A EDP contraiu um empréstimo de €300 milhões por 15 anos junto do Banco Europeu de Investimento (BEI), para financiar obras de reforço de potência nas barragens de Alqueva e Venda Nova.
O empréstimo irá servir para o financiamento de dois reforços de potência das centrais hidroeléctricas de Alqueva e de Venda Nova. No Alqueva o reforço de potência irá permitir aumentar a capacidade instalada de 240 megawatts (MW) para os 496MW e em Venda Nova dos actuais 281 MW para os 1017MW, tornando-se na central com maior capacidade instalada em Portugal.
As novas centrais hidroeléctricas vão aumentar a capacidade de resposta a picos de procura eléctrica bem como fornecer os chamados serviços de sistema, permitindo armazenar a energia em excesso na rede bombeando a água de volta para as albufeiras em horas de menor consumo.
Esta versatilidade permite ao sistema eléctrico acomodar mais energia eólica e reduzir a volatilidade associada à mesma, aumentando a segurança de abastecimento. O aumento da capacidade hídrica contribui também para diminuir emissões de CO2. Os projectos enquadram-se na estratégia nacional para as energias renováveis definida pelo Governo português em 2007 e integra-se no plano de investimentos hídrico da EDP para a próxima década quer ao nível de reforços de potência quer na construção de novas centrais.
http://aeiou.expresso.pt/edp-pede-8364300-milhoes-para-financiar-alqueva=f631357
Thursday, 10 February 2011
PORTUGAL É O QUINTO PRODUTOR MUNDIAL DE LÍTIO
Energia
Portugal à beira de ficar rico
Portugal é já o quinto produtor mundial de lítio, e a procura desta matéria-prima para baterias de carros eléctricos vai quadriplicar.
Mina de lítio a céu aberto, perto da Guarda. Portugal já é o 5º produtor mundial de lítio e tem potencial para 70 anos de exploração.
(Foto Luis Faustino)
Um estudo hoje divulgado pela empresa de consultoria MarketResearch.com indica que a procura de litío para a construção de baterias de iões de lítio para a indústria automóvel vai quadriplicar ao longo dos próximos 10 anos.
O mesmo estudo inidca que em 2010 o mercado mundial de lítio ascendeu a 11 mil milhões de dólares (€8 mil milhões), mas que em 2020 deverá rondar os 43 mil milhões de dólares (€31,5 mil milhões).
Alguns analsitas do setor extractivo garantem ao Expresso que Portugal tem aqui uma oportunidade única para "marcar pontos" neste importante mercado, pois atualmente já é o 5º maior exportador mundial de lítio, e tem potencial de exploração para mais 70 anos. Estes dados são confirmados, aliás, pelo Departamento de Energia norte-americano.
Indústria automóvel interessada no lítio português
O problema é que Portugal apenas vai até à produção de concentrado de lítio, ou seja, não acrescenta mais valor ao seu produto, tendo que o vender em bruto para os smelters (proprietários de fundições) de outros países. Esses, sim, é que entregam à indústria automóvel o lítio pronto para ser utilizado em baterias de carros elétricos. São também estes intermediários que faturam uma parte considerável do processo de transformação do lítio.
O Expresso sabe, no entanto, que o principal produtor de lítio em Portugal está já a ser sondado por várias empresas multinacionais da indústria das baterias para carros elétricos, no sentido de formar parcerias que possam passar pela criação de uma fundição em Portugal. Ou seja, poderia ser um passo à frente no processo, em que o país acrescentaria valor ao seu recurso natural.
Para além da indústria automóvel, o lítio também, é utilizado na indústria eletrónica (telemóveis), farmacêutica e prevê-se que venha a ter cada vez mais aplicações na indústria aeroespacial e também na área militar.
Vítor Andrade (www.expresso.pt)
Portugal é já o quinto produtor mundial de lítio, e a procura desta matéria-prima para baterias de carros eléctricos vai quadriplicar.
