Negócios da estética são os que mais crescem no franchising. Homens impulsionam crescimento em flecha de centros de fotodepilação.
Os homens estão cada vez mais a aderir à depilação masculina
Bruno Santos tem 30 anos e vai na terceira sessão de depilação com luz pulsada, no centro Não + Pêlo de Telheiras. Começou por recorrer à cera há cinco anos, mas agora rendeu-se ao conforto e alegada durabilidade da técnica que promete exterminar os pelos de forma progressiva. O professor e investigador é um dos muitos homens que estão a contribuir para o crescimento dos centros de fotodepilação, que representam também a área de negócio em sistema de franchising que mais prospera.
De acordo com o Instituto de Informação em Franchising (IIF), no final de 2009 havia 300 espaços dedicados à estética. Esses espaços eram operados por 35 marcas (de um total das 524 marcas em regime de franchising em Portugal), entre as que fazem apenas fotodepilação e as que abrangem também outros tratamentos de beleza.
O número de centros a funcionar neste regime aumentou 5,2% em 2009, contra o aumento de 2,7% em 2008. Segundo Andreia Jotta, diretora do IIF, dados preliminares relativos ao primeiro semestre - que serão divulgados oficialmente em outubro - indicam que neste período o número de insígnias dedicadas à beleza ascende a 50, mais 15 do que no ano passado. "Face a 2008, este subsector cresceu mais de 50%, o que representa quase mais 100 unidades a operar", revela.
Andreia Jotta diz que o negócio tem crescido devido ao surgimento de marcas nas áreas da fotodepilação e tratamentos de estética. A Não + Pêlo (80), Cellulem Block (67) e BodyConcept (44) são as marcas com o maior número de lojas, sendo a primeira a única especializada em fotodepilação através de luz pulsada. Segundo Andreia Jotta, foi a inovação - através da introdução do conceito de preço e tratamento único da Não + Pêlo - que revolucionou este mercado (ver texto ao lado).
Baixo investimento impulsiona negócio
O investimento reduzido e o preço final acessível a um maior número de consumidores determinaram a massificação. Um processo ao qual não são alheias as crescentes preocupações com a imagem e com a saúde. Num negócio onde o franchising domina, há quem resista a este sistema, que permite uma expansão mais rápida, praticamente sem investimento por parte do detentor da marca. A Clínica do Pêlo, que se dedica apenas à fotodepilação a laser, foi a primeira do país a procurar soluções definitivas.
Começou há 35 anos com o sistema de eletrólise, do qual evoluiu para o laser. Apesar das solicitações para cederem ao franchising, as irmãs gémeas Maria Helena Ricardo e Maria Anunciação Pilar mantêm-se irredutíveis e são as detentoras das 19 clínicas que compõem a rede. Mais do que ganhar dimensão no negócio, são apaixonadas por encontrar soluções adequadas a todo o tipo de pelos. A inovação mais recente é uma máquina que pode ser usada em peles bronzeadas ou negras, o que abre o laser a novos consumidores e permite contrariar a sazonalidade. É que entre as sessões de fotodepilação não se pode apanhar sol, por a pele estar mais sensível e suscetível a apanhar manchas. O verão é, por isso, a época baixa.
Apesar de a estética ser o tipo de franchising cuja procura mais cresce, não é o único. Os negócios na área dos serviços, em particular os que estão relacionados com o ensino e a ocupação de tempos livres, fazem sucesso. Agências de viagens, arranjos de costura, reciclagem de consumíveis, limpezas, gestão de condomínios, compra e venda de ouro e engomadorias são outros dos segmentos em expansão.
A consultoria financeira, pelo contrário, é um dos negócios que mais portas tem fechado. "Foi uma das atividades mais penalizadas pela crise porque em alturas de maior incerteza os consumidores têm tendência para procurar as marcas líderes no mercado, com mais notoriedade e que lhes transmitem mais segurança", justifica Andreia Jotta. A diretora do IIF cita, no entanto, a Maxfinance como um exemplo de uma marca que consegue estar em contraciclo com esta tendência, ao aumentar a sua rede em 15 unidades desde o ano passado.
Descubra as diferenças
De acordo com o Instituto de Informação em Franchising (IIF), no final de 2009 havia 300 espaços dedicados à estética. Esses espaços eram operados por 35 marcas (de um total das 524 marcas em regime de franchising em Portugal), entre as que fazem apenas fotodepilação e as que abrangem também outros tratamentos de beleza.
O número de centros a funcionar neste regime aumentou 5,2% em 2009, contra o aumento de 2,7% em 2008. Segundo Andreia Jotta, diretora do IIF, dados preliminares relativos ao primeiro semestre - que serão divulgados oficialmente em outubro - indicam que neste período o número de insígnias dedicadas à beleza ascende a 50, mais 15 do que no ano passado. "Face a 2008, este subsector cresceu mais de 50%, o que representa quase mais 100 unidades a operar", revela.
Andreia Jotta diz que o negócio tem crescido devido ao surgimento de marcas nas áreas da fotodepilação e tratamentos de estética. A Não + Pêlo (80), Cellulem Block (67) e BodyConcept (44) são as marcas com o maior número de lojas, sendo a primeira a única especializada em fotodepilação através de luz pulsada. Segundo Andreia Jotta, foi a inovação - através da introdução do conceito de preço e tratamento único da Não + Pêlo - que revolucionou este mercado (ver texto ao lado).
