Traficantes tinham frota de "lanchas voadoras"
Duas empresas que simulavam o aluguer de barcos para esconder o tráfico de drogas tinham 11 lanchas-voadoras, dois armazéns arrendados, carros e telefones por satélite. A rede está agora a responder em tribunal, no Barreiro. Dos 12 arguidos um é português.
Lanchas seriam usadas para transportar haxixe
O processo começou a ser julgado no Tribunal do Barreiro, mas apenas quatro dos arguidos, que se encontram em prisão preventiva, estão sentados no banco dos réus. Os outros estão fugidos ou não foram localizados pelas autoridades para serem notificados.
Os 12 arguidos integravam uma das mais importantes redes detectadas em Portugal, tendo-lhes sido apreendidas sete toneladas de haxixe, pela Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCT) da Polícia Judiciária (PJ), num trabalho conjunto com a Polícia Nacional espanhola.
A "Operação Tridente" foi desencadeada em Março de 2009, mas ao longo do inquérito e até à acusação, cerca de um ano depois, a PJ e o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), do Ministério Público (MP), que tutelou a investigação, ficaram com uma ideia exacta da capacidade financeira do grupo e da originalidade da forma como este actuava.
As conclusões da investigação foram enviadas pela PJ para as suas congéneres europeias, uma vez que se trata de métodos criminosos ainda muito pouco comuns e, por isso, mal conhecidos. É que as embarcações usadas para o tráfico de Marrocos para Portugal operavam sob a cobertura de uma empresa, fundada no Barreiro em 2008, a Espectaculause, por um indivíduo belga, de nome Steven, tido pelas autoridades como o principal arguido e agora a responder em julgamento.
A empresa tinha como actividade oficial o aluguer de barcos de recreio para pesca, dispondo de 11 embarcações, do tipo lanchas voadoras, enquanto os indivíduos contratados para as pilotar - sempre estrangeiros - dispunham de documentos passados pela empresa para o efeito, o que permitia dissimular a verdadeira actividade, o tráfico de haxixe.
A Espectaculause tinha, por sua vez, ligações a uma empresa belga, a Play Well Games, também oficialmente dedicada a actividades marítimas e de que é sócio-gerente Richard Gils, igualmente belga, e bem conhecido nos meandros do tráfico de droga. A existência das duas empresas permitia o intercâmbio comercial de embarcações, para facilitar o registo e importação.
Gils chegou a operar em Portugal "alugando" um iate de 14 metros, o "Freddie Rocks", propriedade da Espectaculause, e que era usado nas operações de tráfico para, colocado a meio do percurso entre Marrocos e Portugal, dar apoio logístico às embarcações mais pequenas.
Gils conseguiu escapar à PJ e fugiu para Marrocos, onde acabou por ser detido, e deverá ser extraditado para Espanha, onde decorre um processo contra ele, precisamente por tráfico de drogas.
Carlos Varela
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=1777447&page=-1
Duas empresas que simulavam o aluguer de barcos para esconder o tráfico de drogas tinham 11 lanchas-voadoras, dois armazéns arrendados, carros e telefones por satélite. A rede está agora a responder em tribunal, no Barreiro. Dos 12 arguidos um é português.
Lanchas seriam usadas para transportar haxixe
O processo começou a ser julgado no Tribunal do Barreiro, mas apenas quatro dos arguidos, que se encontram em prisão preventiva, estão sentados no banco dos réus. Os outros estão fugidos ou não foram localizados pelas autoridades para serem notificados.
Os 12 arguidos integravam uma das mais importantes redes detectadas em Portugal, tendo-lhes sido apreendidas sete toneladas de haxixe, pela Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCT) da Polícia Judiciária (PJ), num trabalho conjunto com a Polícia Nacional espanhola.
A "Operação Tridente" foi desencadeada em Março de 2009, mas ao longo do inquérito e até à acusação, cerca de um ano depois, a PJ e o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), do Ministério Público (MP), que tutelou a investigação, ficaram com uma ideia exacta da capacidade financeira do grupo e da originalidade da forma como este actuava.
As conclusões da investigação foram enviadas pela PJ para as suas congéneres europeias, uma vez que se trata de métodos criminosos ainda muito pouco comuns e, por isso, mal conhecidos. É que as embarcações usadas para o tráfico de Marrocos para Portugal operavam sob a cobertura de uma empresa, fundada no Barreiro em 2008, a Espectaculause, por um indivíduo belga, de nome Steven, tido pelas autoridades como o principal arguido e agora a responder em julgamento.
A empresa tinha como actividade oficial o aluguer de barcos de recreio para pesca, dispondo de 11 embarcações, do tipo lanchas voadoras, enquanto os indivíduos contratados para as pilotar - sempre estrangeiros - dispunham de documentos passados pela empresa para o efeito, o que permitia dissimular a verdadeira actividade, o tráfico de haxixe.
A Espectaculause tinha, por sua vez, ligações a uma empresa belga, a Play Well Games, também oficialmente dedicada a actividades marítimas e de que é sócio-gerente Richard Gils, igualmente belga, e bem conhecido nos meandros do tráfico de droga. A existência das duas empresas permitia o intercâmbio comercial de embarcações, para facilitar o registo e importação.
Gils chegou a operar em Portugal "alugando" um iate de 14 metros, o "Freddie Rocks", propriedade da Espectaculause, e que era usado nas operações de tráfico para, colocado a meio do percurso entre Marrocos e Portugal, dar apoio logístico às embarcações mais pequenas.
Gils conseguiu escapar à PJ e fugiu para Marrocos, onde acabou por ser detido, e deverá ser extraditado para Espanha, onde decorre um processo contra ele, precisamente por tráfico de drogas.
Carlos Varela
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=1777447&page=-1