Herança
Inês Pedrosa não conta com dinheiro do tio milionário
A escritora é sobrinha-bisneta da esposa de Lúcio Tomé Feteira, Adelaide Feteira. E é uma dos, pelo menos, 13 herdeiros que vão buscar a fortuna que o empresário milionário deixou à mulher
A escritora e directora da Casa Fernando Pessoa, Inês Pedrosa, é uma dos cerca de 13 herdeiros de mais de metade da fortuna do empresário Lúcio Tomé Feteira. Uma herança que está por partilhar há dez anos por causa de sucessivas batalhas judiciais.
"Nunca contei com isso, nem conto porque tem sido tudo muito complicado", disse ontem ao DN Inês Pedrosa no dia em que, por coincidência, comemorou o seu 48.º aniversário. Ela e o irmão Ricardo souberam que eram herdeiros da fortuna de Lúcio Tomé Feteira após a morte, em 2003, da tia Adelaide Guerra dos Santos, irmã da bisavó.
Eles e, pelo menos, outros 11 herdeiros vão buscar parte da herança de Adelaide Feteira, valor ao qual se somam os 33,35% a que ela teria direito por herança do marido. Lúcio e Adelaide eram casados em comunhão geral de bens, pelo que a fortuna dos dois tem de ser dividida a meio. Do valor dessa metade (duas partes iguais de 33,35% cada) destinavam-se a Adelaide e à única filha viva, Olímpia Feteira de Menezes. Os restantes 33,3 % foram deixados em testamento: 5% para uma sobrinha que sempre cuidou da mulher, Adelaide, 15% para a secretária e amante, Rosalina, que cuidou dele antes de morrer, e 80 % para a futura Fundação Família Tomé Feteira.
O número de herdeiros tem oscilado ao longo dos anos. Adelaide era fruto de um segundo casamento do pai, Dâmaso Luís Ribeiro, e tinha sobrinhos da sua idade. Ao longo dos últimos anos, alguns sucessores foram falecendo dando lugar a filhos e netos. Sem a quota parte da herança a que Adelaide iria receber do marido, a herança de Adelaide não pode ser contabilizada e partilhada.
"Ainda nem se conseguiu perceber a quantia, porque têm faltado documentos para fazer o inventário de todos os bens do meu tio", explica a escritora ao DN.
Quando Adelaide morreu, três anos após a morte do milionário, já corria no Brasil o processo instaurado por Rosalina Ribeiro, 74 anos - que queria ver reconhecida a "união estável" com Lúcio, a fim de ficar com a fortuna que cabia à sua mulher legítima, Adelaide.
"Fui chamada a uma reunião e foi-me comunicado que era herdeira, mas que corria um processo que estava a atrasar tudo", diz Inês. Foi neste encontro que conheceu Olímpia Feteira de Menezes, 69 anos, a filha do milionário nascida de uma relação extraconjugal. E que, em Portugal, pediu a anulação da deixa testamentária a favor de Rosalina.
"Eu soube da morte da senhora Rosalina em Dezembro, por causa do processo de herança, mas até pensava que tinha sido morta na sequência de um assalto", refere.
A escritora, cuja família está toda ligada ao fabrico de vidros de fábricas de Leiria, ainda se lembra das festas familiares onde encontrava a tia Adelaide. "Quando era pequena ainda via o meu tio Lúcio, mas depois a noção que eu tenho é que ele estava sempre fora."
"Os tempos eram outros, a minha tia sabia dos seus casos", refere a escritora.
DIÁRIO DE NOTÍCIAS 16-08-2010
por SÓNIA SIMÕES
Inês Pedrosa não conta com dinheiro do tio milionário
A escritora é sobrinha-bisneta da esposa de Lúcio Tomé Feteira, Adelaide Feteira. E é uma dos, pelo menos, 13 herdeiros que vão buscar a fortuna que o empresário milionário deixou à mulher
A escritora e directora da Casa Fernando Pessoa, Inês Pedrosa, é uma dos cerca de 13 herdeiros de mais de metade da fortuna do empresário Lúcio Tomé Feteira. Uma herança que está por partilhar há dez anos por causa de sucessivas batalhas judiciais.
"Nunca contei com isso, nem conto porque tem sido tudo muito complicado", disse ontem ao DN Inês Pedrosa no dia em que, por coincidência, comemorou o seu 48.º aniversário. Ela e o irmão Ricardo souberam que eram herdeiros da fortuna de Lúcio Tomé Feteira após a morte, em 2003, da tia Adelaide Guerra dos Santos, irmã da bisavó.
Eles e, pelo menos, outros 11 herdeiros vão buscar parte da herança de Adelaide Feteira, valor ao qual se somam os 33,35% a que ela teria direito por herança do marido. Lúcio e Adelaide eram casados em comunhão geral de bens, pelo que a fortuna dos dois tem de ser dividida a meio. Do valor dessa metade (duas partes iguais de 33,35% cada) destinavam-se a Adelaide e à única filha viva, Olímpia Feteira de Menezes. Os restantes 33,3 % foram deixados em testamento: 5% para uma sobrinha que sempre cuidou da mulher, Adelaide, 15% para a secretária e amante, Rosalina, que cuidou dele antes de morrer, e 80 % para a futura Fundação Família Tomé Feteira.
O número de herdeiros tem oscilado ao longo dos anos. Adelaide era fruto de um segundo casamento do pai, Dâmaso Luís Ribeiro, e tinha sobrinhos da sua idade. Ao longo dos últimos anos, alguns sucessores foram falecendo dando lugar a filhos e netos. Sem a quota parte da herança a que Adelaide iria receber do marido, a herança de Adelaide não pode ser contabilizada e partilhada.
"Ainda nem se conseguiu perceber a quantia, porque têm faltado documentos para fazer o inventário de todos os bens do meu tio", explica a escritora ao DN.
Quando Adelaide morreu, três anos após a morte do milionário, já corria no Brasil o processo instaurado por Rosalina Ribeiro, 74 anos - que queria ver reconhecida a "união estável" com Lúcio, a fim de ficar com a fortuna que cabia à sua mulher legítima, Adelaide.
"Fui chamada a uma reunião e foi-me comunicado que era herdeira, mas que corria um processo que estava a atrasar tudo", diz Inês. Foi neste encontro que conheceu Olímpia Feteira de Menezes, 69 anos, a filha do milionário nascida de uma relação extraconjugal. E que, em Portugal, pediu a anulação da deixa testamentária a favor de Rosalina.
"Eu soube da morte da senhora Rosalina em Dezembro, por causa do processo de herança, mas até pensava que tinha sido morta na sequência de um assalto", refere.
A escritora, cuja família está toda ligada ao fabrico de vidros de fábricas de Leiria, ainda se lembra das festas familiares onde encontrava a tia Adelaide. "Quando era pequena ainda via o meu tio Lúcio, mas depois a noção que eu tenho é que ele estava sempre fora."
"Os tempos eram outros, a minha tia sabia dos seus casos", refere a escritora.
DIÁRIO DE NOTÍCIAS 16-08-2010
por SÓNIA SIMÕES