Baixo investimento impulsiona negócio
O investimento reduzido e o preço final acessível a um maior número de consumidores determinaram a massificação. Um processo ao qual não são alheias as crescentes preocupações com a imagem e com a saúde. Num negócio onde o franchising domina, há quem resista a este sistema, que permite uma expansão mais rápida, praticamente sem investimento por parte do detentor da marca. A Clínica do Pêlo, que se dedica apenas à fotodepilação a laser, foi a primeira do país a procurar soluções definitivas.
Começou há 35 anos com o sistema de eletrólise, do qual evoluiu para o laser. Apesar das solicitações para cederem ao franchising, as irmãs gémeas Maria Helena Ricardo e Maria Anunciação Pilar mantêm-se irredutíveis e são as detentoras das 19 clínicas que compõem a rede. Mais do que ganhar dimensão no negócio, são apaixonadas por encontrar soluções adequadas a todo o tipo de pelos. A inovação mais recente é uma máquina que pode ser usada em peles bronzeadas ou negras, o que abre o laser a novos consumidores e permite contrariar a sazonalidade. É que entre as sessões de fotodepilação não se pode apanhar sol, por a pele estar mais sensível e suscetível a apanhar manchas. O verão é, por isso, a época baixa.
Apesar de a estética ser o tipo de franchising cuja procura mais cresce, não é o único. Os negócios na área dos serviços, em particular os que estão relacionados com o ensino e a ocupação de tempos livres, fazem sucesso. Agências de viagens, arranjos de costura, reciclagem de consumíveis, limpezas, gestão de condomínios, compra e venda de ouro e engomadorias são outros dos segmentos em expansão.
A consultoria financeira, pelo contrário, é um dos negócios que mais portas tem fechado. "Foi uma das atividades mais penalizadas pela crise porque em alturas de maior incerteza os consumidores têm tendência para procurar as marcas líderes no mercado, com mais notoriedade e que lhes transmitem mais segurança", justifica Andreia Jotta. A diretora do IIF cita, no entanto, a Maxfinance como um exemplo de uma marca que consegue estar em contraciclo com esta tendência, ao aumentar a sua rede em 15 unidades desde o ano passado.
Descubra as diferenças
Luz pulsada
Dentro do sistema de fotodepilação, a luz pulsada é o método mais utilizado por permitir outras utilizações (como alguns tratamentos de pele) e por isso ser mais rentabilizável. Emite uma luz mista, que se espalha em várias direções , que debilita o pelo. É o sistema usado na Não + Pêlo e noutros espaços em franchising.
Laser
Foi o primeiro a aparecer como solução definitiva. O laset Alexandrite é usado apenas para depilações. Emite uma luz monocromática, disparada em linha reta, que elimina o pelo na célula germinativa. É a técnica seguida na Clínica do Pêlo.
O laser é a técnica seguida na Clínica do Pêlo.
PELOS À LUPA
1 milhão de euros foi o volume de negócios da DepilConcept em 2009, para um total de 6,4 milhões de euros alcançados pelo grupo BodyConcept. Em 2009, a Não + Pêlo faturou 7 milhões de euros e este ano espera chegar aos 12 milhões de euros. A Clínica do Pêlo não divulga números. 30% é a percentagem de homens entre os clientes da Não + Pêlo e da DepilConcept que fazem fotodepilação. Na Clínica do Pêlo, a proporção é 20%
30 mil euros é o investimento inicial para abrir um centro Não + Pêlo, adaptação do conceito espanhol No + Vello. Inclui equipamento, mobiliário, materiais gráficos, software de gestão, assistência técnica, apoio comercial, comunicação e marketing. A DepilConcept tem três modalidades de franchising: investimento tradicional (29.700 euros), investimento sem pagamento dos 250 euros de royalties mensais e investimento reduzido (10 mil euros). Segundo o Instituto de Informação em Franchising, normalmente o investimento neste tipo de negócio oscila entre os 25 mil euros e os 100 mil euros. Pode, no entanto, começar nos 7900 euros e chegar aos 215 mil euros. A Clínica do Pêlo tem apenas espaços próprios
150 é o número de novos centros que a Não + Pêlo tenciona abrir entre este ano e o próximo. A DepilConcept vai abrir, para já, apenas cinco e a aposta vai para os mercados externos, em particular o Brasil. A Clínica do Pêlo não revela o seu plano de expansão
300 é o numero de espaços em franchising dedicados à estética, distribuídos por 35 marcas, contabilizados em 2009.
30 euros é o preço único praticado por sessão e zona do corpo na Não + Pêlo. O mesmo conceito custa 20 euros na DepilConcept, que também utiliza a luz pulsada. Na Clínica do Pêlo, que recorre apenas ao laser, os preços vão dos 20 euros aos 95 euros, dependendo da zona a intervencionar. Tem combinados a partir de 60 euros, que incluem axilas e virilhas, até 150 euros (tórax e abdómen)
QUEIXAS SOBRE DEPILAÇÕES
10 é o número de processos mediados pelo Instituto de Defesa do Consumidor, de janeiro a julho, que envolvem consumidores que pagaram sessões de depilação como sendo definitivas, mas em que os pelos voltaram a crescer. A Não + Pêlo e a Cellulem Block (com duas queixas cada) são as mais visadas, seguidas pela Corporación Dermoestética, com um caso, de acordo com os dados da Deco, que considera os números pouco significativos. As restantes cinco queixas envolvem pequenos cabeleireiros.
Texto publicado no caderno de Economia do Expresso de 28 de agosto de 2010
Catarina Nunes (www.expresso.pt)
18:54 Quinta feira, 2 de Setembro de 2010