Política
Vara, Lino e Coissoró em novos processos da «Face Oculta»
O Ministério Público ordenou investigação de mais de uma dezena de novos casos suspeitos. Armando Vara, o ex-ministro Mário Lino e o antigo deputado do CDS Narana Coissoró são visados nas certidões extraídas do processo de Aveiro e que vai levar agora a novas investigações
A Polícia Judiciária e o Ministério Público investigaram e encontraram mais do que procuraram. As perícias financeiras às contas bancárias detectaram levantamentos de depósitos suspeitos: concretamente dois cheques depositados na conta do ex-ministro em Outubro de 2009, no valor global de 425 mil euros.
Tempos antes, entre 2008 e 2009, era o socialista quem transferia um total de 500 mil euros para conta alheia. A destinatária desse meio milhão de euros, ouvida no processo «Face Oculta», justificou as movimentações bancárias com um contrato de permuta de casa com Armando Vara que não chegou a concretizar-se. Só não conseguiu explicar por que razão num dia Vara lhe deposita 150 mil euros para no dia seguinte ela lhe devolver 50 mil euros.
No despacho em que ordena a nova investigação, o procurador escreve: «Restam por esclarecer os pagamentos aparentemente contraditórios, bem como as circunstâncias que explicam a continuação da ocupação das residências pelos respectivos vendedores».
As autoridades admitem que esteja em causa um crime de fraude fiscal e de branqueamento de capitais.
As declarações da antiga secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, estão na origem de uma nova investigação, agora visando o ex-ministro das Obras Públicas. Mário Lino é suspeito de pressionar os responsáveis da REFER e a própria secretária de Estado para favorecerem as empresas de Manuel Godinho.
As autoridades querem esclarecer «se o então ministro das Obras Públicas, Mário Lino, teve interferência no processo de reestruturação da Refer ou outro tratamento de favor».
Pode estar em causa um crime de corrupção ou de abuso de poder.
Entre os novos casos a investigar consta também a atribuição de três cheques num total de 32 mil euros ao antigo deputado Narana Coissoró. Quando foi ouvido, há cerca de mês e meio, Narana confirmou os depósitos, esclarecendo que dois cheques pagaram honorários da sua actividade de advogado e um terceiro, no valor de quase dez mil euros, foi um donativo a título pessoal para a campanha eleitoral para a Assembleia da República. Ora, escreve o Ministério Público, «tais factos não se mostram completamente esclarecidos existindo suspeitas face ao modus operandi conhecido do arguido Manuel Godinho de que parte das verbas se destinassem ao pagamento de favores ou à corrupção de funcionários».
Contactado pela TVI, o antigo deputado centrista rejeita que tenha praticado qualquer ilícito.
Por Cláudia Rosenbusch, TVI 2010-11-05 22:03
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/politica/face-oculta-armando-vara-narana-coissoro-mario-lino-tvi24/1206112-4072.html
Vara, Lino e Coissoró em novos processos da «Face Oculta»
O Ministério Público ordenou investigação de mais de uma dezena de novos casos suspeitos. Armando Vara, o ex-ministro Mário Lino e o antigo deputado do CDS Narana Coissoró são visados nas certidões extraídas do processo de Aveiro e que vai levar agora a novas investigações
A Polícia Judiciária e o Ministério Público investigaram e encontraram mais do que procuraram. As perícias financeiras às contas bancárias detectaram levantamentos de depósitos suspeitos: concretamente dois cheques depositados na conta do ex-ministro em Outubro de 2009, no valor global de 425 mil euros.
Tempos antes, entre 2008 e 2009, era o socialista quem transferia um total de 500 mil euros para conta alheia. A destinatária desse meio milhão de euros, ouvida no processo «Face Oculta», justificou as movimentações bancárias com um contrato de permuta de casa com Armando Vara que não chegou a concretizar-se. Só não conseguiu explicar por que razão num dia Vara lhe deposita 150 mil euros para no dia seguinte ela lhe devolver 50 mil euros.
No despacho em que ordena a nova investigação, o procurador escreve: «Restam por esclarecer os pagamentos aparentemente contraditórios, bem como as circunstâncias que explicam a continuação da ocupação das residências pelos respectivos vendedores».
As autoridades admitem que esteja em causa um crime de fraude fiscal e de branqueamento de capitais.
As declarações da antiga secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, estão na origem de uma nova investigação, agora visando o ex-ministro das Obras Públicas. Mário Lino é suspeito de pressionar os responsáveis da REFER e a própria secretária de Estado para favorecerem as empresas de Manuel Godinho.
As autoridades querem esclarecer «se o então ministro das Obras Públicas, Mário Lino, teve interferência no processo de reestruturação da Refer ou outro tratamento de favor».
Pode estar em causa um crime de corrupção ou de abuso de poder.
Entre os novos casos a investigar consta também a atribuição de três cheques num total de 32 mil euros ao antigo deputado Narana Coissoró. Quando foi ouvido, há cerca de mês e meio, Narana confirmou os depósitos, esclarecendo que dois cheques pagaram honorários da sua actividade de advogado e um terceiro, no valor de quase dez mil euros, foi um donativo a título pessoal para a campanha eleitoral para a Assembleia da República. Ora, escreve o Ministério Público, «tais factos não se mostram completamente esclarecidos existindo suspeitas face ao modus operandi conhecido do arguido Manuel Godinho de que parte das verbas se destinassem ao pagamento de favores ou à corrupção de funcionários».
Contactado pela TVI, o antigo deputado centrista rejeita que tenha praticado qualquer ilícito.
Por Cláudia Rosenbusch, TVI 2010-11-05 22:03
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/politica/face-oculta-armando-vara-narana-coissoro-mario-lino-tvi24/1206112-4072.html
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