Tuesday, 14 September 2010

SISTEMA DO ACESSO AO DIREITO: ESCLARECIMENTO DO BASTONÁRIO

Caros Colegas

Após vários contactos e reuniões com o governo, posso informar que durante esta semana, estará concluído o pagamento de todos os honorários devidos aos Colegas que prestam apoio judiciário, e que se tenham vencido este ano até ao final de Agosto.

Tais pagamentos totalizam mais de 17 milhões de euros, o que eleva para 33 milhões de euros o montante global pago durante o ano de 2010 aos Advogados que colaboram no sistema de acesso ao direito.

Por outro lado, só no ano de 2009 o estado pagou aos Advogados que prestam esse serviço uma quantia superior a 51 milhões de euros, a qual estava toda liquidada em Fevereiro de 2010.

O Bastonário e o Conselho Geral continuam firmemente empenhados em defender este modelo de apoio judiciário criado em 2008 porque ele é o que melhor responde aos interesses dos cidadãos sem recursos económicos para aceder à justiça.

No momento actual, defendemos intransigentemente este modelo porque ele é também o mais democrático e o mais transparente nas nomeações de Advogados, pois impede favoritismos. Agora, todos são tratados por igual e as nomeações já não são feitas por magistrados, por funcionários judiciais ou por polícias, mas sim exclusivamente pela OA e de forma a não privilegiar ninguém, ao contrário do que acontecia anteriormente. Além disso, o apoio judiciário só pode ser prestado por Advogados e não por quaisquer outras pessoas.

Agora, o apoio judiciário é utilizado exclusivamente no interesse dos cidadãos mais desfavorecidos e não de forma espúria para outros fins que não aquele que determinou a sua criação. Com efeito, este sistema de acesso ao direito não foi criado para a Ordem o usar como laboratório de formação profissional, nem para ajudar os formandos a pagarem as elevadas «propinas» que a Ordem lhes cobrava, mas sim para permitir que os cidadãos sem recursos económicos possam aceder com o mínimo de dignidade ao direito e aos tribunais.

Enquanto eu for Bastonário este modelo de acesso ao direito estará aberto a todos os Advogados que se queiram inscrever e não será só para alguns escolhidos como ainda acontece com a formação, por exemplo.

O Bastonário e o Conselho Geral têm acompanhado todas as vicissitudes do sistema, tendo já sido criadas comissões conjuntas (da OA e do Ministério da Justiça) que estão a monitorizar o seu funcionamento. Além disso, temos vindo a efectuar alguns aperfeiçoamentos entre os quais se destaca o facto de a partir deste mês as despesas efectuadas com os processos passarem a ser homologadas pela OA e já não pelos juízes como acontecia até agora.

Por fim, posso adiantar que já foi criada uma comissão conjunta entre o governo e a OA com vista a estudar as condições para que os pagamentos dos honorários passem a ser feitos pela própria Ordem.

Enfim, não estamos parados e não permitiremos o regresso ao passado. Não mais permitiremos tabelas de honorários de 6 euros por mês como acontecia quando tomámos posse em Janeiro de 2008. Queremos honorários dignos para todos os Advogados que prestam apoio judiciário e que sejam pagos sem atrasos. E vamos consegui-lo.

Por isso, peço a todos os Colegas que estão inscritos no sistema para não tomarem iniciativas individuais ou de grupo sem previamente se concertarem com a Ordem. Numa altura em que aparecem vozes ao mais alto nível a pedir a substituição do sistema de acesso ao direito por um sistema de defensores públicos, deve salientar-se que as questões relativas ao apoio judiciário não podem ser tratadas publicamente nem a duas vozes. Além disso não é curial que, sobre esta matéria, o Bastonário venha a saber por terceiros das iniciativas tomadas por aqueles que institucionalmente representa.

A. Marinho e Pinto
(Bastonário)

Ordem dos Advogados - site 14-09-2010

GESTÃO DANOSA NA GEBALIS

Tribunal: Gestão de empresa da Câmara de Lisboa com os bairros sociais

Almoçaradas vão a tribunal

O julgamento dos três ex-administradores da Gebalis, empresa da Câmara de Lisboa com a gestão dos bairros sociais, deverá ser marcado dentro de dias. Francisco Ribeiro, Clara Costa e Mário Peças, que gastaram milhares de euros em restaurantes e viagens, foram pronunciados pelos crimes de peculato e de administração danosa.

O julgamento, segundo o CM apurou, será marcado pela 6ª Vara do Tribunal Criminal de Lisboa, onde o processo está depois de ter havido dúvidas sobre se ficaria na 5ª ou na 6ª varas criminais. Os ex-gestores da Gebalis foram acusados pelo Ministério Público, no final de 2008, de terem causado à Gebalis um prejuízo total de cerca de 200 mil euros.

