Monday, 19 July 2010

SINDICATO DOS FUNCIONÁRIOS JUDICIAIS FAVORÁVEL A PENHORAS BANCÁRIAS

O presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais não vê "qualquer mal" que a penhora de saldos bancários para pagamento de dívidas dispense a autorização de um juiz, mas desde que a dívida não suscite dúvidas e tenha sido reconhecida pelo tribunal.

"Não acho esta medida tão extraordinária como tem sido referida, porque já é permitido neste momento penhorar o vencimento, o automóvel e a casa de habitação às pessoas. Se é permitido esse tipo de penhoras, relativamente às contas bancárias não vejo razão para não penhorar o saldo bancário de uma forma proporcional à dívida", disse Fernando Jorge à agência Lusa.

A edição de hoje do Diário de Notícias revela que uma das propostas para a alteração da ação executiva é fazer com que a penhora de saldos bancários para pagamento de dívidas passe a dispensar a autorização de um juiz.

O presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) vincou, contudo, que a penhora de saldos bancários para assegurar o pagamento de dívidas só deve resultar de ações executivas que "não suscitem dúvidas", pois há letras e livranças e outros títulos executivos que são de "duvidosa legalidade".

Fernando Jorge referiu que, embora já fosse possível penhorar o vencimento, o carro e até a casa do devedor, os saldos bancários tinham uma lei própria mais restritiva que exigia uma decisão do juiz nesse sentido, mas quando o pedido era feito normalmente o juiz deferia.

Com a alteração em estudo, essa autorização expressa do juiz deixa de ser necessária para executar a dívida, o que, reconhece Fernando Jorge, traz maior rapidez ao processo de cobrança de dívidas.

Há uma semana, no dia em que reuniu com o Conselho Consultivo da Justiça, o ministro Alberto Martins revelou que, no âmbito da Justiça cível, existem 1,2 milhões de ações executivas pendentes nos tribunais portugueses, considerando a cobrança de dívidas/penhoras “um dos maiores e mais graves estrangulamentos” do sistema judicial.
I ONLINE 19-07-2010
Fisco

Governo quer agilizar penhoras de contas bancárias

Económico com Lusa
19/07/10 13:52


O Executivo quer que seja suficiente uma ordem emanada por um agente de execução para que os devedores fiquem sem acesso às suas contas.

O Governo apresentou ao Conselho Consultivo da Justiça uma proposta que prevê a hipótese da penhora de saldos bancários para pagamento de dívidas dispensar a autorização de um juiz.

"A penhora de saldo bancário não tem para o agente de execução a intenção de saber a vida económico-financeira do executado. É enviar uma ordem ao banco a dizer penhore-se determinada quantia", comentou o presidente da Câmara dos Solicitadores, António Gomes da Cunha.

O mesmo responsável assegurou que a medida "vai contribuir para a celeridade processual", sublinhando que um processo por dívida fica parado durante "os seis meses ou um ano que o juiz leva a despachar a decisão".

"Nós não queremos saber a vida do executado, não vamos vasculhar a conta. É para penhorar 500 euros tem lá 3000? Os 500 euros ficam indisponíveis para essa pessoa. Se não tiver saldo suficiente, penhora-se a quantia que é possível", explicou.

Contudo, o representante dos solicitadores revela que "a maior parte" das decisões de penhora de saldos bancários não é viável por falta de dinheiro: "Cerca de 80 a 90% não são exequíveis, já não há dinheiro na conta para penhorar".

António Gomes da Cunha disse esperar que a medida avance definitivamente, embora receie que a conjuntura política não ajude.

Há uma semana, no dia em que reuniu com o Conselho Consultivo da Justiça, o ministro Alberto Martins revelou que existem 1,2 milhões de acções executivas pendentes nos tribunais portugueses, considerando-o "um dos maiores e mais graves estrangulamentos" do sector.

DIÁRIO ECONÓMICO 19-07-2010

BANCOS GREGOS VÃO PASSAR TESTES DE STRESS


Ministro das Finanças

"Bancos gregos vão passar testes de stress"

Margarida Vaqueiro Lopes

19/07/10 15:10


O preço dos CDS gregos continua entre os mais elevados do mundo.

