Tuesday, 26 October 2010

CASO BPN: LUÍS DUQUE CONSTITUÍDO ARGUIDO


A Polícia Judiciária ainda está no terreno a fazer dezenas de buscas em concelhos de Norte a Sul de Portugal.

Empréstimo de 80 milhões trama ex-presidente da SAD do Sporting

Luís Duque, ex-presidente da sociedade anónima desportiva do Sporting, e dois conhecidos advogados lisboetas foram hoje constituídos arguidos e notificados para serem ouvidos por um juiz de instrução criminal por suspeita de fraude na obtenção de créditos bancários. Estão em causa 80 milhões de euros concedidos pelo BPN com a conivência do conselho de administração, designadamente de Oliveira e Costa.

Por:Tânia Laranjo

CORREIO DA MANHÃ 26-10-2010

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/emprestimo-de-80-milhoes-trama-ex-presidente-da-sad-do-sporting

CASO BPN: LUÍS DUQUE NOTIFICADO

Justiça

Caso BPN: Judiciária e MP fazem dezenas de buscas pelo país

Fernando Seara confirmou à SIC ter sido abordado pela Polícia Judiciária

A Polícia Judiciária e o Ministério Público estão a levar a cabo uma mega operação, com dezenas de buscas espalhadas por todo o país, no âmbito da investigação do caso BPN, segundo avança a SIC online.

De acordo com a estação de televisão, três advogados foram já detidos no âmbito das buscas de hoje. A SIC avança também que a investigação está relacionada com uma burla que pode chegar aos 80 milhões de euros. Em causa estará a obtenção de créditos bancários com garantias fictícias, com a condescendência da administração do banco.

Além dos três detidos - um dos quais os investigadores acreditam ser o testa de ferro de Oliveira Costa - outras pessoas foram notificadas: um deles é Luís Duque, vereador da câmara de Sintra e responsável pelo pelouro das obras municipais.

“Não vou falar sobre esse assunto, até porque pode ter a ver com clientes meus (…), pode ter ligações enquanto advogado”, disse Luís Duque, contactado pela agência Lusa, depois de a SIC ter avançado que o vereador foi notificado para comparecer a interrogatório judicial.

Também Fernando Seara, presidente da câmara de Sintra, terá confirmado à SIC ter sido abordado pela PJ na sequência do pedido de um alvará de bombas de gasolina.

De acordo com o Diário de Notícias, as autoridades deverão constituir novos arguidos do processo que serão presentes ao juiz Carlos Alexandre, do Tribunal de Investigação Criminal, esta quarta-feira.

por Mariana de Araújo Barbosa , Publicado em 26 de Outubro de 2010

http://www.ionline.pt/conteudo/85273-caso-bpn-judiciaria-e-mp-fazem-dezenas-buscas-pelo-pais-

DR. MIGUEL COSTA MARQUES: 100 ANOS SEM MONARQUIA

Quarta-feira, 6 de Outubro de 2010

100 Anos Sem Monarquia

Passaram-se ontem precisamente 100 anos em que Portugal deixou de viver em Monarquia, na sequência de uma funesta Revolução levada a cabo por meia dúzia de insurrectos, que, diga-se, só a conseguiram levar a bom termo porque dois anos antes dois energúmenos, de seus nomes Costa e Buiça, cobardemente assassinaram o Rei D. Carlos I e o Princípe Herdeiro D. Luís Filipe. E porque D. Manuel II, fruto da sua tenra idade (tinha 18 anos quando ocorreu o Regicídio) ainda não estava devidamente preparado para assumir a chefia da Nação.

O balanço que se faz destes 100 anos sem Monarquia não pode deixar de ser negativo. Portugal tem a maior dívida pública de sempre, a maior taxa de desemprego de sempre, vive a maior crise económica e financeira de sempre, há o maior número de insolvências de sempre, a maior carga fiscal de sempre. O País tem uma agricultura paupérrima, que mais parece uma agricultura de jardinagem, tem um mar que não o aproveita devidamente, uma industria que definha e que não é competitiva, um povo com um fraco desenvolvimento cultural. E, fruto de uma desastrada adesão à União Europeia, alienou uma parte significativa da sua soberania.