Mina de lítio a céu aberto, perto da Guarda. Portugal já é o 5º produtor mundial de lítio e tem potencial para 70 anos de exploração.
(Foto Luis Faustino)
Um estudo hoje divulgado pela empresa de consultoria MarketResearch.com indica que a procura de litío para a construção de baterias de iões de lítio para a indústria automóvel vai quadriplicar ao longo dos próximos 10 anos.
O mesmo estudo inidca que em 2010 o mercado mundial de lítio ascendeu a 11 mil milhões de dólares (€8 mil milhões), mas que em 2020 deverá rondar os 43 mil milhões de dólares (€31,5 mil milhões).
Alguns analsitas do setor extractivo garantem ao Expresso que Portugal tem aqui uma oportunidade única para "marcar pontos" neste importante mercado, pois atualmente já é o 5º maior exportador mundial de lítio, e tem potencial de exploração para mais 70 anos. Estes dados são confirmados, aliás, pelo Departamento de Energia norte-americano.
Indústria automóvel interessada no lítio português
O problema é que Portugal apenas vai até à produção de concentrado de lítio, ou seja, não acrescenta mais valor ao seu produto, tendo que o vender em bruto para os smelters (proprietários de fundições) de outros países. Esses, sim, é que entregam à indústria automóvel o lítio pronto para ser utilizado em baterias de carros elétricos. São também estes intermediários que faturam uma parte considerável do processo de transformação do lítio.
O Expresso sabe, no entanto, que o principal produtor de lítio em Portugal está já a ser sondado por várias empresas multinacionais da indústria das baterias para carros elétricos, no sentido de formar parcerias que possam passar pela criação de uma fundição em Portugal. Ou seja, poderia ser um passo à frente no processo, em que o país acrescentaria valor ao seu recurso natural.
Para além da indústria automóvel, o lítio também, é utilizado na indústria eletrónica (telemóveis), farmacêutica e prevê-se que venha a ter cada vez mais aplicações na indústria aeroespacial e também na área militar.
Vítor Andrade (www.expresso.pt)
10:43 Quinta feira, 10 de Fevereiro de 2011
http://aeiou.expresso.pt/portugal-a-beira-de-ficar-rico=f631254
http://aeiou.expresso.pt/portugal-a-beira-de-ficar-rico=f631254
BPN: PROCESSO COMPLEXO
Testemunha: Processo "é tão complexo que eu nunca tinha visto isto"
O inspector tributário Paulo Jorge Silva, testemunha no julgamento do caso BPN, disse hoje, a propósito de uma redenominação de conta de uma sociedade 'offshore' do grupo SLN, que este é o processo mais complexo que já lhe passou pelas mãos.
“É tão complexo que eu nunca tinha visto isto”, realçou a testemunha da acusação, que se referia a uma redenominação de uma conta bancária detida por uma sociedade 'offshore' (sediada num paraíso fiscal) da órbita da 'holding' que detinha o Banco Português de Negócios (BPN) por outra sociedade 'offshore' do mesmo grupo.
Em causa está uma operação feita em Agosto de 2000, que levou a que uma conta bancária que estava em nome da 'offshore' Invesco passasse a ser usada por outra 'offshore', denominada Venice.
Estas duas sociedades fazem parte das dezenas de 'offshores' criadas pelo grupo Sociedade Lusa de Negócios (SLN) e que alegadamente serviam para fazer transações suspeitas entre as empresas do grupo SLN.
Esta declaração do inspector tributário de Braga marcou o recomeço da sessão após o intervalo para almoço, durante a qual o juiz presidente, Luís Ribeiro, agendou as várias sessões que vão decorrer até ao final de Abril.
As próximas sessões vão decorrer a 23 e 24 de Fevereiro, a 10, 16, 17, 21, 28 e 31 de Março, a 01, 04, 07, 08, 11 e 13 de Abril e, após interrupção das férias judiciais da Páscoa, serão retomadas a 26 e 27 do mesmo mês.
O juiz presidente combinou ainda com os vários advogados de defesa que já na próxima sessão serão agendadas todas as datas em que decorrerá o julgamento até ao final do ano.
