Pedida insolvência da Upacal
Deu entrada no Tribunal das Caldas da Rainha, a 24 de Agosto, um processo de insolvência da sociedade por quotas União Panificadora Caldense, Lda.
A insolvência foi pedida por dois funcionários que reclamam o pagamento de ordenados em atraso. Estes ex-trabalhadores tinham apresentado a rescisão com justa causa por não receberem há mais de 60 dias.
A acção foi interposta pela advogada Anabela Coelho, em nome de Luís Santo e Lúcia Pereira, sendo referidas alegadas dificuldades da empresa em poder pagar as suas dívidas.
Segundo Luís Santo, já há algum tempo que havia problemas financeiros e atrasos nos ordenados na Upacal, mas estes agravaram-se com a actual gerência.
Na passada quarta-feira, 1 de Setembro, mais 27 trabalhadores pediram rescisão de contrato por justa causa, por estarem sem receber há 60 dias. Estarão também em dívida o subsídio de férias de 2009 e de 2010 a todos os funcionários.
Os trabalhadores queixam-se ainda de não terem seguro de acidentes de trabalho.
O gerente da empresa, Joel Henriques, que ocupa este cargo há três meses, não quis tecer comentários sobre este pedido de insolvência, garantindo apenas que a sua intenção é a de tornar a Upacal mais sólida.
O empresário comentou que poderia ter suspendido os contratos de trabalho dos funcionários depois da ASAE ter mandado parar a produção em Julho, mas que quis “resolver a situação de boa fé”.
Segundo Joel Henriques, a sua intenção era a de retomar a produção rapidamente, mas têm acontecido diversas contratempos que estão a atrasar o processo.
O gerente da Upacal tem sido acusado de estar a pressionar alguns funcionários para assinarem acordos de rescisão por valores irrisórios. Joel Henriques garante que as pessoas têm saído satisfeitas com a indeminização paga.
Segundo Luís Santo, houve uma pessoa que “aceitou uma ninharia” porque estava quase a passar fome por não receber o vencimento.
Luis Santo, falando em nome de outros colegas, acusa o gerente de maus tratos psicológicos sobre o pessoal, o que este rejeita, afirmando que que “podem dizer o que quiserem”, mas que ele próprio tem razões de queixa de algumas pessoas e prefere não tratar dessas questões na praça pública.
Contudo, houve uma funcionária que pediu baixa psiquiátrica porque não aguentou mais a pressão do gerente. “Às vezes ela até caia no chão com medo dele”, disse Luis Santo.
PREJUÍZOS DE 27 MIL EUROS EM 2009
Em 2009 a Upacal teve um volume de vendas próximo dos 2 milhões de euros, mas registou prejuízos de 27 mil euros. E dos quase cem funcionários que tinha há um ano, só tem neste momento 41 (sem contar ainda os 29 que pediram a rescisão do contrato).
Joel Henriques sublinha que só está na gestão da empresa há três meses e que nessa altura tinha um quadro de quase 60 pessoas, tendo-se conseguido reduzir o pessoal através de rescisões amigáveis.
O gerente diz que o seu plano de recuperação passa por reduzir nos custos e, consequentemente, o quadro do pessoal que não deverá ter mais de 20 pessoas.
“Em três meses pagámos 100 mil euros de dívidas”, disse à Gazeta das Caldas, acrescentando que a empresa tem uma estrutura de custos muito elevada, por exemplo, ao nível da frota e do combustível. Só em consumo de gás, conta, foram gastos 10 mil euros em Julho, que tiveram de ser pagos de imediato.
Dos inúmeros postos de venda que detinha nas Caldas e na região, a Upacal já só detém dois na cidade, um no Nadadouro, outro na Foz, para além da fábrica. Este emagrecimento, feito através da alienação dos próprios imóveis, foi feito na anterior gerência. Joel Henriques diz que não sabe quanto rendeu nem o que foi feito desse dinheiro, mas presume que foi para pagar dívidas.
Actualmente a gerência da Upacal é composta por Joel Henriques, que tem formação em Engenharia e por Cláudio Grácio, que é técnico oficial de contas.
