Saturday, 28 August 2010
VELHA TENDINHA
DAVID VENTURA canta "VELHA TENDINHA" no musical "A CANÇÃO DE LISBOA" de FILIPE LA FÉRIA
A QUINTA DE CAVACO SILVA
Durante a visita à quinta, o Presidente sentou-se debaixo de um pinheiro, no mesmo local onde o pai gostava de estar.
Presidência: Cavaco faz visita guiada ao CM na sua quinta, nos arredores de Boliqueime
“Mantenho esta quinta em memória do meu pai”
"Agora vou vestir o fato de camponês." Cavaco Silva põe, deste modo, fim à conversa com o CM no pequeno escritório na sua casa de férias, em Albufeira. Minutos depois, o Presidente da República, acompanhado da mulher, aparece pronto para partir para a "Quintinha", como chama à propriedade de 3 hectares, essencialmente de pomares, situada nos arredores de Boliqueime, a cerca de 20 km da Aldeia da Coelha, e encostada ao campo de golfe do Millennium de Vilamoura.
Na "Quintinha", o Presidente da fala das árvores e dos seus frutos com o à-vontade de quem conhece bem a lida da terra, a terra onde estão, afinal, as suas raízes. Parece ter um orgulho particular pelas anonas. "Não há muito disto no Algarve", diz, ao mostrar-nos os frutos ainda meio verdes. "Antigamente, o Alberto João Jardim mandava-me anonas da Madeira, mas agora não, porque diz que as minhas são melhores do que as dele!"
Cavaco Silva herdou dos pais a propriedade rural, que já era do seu avô e do seu bisavô. Para lá da ligação familiar, a quinta é, para o Presidente, um espaço de memórias de infância: "Lembro-me de que quando era criança, por volta dos 7, 8 anos, gostava de vir aqui com os meus avós. Mas, nessa altura, só havia alfarrobeiras, oliveiras e amendoeiras. Não havia absolutamente mais nada, não havia nenhuma destas casas. Foi o meu pai quem fez tudo isto. Mas foi herança do lado da minha mãe, que também adorava vir para aqui."
Explica-nos que a parte da herança que lhe coube foram as propriedades rústicas, ao passo que os irmãos ficaram com prédios urbanos. A "Quintinha" é a maior dessas propriedades recebidas e diz--nos que a mantém por uma "questão de respeito ao pai e de homenagem" ao pai (Teodoro Gonçalves Silva, falecido em 2007, aos 95 anos).
A certa altura da visita, o Presidente da República senta-se numa pedra debaixo de uma oliveira e revela que era ali que o pai gostava de estar horas a fio a descansar e a pensar: "Na última fase da vida, mesmo morando em Quarteira, ele vinha para aqui todos os dias. Dizia que lhe dava saúde, que se sentia bem aqui, a respirar... Agora este é o meu encargo. Mas faço-o com alegria, porque gosto de ver as árvores crescer, de ver os frutos aparecer, de colher os frutos e também me dá prazer oferecê-los."
De facto, segundo nos diz, não tira qualquer rendimento da quinta, muito pelo contrário, só tem prejuízo, pois, para a manter, tem de gastar água, luz, adubos, tempo... Cada vez que lá vai empenha-se em introduzir novas culturas e, mesmo para isso, tem de contar "com as boas almas amigas", umas das quais é o seu primo Henrique. Mas também o genro, Luís Montês, que nasceu em Angola, tem dado uma grande ajuda. Aliás, tem sido ele o principal responsável pela introdução da maioria das frutas exóticas na quinta do Presidente. Ali podemos ver, além de anonas, peras-abacates, pitangas, sapotis, goiabas, limas - "para fazer caipirinha", diz o Presidente. E não faltam também as árvores típicas do Sul de Portugal: marmeleiros, pessegueiros, figueiras, romãzeiras, amoreiras, alfarrobeiras, laranjeiras...
"É PRECISO PRESERVAR MUNDO RURAL"
Ao longo da visita de cerca de uma hora à sua quinta, o Presidente, que revela um interesse e um conhecimento surpreendentes dos assuntos da lavoura, assume-se como "um defensor do mundo rural". Alerta que "sem a preservação do mundo rural será a desertificação. Teremos um País envelhecido, despovoado!" A preocupação não é nova: ao longo do seu mandato, referiu-se por várias vezes ao estado da agricultura e aos problemas de escoamento dos produtos. Ainda há pouco tempo fez um apelo para que os consumidores optassem por comprar os produtos nacionais em vez dos estrangeiros, ajudando, assim, a economia nacional. Ele próprio, enquanto proprietário de uma quinta, sofre com a situação: "Isto é de tal forma que eu ofereço as alfarrobas e as amêndoas. Já ninguém as compra..."
POLÍCIAS MAIS BEM APETRECHADAS PARA COMBATER O CRIME
Os incêndios florestais surgiram este ano com uma violência como há muito não se via, provocando enormes danos, não só materiais como também humanos. Foi de tal modo que o Presidente da República teve de interromper as férias no Algarve e vir a Lisboa, para se inteirar da situação junto da Autoridade Nacional de Protecção Civil, que visitou no passado dia 23, acompanhado pelo primeiro-ministro e pelo ministro da Administração Interna.
"A questão dos incêndios é uma grande preocupação não apenas para o Presidente mas também para o Governo. Portanto, interrompi as minhas férias para ter um relato daqueles que diariamente exercem funções de comando e de coordenação no combate aos incêndios", explica o Chefe de Estado, que considera "termos neste momento um comando nacional de combate aos fogos e uma equipa que tem dado tudo o que lhe é possível para enfrentar estas situações".
Sobre o combate ao crime associado a este flagelo, Cavaco também se mostra optimista: "A informação que me é dada é a de que as nossas forças policiais, e a Polícia Judiciária em particular, estão neste momento bastante melhor apetrechadas para combater situações de dolo, situações criminosas." "Mas, às vezes, é difícil encontrar uma fronteira entre o dolo e a negligência", nota, concluindo: "Daí o apelo que fiz para que os portugueses tenham muito cuidado em comportamentos de risco, como é o caso das queimadas, que podem degenerar, de facto, em incêndios."
DISCURSO DIRECTO
"AGRICULTURA DE PASSAR CHEQUES", Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República
Correio da Manhã - A sua quinta está pejada de anonas. O que faz a tantas anonas?
Cavaco silva - Ofereço!
- Porque é que não as vende? Assim perde dinheiro...
- Pois, é uma agricultura de passar cheques! É uma despesa gigantesca. Só a electricidade... está a ver.
- Mas, então, porque é que mantém a quinta cultivada?
- É uma questão de raízes. Foi do meu bisavô, do meu avô, do meu pai. