Friday 10 December 2010

SALAZAR E OS MILIONÁRIOS - PRÓLOGO

Quarta-feira, 21 de Abril de 2010

Salazar e os milionários, de Pedro Jorge Castro

SALAZAR E OS MILIONÁRIOS, de Pedro Jorge Castro, a ler. (Prólogo)

Primeira metade da década de 50. 8 da noite de domingo. O momento reservado para os dois homens mais poderosos do país discutirem o destino de Portugal. No Palácio de São Bento ou no Forte do Estoril, Salazar, à beira dos 60 anos e a meio de 40 no poder, recebia Ricardo Espírito Santo, 11 anos mais novo. Além de dirigir o Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa, o banqueiro liderava a petrolífera Sacor, que esteve na origem da Galp, e controlava a seguradora Tranquilidade e as Sociedades Agrícolas do Cassequel e do Incomati, em Angola e Moçambique. As suas várias áreas de influência ajudam a explicar como se transformou num conselheiro especial de Salazar para todos os assuntos relacionados com economia, política, diplomacia e artes — e acabou por se tornar também um dos melhores amigos do presidente do Conselho.

Era muitas vezes Maria da Conceição (a Micas), a protegida de Salazar, que abria a porta de São Bento a RES: «Tenho hora marcada», dizia-lhe ao entrar, como se precisasse de justificar a sua presença, cumprimentando-a com um beijinho. Oferecia-lhe com frequência bonecas, chocolates e amêndoas na Páscoa. RES estacionava o carro no parque da residência oficial, pendurava o sobretudo no bengaleiro à porta de entrada e, se Salazar estivesse ocupado, aguardava na biblioteca junto ao seu gabinete, no rés-do-chão. As conversas decorriam no gabinete ou enquanto passeavam pelos jardins de São Bento. Quando terminavam, o ditador acompanhava o amigo até à saída.

Estes encontros semanais constam do diário de Salazar (um livrinho de capa vermelha e letras douradas). A 14.Maio.1950, recebeu Ricardo Espírito Santo entre as 20h e as 20h45 e anotou: «Sua viagem e férias, saúde, alguma coisa de negócios».

Salazar saiu de Portugal 3 vezes — foi a Paris na juventude e 2 vezes à fronteira para se encontrar com Francisco Franco (o ditador espanhol). Aproveitava os relatos das deslocações dos outros para satisfazer a sua curiosidade sobre o mundo. E RES todos os anos fazia longas viagens para tratar de negócios (do banco ou da empresa de petróleos), por motivos de saúde (frequentava termas), de férias (era praticante habitual de esqui e golfe) ou em busca de peças de arte nos antiquários e nos leilões. Foi esse o tópico que Salazar fixou a 17.Dez.1950, depois do encontro de 1,5 h: «Dr. Ric. Espírito Santo - compras que fez em Roma de objectos de arte». A situação da Sacor, criada pelo Estado em 1938 para intervir no mercado dos combustíveis, era discutida na maior parte dos encontros. As entradas nas agendas de 1953-1954 revelam que falaram de «vencimentos dos administradores», de «conversas com ministro da Economia sobre terrenos de que a Sacor precisa» e de «como distribuir 37 500 contos a colocar entre portugueses [num aumento de capital]». As relações com o romeno Martin Sain (o principal accionista da empresa de petróleo), eram alvo de grande atenção. Além de abordarem os temas importantes da Economia como o plano de fomento ou o estado do mercado de capitais, os grandes investimentos eram escrutinados e aprovados nestes encontros. Analisaram a criação da TAP em 1953, a lapidagem de diamantes em Portugal, o apoio à empresa de Siderurgia, que António Champalimaud começou a negociar com o Governo em 1952, e a fundação da sociedade de milionários que iria financiar aquilo a que Salazar chamava «o novo grande hotel de Lisboa» — o Ritz, que só seria inaugurado em 1959, quatro anos depois da morte do banqueiro.

A folha de 3.Março.1953 revela que Salazar recebeu RES e o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Cunha, às 7,5 da tarde e que discutiram a prenda que o governante deveria oferecer a Franco, no encontro seguinte com o generalíssimo espanhol. 1 h depois, o ministro saiu mas o banqueiro ficou. Durante mais 1 hora, até às 21h30, relatou a Salazar os bastidores da inauguração do seu museu de artes decorativas, cuja cerimónia decorrera nessa semana, intencionalmente a 28 de Abril, para homenagear o presidente do Conselho no seu dia de aniversário.O costume estava tão enraizado que quando o ditador cancelou um dos encontros semanais, em 1951, RES manifestou por carta a sua grande tristeza. «Tenho muita pena de não ir aí hoje, a nossa conversa dominical é para mim o maior prazer da semana, mas obedeço na esperança de que serei compensado.» E, em Abril do ano seguinte, quando, por estar na Suíça, foi o empresário a não poder comparecer, enviou outra mensagem. Sugeria que Salazar recebesse Mário de Sousa, administrador do Banco Fonsecas, Santos & Viana, para discutir novas medidas relacionadas com as exportações, mas frisava a importância que atribuía a estes encontros: «Eu agradeço (e não lhe levo a mal!) se lhe dispensar meia horazita de um fim de tarde de domingo, desses fins de tarde que eu tanto aprecio e que quase sempre são o melhor prémio para mim, de uma semana de trabalho! Como vê nem de longe o deixo em paz! Despediu-se com um post-scriptum que comprovava a sua intimidade com António Ferro, embaixador em Berna e antigo responsável pelos serviços de propaganda nacional, e com as duas mulheres que viviam na casa do ditador — a governanta e a pupila: «P.S. — Peço o favor [de] dar minhas lembranças a dona Maria, e Maria Antónia. O Ferro gostou muito da carta de vossa excelência.»