Vive-se hoje em fim de regime, para o que muito contribuiram os vários (des)governos chefiados por um bando de incompetentes e de inimputáveis políticos que, em vez de zelarem pelos interesses do País, zelam pelos seus próprios interesses, bem como pelos interesses dos seus amigos e apaniguados. O País definha a cada segundo que passa e o Portugal de hoje é bem pior do Portugal do tempo da I República. E não se vislumbra uma salvação à vista para Portugal.

Viver sem Monarquia teve e tem consequências bem graves para o País, consequências essas que as estamos a pagar a um preço elevado, e que as gerações vindouras continuarão a pagar se não se proceder a uma urgente mudança de regime.

É pois a altura de todos aqueles que se encontram desiludidos com a situação em que o País se encontra, para a qual muito contribuiu o facto de termos deixado de viver em Monarquia, se unirem e congregarem esforços no sentido de se proceder à mudança de regime, correndo o País de Norte a Sul, dizendo ao povo que o País ainda tem uma hipótese de se salvar se a Monarquia for restaurada. É um trabalho árduo, que irá exigir um grande esforço de todos nós, bem como muitos sacrifícios, mas que vale a pena fazer. E que exige a colaboração e a intervenção de todos os Monárquicos, seja o mais ilustre nobre, ou o mais humilde homem do povo, porque o Ideal Monárquico não é um Ideal de meia dúzia de cidadãos. É um ideal do povo e para o povo.

Também é a altura de Sua Alteza Real, o Senhor Dom Duarte de Bragança, legítimo herdeiro da Coroa Portuguesa assumir as suas responsabilidades inerentes à sua condição e ter uma maior e mais ampla intervenção, para que os Portugueses percebam de uma vez por todas que há uma alternativa a este regime podre em que vivemos, e que o País ainda se pode salvar se a Monarquia for restaurada.

Eu estou disponível para o combate que se avizinha. Espero que os restantes Monárquicos deste País, e que não são tão poucos assim, também o estejam. A bem de Portugal

http://novadireita.blogs.sapo.pt/49929.html

AS CASAS PRÉ-FABRICADAS QUE CHÁVEZ COMPROU

Avanços e recuos

Hugo Chávez só comprou uma parte daquilo que já tinha prometido comprar

As 50 mil casas anunciadas estavam no contrato-promessa. O contrato final ficou-se pelos 12.512 fogos.

Chávez foi às compras a Viana

Desde o primeiro acordo, em Maio de 2008, até àquele que foi assinado este fim-de-semana, em Viana do Castelo, entre o grupo Lena e o Governo de Hugo Chávez, foram muitos os avanços e recuos da encomenda de casas pré-fabricadas que haveria de sair de Portugal rumo à Venezuela. Foi quase um baralhar e voltar a dar que, no final, culminou numa encomenda bem menor do que aquela que havia sido anunciada - mas ainda assim, sempre bem-vinda, quer para os empresários portugueses, quer para o contributo para a balança de exportações.

Fonte do gabinete do primeiro-ministro explicou que o que foi assinado este fim-de-semana "é o contrato final", aquele que estabelece pagamentos e prazos de entrega, ou seja, o contrato definitivo que vincula as partes. No passado, e dos anúncios feitos aquando de outras visitas de Chávez a Portugal, ou de Sócrates à Venezuela, falava-se, afinal, de protocolos de intenção, memorandos de entendimento ou de contratos-promessa.

Nesses documentos e encontros, a encomenda da Venezuela a empresas portuguesas em matéria de habitação social começou pelas cinco mil casas, que depois passaram para 15 mil, mais tarde ampliaram-se até às 50 mil (com a obrigação de que passassem a ser construídas na Venezuela e não em Portugal) e agora, afinal, as compras do Governo de Chávez irão ficar-se pelos 12.512 fogos, e ainda a construção de três fábricas. O volume de negócios anunciado atinge os 682 milhões de euros.