O antigo presidente do BPN, José Oliveira e Costa, está a ser julgado neste processo por crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, infidelidade, fraude fiscal qualificada e aquisição ilícita de ações.
São também julgadas outras 14 pessoas e a empresa Labicer por crimes diversos, desde abuso de confiança a burla qualificada, passando por fraude fiscal e falsificação de documentos, entre outros ilícitos.
Desde que o Banco Português de Negócios (BPN) foi nacionalizado, o Estado já teve de injetar cerca de 4,7 mil milhões de euros para cobrir o “buraco financeiro” deixado na instituição por Oliveira e Costa e restantes arguidos.
O processo BPN está em julgamento nas Varas Criminais de Lisboa, no Campus da Justiça.
http://www.destak.pt/artigo/87250-testemunha-processo-e-tao-complexo-que-eu-nunca-tinha-visto-isto
O inspector tributário Paulo Jorge Silva, testemunha no julgamento do caso BPN, disse hoje, a propósito de uma redenominação de conta de uma sociedade 'offshore' do grupo SLN, que este é o processo mais complexo que já lhe passou pelas mãos.
“É tão complexo que eu nunca tinha visto isto”, realçou a testemunha da acusação, que se referia a uma redenominação de uma conta bancária detida por uma sociedade 'offshore' (sediada num paraíso fiscal) da órbita da 'holding' que detinha o Banco Português de Negócios (BPN) por outra sociedade 'offshore' do mesmo grupo.
Em causa está uma operação feita em Agosto de 2000, que levou a que uma conta bancária que estava em nome da 'offshore' Invesco passasse a ser usada por outra 'offshore', denominada Venice.
Estas duas sociedades fazem parte das dezenas de 'offshores' criadas pelo grupo Sociedade Lusa de Negócios (SLN) e que alegadamente serviam para fazer transações suspeitas entre as empresas do grupo SLN.
Esta declaração do inspector tributário de Braga marcou o recomeço da sessão após o intervalo para almoço, durante a qual o juiz presidente, Luís Ribeiro, agendou as várias sessões que vão decorrer até ao final de Abril.
As próximas sessões vão decorrer a 23 e 24 de Fevereiro, a 10, 16, 17, 21, 28 e 31 de Março, a 01, 04, 07, 08, 11 e 13 de Abril e, após interrupção das férias judiciais da Páscoa, serão retomadas a 26 e 27 do mesmo mês.
O juiz presidente combinou ainda com os vários advogados de defesa que já na próxima sessão serão agendadas todas as datas em que decorrerá o julgamento até ao final do ano.
O antigo presidente do BPN, José Oliveira e Costa, está a ser julgado neste processo por crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, infidelidade, fraude fiscal qualificada e aquisição ilícita de ações.
São também julgadas outras 14 pessoas e a empresa Labicer por crimes diversos, desde abuso de confiança a burla qualificada, passando por fraude fiscal e falsificação de documentos, entre outros ilícitos.
Desde que o Banco Português de Negócios (BPN) foi nacionalizado, o Estado já teve de injetar cerca de 4,7 mil milhões de euros para cobrir o “buraco financeiro” deixado na instituição por Oliveira e Costa e restantes arguidos.
O processo BPN está em julgamento nas Varas Criminais de Lisboa, no Campus da Justiça.
http://www.destak.pt/artigo/87250-testemunha-processo-e-tao-complexo-que-eu-nunca-tinha-visto-isto
ADVOGADOS DE MARCO DE CANAVEZES ADMITEM GREVE ÀS OFICIOSAS
Advogados admitem greve às defesas oficiosas em protesto pelas más condições do tribunal
Marco de Canaveses
Os advogados do Marco de Canaveses admitem fazer greve às defesas oficiosas em protesto pela "situação caótica" do tribunal, revelou à Agência Lusa o jurista local Álvaro Sanhudo.