A investigação da Polícia Judiciária apurou que de Fevereiro de 2006 a Outubro de 2007 os administradores foram responsáveis por despesas de 64 mil euros em almoços e jantares em restaurantes, muitos deles de luxo, em Portugal e no estrangeiro.

Francisco Ribeiro, Clara Costa e Mário Peças tinham oito cartões de crédito da Gebalis com um plafond mensal entre cinco mil e dez mil euros. A Gebalis avançou com um pedido indemnização aos ex-gestores de 5,9 milhões de euros por danos patrimoniais.

Por:António Sérgio Azenha

CORREIO DA MANHÃ 14-09-2010

CHARLOTTE GODMOTHER OF MONACO POLICE

2010 Policewoman Charlotte

She's glamorous, she's gorgeous and she's fighting crime in the skies and on the high seas! Okay, not really but last Tuesday Charlotte Casiraghi was appointed, by her uncle HSH Prince Albert II, to the honorary position of "Godmother" of Public Safety for the Maritime and Airport Police of Monaco.

While marking the fiftieth anniversary of the Maritime Police of Monaco the Casiraghi cutie was on hand with her uncle, in full police uniform as the newly named marraine of Public Safety. After greetings and a few pictures Prince Albert and Charlotte boarded the speedboat La Vigilante to oversee a demonstration of rescue operations procedures as two police divers leaped from an overhead helicopter into the sea to rescue the "victims". Later, Charlotte awarded a plaque to the division of Public Safety to mark the occasion and the Sovereign Prince presented them with a model of the police speedboat itself.

Following these ceremonies André Muhlberger, director of Public Safety, addressed the assembled company which included the commandant of the Maritime Police Alain van den Corput, director of the Naval Museum Claude Pallanca, Minister of State Michel Roger, President of the National Council Jean-François Robillon, mayor Georges Marsan, Monseigneur Barsi, Colonel Luc Fringant, Fire Commander Tony Varo and director of the Oceanographic Museum Robert Calcagno, a real "who's who" of the leadership in Monaco.

I am very glad Charlotte chose to get involved in this way, I always love to see the Casiraghis getting more involved in the national life of Monaco and this was a great way to draw attention to the long and dedicated service of the Monegasque police forces who have done admirable work over the years preventing Monaco from becoming a haven for organized crime as many once predicted. And it goes without saying that Charlie looked great in her police uniform. She could arrest me anytime.

MAD FOR MONACO Tuesday, September 14,

Monday, 13 September 2010

ORDENAÇÃO DE MULHERES É UM CRIME GRAVE

Vaticano. Aos olhos da lei divina, ordenar mulheres é tão grave como a pedofilia

Pressão pública dos escândalos de pedofilia levam Igreja a adoptar medidas mais duras e céleres nos casos de abuso sexual

Gabriella Valeri Ward, uma arquitecta católica de Staten Island, Nova Iorque, desde os cinco anos que sentiu o chamamento para trabalhar na casa de Deus. Aos 61, com dois filhos e cinco netos, Ward realizou finalmente o seu sonho e foi ordenada. "Excomungada ou não, continuarei a ser padre e a servir o povo de Deus", dizia ao "Boston Globe" em 2008. As certezas de Ward podem ter levado um forte rombo.

Ontem, a Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) elevou a ordenação de mulheres ao grupo dos "crimes contra a fé". A tentativa de ordenação de senhoras é tão grave que é catalogada como um dos "mais sérios delitos" inscritos no direito canónico, ao mesmo nível do abuso de menores, apesar de Francisco Lombardi, o porta-voz do Vaticano, ter tentado sublinhar as diferenças: a ordenação de mulheres é "um crime contra os sacramentos", enquanto a pedofilia é um "crime contra a moral".

A Igreja Católica tem vivido um dos períodos mais turbulentos da sua história, com sucessivos casos de pedofilia a chamuscarem a autoridade do próprio Papa. Debaixo de grande pressão pública, o Vaticano apresentou novas normas, mais duras e céleres, para lidar com os casos de pedofilia no clero. Essa crise "dolorosa" vivida pelos católicos trouxe lições à Igreja, que tenta, através de novas leis, contribuir para a "transparência" numa área em que a Igreja está "muito decidida a actuar".

