Avanços e recuos
Hugo Chávez só comprou uma parte daquilo que já tinha prometido comprar
As 50 mil casas anunciadas estavam no contrato-promessa. O contrato final ficou-se pelos 12.512 fogos.
Chávez foi às compras a Viana
Desde o primeiro acordo, em Maio de 2008, até àquele que foi assinado este fim-de-semana, em Viana do Castelo, entre o grupo Lena e o Governo de Hugo Chávez, foram muitos os avanços e recuos da encomenda de casas pré-fabricadas que haveria de sair de Portugal rumo à Venezuela. Foi quase um baralhar e voltar a dar que, no final, culminou numa encomenda bem menor do que aquela que havia sido anunciada - mas ainda assim, sempre bem-vinda, quer para os empresários portugueses, quer para o contributo para a balança de exportações.
Fonte do gabinete do primeiro-ministro explicou que o que foi assinado este fim-de-semana "é o contrato final", aquele que estabelece pagamentos e prazos de entrega, ou seja, o contrato definitivo que vincula as partes. No passado, e dos anúncios feitos aquando de outras visitas de Chávez a Portugal, ou de Sócrates à Venezuela, falava-se, afinal, de protocolos de intenção, memorandos de entendimento ou de contratos-promessa.
Nesses documentos e encontros, a encomenda da Venezuela a empresas portuguesas em matéria de habitação social começou pelas cinco mil casas, que depois passaram para 15 mil, mais tarde ampliaram-se até às 50 mil (com a obrigação de que passassem a ser construídas na Venezuela e não em Portugal) e agora, afinal, as compras do Governo de Chávez irão ficar-se pelos 12.512 fogos, e ainda a construção de três fábricas. O volume de negócios anunciado atinge os 682 milhões de euros.
Contactada pelo PÚBLICO, fonte do grupo Lena remeteu para um comunicado a divulgar posteriormente alguns detalhes deste negócio, comunicado esse que, à hora de fecho desta edição, ainda não era conhecido.
O anúncio da intenção de comprar 50 mil casas pré-fabricadas à empresa de construção de Leiria surgiu na altura em que foi noticiada a encomenda de computadores Magalhães. As primeiras 15 mil casas seriam construídas em Portugal e, numa segunda fase, as outras 35 mil seriam feitas já em território venezuelano. Tratava-se de encomendas de dois mil milhões de euros, apresentadas com pompa como as jóias da coroa dos esforços da diplomacia económica.
Mais de um ano depois, ainda nada havia saído do papel e surgiram as notícias de que a baixa do preço de petróleo havia obrigado o Governo de Chávez a rever o seu orçamento.
O grupo Lena dizia desconhecer o cancelamento da encomenda, e recordou que se tratava de um projecto a longo prazo, e que mantinha uma equipa de profissionais a trabalhar nele.
26.10.2010 - 08:57 Por Luísa Pinto
http://www.publico.pt/Política/hugo-chavez-so-comprou-uma-parte-daquilo-que-ja-tinha-prometido-comprar_1462804
Hugo Chávez só comprou uma parte daquilo que já tinha prometido comprar
As 50 mil casas anunciadas estavam no contrato-promessa. O contrato final ficou-se pelos 12.512 fogos.
Chávez foi às compras a Viana
Desde o primeiro acordo, em Maio de 2008, até àquele que foi assinado este fim-de-semana, em Viana do Castelo, entre o grupo Lena e o Governo de Hugo Chávez, foram muitos os avanços e recuos da encomenda de casas pré-fabricadas que haveria de sair de Portugal rumo à Venezuela. Foi quase um baralhar e voltar a dar que, no final, culminou numa encomenda bem menor do que aquela que havia sido anunciada - mas ainda assim, sempre bem-vinda, quer para os empresários portugueses, quer para o contributo para a balança de exportações.
Fonte do gabinete do primeiro-ministro explicou que o que foi assinado este fim-de-semana "é o contrato final", aquele que estabelece pagamentos e prazos de entrega, ou seja, o contrato definitivo que vincula as partes. No passado, e dos anúncios feitos aquando de outras visitas de Chávez a Portugal, ou de Sócrates à Venezuela, falava-se, afinal, de protocolos de intenção, memorandos de entendimento ou de contratos-promessa.
Nesses documentos e encontros, a encomenda da Venezuela a empresas portuguesas em matéria de habitação social começou pelas cinco mil casas, que depois passaram para 15 mil, mais tarde ampliaram-se até às 50 mil (com a obrigação de que passassem a ser construídas na Venezuela e não em Portugal) e agora, afinal, as compras do Governo de Chávez irão ficar-se pelos 12.512 fogos, e ainda a construção de três fábricas. O volume de negócios anunciado atinge os 682 milhões de euros.
Contactada pelo PÚBLICO, fonte do grupo Lena remeteu para um comunicado a divulgar posteriormente alguns detalhes deste negócio, comunicado esse que, à hora de fecho desta edição, ainda não era conhecido.
O anúncio da intenção de comprar 50 mil casas pré-fabricadas à empresa de construção de Leiria surgiu na altura em que foi noticiada a encomenda de computadores Magalhães. As primeiras 15 mil casas seriam construídas em Portugal e, numa segunda fase, as outras 35 mil seriam feitas já em território venezuelano. Tratava-se de encomendas de dois mil milhões de euros, apresentadas com pompa como as jóias da coroa dos esforços da diplomacia económica.
Mais de um ano depois, ainda nada havia saído do papel e surgiram as notícias de que a baixa do preço de petróleo havia obrigado o Governo de Chávez a rever o seu orçamento.
O grupo Lena dizia desconhecer o cancelamento da encomenda, e recordou que se tratava de um projecto a longo prazo, e que mantinha uma equipa de profissionais a trabalhar nele.
26.10.2010 - 08:57 Por Luísa Pinto
http://www.publico.pt/Política/hugo-chavez-so-comprou-uma-parte-daquilo-que-ja-tinha-prometido-comprar_1462804