Segundo o representante da Ordem dos Advogados no Marco de Canaveses, mantêm-se os atrasos no tribunal local, apesar da tomada de posição do bastonário há mais de três meses.
No dia 27 de outubro, em conferência de imprensa realizada no Marco de Canaveses, o bastonário Marinho Pinto apelou ao Ministério da Justiça para que pusesse termo à "situação caótica" em que se encontrava o tribunal local.
"Há 12 mil processos pendentes no Marco, repartidos por duas secções, que estão praticamente parados porque não há funcionários para os trabalhar como deve ser", afirmou Marinho Pinto.
Três meses depois, segundo o representante da Ordem dos Advogados no Marco de Canaveses, a situação agravou-se, aumentando o número de processos pendentes.De acordo com Álvaro Sanhudo, são mais de 10 mil processos afetos a cada um dos dois juízos da comarca.
"Face à presente situação, no dia 23 de fevereiro vamos fazer uma assembleia de comarca e discutiremos a possibilidade de fazermos greve às defesas oficiosas porque estamos cansados de esperar", afirmou Álvaro Sanhudo.
"Há processos parados há mais de um ano e até há alguns urgentes que aguardam uma decisão há sete meses", garantiu, frisando que o problema mais grave decorre do número insuficiente de funcionários.
O advogado admite que, já depois da conferência de imprensa de Marinho Pinto, foi colocado mais um funcionário no Ministério Público (MP), mas insiste que "é manifestamente insuficiente para melhorar o funcionamento do tribunal, faltando recursos humanos para apoiarem magistrados judiciais".
O jurista insiste que a dimensão da comarca justifica a criação de um terceiro juízo, frisando que comarcas vizinhas, de idêntica dimensão, como Amarante, Felgueiras ou Fafe, têm três juízos e por isso contam com mais funcionários.
Álvaro Sanhudo referiu que a delegação da ordem enviou cartas ao Ministério da Justiça dando conta das dificuldades, mas garantiu não ter recebido qualquer resposta.
"O ambiente no tribunal é muito mau, com toda a gente a queixar-se da falta de condições. Na região, este é o tribunal que pior trabalha. Isto é um inferno", considerou o advogado.
Na comarca do Marco de Canaveses há cerca de 50 advogados com actividade regular.
http://www.jornaltvs.net/noticia.asp?idEdicao=212&id=33259&idSeccao=3352&Action=noticia
Marco de Canaveses
Os advogados do Marco de Canaveses admitem fazer greve às defesas oficiosas em protesto pela "situação caótica" do tribunal, revelou à Agência Lusa o jurista local Álvaro Sanhudo.
Segundo o representante da Ordem dos Advogados no Marco de Canaveses, mantêm-se os atrasos no tribunal local, apesar da tomada de posição do bastonário há mais de três meses.
No dia 27 de outubro, em conferência de imprensa realizada no Marco de Canaveses, o bastonário Marinho Pinto apelou ao Ministério da Justiça para que pusesse termo à "situação caótica" em que se encontrava o tribunal local.
"Há 12 mil processos pendentes no Marco, repartidos por duas secções, que estão praticamente parados porque não há funcionários para os trabalhar como deve ser", afirmou Marinho Pinto.
Três meses depois, segundo o representante da Ordem dos Advogados no Marco de Canaveses, a situação agravou-se, aumentando o número de processos pendentes.De acordo com Álvaro Sanhudo, são mais de 10 mil processos afetos a cada um dos dois juízos da comarca.
"Face à presente situação, no dia 23 de fevereiro vamos fazer uma assembleia de comarca e discutiremos a possibilidade de fazermos greve às defesas oficiosas porque estamos cansados de esperar", afirmou Álvaro Sanhudo.
"Há processos parados há mais de um ano e até há alguns urgentes que aguardam uma decisão há sete meses", garantiu, frisando que o problema mais grave decorre do número insuficiente de funcionários.
