Crise
Os bancos centrais também vão à falência?
UE e FMI salvam países. E quem os vai salvar a eles?
Roubini diz que estamos a concentrar os problemas no nível superior. E quando for preciso ajudar estas super-entidades, de onde virá o dinheiro?
Nouriel Roubini, o economista que previu a actual crise financeira e económica global, coloca um cenário assustador numa entrevista à CNBC: o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia (UE) estão a «salvar» os países insolventes. Mas isso é apenas «chutar» o problema para o patamar superior. E quando a crise chegar a esse nível, quem os salva a eles?
«Agora temos uma data de entidades supra-soberanas (o FMI, a UE, a Zona Euro) a resgatar estas entidades soberanas», afirmou, considerando que esta situação apenas está a levar o problema para um novo nível, uma nova escala, concentrando-o. «Não virá ninguém de Marte nem da Lua emprestar dinheiro ao FMI ou à Zona Euro».
Problemas, quem os não tem?
Percorrendo o mapa do euro, o economista deixa um rasto de preocupações. «Temos demasiada dívida privada no caso da Irlanda. Decidimos socializar as perdas privadas do sistema bancário e agora temos um aumento enorme da dívida pública, que passou dos 7% para os 100%. E em breve será de 120%, como já acontece na Grécia».
Mas, lembra o economista, em alguma instância, a realidade acaba por intervir e pôr fim a esta derrocada. «Em alguma altura será preciso reestruturar. Nalgum ponto será necessário que os credores dos bancos aguentem a estocada, ou toda esta dívida fica às costas do Estado. E então o Estado cede e o Governo torna-se insolvente».
Mas há ainda o caso da França, lembra Roubini. «Sarkozy foi eleito dizendo que iria fazer uma data de reformas. Não fez nada. Agora, está fragilizado. Pode perder a eleição e, por isso, vai adiar as medidas de austeridade e as reformas», prevê.
Os investidores despertaram primeiro para os casos da Grécia, Irlanda e Portugal. «Mas a França não tem melhor aspecto do que a periferia», considera, sobretudo porque não se perspectiva que o país avance em breve com as medidas necessárias.
Mas, ainda antes da França, o economista diz que existem outros países na «linha da crise»: Portugal é o próximo. «Devido à severidade dos problemas de dívida, Portugal vai perder acesso aos mercados e isso significa que vai precisar de recorrer também à ajuda do FMI».
Espanha é o elefante na sala
Mas o grande pesadelo da Zona Euro é a Espanha, o verdadeiro «elefante na sala da dívida pública». Quer isto dizer que, quando a Espanha cair, fará tombar muitos no caminho para o chão.
«Podemos tentar blindar a Espanha e tentar providenciar financiamento oficial para a Irlanda, Portugal e Grécia por três anos. Deixá-los fora do mercado. Talvez reestruturar a dívida deles até ao fim», sugere. «Mas se Espanha cair não existe dinheiro oficial suficiente no envelope dos resgates europeu para salvar a Espanha. Por um lado, a Espanha é demasiado grande para falir e, por outro, demasiado grande para ser salva».
BCE pede mais esforços a Espanha para evitar contágio da Irlanda
FMI: crise da dívida soberana ainda não acabou
Banco Central da Irlanda também já arrisca insolvência
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/roubini-crise-espanha-fmi-falencia/1210585-1730.html
Os bancos centrais também vão à falência?
UE e FMI salvam países. E quem os vai salvar a eles?
Roubini diz que estamos a concentrar os problemas no nível superior. E quando for preciso ajudar estas super-entidades, de onde virá o dinheiro?
Nouriel Roubini, o economista que previu a actual crise financeira e económica global, coloca um cenário assustador numa entrevista à CNBC: o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia (UE) estão a «salvar» os países insolventes. Mas isso é apenas «chutar» o problema para o patamar superior. E quando a crise chegar a esse nível, quem os salva a eles?
«Agora temos uma data de entidades supra-soberanas (o FMI, a UE, a Zona Euro) a resgatar estas entidades soberanas», afirmou, considerando que esta situação apenas está a levar o problema para um novo nível, uma nova escala, concentrando-o. «Não virá ninguém de Marte nem da Lua emprestar dinheiro ao FMI ou à Zona Euro».
Problemas, quem os não tem?
Percorrendo o mapa do euro, o economista deixa um rasto de preocupações. «Temos demasiada dívida privada no caso da Irlanda. Decidimos socializar as perdas privadas do sistema bancário e agora temos um aumento enorme da dívida pública, que passou dos 7% para os 100%. E em breve será de 120%, como já acontece na Grécia».
Mas, lembra o economista, em alguma instância, a realidade acaba por intervir e pôr fim a esta derrocada. «Em alguma altura será preciso reestruturar. Nalgum ponto será necessário que os credores dos bancos aguentem a estocada, ou toda esta dívida fica às costas do Estado. E então o Estado cede e o Governo torna-se insolvente».
Mas há ainda o caso da França, lembra Roubini. «Sarkozy foi eleito dizendo que iria fazer uma data de reformas. Não fez nada. Agora, está fragilizado. Pode perder a eleição e, por isso, vai adiar as medidas de austeridade e as reformas», prevê.
Os investidores despertaram primeiro para os casos da Grécia, Irlanda e Portugal. «Mas a França não tem melhor aspecto do que a periferia», considera, sobretudo porque não se perspectiva que o país avance em breve com as medidas necessárias.
Mas, ainda antes da França, o economista diz que existem outros países na «linha da crise»: Portugal é o próximo. «Devido à severidade dos problemas de dívida, Portugal vai perder acesso aos mercados e isso significa que vai precisar de recorrer também à ajuda do FMI».
Espanha é o elefante na sala
Mas o grande pesadelo da Zona Euro é a Espanha, o verdadeiro «elefante na sala da dívida pública». Quer isto dizer que, quando a Espanha cair, fará tombar muitos no caminho para o chão.
«Podemos tentar blindar a Espanha e tentar providenciar financiamento oficial para a Irlanda, Portugal e Grécia por três anos. Deixá-los fora do mercado. Talvez reestruturar a dívida deles até ao fim», sugere. «Mas se Espanha cair não existe dinheiro oficial suficiente no envelope dos resgates europeu para salvar a Espanha. Por um lado, a Espanha é demasiado grande para falir e, por outro, demasiado grande para ser salva».
BCE pede mais esforços a Espanha para evitar contágio da Irlanda
FMI: crise da dívida soberana ainda não acabou
Banco Central da Irlanda também já arrisca insolvência
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/roubini-crise-espanha-fmi-falencia/1210585-1730.html
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