Quando estava fora do país, o banqueiro esforçava-se por manter a comunicação de domingo com o governante, que anotava estas chamadas no diário com igual deferência: «Pelo telefone, vários e dr. Ric. Esp. Santo». Em 1954, RES acompanhou o presidente da República, Craveiro Lopes, numa viagem de barco a Angola e São Tomé e Príncipe. Esteve fora 7 domingos: apenas num não conseguiu enviar telegramas dirigidos a «sua excelência o presidente do Conselho» e assinados, simplesmente, Ricardo. Nos 6 que enviou, a falta que sentia dos encontros com o ditador foi sempre manifestada de forma crescente: «Sigo bem mas com saudades», escreveu no segundo, a 31 de Maio; a 20 de Junho, manifestava-se «cheio de saudades»; na mensagem do domingo seguinte lia-se: «As saudades são cada vez mais maiores»; e no último notava-se o alívio por estar quase a regressar: «Vou mais contente a pensar que se os deuses nos forem propícios estarei aí no próximo domingo e poderei matar as saudades que já pesam no meu coração. Gostei muito de o ouvir e espero que este já o encontrará no forte.» Neste telegrama, Salazar anotou a azul a instrução: «Saber quando chega o barco». Um funcionário responderia a lápis: «Chega domingo, dia 11 [de Julho], ao meio-dia». E foi nesse domingo às 19h15 que se reencontraram, no forte de Santo António, no Estoril. Até às 21 h, Salazar recolheu informações sobre o negócio do açúcar e «outros assuntos de África», e, claro, quis saber tudo sobre o que ficou descrito no diário como uma «viagem formidável».

SALAZAR E O DINHEIRO - As pequenas agendas de bolso manuscritas são preciosos indicadores sobre os relacionamentos de Salazar. A de 1954, por exemplo, tem cerca de 100 entradas, entre telefones e moradas. Muitas de mulheres: das senhoras com quem teve envolvimentos amorosos — Christine Garnier, namorada da altura, Mercedes de Castro Feijó, Ernestina Afonso de Barros e Felizmina Oliveira, a primeira namorada, que lhe enviava relatórios a denunciar os inimigos do regime em Viseu; das amigas com quem se correspondia ou que eram visitas habituais da casa, entre as quais Jenny Aragão Teixeira, Fernanda Jardim e Arminda Lacerda; e ainda uma dezena de meninas austríacas que chegaram a conhecer e a corresponder-se com Salazar e que pertenciam a um grupo de 5000 crianças acolhidas por famílias portuguesas depois da II Guerra.

Está na agenda a Presidência da República, o Patriarcado (sem referências ao amigo cardeal Cerejeira, mas com menção do padre Carneiro Mesquita, que rezava missa na Residência Oficial), D. Duarte de Bragança (pai de D. Duarte Pio), os ministros da Defesa, da Presidência, dos Negócios Estrangeiros, os embaixadores mais próximos (Marcelo Mathias e José Nosolini), o seu amigo Mário Figueiredo, Álvaro de Sousa, do Banco de Portugal, Duarte Amaral (delegado do Governo na Sacor e pai de Freitas do Amaral) e, claro, os números 60 483, para ligar a RES em Lisboa, e 143, para Cascais.
O banqueiro surgia também na restrita lista de datas de aniversário anotadas, onde era aliás o único homem, a que se juntavam 5 mulheres - Christine Garnier, as infantas D. Maria Antónia e D. Filipa, Maria Luiza Salvação Barreto e Minda (diminutivo de Arminda Lacerda).

Domingo era o dia em que normalmente Salazar tinha audiência marcada com Craveiro Lopes, presidente da República entre 1951-1958. As reuniões começaram por decorrer entre as 11h30 e as 13 h, mas a sua duração foi encurtando. «A partir do momento em que se gerou um clima de menor cordialidade e confiança entre os dois, tornou-se evidente o propósito do chefe do Governo: havia que chegar o mais tarde possível para sair quanto antes. O pretexto era sempre os rigores de pontualidade da senhora D. Berta...», escreveu Manuel José Homem de Mello. Salazar sabia que a primeira-dama era inflexível com a hora do almoço.