O advogado admite que, já depois da conferência de imprensa de Marinho Pinto, foi colocado mais um funcionário no Ministério Público (MP), mas insiste que "é manifestamente insuficiente para melhorar o funcionamento do tribunal, faltando recursos humanos para apoiarem magistrados judiciais".
O jurista insiste que a dimensão da comarca justifica a criação de um terceiro juízo, frisando que comarcas vizinhas, de idêntica dimensão, como Amarante, Felgueiras ou Fafe, têm três juízos e por isso contam com mais funcionários.
Álvaro Sanhudo referiu que a delegação da ordem enviou cartas ao Ministério da Justiça dando conta das dificuldades, mas garantiu não ter recebido qualquer resposta.
"O ambiente no tribunal é muito mau, com toda a gente a queixar-se da falta de condições. Na região, este é o tribunal que pior trabalha. Isto é um inferno", considerou o advogado.
Na comarca do Marco de Canaveses há cerca de 50 advogados com actividade regular.
http://www.jornaltvs.net/noticia.asp?idEdicao=212&id=33259&idSeccao=3352&Action=noticia
JULGAMENTIO DO CASO BCP JÁ TEM OITO SESSÕES MARCADAS
Já estão marcadas oito sessões do julgamento do caso BCP, em que quatro antigos administradores do banco estão acusados de falsificação de contas e manipulação de mercado. As audiências terão início a 24 de Outubro, havendo mais sete sessões marcadas até 14 de Dezembro.
Os quatro acusados, Jardim Gonçalves, Filipe Pinhal, Christopher de Beck e António Rodrigues, foram notificados das datas do julgamento no início de Fevereiro. Mas ainda terão de esperar mais de oito meses até que as audiências, que nas sessões agendadas se prolongarão por todo o dia, tenham lugar. Uma demora que alguns dos arguidos atribuem ao facto do juiz que vai presidir ao julgamento ter de se inteirar do processo, que tem mais de 20 mil páginas. Em Outubro, terá passado mais de um ano sobre a data em que o juíz do Tribunal de Instrução Criminal decidiu levar a julgamento os quatro ex-administradores do BCP, em Julho de 2010. Isto, apesar de ter deixado cair a acusação de burla qualificada, por considerar que as alegadas irregularidades cometidas pelos arguidos não tiveram como objectivo o enriquecimento ilícito. Nesta fase do processo, foi ainda arquivada a acusação contra um outro antigo gestor do banco, António Castro Henriques.
Fonte: JdN
10-Fev-2011
http://www.advocatus.pt/content/view/3864/11/
Os quatro acusados, Jardim Gonçalves, Filipe Pinhal, Christopher de Beck e António Rodrigues, foram notificados das datas do julgamento no início de Fevereiro. Mas ainda terão de esperar mais de oito meses até que as audiências, que nas sessões agendadas se prolongarão por todo o dia, tenham lugar. Uma demora que alguns dos arguidos atribuem ao facto do juiz que vai presidir ao julgamento ter de se inteirar do processo, que tem mais de 20 mil páginas. Em Outubro, terá passado mais de um ano sobre a data em que o juíz do Tribunal de Instrução Criminal decidiu levar a julgamento os quatro ex-administradores do BCP, em Julho de 2010. Isto, apesar de ter deixado cair a acusação de burla qualificada, por considerar que as alegadas irregularidades cometidas pelos arguidos não tiveram como objectivo o enriquecimento ilícito. Nesta fase do processo, foi ainda arquivada a acusação contra um outro antigo gestor do banco, António Castro Henriques.
Fonte: JdN
10-Fev-2011
http://www.advocatus.pt/content/view/3864/11/
DR. CARLOS PINTO DE ABREU: O DEVER DE RESERVA
Carlos Pinto de Abreu pronuncia-se sobre o dever de reserva
O ex-presidente do Conselho Distrital de Lisboa enuncia sete novos pecados mortais na área da Justiça.
