Entrevista: José Farinha
"Nem me cobrou direitos de autor”
José Farinha estreia-se no cinema com ‘O Inimigo sem Rosto’, filme sobre a corrupção em Portugal baseado no livro de Maria José Morgado.
CORREIO DA MANHÃ 4-08-2010
Correio da Manhã – Como surgiu a ideia de adaptar ‘O Inimigo sem Rosto’, livro da procuradora-geral--adjunta Maria José Morgado?
José Farinha – Tinha visto um artigo sobre o livro e fiquei curioso em lê-lo e perceber se poderia fazer um filme sobre corrupção.
– O tema interessava-lhe?
– Sim. Quis mostrar as dúvidas que surgiam àqueles polícias [da Judiciária] que buscam a verdade no crime de fraude fiscal. A Justiça continua com vontade de investigar novos casos e apurar a verdade. A democracia portuguesa está podre mas devemos sempre exigir a verdade.
– Qual é a trama do filme?
– É a história de três indivíduos – o ‘Feiticeiro’ (José Wallenstein), o ‘Albatroz’ (António Melo) e o ‘Turbo’ (Paulo Nery) – que têm como negócio-base o contrabando de tabaco. A partir daí lavam dinheiro em offshores e transformam-no em outros negócios legais.
– O filme também tem um lado sentimental.
– Eles gostam sempre de ter alguém a quem contar os seus feitos e, muitas vezes, são as prostitutas que lhes servem de porto de abrigo em vez da família.
– As prostitutas [São José Correia e Maria João Bastos] têm muito poder sobre os vilões...
– Quem manda são as mulheres. É assim desde sempre.
– ‘O Inimigo sem Rosto’ ficou pronto em 2006. Porquê a estreia só agora?
– Foi rodado no fim de 2005, antes de ‘Corrupção’ ou ‘Call Girl’, que também abordam estes temas. O atraso deve-se a burocracias e à dificuldade em arranjar distribuidora. A Lei do Cinema devia obrigar as distribuidoras e salas a exibirem uma quota de cinema português.
– Qual foi a reacção de Maria José Morgado ao seu filme?
– Desde o primeiro contacto, há cinco anos, que gostou da ideia. E nem me cobrou direitos de autor pela adaptação do livro!... Imagino que tenha gostado já que a luta contra a corrupção é um tema que lhe é tão caro...
"Nem me cobrou direitos de autor”
José Farinha estreia-se no cinema com ‘O Inimigo sem Rosto’, filme sobre a corrupção em Portugal baseado no livro de Maria José Morgado.
CORREIO DA MANHÃ 4-08-2010
Correio da Manhã – Como surgiu a ideia de adaptar ‘O Inimigo sem Rosto’, livro da procuradora-geral--adjunta Maria José Morgado?
José Farinha – Tinha visto um artigo sobre o livro e fiquei curioso em lê-lo e perceber se poderia fazer um filme sobre corrupção.
– O tema interessava-lhe?
– Sim. Quis mostrar as dúvidas que surgiam àqueles polícias [da Judiciária] que buscam a verdade no crime de fraude fiscal. A Justiça continua com vontade de investigar novos casos e apurar a verdade. A democracia portuguesa está podre mas devemos sempre exigir a verdade.
– Qual é a trama do filme?
– É a história de três indivíduos – o ‘Feiticeiro’ (José Wallenstein), o ‘Albatroz’ (António Melo) e o ‘Turbo’ (Paulo Nery) – que têm como negócio-base o contrabando de tabaco. A partir daí lavam dinheiro em offshores e transformam-no em outros negócios legais.
– O filme também tem um lado sentimental.
– Eles gostam sempre de ter alguém a quem contar os seus feitos e, muitas vezes, são as prostitutas que lhes servem de porto de abrigo em vez da família.
– As prostitutas [São José Correia e Maria João Bastos] têm muito poder sobre os vilões...
– Quem manda são as mulheres. É assim desde sempre.
– ‘O Inimigo sem Rosto’ ficou pronto em 2006. Porquê a estreia só agora?
– Foi rodado no fim de 2005, antes de ‘Corrupção’ ou ‘Call Girl’, que também abordam estes temas. O atraso deve-se a burocracias e à dificuldade em arranjar distribuidora. A Lei do Cinema devia obrigar as distribuidoras e salas a exibirem uma quota de cinema português.
– Qual foi a reacção de Maria José Morgado ao seu filme?
– Desde o primeiro contacto, há cinco anos, que gostou da ideia. E nem me cobrou direitos de autor pela adaptação do livro!... Imagino que tenha gostado já que a luta contra a corrupção é um tema que lhe é tão caro...