A filha do milionário Tomé Feteira diz que a relação entre os dois azedou por causa de Rosalina.
A relação entre Olímpia Feteira de Menezes e o pai, o milionário Lúcio Tomé Feteira, começou a azedar quando Rosalina Ribeiro se tornou secretária na Covina - Companhia Vidreira Nacional, a empresa criada em 1936 em Santa Iria de Azoia, concelho de Loures, e nacionalizada após o 25 de Abril.
Olímpia formou-se em Engenharia e integrava a administração da empresa do pai. Rosalina Ribeiro era casada com Luís Ribeiro, um empresário do ramo da construção civil, 30 anos mais velho e amigo de Lúcio Tomé Feteira.
Quando enviuvou, Rosalina tornou-se mais próxima de Lúcio. E um dia pediu que lhe fosse passada uma carta de recomendação. "Quando o papel chegou à minha secretária, recusei assiná-lo. As qualidades enunciadas eram uma mentira", recorda ao DN Olímpia de Menezes, 69 anos. Neste momento, garante, abriu uma guerra com a mulher com quem, até Dezembro último, disputava uma herança milionária desde 2000.
Mais tarde foi afastada da administração da empresa e, afirma, a sua relação com o pai azedou. Nos processos que correram, em Portugal e no Brasil, constam várias cartas trocadas entre Rosalina e Lúcio e entre o milionário e a filha. Há ainda recortes de jornais, num deles Lúcio Tomé Feteira publica um anúncio onde afirma não se responsabilizar pelas dívidas da filha - uma informação negada por Olímpia Feteira de Menezes (ver entrevista) mas confirmada por fonte ligada ao processo.
O DN teve acesso a uma das cartas trocadas entre Lúcio, em resposta a Olímpia. No documento, Lúcio disserta sobre as dívidas da filha, os bens que lhe doou, o ordenado que lhe paga todos os meses e a sua "ingratidão".
Olímpia refere que as cartas foram todas feitas por influência da secretária e amante, Rosalina Ribeiro - assassinada em Dezembro no Brasil. E até diz que o "tom" do pai é muito diferente noutras cartas. "Nas cartas enviadas a Rosalina há sempre um tom formal e nada indicia que os dois mantenham um relacionamento. Aliás, no testamento, ele refere-se à sua mulher legítima, Adelaide, como esposa", explica.
A azeda relação reflectiu-se no testamento. Lúcio Tomé Feteira pediu desculpa à filha por lhe deixar apenas a "legítima" da herança (cerca de 33 % da fortuna) e por deixar uma grande parte para a fundação e, no fundo, à população de Vieira de Leiria.
Olímpia diz que Rosalina limitava as visitas ao pai, mais ainda quando ele partiu as pernas e ficou hospedado no apartamento dela na Rua Luciano Cordeiro, em Lisboa - enquanto a legítima mulher vivia, já muito doente, na casa de família na Avenida Júlio Dinis.
Um vizinho de Rosalina contou ao DN que Olímpia quase não visitava o pai. E que nunca olhou para o relacionamento de Lúcio e Rosalina como uma relação extraconjugal. "Rosalina era uma mulher simpática e muito atenciosa", disse, sem querer identificar-se.
O responsável pela Biblioteca de Instrução Popular de Vieira de Leiria, Rui Pedrosa, também a considerava "extremamente simpática" e descreve-a como "a sombra de Lúcio". No entanto, "era uma pessoa extremamente manipuladora, intriguista e cínica. Sempre dividiu para reinar. Alimentou ódios e intrigas. Umas vezes do lado de uns, outras do lado de outros. Uma personagem sinistra, que o influenciou sempre", descreveu ao DN.
Olímpia Feteira de Menezes e o pai tiveram várias discussões por dinheiro e pela presença de Rosalina ao longo de 30 anos. No entanto, houve momentos de paz como aquele em que o busto de Lúcio Tomé Feteira foi colocado na fábrica da Covina e que Olímpia fez questão de estar presente.
As opiniões divergem em relação a uma e outra. Olímpia fala hoje com emoção sobre o pai, mas quem a viu no funeral do milionário não lhe conheceu emoção.