A propósito do Dever de Reserva
No mundo actual, fala-se. Fala-se. Fala-se muito. Fala-se demais. Fala-se sem saber. E fala-se sem conhecer. Fala-se sem que se percebam as causas. E sem que, do que se diz, se ponderem as consequências. Mesmo os mais responsáveis, quantas vezes, falam, falam, “atiram pedras” e “chafurdam o charco”. Não enxergam ou minimizam as culpas próprias e só apontam ou aumentam as de terceiros. Todos, e todos sem excepção, temos responsabilidade no que alguns já chamaram de estado permanente de “palrança”.
O ex-presidente do Conselho Distrital de Lisboa enuncia sete novos pecados mortais na área da Justiça.
A propósito do Dever de Reserva
No mundo actual, fala-se. Fala-se. Fala-se muito. Fala-se demais. Fala-se sem saber. E fala-se sem conhecer. Fala-se sem que se percebam as causas. E sem que, do que se diz, se ponderem as consequências. Mesmo os mais responsáveis, quantas vezes, falam, falam, “atiram pedras” e “chafurdam o charco”. Não enxergam ou minimizam as culpas próprias e só apontam ou aumentam as de terceiros. Todos, e todos sem excepção, temos responsabilidade no que alguns já chamaram de estado permanente de “palrança”.
Porque se fala tanto e tantas vezes demais? Talvez porque hoje tenhamos sete novos pecados mortais na área da justiça: a superficialidade, a ignorância, a subjectividade, a venalidade, a parcialidade, a vaidade e a arbitrariedade. Gesticula-se, grita-se, berra-se, acusa-se, mas não se apresentam soluções de consenso nem se apontam caminhos de cooperação. Fala-se muito. Trabalha-se pouco. Fala-se demais. E fala-se mal. Dizem-se asneiras. Desprestigia-se a justiça. Potencia-se a crise. Cavalga-se a conflitualidade. Falta sentido do Justo e de Estado; falta decência, urbanidade e contenção.
Pede-se reserva, pois. O que não quer dizer inércia, silêncio ou demissão. Muito menos rolha, mordaça ou submissão. Reserva significa falar e escrever livremente, no foro próprio. A reserva não implica menor liberdade de expressão. Implica, sim, dignidade na expressão. Independência e elevação na actuação. Rigor e exigência na acção. A reserva não implica sequer impossibilidade de crítica. Exige, sim, uma crítica séria e fundada, no momento devido e no local apropriado.
Não admira, pois, que até na lei se invertam ou subvertam as “prioridades na área da justiça”. Por exemplo, quer-se apenas a “promoção da celeridade e eficácia” da investigação criminal. Já não se pede, sequer, no que toca à investigação criminal, a sua qualidade, profundidade e fiabilidade. Sinal dos tempos! Tempo em que há cada vez mais “agitadores eficazes” e cada vez menos “liderança fiável”.
A demagogia grassa. A justiça não passa. E a lei definha. A lei justa é, ou devia ser, o único instrumento de poder e a única voz de comando, ao menos para juízes, magistrados, advogados e polícias. Mais do que a capacidade de obrigar da norma, o uso do comando legal é, ou devia ser, a arte de influenciar comportamentos e de dirigir os cidadãos. No Direito mais do que se ser obedecido procura-se, ou deve procurar-se, a especial capacidade de se ser seguido, de se ser aceite e de se convencer. Isso só se obtém pelo exemplo e pelo exercício sereno e sóbrio do dever. Sem falar demais. Mas sem calar as injustiças.
Carlos Pinto de Abreu
http://www.advocatus.pt/content/view/3867/13/
CORRUPÇÃO PASSIVA NO APOIO DE FIGO A SÓCRATES
Os três ex-administradores da Taguspark vão sentar-se no banco dos réus porque a juíza considerou que usaram um "expediente" para alcançar "um apoio político-partidário".
Rui Pedro Soares, Américo Thomati e João Carlos Silva, ex-administradores do Taguspark, vão ser julgados pelo crime de corrupção passiva para acto ilícito. A decisão foi tomada ontem pela juíza de instrução deste processo, um dos que se tornaram autónomos do caso "Face Oculta".