Em 11.Set.1954, o presidente estava na Cidadela em Cascais quando Salazar, que estava no forte do Estoril, lhe enviou uma mensagem que evidencia a pouca vontade de ir ao seu encontro: «Como Vossa Excelência não estará livre a partir do meio-dia, eu poderia passar pela Cidadela pelas 11 horas. Entre as 11 e o meio-dia se poderiam, querendo Vossa Excelência, trocar algumas impressões. Será porém necessário que Vossa Excelência tivesse a bondade de mandar-me buscar, pois estou sem carro.» Não conseguiu furtar-se ao encontro. E a falta de viatura terá soado a fraca desculpa. Nesta altura, o ditador tinha à disposição um Cadillac 75, que era o seu transporte habitual, e um Mercedes à prova de bala, que achava muito grande e vistoso e raramente usava. Havia ainda um carro para os secretários, uma carrinha da residência oficial, e 1/2 automóveis da PIDE que o seguiam para todo o lado. «No Cadillac, tive a alegria de ser o primeiro que telefonou para casa do próprio carro, a pedir que pusessem o almoço na mesa», revelou Franz Langhans, secretário da Presidência do Conselho, num depoimento para o livro Salazar visto pelos seus próximos, onde conta também que o motorista conduzia frequentemente a mais de 130 Km/h, mesmo quando o presidente do Conselho seguia no banco de trás.

A 4.Jul.1937, o chefe do Governo foi alvo de um atentado perpetrado por um grupo de anarquistas, quando saía do carro para ir assistir à missa na capela particular de um amigo, Josué Trocado, na Av. Barbosa du Bocage. Escapou sem ferimentos mas começou aí a desenhar-se a necessidade de deixar a sua casa na R. Bernardo Lima para passar a habitar uma residência oficial, junto ao Palácio da Assembleia Nacional. O Estado pagou então 1005 contos — que a preços de 2009 correspondem a € 845 mil — para expropriar a casa e o parque onde viviam 52 freiras, que tiveram de ser realojadas, segundo O Palacete de São Bento, livro editado pelo gabinete do primeiro-ministro. As obras de adaptação da residência ficaram a cargo da Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais, pertencente ao Ministério das Obras Públicas. Foram coordenadas pelo arquitecto António Lino e demoraram quase 2 anos. Salazar elaborou um manuscrito de 28 páginas (a que depois ainda acrescentou mais 13), com a descrição exaustiva do que precisava em cada divisão da casa, e uma nota de aviso logo a abrir: «O trabalho foi feito na orientação de nada modificar do traçado da casa e de não alterar as divisões existentes, aproveitando-se tudo o que existe com a maior economia.» Perguntava se o seu móvel poderia servir para chapéus na entrada da casa; na casa de banho previa uma banheira com água quente, aquecida pelo fogão a esquentador de gás, mas frisava: «Não é preciso comprar; instala-se o meu»; fez questão de levar a sua mobília de escritório para um gabinete no rés-do-chão, e a sua cama para o quarto onde viria a dormir, no 1º andar — «escolhido só por ser o mais silencioso da casa e o mais próximo da casa de banho», justificou. Franco Nogueira descreveu depois na biografia em 6 volumes do ditador: «No seu quarto fica uma ampla cama de pau-preto, sob um crucifixo na parede da cabeceira, e na mesa ao lado dispõe dois medalhões ovais, de marfim, com a efígie de seus pais.» Os telefones ficavam na mesinha-de-cabeceira.

As indicações de Salazar não esqueciam nenhum detalhe: no «escritório habitual de trabalho e de receber (...) falta a carpete (...) que deve ser adquirida em relação com a mobília e a cor das paredes»; nos sanitários: «Deve prever-se que as portas possam ser fechadas por dentro da casa de banho. Nesta não precisa de haver mictório nem gás para aquecedor — mas deve prever-se água quente, aquecida no fogão»; «Sendo possível e não caro, conviria que as casas de banho não fossem inteiramente iguais na cor do material empregado para forrar as paredes e o pavimento.»

Neste manual para a equipa do Ministério das Obras Públicas, deu instruções para que a mobília da sala onde se reunia o conselho de ministros não fosse luxuosa: «A decoração da sala, cortinados, etc. devem ter em conta que a sala se destina principalmente a trabalho intelectual.» Estava disposto a transportar o rádio da sala do conselho para o escritório e quis que os CTT ligassem a mesma antena às duas divisões: «Não é necessário que pudessem funcionar duas telefonias; mas que a telefonia pudesse funcionar em dois lugares.» E quando pensou no vão de escada, Salazar foi quase premonitório: «Terá de ser estudado o aproveitamento deste vão (talvez um divã encimado por pequena prateleira de estante para livros ligeiros?) — pode ficar um cantinho agradável.» Tornou-se de facto um dos seus recantos preferidos, onde tomava o pequeno-almoço e lia os jornais e algumas cartas particulares. Também se ocupou das dependências da residência. O motorista teria de pagar renda e a sua casa deveria «ser mantida no maior estado de limpeza e arrumação». E deixava um aviso: «A vida na casa não pode ser barulhenta e desordenada. Tem de haver ordem e sossego.» Descrevia como deviam ser os quartos e casa de banho do criado, os espaços para os coelhos, as galinhas, os pintainhos e o depósito de lenha, e impôs a criação de uma entrada de serviço pela Calçada da Estrela: «Eram inevitáveis encontros desagradáveis (as pastas dos ministros e as sacas do carvão).»

