá também.

Os activos com imparidade que vão ser transferidos são o património imobiliário, os créditos com níveis mais elevados de perdas potenciais e ainda as participações financeiras em empresas do grupo BPN, como o banco de investimento Efisa, o BPN Gestão de Activos, o BPN Crédito, a Imofundos e a Real Vida.

por Ana Suspiro , Publicado em 04 de Janeiro de 2011

http://www.ionline.pt/conteudo/96605-contribuintes-vao-pagar-buraco-do-bpn-10-anos