Em causa, o contrato de 750 mil euros pagos pela empresa de capitais públicos para que o ex-futebolista associasse a sua imagem ao parque tecnológico de Oeiras. A juíza considerou tratar-se de um "expediente" para conseguir o apoio de Luís Figo para as legislativas de 2009 e salientou o facto de, no mesmo dia em que assinou o contrato, Figo ter tomado o pequeno-almoço com o primeiro-ministro.
"A celebração do contrato constituiu um expediente para, através de uma renovação anual por um período de três anos, alcançar da parte de Luís Figo um apoio político-partidário", disse a magistrada, concluindo ter sido um "benefício" para a candidatura de Sócrates.
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1780458
Rui Pedro Soares, Américo Thomati e João Carlos Silva, ex-administradores do Taguspark, vão ser julgados pelo crime de corrupção passiva para acto ilícito. A decisão foi tomada ontem pela juíza de instrução deste processo, um dos que se tornaram autónomos do caso "Face Oculta".
Em causa, o contrato de 750 mil euros pagos pela empresa de capitais públicos para que o ex-futebolista associasse a sua imagem ao parque tecnológico de Oeiras. A juíza considerou tratar-se de um "expediente" para conseguir o apoio de Luís Figo para as legislativas de 2009 e salientou o facto de, no mesmo dia em que assinou o contrato, Figo ter tomado o pequeno-almoço com o primeiro-ministro.
"A celebração do contrato constituiu um expediente para, através de uma renovação anual por um período de três anos, alcançar da parte de Luís Figo um apoio político-partidário", disse a magistrada, concluindo ter sido um "benefício" para a candidatura de Sócrates.
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1780458
PRECONCEITO ODEOLÓGICO IMPEDIU FMI DE PREVER A CRISE FINANCEIRA
Ninguém parece sair ileso no processo de atribuição de culpas pela crise financeira global. Depois do relatório da Comissão de Inquérito da Crise Financeira ter culpado bancos e reguladores, agora é a vez de o Fundo Monetário Internacional (FMI) ser chamado ao banco dos réus.
O instituto responsável pela avaliação da actuação do FMI acusou ontem a instituição norte-americana de ter ignorado os sinais que apontavam para o perigo de crise, devido a um preconceito ideológico favorável à desregulação do mercado financeiro. "A capacidade de o FMI identificar correctamente os crescentes riscos foi dificultada por um nível elevado de ''mentalidade de grupo'' [...] uma mentalidade generalizada de que uma grande crise financeira seria pouco provável em economias grandes e avançadas", refere o IEO (Independente Evaluation Office), organismo pertencente à estrutura do FMI, mas responsável pela avaliação independente da actuação da instituição norte-americana.
"Muitas vezes o FMI parecia apoiar e incentivar o sector financeiro norte-americano e as políticas dos seus responsáveis, tendo uma visão paralela à da Reserva Federal dos Estados Unidos."
Na prática, o IEO está a acusar o FMI de ter deixado que a sua preferência de governação económica abafasse os sinais de fissuras na solidez do sistema financeiro. Em concreto, a sua admiração pelo modelo de regulação reduzida praticado pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido. "A visão prevalecente junto dos quadros do FMI - um grupo coeso de macroeconomistas - era que a disciplina de mercado e a auto-regulação seriam suficientes para evitar problemas sérios nas instituições financeiras", acrescenta o relatório, que diz que estes quadros acreditavam que "os mercados podiam prosperar em segurança com um mínimo de regulação".
A abordagem e a análise tradicionais impediram o FMI de considerar alguns comportamentos mais arriscados até já ser tarde de mais, com os responsáveis da instituição a pintarem um quadro cor-de-rosa da solidez do sistema.
Em Agosto de 2007, o FMI afirmava que as perspectivas para a economia global eram "muito favoráveis". No Verão de 2008, o FMI dizia que os "EUA evitaram uma aterragem difícil" e que "as piores notícias já tinham ficado para trás". Poucas semanas depois o Lehman Brothers acabaria por falir, marcando a explosão da crise financeira.
