Sunday, 18 July 2010

DIRECTOR DA REMAX ASSALTA DE PISTOLA

Grande Lisboa: Conciliava imobiliária em Alfornelos com vida no crime

Director da Remax assalta de pistola

Paulo Nunes já tinha sido apanhado por simular sequestro e desviar 33 mil euros. Juiz soltou-o mas Judiciária voltou a caçá-lo por roubo à mão armada.

12 Julho 2010 CORREIO DA MANHÃ

Além de simular sequestro para desviar 33 mil € da TNT, Paulo Nunes assaltou armazém da Expresso 24 que, como a primeira, é empresa de transportes


Paulo Nunes já tinha sido apanhado por simular sequestro e desviar 33 mil euros. Juiz soltou-o mas Judiciária voltou a caçá-lo por roubo à mão armada.

Director da Remax de Alfornelos, na Amadora, Paulo Nunes foi detido em 23 de Junho – no dia em que simulou o assalto a uma carrinha da TNT, em conluio com o funcionário ‘roubado’, para dividir com a falsa vítima os 33 mil euros desviados à empresa, em Lisboa. Foi mal encenado, a Judiciária desmascarou os dois e outro cúmplice, mas o juiz libertou-os. Até que a mesma Secção de Roubos da PJ descobriu agora que o gestor, aos 39 anos, não fazia só teatro. Fez um verdadeiro sequestro e assalto à mão armada em Sintra, e está finalmente na cadeia.

Dessa vez, sem um infiltrado na empresa a assaltar, Paulo Nunes e dois cúmplices – um dos quais brasileiro, seu funcionário na Remax, que também participou na

Director da Remax de Alfornelos, na Amadora, Paulo Nunes foi detido em 23 de Junho – no dia em que simulou o assalto a uma carrinha da TNT, em conluio com o funcionário ‘roubado’, para dividir com a falsa vítima os 33 mil euros desviados à empresa, em Lisboa. Foi mal encenado, a Judiciária desmascarou os dois e outro cúmplice, mas o juiz libertou-os. Até que a mesma Secção de Roubos da PJ descobriu agora que o gestor, aos 39 anos, não fazia só teatro. Fez um verdadeiro sequestro e assalto à mão armada em Sintra, e está finalmente na cadeia.

Dessa vez, sem um infiltrado na empresa a assaltar, Paulo Nunes e dois cúmplices – um dos quais brasileiro, seu funcionário na Remax, que também participou na simulação de sequestro e roubo em Junho – invadiram um armazém com máscaras de Carnaval, gorros, pistola e facas em punho.

Os três assaltantes estavam nas instalações da Expresso 24, que eram bem conhecidas do empresário porque já lá trabalhara, e por isso sabiam o que procurar: um cofre com milhares de euros. Aproveitaram o momento em que um só funcionário estava a trabalhar, em Abril, e sequestraram-no até descobrirem, dentro de uma gaveta, o cofre com mais de seis mil euros em notas e cheques. Depois fugiram e deixaram a vítima sem o telemóvel, para não alertar logo a polícia.

Era esta a vida paralela de Paulo Nunes, em contraste absoluto com a imagem de respeitável empresário – gestor de uma imobiliária em Alfornelos, onde a crise o impediu de continuar a intermediar a venda de apartamentos a bom ritmo e ganhar as respectivas comissões.

Com despesas fixas, entre contas e os ordenados de funcionários para pagar, acumularam-se as dívidas e despertou para o mundo do crime. De resto, encontrou ao seu lado um funcionário com alguma experiência – o imigrante ilegal estava já referenciado por crimes de furto. Avançaram juntos para pelo menos dois assaltos, mas a PJ não descarta a hipótese de haver mais.

PORMENORES

OITO E 15 ANOS DE CADEIA

Pelo assalto simulado, Paulo Nunes e cúmplices arriscam até oito anos de cadeia por abuso de confiança qualificado. Agora, por roubo qualificado, podem levar até 15 anos.