No novo quadro legal, o tempo de prescrição do crime de abuso de menores passa de dez para 20 anos, significando isto que a vítima de abusos tem até aos 38 anos (maioridade mais 20) para apresentar queixa. Mais, um clérigo que tenha ou divulgue imagens pornográficas de menores de 14 anos é agora julgado ao abrigo de um novo delito, o de pedopornografia, também considerado "muito grave". As modificações permitem também que a CDF passe a julgar "cardeais, patriarcas, e bispos" com o mandato prévio do Papa. Mas, contrariamente ao que as associações de vítimas pediam, a justiça continuará a ser feita internamente, não estando prevista a entrega dos elementos do clero aos tribunais civis.

por Gonçalo Venâncio, Publicado em 16 de Julho de 2010

I ONLINE

ENTREGOU-SE PADRE BELGA ACUSADO DE ABUSOS DE MENORES ESQUIMÓES


A Igreja tem mostrado disponibilidade para discutir os casos de pedofilia

O padre belga Eric Dejaeger, acusado de abusos sexuais a menores da minoria esquimó do Canadá, entregou-se hoje à polícia de Lovaina, no norte da Bélgica, e já foi interrogado.

Dejaeger, padre e missionário de 63 anos, estava escondido numa casa pertencente à abadia católica flamenga de Blanden, próxima de Lovaina, adiantou o diário flamengo De Staandard.

O homem não foi imediatamente detido porque o Canadá não emitiu um pedido oficial de extradição, se bem que a Interpol o inclua na sua lista de pedófilos mais procurados.

O padre Dejaeger é conhecido da polícia canadiana, uma vez que já foi condenado a cinco anos de prisão por nove abusos sexuais nos anos 90.

O De Staandard revela ainda que a missão deste padre “era divulgar o Evangelho aos esquimós”.

Depois da primeira condenação, em 2001, quando Dejaeger se encontrava de novo na Bélgica, foram denunciados outros nove casos de abuso sexual que lhe foram atribuídos, razão pela qual se entregou agora.

O padre anunciou à imprensa flamenga a sua entrega, no meio de uma comoção vivida no país pelo meio milhar de casos de abuso sexual de menores, por padres da Igreja Católica belga, divulgados este fim-de-semana.

Uma comissão, dirigida pelo psiquiatra infantil Peter Andriaenssens, apresentou na sexta-feira um relatório que registava as denúncias de abusos cometidos, ao longo dos últimos 50 anos, em 475 antigos alunos internos de instituições católicas, dos quais 13 já se suicidaram.

O arcebispo Andre-Mutien Leonard, do arcebispado de Bruxelas-Malines, admitiu o silêncio “errado” que imperou neste último meio século.

Se bem que a maior parte dos padres pederastas já tenha morrido e os delitos prescritos na maioria dos casos, há meia centena de vítimas que decidiram recorrer à via judicial para reclamarem indemnizações pelos abusos.

I ONLINE

por Agencia Lusa , Publicado em 13 de Setembro de 2010

JUSTIÇA COXA

Os advogados estão zangados pelos atrasos nos pagamentos das defesas oficiosas. Mas o problema é mais profundo: a defesa oficiosa é uma defesa coxa. Está na altura de criar o defensor público, a única forma de se garantir que a justiça é para todos.

Um grupo de advogados vai pôr um processo ao Estado por atrasos no pagamento das defesas oficiosas . Sei que os atrasos já foram bem maiores mas que, por outro lado, se o processo demorar anos o pagamento espera anos. Um pagamento ridículo quando comparado com os preços de mercado.

Mais do que a justa irritação dos advogados, interessa-me os efeitos deste sistema nas garantias de defesa dos cidadãos com menos recursos. A ideia de dividir entre a comunidade jurídica a defesa dos que menos têm, com apoio do Estado, é generosa e interessante. Mas não resulta. A verdade é que os advogados mais experientes não aceitam oficiosas. O trabalho fica para os jovens advogados, sejam os que trabalham sozinhos sejam os que trabalham nos grandes escritórios. Os primeiros não se podem dar ao luxo de entregar muito tempo às oficiosas, pois lutam pela conquista de clientes. Os segundos não têm sequer essa escolha. Um grande escritório não quer um dos seus a perder tempo com processos que no fim rendem umas poucas centenas de euros (o mesmo que quatro ou cinco horas de trabalho para um cliente).

O resultado para o acesso de todos à justiça é, em geral, desastroso. Como a maioria dos advogados acaba por tratar as oficiosas como algo de meramente complementar e para fazer depressa e com menos esforço, mesmo em casos onde é a liberdade de um cidadãos que está em causa, temos uma justiça coxa. Que permite a quem tem recursos a utilização de todos as garantias que a lei lhe oferece e uma boa defesa, e ao cidadão mais pobre um simulacro de justiça. E isto põe em causa a própria democracia.