O relatório refere ainda que as vozes discordantes destas análises foram persistentemente ignoradas, inclusive os avisos do seu anterior economista-chefe, Raghuram Rajan, e que alguns dos riscos foram identificados, mas não com o pormenor ou a rapidez necessária. Demasiado concentrado nos desequilíbrios globais, o FMI não os relacionou com riscos sistémicos.
Reformas no terreno Em resposta ao relatório, o economista-chefe do FMI, Dominique Strauss-Khan, agradeceu as "ideias construtivas" do IEO, lembrando já ter admitido que o FMI não lançou avisos "suficientemente cedo" e que devia ter sido mais "contundente". Nesse sentido, o economista disse que as recentes reformas da instituição já foram criadas no sentido de colmatar essas falhas de vigilância.
por Nuno Aguiar, Publicado em 10 de Fevereiro de 2011
http://www.ionline.pt/conteudo/103783-preconceito-ideologico-impediu-fmi-prever-crise-financeira
O instituto responsável pela avaliação da actuação do FMI acusou ontem a instituição norte-americana de ter ignorado os sinais que apontavam para o perigo de crise, devido a um preconceito ideológico favorável à desregulação do mercado financeiro. "A capacidade de o FMI identificar correctamente os crescentes riscos foi dificultada por um nível elevado de ''mentalidade de grupo'' [...] uma mentalidade generalizada de que uma grande crise financeira seria pouco provável em economias grandes e avançadas", refere o IEO (Independente Evaluation Office), organismo pertencente à estrutura do FMI, mas responsável pela avaliação independente da actuação da instituição norte-americana.
"Muitas vezes o FMI parecia apoiar e incentivar o sector financeiro norte-americano e as políticas dos seus responsáveis, tendo uma visão paralela à da Reserva Federal dos Estados Unidos."
Na prática, o IEO está a acusar o FMI de ter deixado que a sua preferência de governação económica abafasse os sinais de fissuras na solidez do sistema financeiro. Em concreto, a sua admiração pelo modelo de regulação reduzida praticado pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido. "A visão prevalecente junto dos quadros do FMI - um grupo coeso de macroeconomistas - era que a disciplina de mercado e a auto-regulação seriam suficientes para evitar problemas sérios nas instituições financeiras", acrescenta o relatório, que diz que estes quadros acreditavam que "os mercados podiam prosperar em segurança com um mínimo de regulação".
A abordagem e a análise tradicionais impediram o FMI de considerar alguns comportamentos mais arriscados até já ser tarde de mais, com os responsáveis da instituição a pintarem um quadro cor-de-rosa da solidez do sistema.
Em Agosto de 2007, o FMI afirmava que as perspectivas para a economia global eram "muito favoráveis". No Verão de 2008, o FMI dizia que os "EUA evitaram uma aterragem difícil" e que "as piores notícias já tinham ficado para trás". Poucas semanas depois o Lehman Brothers acabaria por falir, marcando a explosão da crise financeira.
O relatório refere ainda que as vozes discordantes destas análises foram persistentemente ignoradas, inclusive os avisos do seu anterior economista-chefe, Raghuram Rajan, e que alguns dos riscos foram identificados, mas não com o pormenor ou a rapidez necessária. Demasiado concentrado nos desequilíbrios globais, o FMI não os relacionou com riscos sistémicos.
Reformas no terreno Em resposta ao relatório, o economista-chefe do FMI, Dominique Strauss-Khan, agradeceu as "ideias construtivas" do IEO, lembrando já ter admitido que o FMI não lançou avisos "suficientemente cedo" e que devia ter sido mais "contundente". Nesse sentido, o economista disse que as recentes reformas da instituição já foram criadas no sentido de colmatar essas falhas de vigilância.
por Nuno Aguiar, Publicado em 10 de Fevereiro de 2011
http://www.ionline.pt/conteudo/103783-preconceito-ideologico-impediu-fmi-prever-crise-financeira
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