CONHECIDO POR BURLAS

O empresário já tinha sido investigado anteriormente por crimes de burla. O funcionário, ilegal no País, participara em furtos.

PRISÃO PREVENTIVA

Indiciados pelo roubo em Sintra, Paulo e dois cúmplices recolheram sexta-feira à cadeia.

GANG TRAÍDO POR MAU ENSAIO EM ROUBO ENCENADO

Estafeta na empresa de entregas de dinheiro e valores, um funcionário brasileiro da TNT, aos 31 anos, foi tentado pelo dinheiro dos clientes, em Lisboa. Decidiu em Junho dar um golpe, mas, para não ser apanhado, em vez de roubar, tinha de ser roubado. Combinou com Paulo Nunes e o seu funcionário na Remax, que o ‘sequestraram’ na tarde de 23 de Junho. Foi ameaçado com um revólver, agredido e manietado, numa rua de Chelas. Levaram 33 mil euros, entre cheques e dinheiro, só que o teatro foi mal encenado. Mal ouviram a ‘vítima’ e testemunhas no local, os investigadores da Secção de Roubos da Polícia Judiciária desmontaram a mentira. Os assaltantes deixaram-no ficar com o telemóvel – o que seria quase inédito num roubo assim – e encenaram mal a fuga. O brasileiro confessou e a PJ chegou aos cúmplices, recuperando o dinheiro nu-ma casa em Alfornelos, onde Paulo Nunes tinha a sua imobiliária.

ATACA AO LADO DO VENDEDOR DA IMOBILIÁRIA

Paulo Nunes, 39 anos, que detinha o franchising da Remax de Alfornelos, agência onde era director até ser preso, terá alinhado no esquema do assalto encenado através de um funcionário da imobiliária – brasileiro de 29 anos, que seria conhecido do motorista da TNT que se fez de vítima. E para este seria o crime perfeito, caso a PJ nunca descobrisse a sua ligação aos dois falsos assaltantes. Bastava fingir-se de vítima e ninguém poderia provar o contrário. Ao fim de algum tempo só tinha de ir pedir aos amigos a sua parte no dinheiro roubado – 11 mil euros em dinheiro, uma vez que os cheques não dariam para levantar.


"Uma das melhores empresas para trabalhar em portugal(dizem), vendem 2 casas por hora(dizem)...assim sendo, não havia necessidade!
Quando a realidade faz cair o marketing!"

Anónimo

JUÍZES DO TRIBUNAL DE TRABALHO COM PROCESSOS DISCIPLINARES

O Conselho Superior da Magistratura abriu um inquérito no Tribunal de Trabalho de Lisboa. Já há oito processos entre juízes titulares e auxiliares

Não é a primeira vez que se fala nos atrasos do Tribunal do Trabalho de Lisboa. Mas desta vez, o Conselho Superior da Magistratura (CSM) confirmou ao i que "decidiu instaurar alguns processos disciplinares a juízes que prestam serviço naquele Tribunal".

O i apurou que existe mal-estar nos corredores do tribunal com as notas altas atribuídas a alguns juízes, que agora podem ser alvo de processos disciplinares. Fonte judicial avançou ainda ao i que mais de metade dos juízes que trabalham naquele tribunal têm, actualmente, processos disciplinares em curso. De 14 juízes, oito têm processos abertos pelo Conselho Superior.

inquérito O CSM confirmou ao i que "está em curso um inquérito" às condições de funcionamento do Tribunal do Trabalho de Lisboa. O órgão que fiscaliza os juízes adianta que o inquérito foi aberto com base "na constatação da inexistência de marcação de diligências e julgamentos dentro dos prazos razoáveis".

Todavia, o CSM não quis comentar qualquer caso específico em curso, incluindo o número de processos, uma vez que "têm natureza confidencial".