Publicada por Anabela Melão em 14:09

http://aperscrutadora.blogspot.com/2010/04/salazar-e-os-milionarios-de-pedro-jorge.html

Thursday 9 December 2010

D. DUARTE SUGERE PEDIDO DE EMPRÉSTIMO AO BRASIL


Quinta-feira, 9 de Dezembro de 2010

PORTUGAL DEVE PEDIR EMPRÉSTIMO AO BRASIL, DIZ CHEFE DA CASA REAL

SÃO PAULO - Autoridades portuguesas consideram mais vantajoso negociar um empréstimo com o Brasil para solucionar sua crise da dívida do que buscar ajuda financeira junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) ou à União Europeia (UE), sugeriu dom Duarte Pio, duque de Bragança e chefe da Casa Real Portuguesa, informou a agência de notícias Lusa.

"Tenho indicações de que muito nos beneficiaria negociar com o Brasil um empréstimo para resolver a crise da dívida pública soberana em melhores condições do que com o FMI ou a Europa", declarou dom Duarte, citado pela agência Lusa.

Uma fonte próxima de Dom Duarte observou, em conversa com a Agência Estado, que "há uma tendência, dentro e fora do governo (português) de solicitar o apoio do Brasil". Ainda de acordo com essa fonte, "a compra de títulos portugueses seria, no momento, altamente vantajosa" tanto para Portugal quanto para o Brasil.

http://realfamiliaportuguesa.blogspot.com/2010/12/portugal-deve-pedir-emprestimo-ao.html

TRIPULANTES E TRAFICANTES



Por traficarem droga do Brasil para Portugal

Pilotos condenados a prisão efectiva

Os dois pilotos, dois comissários de bordo e os três empresários que estavam a ser julgados por tráfico de cocaína foram esta quinta-feira a condenados a penas de prisão efectiva, entre os três anos e seis meses e os sete anos e nove meses.

Os pilotos de aviação Jorge Serenadas e Tatiana Azevedo foram condenados a quatro anos e seis meses de cadeia e cinco anos e seis meses, respectivamente. A pena mais elevada, de sete anos e nove meses de prisão, foi atribuída a José Henriques, que comprava a cocaína em Portugal para a revender depois a outros traficantes.

Ricardo Melo foi condenado a sete anos e seis meses de cadeia, Vasco Melo a cinco anos e Patrícia Santos vai ter de cumprir cinco anos e seis meses. Nuno Teixeira recebeu a penas mais curta, de três anos e seis meses.

Os sete arguidos, que viviam com um nível de vida desafogado, estavam acusados de traficar droga a partir do Brasil, para a venderem em Portugal. Nuno Teixeira, de 33 anos, foi o primeiro a ser apanhado a transportar cocaína, em Fevereiro do ano passado. O comissário de bordo da Lusair, que viajou num voo comercial para o Brasil com a piloto Tatiana Azevedo, foi detido no aeroporto de Portela, quando tentava entrar em Portugal com 4,5 quilos de cocaína.

Já em Julho, Ricardo Almeida e Vasco Melo, de 27 e 31 anos, foram detidos no aeroporto, após terem apanhado uma mala de um desconhecido, que continha 14,811 quilos de cocaína. Segundo a acusação, a droga deveria ser entregue a José Henriques, que a comprava para a revender a outros traficantes.

Por:João Tavares

CORREIO DA MANHÃ 9-12-2010

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/pilotos-condenados-a-prisao-efectiva

D. DUARTE PEDIU AJUDA AO BRASIL


Dom Duarte Pio de Bragança já pediu a nacionalidade timorense. Ao i, abre a porta a pedir ainda a nacionalidade brasileira

Dom Duarte serviu o chá, num bule japonês, oferta de um mestre do chá. O sabor adocicado das ervas não merece açúcar, assegurou. Depois recostou-se na cadeira. A sala da fundação Dom Manuel é escura, como imaginamos os castelos, e o dia negro não ajuda. Nas paredes, pinturas a óleo e resquícios de outro regime. Tinha estado ao telefone para Timor, na semana passada pediu a nacionalidade timorense. A brasileira pode ser a seguinte, "quem sabe", diz. Para já, o país que será de Dilma deverá dar uma ajuda às contas nacionais.

Defendeu que Portugal deve pedir ajuda ao Brasil, para evitar a entrada do FMI no país.