Contactada pelo PÚBLICO, fonte do grupo Lena remeteu para um comunicado a divulgar posteriormente alguns detalhes deste negócio, comunicado esse que, à hora de fecho desta edição, ainda não era conhecido.

O anúncio da intenção de comprar 50 mil casas pré-fabricadas à empresa de construção de Leiria surgiu na altura em que foi noticiada a encomenda de computadores Magalhães. As primeiras 15 mil casas seriam construídas em Portugal e, numa segunda fase, as outras 35 mil seriam feitas já em território venezuelano. Tratava-se de encomendas de dois mil milhões de euros, apresentadas com pompa como as jóias da coroa dos esforços da diplomacia económica.

Mais de um ano depois, ainda nada havia saído do papel e surgiram as notícias de que a baixa do preço de petróleo havia obrigado o Governo de Chávez a rever o seu orçamento.

O grupo Lena dizia desconhecer o cancelamento da encomenda, e recordou que se tratava de um projecto a longo prazo, e que mantinha uma equipa de profissionais a trabalhar nele.

26.10.2010 - 08:57 Por Luísa Pinto

http://www.publico.pt/Política/hugo-chavez-so-comprou-uma-parte-daquilo-que-ja-tinha-prometido-comprar_1462804

Monday, 25 October 2010

RELATÓRIO EUROPEU SOBRE A EFICÁCA DA JUSTIÇA: O CASO PORTUGUÊS

Comissão Europeia para a Eficácia da Justiça

Relatório europeu diz que Portugal é dos piores a fechar casos pendentes nos tribunais

Os juízes em final de carreira (no Supremo Tribunal) ganham 4,2 vezes mais do que o salário médio bruto nacional, revela documento do Conselho da Europa.

Anualmente, o número de processos abertos e os que são resolvidos é praticamente igual (taxa de resolução de 99,1 por cento), mas o peso dos casos antigos que se arrastam nos tribunais é grande. Neste último indicador, entre todos os membros do Conselho da Europa, Portugal tem o segundo pior "tempo de disposição" - o indicador da capacidade de encerramento de casos pendentes, medido pela estimativa de número de dias necessários para resolver todos os casos existentes.

Estas conclusões constam do quarto relatório da Comissão Europeia para a Eficácia da Justiça (CEPEJ), um organismo do Conselho da Europa, que é divulgado em Ljubljana, na Eslovénia, hoje, nas celebrações do Dia Europeu da Justiça Civil.

Este documento, que avalia a evolução dos sistemas de Justiça europeus entre 2006 e 2008, é feito a partir de mais de dois milhões de dados recolhidos em 45 países do Conselho da Europa. De fora ficaram a Alemanha e o Liechtenstein, por falta de dados.

Jean-Paul Jean, magistrado e presidente do grupo de trabalho para a avaliação dos sistemas judiciais, explicou que, para Portugal, um dos factores para a divergência aparente entre tempo de disposição e taxa de resolução é "o grande peso de casos muito antigos, sobretudo em torno de heranças e conflitos de direitos reais, por exemplo de imobiliário, que estão por resolver durante anos".

Portugal regista também uma grande discrepância entre o número de casos recebidos por procurador (406,2) e o número de casos concluídos (56,3). Para aquele responsável, "esta diferença não surpreende e é a mesma que noutros países".

Sistema similar ao polaco

Ao dividir países segundo o PIB, o orçamento investido na Justiça e também segundo o sistema de organização, o relatório da CEPEJ coloca Portugal e a Polónia num grupo de "países pobres mas com sistema comparável". Num outro grupo estão países com PIB per capita superior ao português, entre 24.000 e 34.800 euros, incluindo-se nele Espanha, Itália, Suécia, Bélgica, França, Áustria, Holanda e Finlândia. Um terceiro grupo de países comparáveis entre si é o da Noruega, Dinamarca e Suíça. E, por último, a CEPEJ considera ainda o grupo dos países de sistema judicial de common law, como o Reino Unido. O estudo pretende assim manter o rigor ao "comparar o comparável", ressalvando que "comparar não é classificar", dada a diversidade de sistemas, conceitos e situações históricas e políticas.