Fonte judicial explicou ao i que chegou a existir a intenção de avançar com uma sindicância no Tribunal de Trabalho de Lisboa. No entanto, a sindicância poderia ter implicações mais complexas, pelo que o inquérito foi a forma de abordar o problema. O CSM desmente que exista uma sindicância, mas confirma o inquérito.

As notícias sobre a morosidade no Tribunal de Trabalho de Lisboa foram avançadas em 2008, numa altura em que o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) se pronunciou sobre o assunto.

Ao i, o presidente do SMMP, João Palma, disse que não tem conhecimento deste inquérito, "pelo que seria prematuro o sindicato pronunciar-se".

Relativamente à pendência, João Palma referiu que em 2008, face à extinção de serviços, redução de pessoal e perante uma crise que se anunciava, que tende a potenciar o aumento do número de processos, "considerámos que o Tribunal de Trabalho poderia entrar em ruptura". Quanto aos processos disciplinares, João Palma desconhece as razões que levaram o CSM a abrir o inquérito e a instaurar processos.

Associação desconhece António Martins, presidente da Associação Sindical dos Juízes (ASJP), também garantiu ao i não ter conhecimento do inquérito em causa. O dirigente refere que "nenhum dos associados contactou a Associação sobre o assunto" e "não foi pedida qualquer posição por parte da ASJP", concluiu.

Contactado o Tribunal de Trabalho, Maria da Luz Figueiredo, que está em substituição legal do juiz presidente do Tribunal do Trabalho de Lisboa - que se encontra de férias -, explicou ao i que "qualquer esclarecimento sobre o assunto deve ser solicitado ao Conselho Superior da Magistratura".

As penas aplicáveis aos juízes, conforme o seu estatuto legal, passam pela advertência, multa, transferência, suspensão de exercício, inactividade, aposentação compulsiva e, por último, a demissão.

por Augusto Freitas de Sousa , Publicado em 16 de Julho de 2010 I ONLINE

Saturday, 17 July 2010

LOCKERBIE: ACORDO PETROLÍFERO NA ORIGEM DA IBERTAÇÃO DO BOMBISTA

Acordo petrolífero na origem da libertação do bombista de Lockerbie
Publicado em 31 de Agosto de 2009 .

Khadafi aqui na companhia de Gordon Brown

Cartas trocadas entre os governos britânico e escocês revelam que libertação de Megrahi foi moeda de troca

A polémica em torno do caso Lockerbie parece não ter fim à vista. Novos dados revelados ontem pelo jornal "The Sunday Times" mostram que o governo britânico apoiou a inclusão do bombista de Lockerbie num acordo de transferência de prisioneiros com a Líbia em troca de um contrato petrolífero.

No conteúdo das duas cartas, trocadas há dois anos entre o então secretário de Justiça britânico, Jack Straw, e o seu homólogo escocês, Kenny MacAskil, fica claro que a decisão de incluir Abdelbaset al-Megrahi na lista de prisioneiros a transferir para a Líbia foi tomada depois de terem surgido dificuldades na negociação de um contrato de exploração petrolífera. Na primeira carta, Straw mostrou-se receptivo à ideia de excluir Megrahi do acordo sobre a transferência de prisioneiros entre o Reino Unido e a Líbia. Numa segunda mensagem, a posição do secretário de justiça britânico alterou-se. A correspondência sugere que a mudança de atitude ficou a dever-se a um acordo de exploração petrolífera e de gás entre a BP e a Líbia, ratificado seis semanas depois.

Reagindo à notícia, o porta-voz da BP, David Nicholas, depressa se esquivou a responsabilidades: "A empresa não é parte em acordos governamentais. Não temos papel nas discussões, nem estivemos envolvidos nas discussões de maneira alguma." Também o governo britânico insistiu que o seu papel não foi decisivo no envio de Megrahi para a Líbia.