DIÁRIO DE NOTÍCIAS 14-08-2010
por SÓNIA SIMÕES
A relação entre Olímpia Feteira de Menezes e o pai, o milionário Lúcio Tomé Feteira, começou a azedar quando Rosalina Ribeiro se tornou secretária na Covina - Companhia Vidreira Nacional, a empresa criada em 1936 em Santa Iria de Azoia, concelho de Loures, e nacionalizada após o 25 de Abril.
Olímpia formou-se em Engenharia e integrava a administração da empresa do pai. Rosalina Ribeiro era casada com Luís Ribeiro, um empresário do ramo da construção civil, 30 anos mais velho e amigo de Lúcio Tomé Feteira.
Quando enviuvou, Rosalina tornou-se mais próxima de Lúcio. E um dia pediu que lhe fosse passada uma carta de recomendação. "Quando o papel chegou à minha secretária, recusei assiná-lo. As qualidades enunciadas eram uma mentira", recorda ao DN Olímpia de Menezes, 69 anos. Neste momento, garante, abriu uma guerra com a mulher com quem, até Dezembro último, disputava uma herança milionária desde 2000.
Mais tarde foi afastada da administração da empresa e, afirma, a sua relação com o pai azedou. Nos processos que correram, em Portugal e no Brasil, constam várias cartas trocadas entre Rosalina e Lúcio e entre o milionário e a filha. Há ainda recortes de jornais, num deles Lúcio Tomé Feteira publica um anúncio onde afirma não se responsabilizar pelas dívidas da filha - uma informação negada por Olímpia Feteira de Menezes (ver entrevista) mas confirmada por fonte ligada ao processo.
O DN teve acesso a uma das cartas trocadas entre Lúcio, em resposta a Olímpia. No documento, Lúcio disserta sobre as dívidas da filha, os bens que lhe doou, o ordenado que lhe paga todos os meses e a sua "ingratidão".
Olímpia refere que as cartas foram todas feitas por influência da secretária e amante, Rosalina Ribeiro - assassinada em Dezembro no Brasil. E até diz que o "tom" do pai é muito diferente noutras cartas. "Nas cartas enviadas a Rosalina há sempre um tom formal e nada indicia que os dois mantenham um relacionamento. Aliás, no testamento, ele refere-se à sua mulher legítima, Adelaide, como esposa", explica.
A azeda relação reflectiu-se no testamento. Lúcio Tomé Feteira pediu desculpa à filha por lhe deixar apenas a "legítima" da herança (cerca de 33 % da fortuna) e por deixar uma grande parte para a fundação e, no fundo, à população de Vieira de Leiria.
Olímpia diz que Rosalina limitava as visitas ao pai, mais ainda quando ele partiu as pernas e ficou hospedado no apartamento dela na Rua Luciano Cordeiro, em Lisboa - enquanto a legítima mulher vivia, já muito doente, na casa de família na Avenida Júlio Dinis.
Um vizinho de Rosalina contou ao DN que Olímpia quase não visitava o pai. E que nunca olhou para o relacionamento de Lúcio e Rosalina como uma relação extraconjugal. "Rosalina era uma mulher simpática e muito atenciosa", disse, sem querer identificar-se.
O responsável pela Biblioteca de Instrução Popular de Vieira de Leiria, Rui Pedrosa, também a considerava "extremamente simpática" e descreve-a como "a sombra de Lúcio". No entanto, "era uma pessoa extremamente manipuladora, intriguista e cínica. Sempre dividiu para reinar. Alimentou ódios e intrigas. Umas vezes do lado de uns, outras do lado de outros. Uma personagem sinistra, que o influenciou sempre", descreveu ao DN.
Olímpia Feteira de Menezes e o pai tiveram várias discussões por dinheiro e pela presença de Rosalina ao longo de 30 anos. No entanto, houve momentos de paz como aquele em que o busto de Lúcio Tomé Feteira foi colocado na fábrica da Covina e que Olímpia fez questão de estar presente.
As opiniões divergem em relação a uma e outra. Olímpia fala hoje com emoção sobre o pai, mas quem a viu no funeral do milionário não lhe conheceu emoção.
DIÁRIO DE NOTÍCIAS 14-08-2010
por SÓNIA SIMÕES
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