Pedro Antunes
pantunes@gazetacaldas.com
Carlos Cipriano
cc@gazetacaldas.com
1-09-2010
Deu entrada no Tribunal das Caldas da Rainha, a 24 de Agosto, um processo de insolvência da sociedade por quotas União Panificadora Caldense, Lda.
A insolvência foi pedida por dois funcionários que reclamam o pagamento de ordenados em atraso. Estes ex-trabalhadores tinham apresentado a rescisão com justa causa por não receberem há mais de 60 dias.
A acção foi interposta pela advogada Anabela Coelho, em nome de Luís Santo e Lúcia Pereira, sendo referidas alegadas dificuldades da empresa em poder pagar as suas dívidas.
Segundo Luís Santo, já há algum tempo que havia problemas financeiros e atrasos nos ordenados na Upacal, mas estes agravaram-se com a actual gerência.
Na passada quarta-feira, 1 de Setembro, mais 27 trabalhadores pediram rescisão de contrato por justa causa, por estarem sem receber há 60 dias. Estarão também em dívida o subsídio de férias de 2009 e de 2010 a todos os funcionários.
Os trabalhadores queixam-se ainda de não terem seguro de acidentes de trabalho.
O gerente da empresa, Joel Henriques, que ocupa este cargo há três meses, não quis tecer comentários sobre este pedido de insolvência, garantindo apenas que a sua intenção é a de tornar a Upacal mais sólida.
O empresário comentou que poderia ter suspendido os contratos de trabalho dos funcionários depois da ASAE ter mandado parar a produção em Julho, mas que quis “resolver a situação de boa fé”.
Segundo Joel Henriques, a sua intenção era a de retomar a produção rapidamente, mas têm acontecido diversas contratempos que estão a atrasar o processo.
O gerente da Upacal tem sido acusado de estar a pressionar alguns funcionários para assinarem acordos de rescisão por valores irrisórios. Joel Henriques garante que as pessoas têm saído satisfeitas com a indeminização paga.
Segundo Luís Santo, houve uma pessoa que “aceitou uma ninharia” porque estava quase a passar fome por não receber o vencimento.
Luis Santo, falando em nome de outros colegas, acusa o gerente de maus tratos psicológicos sobre o pessoal, o que este rejeita, afirmando que que “podem dizer o que quiserem”, mas que ele próprio tem razões de queixa de algumas pessoas e prefere não tratar dessas questões na praça pública.
Contudo, houve uma funcionária que pediu baixa psiquiátrica porque não aguentou mais a pressão do gerente. “Às vezes ela até caia no chão com medo dele”, disse Luis Santo.
PREJUÍZOS DE 27 MIL EUROS EM 2009
Em 2009 a Upacal teve um volume de vendas próximo dos 2 milhões de euros, mas registou prejuízos de 27 mil euros. E dos quase cem funcionários que tinha há um ano, só tem neste momento 41 (sem contar ainda os 29 que pediram a rescisão do contrato).
Joel Henriques sublinha que só está na gestão da empresa há três meses e que nessa altura tinha um quadro de quase 60 pessoas, tendo-se conseguido reduzir o pessoal através de rescisões amigáveis.
O gerente diz que o seu plano de recuperação passa por reduzir nos custos e, consequentemente, o quadro do pessoal que não deverá ter mais de 20 pessoas.
“Em três meses pagámos 100 mil euros de dívidas”, disse à Gazeta das Caldas, acrescentando que a empresa tem uma estrutura de custos muito elevada, por exemplo, ao nível da frota e do combustível. Só em consumo de gás, conta, foram gastos 10 mil euros em Julho, que tiveram de ser pagos de imediato.
Dos inúmeros postos de venda que detinha nas Caldas e na região, a Upacal já só detém dois na cidade, um no Nadadouro, outro na Foz, para além da fábrica. Este emagrecimento, feito através da alienação dos próprios imóveis, foi feito na anterior gerência. Joel Henriques diz que não sabe quanto rendeu nem o que foi feito desse dinheiro, mas presume que foi para pagar dívidas.
Actualmente a gerência da Upacal é composta por Joel Henriques, que tem formação em Engenharia e por Cláudio Grácio, que é técnico oficial de contas.
Pedro Antunes
pantunes@gazetacaldas.com
Carlos Cipriano
cc@gazetacaldas.com
1-09-2010
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