O bombista, condenado em 2001 a prisão perpétua, pela explosão de um avião da Pan Am que sobrevoava a cidade escocesa de Lockerbie e que matou 270 pessoas, foi libertado há uma semana. Foram invocadas razões humanitárias, já que o líbio tem um cancro terminal na próstata. No dia da sua libertação, Megrahi foi recebido na Líbia como um herói, motivando críticas severas do Reino Unido e EUA.
I ONLINE 17-07-2010

LOCKERBIE: LIBERTAÇÃO DO BOMBISTA PODE TER SIDO UM ERRO

Lockerbie. BP admite intervenção junto do governo britânico

por Renato Lopes, Publicado em 17 de Julho de 2010

Governo de Cameron admite que libertar al Megrahi pode ter sido um erro

LIBERTAÇÃO DE BOMBISTA DO LOCKERBIE FOI CONTESTADA EM TODO O MUNDO

O governo britânico considerou "um erro" a libertação, em Agosto de 2009, do bombista de Lockerbie, Abdelbeset al Megrahi, hoje com 58 anos, que a 21 de Dezembro de 1988 matou 270 pessoas num atentado ao voo 103 da Pan Am. Segundo o embaixador dos Estados Unidos na Grã-Bretanha, Nigel Sheinwald, o governo de Cameron acredita que foi errado ter libertado e devolvido Megrahi à Líbia. Garante, no entanto, que a decisão não estava dependente da vontade do governo britânico. A responsabilidade terá sido do secretário da Justiça escocês, Kenny MacAskill, que perante provas médicas de que o terrorista teria cancro da próstata em fase terminal - apenas três meses de vida - decidiu libertá-lo.

No entanto, al Megrahi ainda vive, e recentes notícias levantaram a dúvida sobre se estaria realmente doente ou se tudo não terá passado de um esquema para defender os interesses britânicos na Líbia. Sheinwald refuta a teoria: "Os anúncios na imprensa de que Megrahi foi libertado por causa de um negócio petrolífero envolvendo a BP, e as provas médicas apresentadas pelo executivo escocês, que sustentam a sua libertação, foram pagas pelo governo do Líbano, simplesmente não são verdade."

A petrolífera, porém, admitiu que no final de 2007 expressou ao governo britânico a sua preocupação com o lento progresso para concluir o acordo de transferência de prisioneiros com a Líbia. "Estávamos conscientes de que isso podia ter um impacto negativo nos interesses comerciais do Reino Unido", admitiu a BP, negando ainda assim ter solicitado especificamente a libertação de Al Megrahi.

Na quinta-feira, um grupo de senadores democratas norte- -americanos pediu uma investigação à possível intervenção da BP na libertação do bombista de Lockerbie. O Comité de Relações do Senado convocou mesmo uma audiência sobre o assunto, marcada para 29 de Julho, com directores da BP e analistas do governo.
I ONLINE 17-07-2010

PAPA SENTE RAIVA E VERGONHA DEVIDO À PEDOFILIA NA IRLANDA



Papa sente "raiva e vergonha" devido a escândalo de pedofilia na Irlanda

por Alexandre Soares, Publicado em 11 de Dezembro de 2009 fotogalería .


"Angustiado e indignado", foi assim que o Papa Bento XVI se sentiu depois de conhecer um relatório sobre os abusos de menores por padres católicos na Irlanda.

Bento XVI disse partilhar com todos os católicos irlandeses os sentimentos de "indignação, traição e vergonha".

A informação, divulgada pelo Vaticano em comunicado, é conhecida depois de o papa ter-se reunido com representantes da Conferência Episcopal Irlandesa para analisar os abusos. Segundo o mesmo comunicado, o Papa deve agora emitir uma nota pastoral onde assegura que a igreja continuará a investigar os crimes que classificou de "atrozes".

O último relatório conhecido sobre o escândalo, composto por cinco volumes com mais de 700 páginas, mostrava que foi a conivência entre autoridades do Estado e os arcebispos católicos que permitiu um silêncio de décadas sobre os milhares de abusos sexuais de padres a crianças.