Na véspera do dia 1 de Dezembro (Dia da Restauração da Independência), um ministro do futuro governo de Dilma Rousseff - que também é ministro do actual governo de Lula da Silva - telefonou-me e manifestou o interesse do futuro governo brasileiro para apoiar Portugal na questão da dívida externa em melhores condições que o Fundo Monetário Internacional (FMI) e, eventualmente, em melhores condições até que a União Europeia. E gostariam de abrir essa negociação com Portugal logo que Dilma assumisse o governo brasileiro. Aliás, julgo que já houve contactos entre o governo português e o de Lula da Silva durante a Cimeira Ibero-Americana que decorreu na Argentina.

Qual foi o ministro de Lula da Silva que o contactou?

Preferia não revelar o nome.

Mas revelou essa conversa ao governo português?

Sim, claro. E agradeceram. Transmiti, aliás, ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, porque me pareceu que é a pessoa mais indicada e é a pessoa do governo com quem tenho melhores relações.

É apontado como remodelável...

Espero que não, porque é um dos ministros mais competentes e com maior aceitação internacional.

O contacto do ministro brasileiro fez com que no discurso de dia 1 de Dezembro falasse de uma confederação dos países lusófonos?

O telefonema surge na sequência da conversa que tive em Brasília com algumas pessoas do governo e em que manifestei que há em Portugal interesse numa futura confederação de Estados lusófonos. Isto quereria dizer que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) iria evoluir para uma confederação de Estados lusófonos. A confederação não é só uma aliança de Estados, é o começo, de facto, de um Estado. A Commonwealth, que a Inglaterra preside, não é uma confederação, é menos que uma confederação. E a Commonwealth nunca impediu a Inglaterra de pertencer à União Europeia, pelo contrário.

Disse ainda que Portugal é um país humilhado. De quem é a culpa?

A culpa é de todos nós, porque temos um país que, desde que aderiu ao euro, começou a gastar como os alemães e a produzir como europeus do Sul da Europa. Claro que se saíssemos do euro haveria inconvenientes graves, mas por outro lado podíamos passar a ter competitividade económica maior, produzir melhor e mais, exportar mais e o nosso turismo ficava mais competitivo. A desvantagem é que a dívida externa seria mais difícil de pagar. Se entrarmos para uma confederação lusófona, as economias portuguesa, angolana e brasileira poderiam ser mais bem coordenadas e haveria sinergias que seriam certamente benéficas para Portugal.

Pedir dinheiro ao Brasil é menos humilhante do que pedir à Alemanha?

Se resolvermos o problema com o Brasil estamos em família, a família lusófona. Por outro lado, só se faria se as condições fossem melhores. O que é humilhante, no caso do FMI, é que o FMI impõe condições e obrigações, e teremos de nos governar de acordo com as regras do FMI.

É público que pediu a nacionalidade timorense.

O país com o qual tenho as relações mais íntimas e para cuja liberdade dei uma grande contribuição foi Timor. Espero que depois das minhas conversas com o Dr. Ramos-Horta e com Xanana Gusmão seja uma possibilidade. É um gesto de simpatia e de amizade para com Timor. O problema neste momento ainda é um problema legal, como não sou residente lá. Aliás, julgo que poderia pedir a nacionalidade brasileira, visto que a minha mãe é brasileira. Quem sabe...

Fica bem a um rei ter várias nacionalidades...

A rainha de Inglaterra tem dúzias de nacionalidades. Tem a nacionalidade de todos os países da Commonwealth.

A primeira visita ao país deu-se um pouco antes do 25 de Abril.

Fui visitar Timor em 1974, onde tinha na altura o meu camarada do Instituto de Agronomia - o engenheiro Mário Carrascalão. Comecei a ter problemas com a DGS, antiga PIDE, e os timorenses foram intimidados para não virem falar comigo. Quando isso aconteceu, o bispo de Timor da altura convidou-me para ficar hospedado na sua residência. As pessoas faziam de conta que iam visitar o bispo para me visitarem a mim. que estava lá hospedado.

O 25 de Abril deu-se por essa altura?

Dali fui para o Vietname e estava em Saigão quando o presidente do parlamento vietnamita me ligou a contar o que tinha acontecido.

Como reagiu à notícia?

Fiquei muito feliz por achar que o general Spínola iria resolver os problemas nacionais do ultramar e da diplomacia em Portugal. E por isso, mandei um telegrama de apoio à Junta de Salvação Nacional manifestando o meu apoio.

Mas foi Salazar que permitiu que a família do Dom Duarte voltasse a Portugal.

Houve votações no parlamento contra o exílio, que foi considerado ilegítimo. O meu pai queria vir logo para Portugal, mas o governo na altura disse que ainda não era conveniente. De maneira que eu voltei mais cedo e fiquei a estudar em casa da minha tia Filipa em Serpins, ali na Lousã, até que a família voltou toda nos anos 50. Mas as propriedades não foram devolvidas à família, por isso ficámos a viver numa casa emprestada, em Coimbrões (Gaia).