George Papaconstantinou garantiu hoje que os bancos gregos vão ter nota positiva nos 'stress tests'. Os resultados conhecem-se na 6ª feira.

"Tenho a certeza de que os bancos gregos vão passar intactos por estes testes", disse o ministro das Finanças grego, George Papaconstantinou, citado pela Reuters.

No mesmo sentido, o presidente do Banco Central helénico, George Provopoulus, disse este sábado que esperava nota positiva para a banca nacional.

O optimismo dos mercados em relação aos resultados dos testes à banca está a fazer a bolsa grega negociar em terreno positivo, a avançar 1,53%, e a viver a quinta sessão consecutiva de ganhos.

Já o risco de o país helénico deixar de pagar as suas dívidas - medido pelo preço dos ‘credit default swaps' (CDS) sobre obrigações gregas a 5 anos -, cai hoje 7 pontos, estando a negociar nos 796 pontos base. Quer isto dizer que por cada 10 milhões de euros aplicados em dívida grega os investidores têm de pagar um seguro anual de 796 mil euros.

Os resultados dos ‘stress tests' vão ser divulgados no próximo dia 23 de Julho, a partir das 17h.

DIÁRIO ECONÓMICO - 19-07-2010

HSBC DÁ NOTA NEGATIVA AO BES E BCP

Análise

19/07/10 13:24

A área de ‘research’ do HSBC iniciou a cobertura de vários bancos europeus e colocou as duas instituições portuguesas em ‘underweight’.

Numa nota de ‘research' enviada hoje aos seus clientes, o HSBC revelou que, de acordo com uma perspectivava do mercado de crédito, os riscos mantêm-se para os próximos anos para o sector bancário europeu.

Entre os pontos assinalados pelos especialistas do HSBC como factores que ameaçam a banca, está a incerteza sobre os activos, os níveis de financiamento, as receitas e a estrutura do capital das instituições financeiras, o reforço da regulação sobre a banca, o crescimento da crise da dívida soberana e o potencial de deflação na zona euro.

No universo da banca nacional, o HSBC iniciou a cobertura ao BCP e ao BES com uma recomendação de ‘underweight' para ambos.

Sobre o BCP, Ben Ashby e a sua equipa de analistas revelam que, apesar das receitas do banco de Carlos Santos Ferreira terem sido "atingidas pelo fraco desempenho de seus principais mercados durante o ano passado e também além do aumento do nível das provisões para perdas com empréstimos" as más notícias ainda não acabaram para os títulos do maior banco privado português.

Segundo Ashby, a capitalização do BCP é fraca "dado o elevado nível de risco que o banco está a enfrentar através da sua exposição à Grécia e aos mercados emergentes." Por esta razão, o analista do HSBC não tem dúvidas em referir que "o desempenho do grupo será mais atingido que os seus pares devido à sua exposição à Grécia e ao desenvolvimento negativo da economia portuguesa".

Outra preocupação da equipa de Ashby sobre o BCP prende-se com os níveis de financiamento do banco. "Estamos preocupados com a elevada percentagem de financiamento de curto prazo no conjunto, com os papéis comerciais representarem um terço do total. Sem apoio do BCE, a situação é susceptível de ser difícil."

BES: um cenário menos nebuloso

Sobre o BES, os especialistas do HSBC revelam que "a geração dos lucros do grupo mantiveram-se resistentes mesmo durante a turbulência financeira, e aumentaram em 2009".

Além disso, a equipa de Ashby considera que o banco de Ricardo Salgado tem muitas vantagens sobre o BCP: "não tem operações na Grécia e os seus níveis de cobertura e de capital são superiores".

Porém, na avaliação do BES, o HSBC considera que os títulos da instituição financeira merecem uma recomendação de ‘underweight' porque, "infelizmente, [o BES] tem uma larga exposição ao sector empresarial português, e o seu perfil de financiamento é pouco atraente".