Outros dados dizem respeito à situação actual do sistema judicial. Portugal é um dos países europeus onde a remuneração dos juízes em fim de carreira tem um nível bastante superior à média salarial nacional. Os juízes em final de carreira (no Supremo Tribunal) ganham 4,2 vezes mais do que o salário médio bruto nacional. Um rácio confortável no cômputo geral, à frente de países como a Bélgica, França, Finlândia, Noruega, Suécia, Áustria, Holanda, Dinamarca ou Alemanha (com um rácio de apenas 2,1). Em 2008, havia no país 1906 juízes profissionais e a remuneração em final de carreira, no tribunal de última instância, era de 83.401 euros brutos anuais, revela o relatório.

Muitos advogados

Portugal é um dos países com rácio mais elevado de profissionais de Justiça em relação à população (294,9 por 100 mil habitantes, apenas superado pela Itália).

Este rácio, que inclui juízes profissionais, advogados, procuradores e notários, é confirmado pelos dados das carreiras de Justiça.

Assim, Portugal é o país da Europa com mais advogados por juiz (rácio maior do que o da Dinamarca, Noruega e Bélgica) e o terceiro com mais procuradores (atrás da Noruega e da Polónia).

Portugal está também entre os três Estados com rácio mais elevado de juízes e procuradores.

25.10.2010 - 08:32 Por Lusa, Carlos Pessoa

http://www.publico.pt/Sociedade/relatorio-europeu-diz-que-portugal-e-dos-piores-a-fechar-casos-pendentes-nos-tribunais_1462599

MAGISTRADOS PORTUGUESES DOS MAIS BEM PAGOS

Atualidade

Um relatório do Conselho da Europa indica que Portugal é um dos países europeus com rácio mais elevado de profissionais de Justiça e a remuneração dos juízes em fim de carreira tem um nível bastante superior à média salarial nacional.

Portugal é um dos países europeus com rácio mais elevado de profissionais de Justiça e a remuneração dos juízes em fim de carreira tem um nível bastante superior à média salarial nacional, indica um relatório do Conselho da Europa.

O quarto relatório da Comissão Europeia para a Eficácia da Justiça (CEPEJ), um organismo do Conselho da Europa, aponta diversos indicadores que confirmam Portugal entre os países onde "a função reguladora da Justiça é tradicionalmente importante" e indica haver um nível favorável de salários dos juízes em relação à remuneração média do país.

O relatório da CEPEJ será divulgado oficialmente hoje, em Ljubljana (Eslovénia), no quadro do Dia Europeu da Justiça Civil, tendo sido apresentado à imprensa internacional em Paris, no dia 22 de outubro, pelo presidente do grupo de trabalho para a avaliação dos sistemas judiciais, o magistrado francês Jean-Paul Jean.

http://aeiou.expresso.pt/magistrados-portugueses-sao-dos-mais-bem-pagos=f611246

Segunda feira, 25 de Outubro de 2010

CHÁVEZ EM PORTUGAL

Visita

Como Chávez conduziu negócios em Portugal

O 'velho amigo' veio disposto a dar não um, mas os dois braços ao primeiro-ministro português. Foi ao volante para Viana, pediu mais barcos e entrou em directo para Caracas

Hugo Chávez mostrou bem a sua presença, ontem, em Viana do Castelo - desde a chegada, quando soltou uma buzinadela ao seu "velho amigo" José Sócrates. Fê-lo ainda ao volante de uma carrinha de oito lugares entre o Porto e Viana, que fez questão de conduzir sozinho.

Na deslocação,o Presidente da Venezuela ainda cumprimentou os protestantes, que tentavam perguntar a Sócrates se "viajou pela EN13 ou se pagou portagem na A28". O líder português não viu a pergunta, mas Chávez viu, riu, saudou e seguiu, sem perceber muito bem o que se passava.