Mas - utilizando uma expressão que está na moda - a família do Dom Duarte estava "integrada" no antigo regime?

O meu pai nunca chegou a conhecer o presidente do governo. Quem tinha mais relações com Salazar era a minha tia Filipa. Eu visitei Salazar três vezes. Achei-o um homem absolutamente notável, muito interessante, simpático. Entretanto, à medida que fui amadurecendo, fui percebendo que a política do regime não tinha solução e encorajei a formação do movimento eleitoral monárquico, que foi o embrião do que mais tarde foi o Partido Popular Monárquico.

As pessoas têm curiosidade de saber do que é que vive.

Tenho um nível de vida discreto. A minha mãe herdou no Brasil parte da nossa sociedade familiar. No Brasil, o governo republicano não roubou a família. Somos proprietários, entre outras coisas, de todo o terreno onde está construída a cidade de Petrópolis e cada pessoa que tenha casa em Petrópolis, quando a vende, tem de pagar um imposto à sociedade familiar. Por outro lado, em Portugal temos uns prédios com rendas muito antigas.

A sua inquilina mais velha, a Dona Maria Luísa, ainda é viva?

Sim, tem 114 anos. É a minha inquilina mais engraçada. Neste momento, ela devolveu o apartamento. Pago-lhe parte das despesas do lar onde está.

Já tem cartão do cidadão?

Tenho o Bilhete de Identidade, enquanto não for obrigado não mudo.

E no BI, está escrito o nome completo: Duarte Pio João Miguel Gabriel Rafael?

Não, só tenho Dom Duarte Pio de Bragança. No registo de baptismo ficou o nome completo, mas só para a dimensão espiritual.

A rainha Dona Amélia foi sua madrinha e o Papa Pio XII o seu padrinho...

A rainha Dona Amélia era muito amiga da família. O rei Dom Manuel reconheceu o meu pai como seu sucessor político e foi padrinho de uma tia minha, a minha tia Maria Adelaide que está também a fazer 100 anos. Foi resistente do nazismo e presa pelos alemães na Áustria porque participava na resistência austríaca contra o domínio alemão, ajudando os refugiados a fugirem para a Suíça. É a última neta viva do rei Dom Miguel. Neta mesmo, não é bisneta. Os outros todos já morreram.

Tem o brevê de piloto. Ainda pilota?

Pilotei um helicóptero em Beja há pouco tempo. Quando o meu antigo instrutor era vivo, voei com ele várias vezes, nomeadamente quando estava em serviço de incêndios.

E a agricultura?

O meu irmão em S. Miguel é que se ocupa da quinta. Produz lá vinho e frutas, mas com grandes problemas económicos. Os agricultores estrangeiros recebem mais subsídios que os portugueses. Nós não recebemos subsídios praticamente nenhuns. Eu sou horticultor. Em Sintra, vou dando uma mão nas nossas hortas. Do que gosto mais são as nossas framboesas, são das melhores que há. Temos legumes frescos, galinhas e patos. As galinhas e os patos são óptimos para reciclar os restos de comida. Salazar criava galinhas em São Bento. O nosso primeiro-ministro podia começar também a fazer o mesmo.

Acha que vamos ter eleições legislativas no próximo ano?

Não faço ideia. Gostaria de ver um governo de unidade nacional. Creio que o candidato Fernando Nobre também propôs isso. As decisões duras que vão ter de ser tomadas seriam mais fáceis se houvesse um consenso e uma responsabilização colectiva pelo menos dos principais partidos. Caso contrário, qualquer partido que esteja no poder vai ter medo de comprometer a sua carreira política, tomando decisões duras. Há decisões práticas que vão ter de ser tomadas, diminuição do número de feriados ou pelo menos juntá-los ao fim-de-semana, por exemplo.

Está preparado para a austeridade?

Vamos ter de aprender a viver bem, com felicidade, com menos. E para isto é muito importante espírito de caridade. Faz-se caridade por amor às pessoas, com pessoas com quem não temos ligação nenhuma. Temos de nos organizar para não haver pessoas a passar fome, para não haver pessoas na rua e na miséria. O Estado não consegue resolver os problemas, gasta muito dinheiro com pessoas que não precisam ou que não querem trabalhar e temos muitas pessoas que não são ajudadas.

http://www.ionline.pt/conteudo/92853-brasil-quer-apoiar-portugal-na-crise-da-divida-com-melhores-condicoes-que-o-fmi

PROFESSOR DE GINÁTICA CONDENADO

Jovem ficou com sequelas depois de salto mortal falhado em colégio de Lousada

Professor condenado a pagar 75 624 € por lesão de aluna

O Supremo Tribunal de Justiça confirmou a condenação de um professor de Educação Física de um colégio da Lousada ao pagamento de uma indemnização de 75 624 euros a uma aluna que sofreu lesões graves ao executar um salto mortal.