O relatório foi apresentado pelo ministro da Justiça, Dermot Ahern, que pediu desculpa às vítimas em nome do país e anunciou duas linhas telefónicas especiais para lhes prestar apoio psicológico.

O documento segue-se ao célebre "Relatório Ryan", publicado em Maio e uma verdadeira montra dos abusos ocorridos durante 60 anos. Só em Dublin, conta-se que 400 crianças tenham sido vítimas de abuso de pelo menos 152 sacerdotes. Quando a hierarquia tomava conhecimento dos casos, limitava-se a transferir os violadores para outra paróquia, muitas vezes com conhecimento das forças policiais.
I ONLINE 17-07-2010

IRLANDA: FREIRAS VÃO INDEMNIZAR CRIANÇAS MALTRATADAS

Irlanda: freiras vão indemnizar crianças maltratadas com 128 milhões de euros

por Agência Lusa, Publicado em 03 de Dezembro de 2009
Uma congregação de freiras católicas irlandesas, criticada pelos maus-tratos infligidos a crianças, anunciou hoje que vai pagar às vítimas uma indemnização de 128 milhões de euros, a segunda maior do género.

A instituição, Irmãs da Misericórdia, adiantou que a indemnização se destina a "reparar o sofrimento das crianças" que estavam confiadas às suas casas, explicando que a contribuição monetária "procura ser fiel aos valores de reparação, reconciliação, apaziguamento e responsabilidade". A congregação espera, assim, "melhorar" a vida dos seus antigos pupilos.

O relatório Ryan, que deve o seu nome ao juiz Sean Ryan que presidiu durante nove anos às investigações de maus-tratos nas instituições religiosas irlandesas, chocou em Maio a Irlanda ao revelar que milhares de crianças tinham sido vítimas de abusos sexuais, psíquicos e emocionais, por vezes "endémicos", a partir de 1930.

Perante as acusações, as irmãs da Misericórdia declararam-se "profundamente tristes", lamentando "os sofrimentos das crianças" de que eram culpadas.

As freiras dirigiam diversas escolas, desde Goldenbridge a Dublin, onde, segundo o relatório, reinava "um clima persistente de medo" e um regime disciplinar particularmente duro, com humilhações e agressões em público.

A indemnização que agora querem pagar é a segunda maior entre as instituições religiosas visadas no documento, logo a seguir à da congregação Irmãos Cristãos, que prometeu 161 milhões de euros para as suas vítimas de abusos sexuais.

A actuação da Igreja Católica da Irlanda é igualmente criticada num segundo relatório, divulgado no fim de Novembro. O documento acusa-a de ter escondido os abusos sexuais cometidos por padres da região de Dublin sobre centenas de crianças durante mais de 30 anos. O relatório, resultado de três anos de investigação, denuncia que quatro arcebispos protegeram os autores dos abusos.

I ONLINE 17-07-2010

LIDER DO SINN FEIN OCULTOU CASOS DE PEDOFILIA NA IRLANDA


Líder do Sinn Fein ocultou casos de pedofilia no IRA

Publicado em 20 de Janeiro de 2010 .
Além dos casos denunciados, Gerry Adams escondeu os abusos sofridos pela sua filha durante anos
Gerry Adams, líder do Sinn Fein

Gerry Adams, líder do Sinn Fein, encarnou até agora o rosto da paz na Irlanda do Norte. Foi o homem capaz de transformar um grupo independentista num movimento (mais ou menos) democrático. Cai agora em desgraça, acusado de ocultar casos de pedofilia dentro do IRA.

A primeira acusação vem de uma das netas de Joe Cahill, ex-membro do IRA, que terá sido violada por um dos camaradas do avô durante 16 anos. Gerry Adams terá recebido a denúncia e garantido que o violador seria afastado de funções e entregue à justiça - mas não só nada aconteceu como o suspeito acabou por fugir do país.