Dentro dos estaleiros, Chávez fez questão de cumprimentar os elementos da Comissão de Trabalhadores, saudando-os "do fundo do coração". O mesmo com que saudou, antes, José Sócrates, a quem deixou uma mensagem assim que aterrou em Lisboa: "Viemos aqui a pedido do meu amigo José Sócrates, um bom homem. Num momento difícil para Portugal, viemos dar-lhe as duas mãos".

Assim foi. Chávez foi aos Estaleiros ver o contrato de 130 milhões de euros para a construção de dois navios asfalteiros ser rubricado - e sobretudo o financiamento através do BES garantindo -, não resistindo a brincar com o seu ministro do sector: "Só dois? Mas nós precisamos de muitos! São dos grandes, pelo menos?"

Sempre acompanhado por um Sócrates em versão castelhano, Chávez foi logo alertado por todos para "um ferry" que está pronto a seguir para a Venezuela. Assim, Chávez o queira, e parece querer. Até quer mais do que um. "Temos algumas ilhas e precisamos de ferries. Dois ou três. Desde que os vossos sejam bons, bonitos e baratos", respondeu a Sócrates. O líder venezuelano conheceu o interior do ferry Atlântida, parado na doca da empresa há um ano, mas não avançou mais qualquer garantia. Sabe o DN que tudo estará dependente da visita de técnicos daquele país ao navio para estudar as adaptações a fazer, antes de se concretizar o negócio.

Falando sempre entre as relações de "dois países irmãos" e perante a insistência sobre os ferries lá garantiu estar a "estudar uma linha de ferries" para o turismo. "Podem ser três, quatro ou cinco. Vamos ver", e nada mais concretizou sobre o assunto.

Sempre num tom informal, a conversa entre os dois líderes manteve-se bem-disposta, mesmo quando Hugo Chávez o questiona sobre onde estarão os dois dentro de 20 anos: "Não sei se tens planos para te retirares da política entretanto", disse, rindo-se. "Tenho, tenho", respondeu, entre sorrisos, Sócrates.

Sorrisos que se tornaram mais abertos na altura de assinar os acordos e convénios, envolvendo a Galp, o Governo Regional dos Açores (exportação de produtos agrícolas), ENVC, Grupo Lena (acordo para a construção de 12 515 habitações sociais e três fábricas) e com a JP Sá Couto (fornecimento nos próximos três anos de mais 1,5 milhões de computadores Magalhães). Sobre os computadores, projecto português mas que envolve software desenvolvido na Venezuela e que localmente foi baptizado de Canaima, Chávez não resistiu a falar da "revolução socialista pacífica" no seu país.

"Alguns, lá na Venezuela, dizem que ao dar um computador destes a cada criança estamos a deitar dinheiro fora. Mas eu digo que com estes computadores estamos a dar ferramentas para as nossas crianças estudarem e ao estudarem cumprimos um dos objectivos da revolução socialista: a Educação", afirmou Chávez, num discurso transmitido desde Viana em directo para a Venezuela. "Fica aqui o Aló, Presidente [programa de TV que Chávez apresenta] a partir de Viana do Castelo. Mas ainda vamos a tempo de, logo, ir para o estúdio fazer um programa a explicar estas duas semanas de viagem", avisou. Ao fim de mais de trinta minutos de discurso, improvisado mas repleto de mensagens ideológicas, a comitiva de Chávez partia deixando para trás Viana, cidade onde a presença de um dos mais mediáticos líderes mundiais passou quase despercebida aos populares.

por PAULO JULIÃO

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1694321

CHAVEZ VEM AJUDAR PORTUGAL

Chávez compra barcos e habitações prefabricadas

Contrato de construção de prefabricados, no valor de cerca de mil milhões de dólares, fechado com o grupo Lena