Segundo o acórdão, a que a Lusa teve acesso, compete ao professor conhecer e preparar os alunos e é "seu dever não permitir que um aluno impreparado ou mal treinado para executar o salto mortal, o executasse".

Para o Supremo Tribunal de Justiça, "executar um salto mortal é um exercício físico de risco para a saúde, seja ele feito por uma adolescente numa escola, ou por um praticante medalhado em alta competição".

O acórdão sublinha que, mesmo na alta competição de ginástica, é usual ver-se um treinador "muito perto" do aparelho onde decorre o exercício a vigiar a sua execução, "estando atento e pronto a intervir no caso de uma falha técnica".

O tribunal concluiu que, no acidente do colégio da Lousada, a aluna, então com 15 anos, "não recebeu o auxílio de ninguém", encontrando-se o professor "a cerca de cinco metros" do local onde decorriam os exercícios.

Os factos remontam a 15 de Outubro de 2001, durante uma aula de Educação Física de uma turma do 9º ano do colégio em Santa Eulália das Barrosas, Lousada.

A turma estava a treinar o salto mortal, mas uma aluna de 15 anos não seguiu as instruções prévias do professor e não enrolou o corpo, caindo no chão sobre a cabeça e ombros.

Em consequência da queda, a aluna apresenta sequelas de carácter permanente, consistentes, entre outras, em cervicalgias e mobilização dolorosa da coluna cervical, em especial nas rotações.

Estas sequelas determinaram-lhe uma incapacidade permanente para todo e qualquer trabalho em 15 por cento, que se agravará no futuro em 5 por cento.

O professor, nos seus recursos, alegou que a responsabilidade, a existir, deveria ter sido exigida ou ao estabelecimento de ensino ou ao Estado Português, pelo facto de tornar obrigatório o salto mortal no 9º ano de escolaridade.

Alegou ainda que a culpa foi da aluna, por, ao efectuar o salto mortal, não ter enrolado o corpo.

O professor admitiu ainda que se, na altura do salto, tivesse intervindo, fazendo com que a aluna caísse não com a cabeça mas sim com a coluna vertebral, as consequências poderiam ainda ser piores, elevando as lesões "que até poderiam ser mortais".

No entanto, o tribunal, nas várias instâncias, considerou que o professor não acompanhou "de modo proficiente a execução do salto mortal, quando tinha a "obrigação" de assegurar que os exercícios executados sob a sua vigilância não poriam em causa a saúde dos alunos.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/professor-condenado-a-pagar-75-624--por-lesao-de-aluna

Tuesday 7 December 2010

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS ADERE À ARBITRAGEM

Conflitos com funcionários e com fornecedores passam a poder ser resolvidos fora dos tribunais. Os funcionários e os fornecedores das lojas do cidadão e de entidades dependentes da Presidência do Conselho de Ministros (PCM) como o Instituto do Desporto, o Instituto Português da Juventude ou a Inspecção geral da Administração Local, vão passar a poder resolver através da arbitragem eventuais conflitos que surjam nas suas relações com o Estado.

Segundo Nuno de Villa Lobos, director do Centro de Arbitragem Administrativa (CAAD), este meio de resolução de litígios, alternativo aos tribunais, está a cargo do Centro, ao qual a Presidência do Conselho de Ministros deverá aderir até ao final deste ano.

O alvo da arbitragem administrativa são essencialmente os litígios relativos à contratação e ao emprego, mas também os relacionados com apoios financeiros formalizados através de contratos. Ao aderirem ao CAAD as entidades públicas comprometem-se a aceitar – se as partes assim o entenderem – o recurso à arbitragem, mediação ou conciliação.

Prevê-se que, para além da Justiça e do Ensino Superior e da Cultura, o Ministério das Finanças seja o próximo a aderir a esta forma de resolução alternativa de litígios. Os contribuintes passam a poder optar pela arbitragem por alternativa aos tribunais sempre que estiverem em conflito com o Fisco. A lei está pronta e aguarda apenas a promulgação pelo Presidente da República e a arbitragem tributária fica a cargo do Centro de Arbitragem administrativa.

http://www.advocatus.pt/content/view/3323/11/

ADVOCATUS 6-12-2010

Monday 6 December 2010

ALINA VAZ E MANUELA MARIA FALAM DE VIRGÍLIO TEIXEIRA


Virgílio Teixeira era um "homem elegante" e um "actor seguro"

As actrizes Alina Vaz e Manuela Maria, que contracenaram com Virgílio Teixeira na telenovela "Chuva na areia" (1984), guardam a memória de um "homem elegante" e um "actor muito seguro".

"Sendo um senhor de 67 anos, naquela altura, continuava um homem muito bonito, charmoso e um eterno galã", disse a actriz Alina Vaz.

Alina Vaz referiu "o curioso trabalho de equipa entre ele e Mariana Rey Monteiro. Os dois formavam o casal rico da vila, e trabalham juntos entreajudando-se".