O segundo caso denuncia uma mulher: a conselheira do IRA Briege Meehan. Os depoimentos da vítima relatam um calvário de abusos - a menor, filha de um ex-terrorista da organização, estava a cargo de Meehan desde a detenção do pai. Durante anos foi trancada na casota do cão, obrigada a comer pontas de cigarro e violada com garrafas de vidro. Adams foi alertado e voltou a ignorar o crime.

As acusações foram tornadas públicas em finais de Dezembro, quando se descobriu que a filha menor de Adams era vítima de abusos sexuais por parte do tio desde 1987. O líder do Sinn Fein sabia de tudo, mas nunca denunciou o crime. O irmão continua a trabalhar na organização e é ainda monitor de crianças. A somar ao drama, Adams confessou que o seu próprio pai "abusava dos filhos durante a infância".
I ONLINE 17-07-2010

Igreja

Bento XVI reafirma o compromisso do Vaticano com o celibato
por Cláudia Garcia com agência Lusa , Publicado em 11 de Junho de 2010


Papa Bento XVI reafirmou o compromisso do Vaticano, perante 15 mil sacerdotes na Praça de São Pedro em Roma, com o voto do celibato.

Bento XVI acabou com a especulação sobre a questão do celibato à luz dos escândalos sexuais que envolveram a igreja.

Numa vigília ao ar livre na Praça de São Pedro que “oscilou entre momentos de reverência e explosões de entusiasmo mais característica de um jogo de futebol” - descreve o Los Angeles Time - o Papa disse entre sacerdotes que o celibato "só é possível graças a graça de Deus.” “Que nos convida a transcender a nós mesmos”, acrescenta. O celibato seria um "escândalo", disse ele, apenas em "num mundo no qual Deus não está lá."

O papa Bento XVI defendeu o celibato dos padres, um ato de fé “frequentemente considerado como um escândalo num mundo sem Deus”, que é “o melhor antídoto” contra o pecado.

“Num mundo onde Deus está ausente, o celibato é um grande escândalo (.) que deveria desaparecer”, declarou o papa, em resposta a uma das questões colocadas por um dos 15.000 padres reunidos na praça de São Pedro para uma vigília comemorativa do fim do ano sacerdotal.

No entanto, acrescentou Bento XVI, ser padre “não é um trabalho mas uma total doação de si”, e o celibato é o “melhor antídoto contra outros escândalos causados pelas nossas insuficiências de mortais”.

“Sabemos que há outros escândalos, secundários, que ensombram o testemunho de fé dos padres. Rezemos para que o Senhor nos liberte destes escândalos”, prosseguiu Bento XVI, numa altura em que a Igreja católica é abalada há vários meses pela divulgação de abusos sexuais cometidos sobre crianças por membros do clero.

Estes escândalos conduziram algumas pessoas, incluindo da própria Igreja, a colocar em causa a questão da obrigação de celibato dos padres.

A crítica ao celibato dos padres “pode surpreender numa altura em que não casar está cada vez mais na moda”, declarou Bento XVI.

Mas, acrescentou, “um sim definitivo, para se entregar a Deus, é o sim definitivo do casamento, forma natural de união entre um homem e uma mulher e fundamento da cultura cristã no mundo”.

“Se desaparecer, vão desaparecer as raízes da nossa cultura”, defendeu.

Depois da vigília durante a qual alguns padres foram autorizados a colocar questões ao papa, o ano sacerdotal, que teve como objetivo reavivar as vocações e foi decretado a 16 de junho de 2009 por Bento XVI, será encerrado hoje com uma missa celebrada pelo papa.

Nesta ocasião, cerca de 15.000 padres provenientes do mundo inteiro, segundo o Vaticano, viajaram até Roma, para “apoiar publicamente o Santo Padre”.

I ONLINE 17-07-2010