Rio de Janeiro
Investigadores acreditam em execução por encomenda. Reconstituem percurso de Rosalina no carro do homicida e dizem que este conhece bem a zona.
A polícia acredita que o homicida de Rosalina Ribeiro, que executou a mulher de 74 anos com dois tiros de calibre 38, um na testa e outro no peito, não teria ligação directa à vítima. Foi contratado para este serviço e encontrá-lo é uma das chaves para chegar ao mandante. Depois de a portuguesa ter sido atraída ao seu encontro, possivelmente em Maricá, a 90 quilómetros do Rio de Janeiro, o assassino levou-a de carro pela Rodovia 118, na direcção de Saquarema, e terá passado por um posto policial próximo do local onde o cadáver foi encontrado na manhã seguinte, em 8 de Dezembro do ano passado.
O advogado Duarte Lima, que representava os seus interesses na herança do milionário Lúcio Tomé Feteira – de quem a vítima foi secretária e amante ao longo de 32 anos – garante que na noite do crime a deixou num hotel em Maricá, onde Rosalina ficou de se encontrar com uma mulher chamada Gisele. Diz que não chegou a ver esta mulher – e a polícia não sabe quem é ou sequer se ela existe. Mas, entretanto, chegou à polícia uma versão contrária, de duas amigas de Rosalina, segundo as quais foi Duarte Lima quem enviou a cliente ao encontrou de um homem desconhecido.
Rosalina saíra à pressa do prédio onde morava, no bairro do Flamengo, Rio de Janeiro, às 19h59 de dia 7. Segundo Duarte Lima, tomaram café, conversaram e ele limitou-se a dar-lhe boleia até Maricá. E depois, segundo a polícia, há duas hipóteses do caminho traçado para a morte da portuguesa: o que segue directamente para o distrito de Ponta Negra (Maricá), e de lá segue para a esquerda até Jaconé; e outro, que passa pelo Posto Rodoviário no alto da Serra de Mato Grosso, seguindo até à entrada do bairro de Sampaio Corrêa, e desce a via litoral, até Jaconé, para Saquarema. A vítima foi encontrada na Rodovia 118, a seguir ao posto da polícia, num local deserto, principalmente à tarde e noite, quando não há movimento de veículos.
Ainda segundo a polícia, o homicida seguramente conhecia bem a região, pois procurou um antigo ‘cemitério’ de carros desmantelados. Nenhum objecto pessoal foi levado, só uma pasta com uma procuração falsificada para a venda de terrenos na zona de Maricá de Tomé Feteira. Segundo o promotor público da 2ª Vara Criminal de Saquarema, Dr. Leonardo Canônico Neto, já há suspeitos no processo.
FAMÍLIA QUER OS 5 MILHÕES
Os herdeiros de Lúcio Tomé Feteira, nomeadamente a filha, Olímpia Feteira de Menezes, não vão desistir de recuperar os cinco milhões de euros que consideram ter sido retirados ilegalmente das contas, na Suíça, por Rosalina Ribeiro – que viveu uma relação extraconjugal com o milionário durante 32 anos – e depositados nas contas do Duarte Lima. Ao que o CM apurou, os advogados – um deles será José Miguel Júdice – e os herdeiros estão a avaliar as possibilidades jurídicas de reaver aqueles milhões. " Temos provas claras, documentos, em como as transferências foram feitas para o advogado de Rosalina, Duarte Lima, e não há fundamento para continuar nas suas contas, uma vez que é da herança", afirmou ao CM a filha do milionário, sublinhando que a secretária Rosalina não podia movimentar aquelas contas.
O CM sabe que até hoje Duarte Lima não terá sido questionado informalmente nem oficialmente por causa desse dinheiro.
Até porque o processo que corria no DIAP contra Rosalina Ribeiro por abuso de confiança e desvio de cerca de 9 milhões de euros das contas de Lúcio Tomé Feteira encerrou quando esta faleceu. Ou seja, o eventual crime cessou por falecimento da suspeita. Por encontrar estão ainda mais de três milhões de euros que também terão sido transferidos ou usados para pagar ao advogado brasileiro Normando Ventura. Segundo o processo, as transferências para a conta de Duarte Lima começaram apenas dois meses depois da morte do milionário.
Por:Paulo Celestino, em Maricá/S.T.