Hugo Chávez e José Sócrates: 100 mil milhões vendidos à Venezuela

A visita-relâmpago de Hugo Chávez a Portugal saldou-se na compra de dois barcos asfalteiros aos Estaleiros de Viana do Castelo num valor de 130 milhões de euros - financiado pelo Banco Espírito Santo - e na assinatura com o grupo Lena do contrato definitivo para a construção de 12 512 habitações sociais, e de três fábricas para a produção de material prefabricado de tecnologia nacional. Existe a perspectiva de que possam existir novos contratos de construção, confirmou ao i o secretário de Estado do Comércio e da Defesa do Consumidor, Fernando Serrasqueiro. O contrato com o grupo Lena, proprietário do i, tem o valor de cerca de mil milhões de dólares (cerca de 715 milhões de euros), segundo revelou o secretário de Estado.

Foram assinados vários outros protocolos, com vista à concretização futura de novos negócios. Um ferry está em obras de remodelação com vista a ser vendido à Venezuela para fazer o transporte entre o continente e ilhas, como a Margarita, mas Chávez mostrou interesse em adquirir um segundo ferry aos Estaleiros de Viana.

Um outro protoloco foi assinado com o governo regional dos Açores com vista à contratualização de compra de produtos alimentares regionais - já foram encomendadas 1000 toneladas de atum à COFACO, empresa de conservas açorianas.

A Galp renovou o acordo para a exploração de gás e assinou um protocolo com vista à concretização futura de um contrato de armazenamento e distribuição de gás, nomeadamente a sua futura injecção na Europa, confirmou o secretário de Estado.

Foi também assinado um protocolo para a venda à Venezuela de 1,5 milhões de computadores Magalhães em três anos, um acordo que prolonga o inicial contrato de um milhão de computadores da firma J.P. Sá Couto já entregues.

Duas mãos O presidente venezuelano, afirmou ontem que vinha a Portugal par dar "as duas mãos" a José Sócrates num momento "difícil" da vida nacional. "Estou muito contente por estar em Portugal. Estamos à procura de oportunidades em todo o mundo e viemos aqui a pedido do meu amigo José Sócrates,um bom homem. Num momento difícil para Portugal, viemos dar-lhe as duas mãos", afirmou Chávez à chegada ao Porto, citado pela Lusa.

O avião do presidente venezuelano chegou às 11h00. Chávez veio acompanhado por nove ministros e foi recebido pelo secretário de Estado do Comércio e da Defesa do Consumidor e pelo embaixador da Venezuela. Nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), que visitou na companhia do presidente da Venezuela, José Sócrates, afirmou que a visita de Chávez constitui "um contributo para a economia e o emprego". "É um grande dia para as relações entre os dois países", afirmou o primeiro-ministro, elogiando a relação "muito intensa" entre os dois países e uma cooperação bilateral que "evoluiu muito nos últimos anos". "Em 2007, as exportações portuguesas para a Venezuela eram de 17 milhões de euros, praticamente inexistentes. Em 2009 eram já de 122 milhões de euros. Este ano, de Janeiro a Agosto, já vendemos para a Venezuela cerca de 100 milhões de euros", disse o primeiro-ministro.

Depois de assinar os acordos em Viana do Castelo, Hugo Chávez partiu para Matosinhos, onde visitou a fábrica de computadores Magalhães da JP Sá Couto. Em Viana do Castelo, Chávez visitou também a fábrica de torres eólicas da Enercom e elogiou o "grande contributo de Portugal para o desenvolvimento do mundo" por estar a investir em energias renováveis. "Este tipo de energia é o futuro", disse Chávez. "Algum dia há-de acabar o petróleo neste planeta, esperemos que em 3500, mas algum dia há-de acabar".

À chegada aos Estaleiros de Viana, o primeiro-ministro tinha à espera uma manifestação contra a introdução de portagens na A28. O protesto foi organizado pelo movimento Naturalmente Não às Portagens - dezenas de manifestantes levantaram cartazes onde se interrogavam se o primeiro-ministro e o presidente venezuelano se tinham deslocado pela Estrada Nacional 13. com Lusa


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