Apesar de muitos advogados se oporem à ideia (não querem ser funcionários públicos, dizem), existe em muitas democracias maduras a figura do defensor público. E essa seria a melhor solução. Claro que o Estado não poderia competir com o que recebem os melhores advogados. Mas pelo menos garantia os mínimos exigíveis: um advogado que se entregasse a tempo inteiro a cada caso. E com tantos juristas a ser formados, não tenho dúvidas que a estabilidade de emprego compensaria os ordenados menos apetecíveis.

Haveria problemas para resolver: garantir a independência do defensor público em relação a quem lhe paga o salário - os interesses do Estado podem ser conflituantes com os de um arguido - e a eficácia que tem faltado nos serviços públicos de justiça. Mas seria seguramente melhor do que a solução actual. O que não é sustentável é manter esta defesa a fingir de quem não tem dinheiro para mais e que acaba na realidade que conhecemos: a prisão é um lugar para pobres.

Aceito que a muitos escandalize a possibilidade de ter um advogado funcionário público. Mas não deixo de achar extraordinário que se viva tão bem com a ideia de que a defesa da liberdade de tantos cidadãos seja uma coisa que se faz nas horas vagas.

EXPRESSO ONLINE

Daniel Oliveira (www.arrastao.org)

9:00 Segunda feira, 13 de Setembro de 2010

GRUPO DE ADVOGADOS ANUNCIA PROCESSO CONTRA O ESTADO

Hoje às 11:49O grupo de advogados das defesas oficiosas que anunciaram um processo contra o Estado por atrasos nos pagamentos de honorários garante em declarações à TSF que não quer interferir nas eleições para a Ordem dos Advogados.

Mafalda de Oliveira, que representa os advogados que avançaram para os tribunais contra o Estado, diz que o movimento é independenteMafalda de Oliveira considera que Marinho Pinto tem feito um bom trabalho, mas acrescenta que ele não tem conseguido fazer cumprir as promessas do Ministério da Justiça

É a resposta à acusação do bastonário Marinho Pinto, que disse que o processo tinha objectivos de propaganda eleitoral.

Mafalda de Oliveira representa os advogados que avançaram para os tribunais contra o Estado e garante a independência do movimento.

«Somos marginais a todo esse programa eleitoral. Não temos programa, não temos preferências, não apoiamos candidatos, defendemos unicamente os direitos e os interesses dos advogados inscritos no sistema de acesso ao direito», adianta.

Os advogados responsáveis por defesas oficiosas admitem que o bastonário Marinho Pinto tem feito um bom trabalho, mas acrescentam que ele não consegue fazer cumprir a promessas do Ministério da Justiça. Mafalda de Oliveira diz que esgotou-se a paciência dos advogados


TSF 13-09-2010

ORDEM DOS ADVOGADOS PROCESSA O ESTADO?

Ordem move acção contra Estado para pagamento de dívidas a advogados

A Ordem dos Advogados anunciou que vai mover uma acção contra o Estado para exigir o pagamento de todas as quantias devidas aos advogados por prestação de serviços no âmbito do Apoio Judiciário. Pelas contas do bastonário Marinho Pinto, estão em dívida cerca de seis milhões de euros.

Marinho Pinto confirma que vai exigir juros de mora ao EstadoMarinho Pinto diz que advogados não recorrerão à greve

A Ordem dos Advogados vai mover uma acção contra o Estado para exisgir o pagamento imediato das prestações de serviço no âmbito do Acesso ao Direito/Apoio Judiciário.

Ouvido pela TSF, o bastonário desta Ordem quer obrigar o «Estado a pagar atempadamente aos advogados que prestam apoio judiciário, que fazem patrocínio oficioso».

«São cerca de seis milhões de euros que estão atrasados. Desde Janeiro que o Estado não paga nada. É evidente que na acção vamos também exigir os juros de mora, porque é assim que o Estado faz a quem lhe deve dinheiro», explicou Marinho Pinto.

Apesar de admitir recorrer às instâncias internacionais para conseguir vencer esta causa, o bastonário da Ordem dos Advogados diz que o apoio judiciário nunca ficará em causa.

«Os advogados são pessoas responsáveis e sérias. Não vão utilizar esse tipo de arma para obter o ressarcimento dos seus créditos», confirmou.

Marinho Pinto adiantou ainda que «outro tipo de profissionais é que fazem greve e não olham ao interesse dos cidadãos».

«Os advogados vão continuar a fazer a defesa dos interesses e direitos legítimos dos cidadãos, mas vão também fazer a defesa dos seus nos locais próprios, que são os tribunais», concluiu.

Esta decisão foi aprovada por unanimidade no Conselho Geral da Ordem dos Advogados, que dão agora 30 dias ao Estado para regularizar a dívida.

Contactado pela TSF, o Ministério da Justiça diz que não faz para já qualquer comentário a esta decisão da Ordem dos Advogados.

TSF 31-05-2009