Sunday, 9 January 2011

ORDEM DOS ADVOGADOS: TOMADA DE POSSE POLÉMICA


José António Barreiros impedido de falar na tomada de posse do Bastonário
Antigo presidente do Conselho Superior da Ordem aceitou estar presente sem falar. E esperava do Bastonário um discurso apaziguador, que não aconteceu.

O advogado, José António Barreiros, antigo presidente do Conselho Superior da Ordem dos Advogados, foi impedido de usar da palavra na cerimónia da tomada de posse na Ordem dos Advogados, esta semana. De acordo com o jornal "i", "Foi a primeira vez na história da Ordem que os titulares dos conselhos cessantes ficam impedidos de falar", disse ao jornal um membro daquele conselho, explicando ainda que José António Barreiros aceitara estar presente sem falar, na esperança que o discurso do Bastonário, António Marinho e Pinto, apaziguasse a situação interna Ordem. No entanto, tal não aconteceu. O discurso do Bastonário levou, pelo contrário, à saída da sala de grande número de advogados, como forma de protesto ao conteúdo do discurso proferido.

CALCULADORA DA DURAÇÃO DE PROCESSOS CÍVEIS

Um grupo de cidadãos criou um sistema de cálculo online que permite visualizar a duração de processos judiciais em várias comarcas para ajudar a compreender melhor a Justiça em Portugal.
O sistema permite calcular, por exemplo, a duração de processos por área geográfica, assim como por tipo de processo, permitindo saber que um processo civil nos Juízos Cíveis de Lisboa tem uma duração média de 62 meses, enquanto em Coimbra o mesmo processo demoraria 19 meses.

"Apercebemo-nos que a justiça é uma das áreas mais faladas e vemos casos de processos que duram 20 anos. Achámos que sendo nós da área das Tecnologias de Informação, poderíamos desenvolver uma ferramenta que permitisse conhecer melhor o sistema", disse à Lusa Paulo Trezentos, professor assistente do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) e um dos autores do projecto.

O Justiça Open Data centra-se na criação de elementos visuais que ajudam a compreender indicadores e estatísticas, permitindo assim uma melhor compreensão da realidade e ao mesmo tempo disponibilizar via internet os dados recolhidos. A escolha da área da justiça, com a qual os mentores do projecto não têm qualquer afinidade profissional, prende-se com a percepção de que "este sector é dos mais inoperantes".

"Em dois meses foi criada a equipa depois de termos participado no Sapo Codebits, um evento que reúne programadores para implementar ideias", explicou.

Segundo o grupo, nos dias de hoje a informação é mais do que estatísticas ou dados em bruto sendo seu entendimento de que prestar informação é fornecer mecanismos de visualização que permitam interpretar o que está acontecer, explorando os dados de forma simplificada.

"E essa é uma lacuna que as consequentes vagas de modernização da Administração Pública ainda não colmataram", explicam. O OpenData é um projecto não-lucrativo, não governamental e desenvolvido originalmente no âmbito do SAPO Codebits, sendo a informação sobre os serviços de justiça baseada nos dados estatísticos oficiais.

http://justica.opendata.org.pt/calculadora.php

http://projectoiuris.grouply.com/message/3326?nm=Group&st=2011-01-06+04%3A35%3A29&et=2011-01-07+05%3A12%3A50&d_nf_fids=4004,72039&m_ref=m_gnm1795240141

ALAIN DE BENOIST OU A NOVA DIREITA FRANCESA


Uma visita curiosa

Alain de Benoist veio a Portugal. A recebê-lo - quem, senão ele? - Nuno Rogeiro, para a indeclinável entrevista televisiva. O auto-proclamado observador da vida política trouxe consigo obra recente, intitulada Un de Droite.

Recuei trinta anos, até ao impacto em Portugal das teses da Nova Direita Francesa. Vi-me com os tons azuis do pesadíssimo, corpulento, Nova Direita, Nova Cultura, na minha mão, em volta de (mais) uma acesa discussão política. Ainda em plena Guerra Fria, a Esquerda no auge da sua força e a quase maioria restante, timorata, muito agarrada ao Centro.

Os anfitriões de Benoist foram, então, quantos se reviam no pensamento de Jaime Nogueira Pinto. Intervindo na discussão, os universitários monárquicos nortenhos, onde reconheceram o arrojo de quem tão frontalmente se demarcava da Esquerda "monopolista da verdade", viram propostas em nada servindo a medidas de Portugal. A apologia do Individualismo, as portas abertas para o liberalismo económico - tudo isso ia muito mal com as raizes comunitárias da nossa identidade nacional.

Em suma, se a análise de Charles Maurras foi magistralmente traduzida para português por António Sardinha e os Integralistas Lusitanos, o mesmo não logrou Benoist. A sua obra a breve trecho era remetida para a prateleira dos visionários, quiçá encostada à Terceira Vaga de Alvin Toffler.

Nada mudou, entretanto. Instado por Rogeiro, na entrevista, a pronunciar-se sobra a famigerada trilogia, Benoist preferiu uma Liberdade-Qualidade-Identidade. De imediato submergindo nas - por si defendidas - origens pagãs da Europa, na urgência de encontrar culturas perdidas para descobrir o mundo novo da actualidade. Onde, pelos vistos, a civilização ocidental cristã afinal não o é.

Ora, Portugal - o Portugal genuíno - nasceu e cresceu sobre o amparo político da Monarquia e a matriz cultural da Igreja. Não estão em causa os caminhos que cada um queira- sempre livremente, é claro - trilhar. Mas não vejo haja muito espaço de manobra, se a opção for a de continuarmos a ser o que sempre fomos - portugueses.

O Passado recente, o Presente, a improbabilidade de um Futuro falam por si...

publicado por João Afonso Machado

http://corta-fitas.blogs.sapo.pt/4089766.html