Como estratégia recomendada para os dois títulos, o HSBC recomenda os seus clientes a venderam as acções do BCP e comprarem ‘credit default swap' (uma espécie de seguros que protegem os investidores obrigacionistas de um eventual incumprimento do emitente) do banco de Santos Ferreira.

Para os títulos do BES, Ashby recomenda os investidores a manterem os títulos do banco de Ricardo Salgado em carteira e a venderem os CDS sobre obrigações do banco.

As acções do BCP perdiam 0,16%, enquanto os títulos do BES subiam 1,3%.

DIÁRIO ECONÓMICO 19-07-2010

ENTREVISTA A S.A.R. DOM DUARTE PIO



Entrevista a SAR D.Duarte de Bragança por Teresa Castro d’Aire

Senhor Dom Duarte, diga-me por favor o seu nome completo, de quem é filho, onde nas­ceu, e quando?

Chamo-me Duarte Pio João Miguel Gabriel Rafael de Bragança. Nasci em Berna, na Suíça, nas instalações da Legação Portuguesa, no dia 15 de Maio de 1945. O meu pai chamava-se Duarte Nuno Fernando Maria Miguel Gabriel Rafael Fran­cisco Xavier Raimundo Antônio de Bragança, e a minha mãe chamava-se Maria Francisca de Orleães e Bragança. Para além de vários outros títulos, sou também o actual Duque de Bragança e o represen­tante da Casa Real portuguesa.

Senhor Dom Duarte, quem foi o primeiro duque de Bragança?

O primeiro duque de Bragança foi Dom Afonso, oitavo conde de Barcelos, filho do rei Dom João I e de uma senhora de nome Inês Pires Es-teves. Dom João I casou-o com Dona Beatriz Perei­ra Alvim, filha do condestável Dom Nuno Álvares Pereira, e fê-lo primeiro duque de Bragança. Foi essa mesma linha sucessória que subiu ao trono em 1640, com Dom João IV.

O Senhor Dom Duarte é simultaneamente descendente de Dom Pedro IV e de Dom Miguel. Para qual dos dois vai a sua simpatia pessoal?

Descendo, com efeito, quer de Dom Pedro IV quer de Dom Miguel I. A minha mãe era uma princesa brasileira, descendente de Dom Pedro I imperador do Brasil (IV de Portugal), e o meu pai era neto do rei Dom Miguel I de Portugal. Admiro a coragem com que ambos os monarcas enfrenta­ ram momentos particularmente difíceis, tanto da
vida da Nação como da cena internacional. O pri­meiro encarnou a legitimidade revolucionária e o segundo a legitimidade tradicional.

Senhor Dom Duarte, que estudos é que fez, e quais são as suas principais actividades?

Os meus estudos estiveram ligados a uma vocação que senti desde muito novo, para o estudo da agricultura. Penso que é um sector muito im­portante, porque uma nação mal alimentada está automaticamente condenada ao fracasso em todas as áreas. Foi este interesse pela agricultura, um inte­resse por um lado científico e por outro lado social,
que me levou a freqüentar vários cursos, entre os quais o curso do Instituto Superior de Agronomia, da Universidade Técnica de Lisboa, o curso do Instituto para o Desenvolvimento, na Universidade de Genève, e vários outros dentro das mesmas áreas. Foram experiências muito enriquecedoras para mim.

O Senhor Dom Duarte trabalha, como toda a gente. É assim?

Não sei o que significa «trabalhar como toda a gente». Trabalho com empenhamento nas causas que abraço e, ao contrário de muita gente, sou gestor do meu próprio tempo. Tenho, como sabe, para além das minhas iniciativas de caracter político, centradas na defesa dos valores perma­nentes de Portugal, actividades culturais várias.
Presido em Portugal à Fundação Dom Manuel II, e nos Estados Unidos à Portuguese Heritage Foundation, que dá apoio aos nossos emigrantes. Presido a inúmeras associações portuguesas de índole cultural, para além das minhas actividades sociais, nomeadamente em defesa dos direitos humanos.

Senhor Dom Duarte, quais são as suas principais áreas de interesse cultural?