CORREIO DA MANHÃ 18-08-2010
Investigadores acreditam em execução por encomenda. Reconstituem percurso de Rosalina no carro do homicida e dizem que este conhece bem a zona.
A polícia acredita que o homicida de Rosalina Ribeiro, que executou a mulher de 74 anos com dois tiros de calibre 38, um na testa e outro no peito, não teria ligação directa à vítima. Foi contratado para este serviço e encontrá-lo é uma das chaves para chegar ao mandante. Depois de a portuguesa ter sido atraída ao seu encontro, possivelmente em Maricá, a 90 quilómetros do Rio de Janeiro, o assassino levou-a de carro pela Rodovia 118, na direcção de Saquarema, e terá passado por um posto policial próximo do local onde o cadáver foi encontrado na manhã seguinte, em 8 de Dezembro do ano passado.
O advogado Duarte Lima, que representava os seus interesses na herança do milionário Lúcio Tomé Feteira – de quem a vítima foi secretária e amante ao longo de 32 anos – garante que na noite do crime a deixou num hotel em Maricá, onde Rosalina ficou de se encontrar com uma mulher chamada Gisele. Diz que não chegou a ver esta mulher – e a polícia não sabe quem é ou sequer se ela existe. Mas, entretanto, chegou à polícia uma versão contrária, de duas amigas de Rosalina, segundo as quais foi Duarte Lima quem enviou a cliente ao encontrou de um homem desconhecido.
Rosalina saíra à pressa do prédio onde morava, no bairro do Flamengo, Rio de Janeiro, às 19h59 de dia 7. Segundo Duarte Lima, tomaram café, conversaram e ele limitou-se a dar-lhe boleia até Maricá. E depois, segundo a polícia, há duas hipóteses do caminho traçado para a morte da portuguesa: o que segue directamente para o distrito de Ponta Negra (Maricá), e de lá segue para a esquerda até Jaconé; e outro, que passa pelo Posto Rodoviário no alto da Serra de Mato Grosso, seguindo até à entrada do bairro de Sampaio Corrêa, e desce a via litoral, até Jaconé, para Saquarema. A vítima foi encontrada na Rodovia 118, a seguir ao posto da polícia, num local deserto, principalmente à tarde e noite, quando não há movimento de veículos.
Ainda segundo a polícia, o homicida seguramente conhecia bem a região, pois procurou um antigo ‘cemitério’ de carros desmantelados. Nenhum objecto pessoal foi levado, só uma pasta com uma procuração falsificada para a venda de terrenos na zona de Maricá de Tomé Feteira. Segundo o promotor público da 2ª Vara Criminal de Saquarema, Dr. Leonardo Canônico Neto, já há suspeitos no processo.
FAMÍLIA QUER OS 5 MILHÕES
Os herdeiros de Lúcio Tomé Feteira, nomeadamente a filha, Olímpia Feteira de Menezes, não vão desistir de recuperar os cinco milhões de euros que consideram ter sido retirados ilegalmente das contas, na Suíça, por Rosalina Ribeiro – que viveu uma relação extraconjugal com o milionário durante 32 anos – e depositados nas contas do Duarte Lima. Ao que o CM apurou, os advogados – um deles será José Miguel Júdice – e os herdeiros estão a avaliar as possibilidades jurídicas de reaver aqueles milhões. " Temos provas claras, documentos, em como as transferências foram feitas para o advogado de Rosalina, Duarte Lima, e não há fundamento para continuar nas suas contas, uma vez que é da herança", afirmou ao CM a filha do milionário, sublinhando que a secretária Rosalina não podia movimentar aquelas contas.
O CM sabe que até hoje Duarte Lima não terá sido questionado informalmente nem oficialmente por causa desse dinheiro.
Até porque o processo que corria no DIAP contra Rosalina Ribeiro por abuso de confiança e desvio de cerca de 9 milhões de euros das contas de Lúcio Tomé Feteira encerrou quando esta faleceu. Ou seja, o eventual crime cessou por falecimento da suspeita. Por encontrar estão ainda mais de três milhões de euros que também terão sido transferidos ou usados para pagar ao advogado brasileiro Normando Ventura. Segundo o processo, as transferências para a conta de Duarte Lima começaram apenas dois meses depois da morte do milionário.
Por:Paulo Celestino, em Maricá/S.T.
CORREIO DA MANHÃ 18-08-2010