"Era um homem encantador e um excelente colega", disse por seu turno Manuela Maria.

A atriz referiu o facto de o ator ter sido "primeira figura do cinema espanhol". Em 1951 foi considerado o melhor ator do cinema espanhol.

Foi em Espanha que o actor integrou o elenco de "Usted tiene ojos de mujer fatal" (1962), "La hermana alegría" (1955), "El verdugo" (1948) e protagonizou "La Estrella del Rey" (1957) e "La Tirana" (1958).

Alina Vaz salientou ter Virgílio Teixeira sido "o primeiro actor nacional a filmar em Hollywood, a meca do cinema, e ser ainda hoje o mais internacional dos nossos actores".

Teixeira participou em "The Seventh Voyage of Sinbad" ("A sétima viagem de Simbad"), de 1958, e "The Happy Thieves" ("Os alegres ladrões"), de 1962, em que contracenou com Rex Harrison e Rita Hayworth.

"Nunca foi protagonista no cinema americano", referiu Alina Vaz que citou ainda as "belíssimas participações" nos filmes "The Fall of the Roman Empire" (A queda do Império Romano), de 1964, "Doctor Zhivago" ("Doutor Jivago"), de 1965, "A Man Could Get Killed" e "Return of the Seven" ("O Regresso dos Sete Magníficos"), ambos de 1966.

Contracenou com Richard Burton em "Alexander, the Great" ("Alexandre, o grande"), de Robert Rossen, filmado em Espanha em 1956.

"Foi um actor essencialmente de cinema, apesar de ter feito algum teatro, especialmente no palco do Avenida, em Lisboa", recordou Manuela Maria.

Em Portugal, o actor contracenou com Amália Rodrigues e António Silva em "Fado História de uma cantadeira" (1947) e foi o protagonista de "Zé do Telhado" com o qual foi distinguido com o Prémio SNI para o Melhor Actor.

Depois de ter feito uma pausa de alguns anos, Virgílio Teixeira regressou à representação, tendo participado nomeadamente, em 1988, no filme "A Mulher do Próximo" de José Fonseca e Costa, e no ano seguinte em "Eternidade" de Quirino Simões, já depois de ter feito para televisão "Chuva na Areia", com guião de Luís de Sttau Monteiro.

No total, Virgílio Teixeira participou em 50 filmes espanhóis, 25 portugueses, 15 norte-americanos, seis italianos, seis ingleses, e um francês, e ainda em 130 programas de televisão.

Virgílio Teixeira participou nas séries televisivas "A Casa da Saudade" de Filipe La Feria (2000) e o "Hotel Bon Séjour" (1998), gravada na freguesia do Monte, no Funchal, da autoria de Ferrão Katzenstein.

O Festival de Cinema do Funchal em 2006 distinguiu-o com o Prémio Carreira.

Virgílio Teixeira, 93 anos, faleceu domingo no Hospital João de Almada, no Funchal.

As exéquias só se realizarão quando regressarem ao Funchal os dois filhos do ator, disse hoje à Lusa a viúva, Vanda Teixeira.

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=1728725

MORREU VIRGÍLIO TEIXEIRA


Fez carreira em Espanha e em Hollywood

Actor Virgílio Teixeira morre aos 93 anos

O actor português Virgílio Teixeira, que contracenou com Amália Rodrigues em 'Fado, História de uma Cantadeira', morreu no domingo à noite no Funchal, aos 93 anos, disse à Lusa a sua mulher, Vanda Teixeira.

Considerado um galã do cinema português nos anos 40 e 50, Virgílio Teixeira morreu na sequência de problemas respiratórios, disse a mesma fonte.

Virgílio Teixeira nasceu a 26 de Outubro de 1917 no Funchal, fez cinema em Portugal, em Espanha, onde atingiu grande notoriedade, e em Hollywood, onde participou em 'Alexandre, o Grande', de Robert Rossen, e teve um pequeno papel 'Doutor Jivago', de David Lean. Além disso, teve uma breve passagem pelo teatro.

Estreou-se no cinema em 'Ave de Arribação' (1943), de Armando Miranda, e teve uma pequena participação em 'O Costa do Castelo' (1943), de Artur Duarte.

Em 1948, protagonizou o papel de Júlio, um guitarrista por quem a personagem de Amália Rodrigues se apaixona no 'Fado, História de uma Cantadeira', de Perdigão Queiroga.

Mais recentemente, participou na telenovela 'Chuva na Areia' (1984) e no filme 'A Mulher do Próximo' (1982), de José Fonseca e Costa.

Alberto João Jardim: "Era um grande madeirense"

"Era um grande madeirense e não me esqueço que foi o primeiro director do Centro das Comunidades Madeirenses. Tínhamos que atingir as comunidades e ele fez um trabalho notável. Custa-me porque era um grande amigo."

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/actor-virgilio-teixeira-morre-aos-93-anos