Interessa-me muito a defesa e a valorização do patrimônio cultural nas suas várias vertentes, in­cluindo a ambiental, e o pensamento português não só na área estritamente cultural como também na social, que também faz parte do nosso patri­mônio.

E os seus hobbies ?

É-me difícil responder. Bem… a leitura é tal­vez o meu hobby preferido.

O Senhor Dom Duarte serviu Portugal na qualidade de oficial do Exército Português duran­te a Guerra Colonial. Os Portugueses sabem que o Senhor Dom Duarte é um pacifista por convicção, que acredita em soluções diplomáticas de prefe­ rência às soluções bélicas. Como é que se sentiu enquanto militar?

É verdade, fui piloto aviador, ainda hoje sou capitão na reserva. Mas respondendo à sua pergun­ta, eu não sou pacifista nem belicista. Sou pacífico e acredito que a paz é de tal maneira importante para todos os povos que, para a manter ou para a conquistar, é necessário fazer uso de todos os meios legítimos ao nosso alcance, diplomáticos e outros. Reconheço que em determinadas situações, quando se esgotam as vias pacíficas para a resolução dos conflitos, pode ser necessário usar da força, mas isto apenas como último recurso. Como militar acom­panharam-me dois sentimentos: por um lado sentia o dever de bem cumprir as minhas obrigações para com a Pátria, e por outro lado sentia-me frustrado, diria mesmo desanimado, com a política que, em meu entender, não satisfazia nem os interesses das populações locais nem os de Portugal como um todo.

Sendo quem é, como é que se sentiu como militar ao serviço de uma República?

Eu e os meus companheiros de armas não nos sentíamos minimamente ao serviço da Repúbli­ca, mas sim ao serviço de Portugal. Os interesses de Portugal são sobejamente mais importantes do que os da República. Penso que todos os que se bateram em África, arriscando a vida, e perdendo-a muitos deles, não o fizeram senão a pensar na Pátria.

O Senhor Dom Duarte considera-se um conservador austero, por exemplo em relação a questões ligadas à moral tradicional, ou a sua ten­dência natural é mais para o humanismo e para a tolerância?

Sou efectivamente humanista, e defendo a tolerância. Acredito, por outro lado, que não se deve fazer tábua rasa dos ensinamentos do passado, onde encontramos altos exemplos de humanismo e de tolerância, e que devemos aproveitar esses ensi­namentos que nos são trazidos pela tradição que, como sabe, significa transmissão. Não estou muito de acordo com a maneira como formulou a per­gunta. Embora eu não seja um conservador, porque entendo que tudo aquilo que não se prende com os valores fundamentais é mutável, de preferência, como já disse, tendo presentes os ensinamentos da experiência passada, mas verifico que há conserva­dores que são humanistas e praticam a tolerância, e há não conservadores que pelas suas idéias revolu­cionárias ou por um progressivo abandono de valo­res essenciais não são humanistas e praticam a intolerância.

Se o Senhor Dom Duarte, por hipótese, fosse aclamado rei por vontade popular, aceitaria o trono?

Tenho repetidas vezes afirmado a minha dis­posição para servir Portugal, o que aliás tenho feito ao longo de toda a minha vida, e de continuar a servir Portugal se necessário como rei. Mas também tenho sempre insistido noutro ponto: É que só aceitarei a chefia do Estado se ela resultar da vonta­de popular livremente expressa. Como sabe, de acordo com a tradição e as leis da Monarquia portuguesa, um príncipe só passa a ser rei depois de aclamado pelas Cortes, isto é, o Parlamento, ou seja, pelos representantes do povo português.

Senhor Dom Duarte, há quem diga que a aristocracia morreu com Luís XVI no cadafalso. Acha que é verdade?

