«Concordo e aceito um homem que viva com outro homem»
Palavras polémicas do bispo das Forças Armadas sobre o casamento gay e José Saramago
O bispo das Forças Armadas não vê nenhum mal na homossexualidade e sublinha que a Igreja Católica tem mesmo de «entender» o amor de um homem por um homem ou de uma mulher por uma mulher.
«Para mim, independentemente do conteúdo - eu não concordo com a noção de casamento -, concordo e aceito um homem que viva com um homem e uma mulher que viva com uma mulher», afirmou, em entrevista ao jornal «i».
Sobre o mesmo assunto, D. Januário Torgal Ferreira criticou a explicação «perfeitamente inadequada, inconveniente, injustificada e incoerente» do Presidente da República, aquando da promulgação do casamento gay.
«A sério que não vejo como é que uma situação crítica do ponto de vista económico-financeiro pode ser agravada com a legalização de um homem casar com um homem ou de uma mulher com uma mulher», reforçou.
«A inquisição ao contrário» feita a Saramago
Sempre polémico, o bispo recordou também o escritor José Saramago, de quem admirava consideravelmente a sua obra. «A mim o que me chocou foi perceber que muita gente o atacava só por ser comunista e por não ser católico. Isso não tem nada a ver com a qualidade da sua produção literária», defendeu.
«Saramago não era de Deus, mas passava a vida a falar de Deus. Ele, no fundo, tinha interesse por Deus! E deve merecer respeito pelo seu ponto de vista. A única coisa que me entristece e me distancia de certas leituras é a agressão gratuita, a calúnia, o banditismo mental, a inquisição ao contrário», acrescentou.
Ao comentar as palavras duras do jornal do Vaticano sobre o Nobel português, D. Januário lamentou a «soma de pessoas que ficaram perfeitamente analfabetas, cheias de complexos, de maldade, de sensualidade, quase castradas».
http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/gays-homossexuais-bispo-d-januario-torgal-ferreira-tvi24/1173205-4071.html
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