Bom… há muitas vezes uma confusão entre aristocracia e nobreza. A primeira, como sabe, é etimologicamente o governo dos melhores. Mas o tempo e os homens estabeleceram a confusão. No tempo de Luís XVI não se vivia em aristocracia mas em Monarquia. Era uma Monarquia típica do sécu­lo XVIII, em que a nobreza tinha um papel mais importante no campo social do que no campo polí­tico. É certo que a intolerância e o fanatismo dos revolucionários franceses de 1789 e dos anos seguintes levou ao cadafalso não só o rei Luís XVI como também muitos nobres, membros do Clero e mesmo do Povo que, ou se tinham oposto à Revo­lução, ou simplesmente a ela não tinham aderido como «adesivos». Lembro-lhe, a propósito, que em 1989, em res­posta aos vários inquéritos que em Franca se fizeram, por ocasião do bicentenário da Revolução, a maior parte dos inquiridos considerou Luís XVI, e os muitos que com ele morreram na guilhotina, inocentes dos crimes que a demagogia revolucionária lhes atribuiu.
O nobre é aquele que foi reconhecido como notável pela Coroa, ou seja, numa Monarquia, o pró­prio Estado, isto em razão dos serviços prestados ao país. Nobre é também aquele que dele descende. Mas independentemente do reconhecimento por parte do Estado com a atribuição de um título, a verdadeira nobreza reside na atitude moral de serviço à comuni­dade. Por esta razão, penso que a nobreza não morreu com Luís XVI.

O Senhor Dom Duarte acredita que Portugal teria vantagens em regressar a uma monarquia?

Sem dúvida. Bem vê, só numa Monarquia é que a chefia do Estado é verdadeiramente independente. Como sabe, as primeiras chefias eram electivas. Os povos escolhiam entre si aquele que entendiam que melhor poderia governá-los e re­presentá-los. A este modelo político primitivo seguiu–se o da chefia hereditária. Concluíra-se que através da hereditariedade da chefia se evitavam divisões e disputas muito desgastantes que enfraqueciam o Poder e a comunidade política. Assim, os países mais antigos tiveram tempo para evoluir para a Monarquia, para uma chefia de Estado hereditária. A Monarquia, como instituição antiga (mas nunca velha!), foi-se adaptando aos tempos, realçando-se com os séculos a independência do rei face aos gru­pos, às facções e aos interesses particulares. Na Monarquia moderna o rei reina mas não governa. O governo é exercido por aqueles que ganham as eleições. O rei, como instituição independente, isto é, não resultante da disputa entre grupos, não resul­tante da vitória de uma parte da nação contra outras, mas aclamado por todas as partes, represen­tadas no Parlamento, está obviamente em melhores condições do que um presidente para arbitrar con­flitos, exercer a moderação e representar toda a nação. Mas sendo a Monarquia um modelo aperfei­çoado da chefia do Estado, ao qual se chegou depois de muita experiência, não está evidentemen­te ao alcance próximo dos novos Estados, que cons­tituem a maioria. A Monarquia é o trunfo das nações antigas. Os novos Estados não conseguem ter senão a República e todos nós sabemos que por muito íntegro que seja um presidente da República, nunca se livra da suspeita, o que é muito mau em termos institucionais, de favorecer o grupo político que o elegeu, ou as empresas que, por razões incon-fessadas, financiaram a sua campanha eleitoral. Também por esta razão, e por ser o representante do grupo vencedor, dificilmente é aceite o seu papel de árbitro.
Portugal é um país antigo, com uma larga expe­riência das instituições políticas. Sucumbiu, em 1910, como algumas outras nações antigas, à tenta­ção de imitar modelos ultrapassados que vestiam roupagens novas, deixando por inércia que um Partido Republicano, que não representava mais de sete por cento do eleitorado nacional, se impusesse através de um golpe revolucionário.
A actual Constituição da República impõe-lhe uma vexatória cláusula, a alínea b) do artigo 288°, que impede o povo soberano de mudar para a Monarquia, ainda que o queira. Mas penso que para bem do país, do nosso futuro colectivo, o povo português deverá ponderar tudo isso e fazer as opções que mais lhe convierem.
A Monarquia, não sendo uma forma perfeita de chefia do Estado, nem, como vimos, uma receita universal, é, a meu ver, pelas razões expostas, a ins­tituição política mais aperfeiçoada e que melhor pode servir os interesses de Portugal.

Se assim acontecesse, quais seriam as prin­cipais directivas do seu reinado?

Como já expliquei, o rei reina mas não governa. Assim sendo, na hipótese de vir a ser aclamado rei pelos representantes do povo, procuraria usar de toda a minha influência para assegurar a defesa dos valores permanentes de Portugal.

Quais são, para si, os problemas mais ur­gentes a resolver em Portugal?

É difícil de responder. Em todo o caso, julgo que a agricultura é certamente um dos sectores mais carenciados e desorientados. Há que apoiá-la com urgência. Também a formação escolar e profissional e a orientação em termos de colocação no mercado de trabalho me parece de abordagem urgente.

Os media noticiaram que estaria para breve o nascimento do herdeiro da Casa de Bragança, e os monárquicos portugueses rejubilam. O Senhor Dom Duarte pensa educar essa criança de forma a que um dia, se as circunstâncias o aconselharem, possa assumir a Coroa portuguesa?

Penso educar o meu filho para ser bom por­tuguês. Foi este, aliás, o melhor ensinamento que recebi dos meus pais. Procurarei familiarizá-lo com as realidades do país e prepará-lo para a defesa dos nossos valores permanentes.

Senhor Dom Duarte, o senhor pensa que um nobre que não tenha meios de fortuna para fazer brilhar o seu título, deve prescindir dele?

Como já deixei dito, a verdadeira nobreza reside na atitude moral de serviço perante a comu­nidade e perante o país. Assim, aquele que descen­de de um notável, seja titular ou não, deve manter uma atitude de serviço que honre a dignidade que foi conferida aos seus avós. O brilho financeiro pouca importância tem afinal.

Existe algum rei na nossa História que seja para si um modelo a seguir?

A época e as circunstâncias em que reinaram os reis de Portugal eram muito diferentes das nos­sas. Penso, todavia, que todos deram exemplos de patriotismo e continuam a dar-nos um modelo de actuação: o de servir empenhadamente Portugal.


Segunda-feira, 19 de Julho de 2010
Fonte: Causa Monárquica
Publicada por Real Associação do Médio Tejo em 12:00

ASAE INSPECCIONOU SOLÁRIOS E GINÁSIOS

Três processos crime

ASAE inspeccionou solários e ginásios

A ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) instaurou três processos crime e 48 contra-ordenações e detectou 72 infracções durante a inspecção a 128 solários e ginásios.

Entre as infracções crime verifica-se um episódio de venda, circulação ou ocultação de produtos de venda proibida, e foram suspensas quatro licenças a solários e ginásios healt-club.

Foram apreendidas 11 embalagens de esteróides anabolizantes, 14 seringas e 2652 unidades de suplementos alimentares. Entre os produtos confiscados encontram-se seringas, testosterona, etc.

A ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) instaurou três processos crime e 48 contra-ordenações e detectou 72 infracções durante a inspecção a 128 solários e ginásios.

Na investigação a 23 fornecedores de ginásios e associações desportivas, a ASAE instaurou um processo crime, 16 processos de contra-ordenação e apreendeu 4559 unidades de produtos, no valor de 125 euros.

No total de produtos confiscados encontram-se seringas, agulhas borboleta, testosterona, hormonas humanas e uma grande variedade de produtos com componentes químicos diferentes.
CORREIO DA MANHÃ 19-07-2010

Sunday, 18 July 2010

CATS: MEMORY

DIRECTOR DA REMAX SIMULA SEQUESTRO

Paulo Nunes, 39 anos, participou em falso sequestro e roubo a uma carrinha da empresa de transportes TNT, que acabou em Chelas

Motorista de empresa de transporte de dinheiro chamou dois amigos, entre os quais Paulo Nunes, que fingiram o seu roubo e desviaram 33 mil euros.

Cansado da vida de estafeta, o brasileiro foi tentado pelo dinheiro dos clientes. Dezenas de milhares de euros que transportava diariamente, entre empresas de Lisboa, em carrinhas da TNT. Decidiu dar um golpe, mas, para escapar sem ser apanhado, em vez de roubar tinha de ser roubado. Combinou com dois amigos que o ‘sequestraram’ anteontem à tarde – ameaçado de morte com um revólver, agredido e manietado com braçadeiras de plástico, numa rua de Chelas. Levaram mais de 33 mil euros, entre cheques e dinheiro, só que o teatro foi mal encenado. A Secção de Roubos da Polícia Judiciária desmascarou o motorista e chegou aos cúmplices. Um deles é Paulo Nunes, 39 anos, director da imobiliária Remax em Alfornelos.

‘Bruno’, 31 anos, foi seguido por um carro até à zona do Parque das Nações, onde um dos dois ocupantes o surpreendeu de revólver em punho, entrou na carrinha da empresa TNT e o obrigou a conduzir até Chelas.

Aí, conforme a ‘vítima’ descreveu depois à PSP local, dois assaltantes agrediram-no com murros na face e manietaram-no com braçadeiras de plástico, deixando-o fechado na parte de trás da carrinha, mas só no trinco. Fugiram com um saco – só em notas havia cerca de onze mil euros – e ‘Bruno’ começou então a gritar por socorro, desesperado a bater nas portas da viatura. Rapidamente apareceram populares, à hora de almoço, que o libertaram.

A ‘vítima’ foi apresentar queixa à PSP local, que entregou o caso à Polícia Judiciária, com competência para investigar os crimes com armas de fogo. Só que os investigadores, mal ouviram ‘Bruno’ e testemunhas no local, em Chelas, rapidamente desmontaram a mentira do primeiro. Os assaltantes deixaram-no ficar com o telemóvel – o que seria quase inédito num roubo com estas características – e encenaram mal a fuga. ‘Bruno’ confessou a simulação de assalto e, numa casa em Alfornelos, a PJ foi no próprio dia buscar os dois cúmplices e recuperar 33 mil euros roubados.

PAULO NUNES LEVA FUNCIONÁRIO PARA O 'ASSALTO'

O empresário Paulo Nunes, 39 anos, que detém o franchising da Remax de Alfornelos, na Amadora, agência onde é director, alinhou no esquema pelas dificuldades que desde há muito está a atravessar no negócio imobiliário – não vende casas e acumulam-se as dívidas. Ao seu lado, no assalto encenado aos 33 mil euros, seguiu precisamente um dos seus funcionários, brasileiro de 29 anos, que seria conhecido do motorista da TNT que se fez de vítima. E para este, seria o crime perfeito, caso a Polícia Judiciária nunca descobrisse a sua ligação aos dois falsos assaltantes. Bastava fingir-se de vítima e ninguém poderia provar o contrário. E, ao fim de algum tempo, só tinha de ir pedir aos amigos a sua parte no dinheiro roubado – 11 mil euros em dinheiro, uma vez que os cheques seriam difíceis de levantar. Foram todos apanhados.

PJ SUSPEITA DE EMPRESÁRIO DE MAKUKULA

No ano passado, a PJ constituiu arguido o empresário de Makukula, jogador do Benfica, por suspeitas de ter fingido um assalto para ficar com 200 mil euros do atleta. Atado de pés e pulsos, estendido numa valeta junto à estação de Alhos Vedros, Ricardo Rodrigues tinha escoriações no corpo quando a GNR o encontrou, em Fevereiro de 2008. Falou em 12 horas de terror às mãos dos 'quatro negros' que o sequestraram em Lisboa, mal saiu do banco onde levantou 200 mil euros da conta de Makukula. O dinheiro seria para a compra de uma casa parao futebolista do Benfica, mas nunca mais foi recuperado.

PORMENORES

CADEIA ATÉ OITO ANOS

Estão indiciados por abuso de confiança qualificado – uma vez que a quantia desviada é superior a 20 400 euros –, punível até oito anos de cadeia.

PRESENTES HOJE AO JUIZ

Serão hoje presentes ao juiz de instrução criminal, no Campus da Justiça, para aplicação das respectivas medidas de coacção.

ILEGAL NO PAÍS

O empresário já foi investigado por burla, e o funcionário que participou no crime tem furtos e está ilegal no País.
CORREIO DA MANHÃ 25 JUNHO 2010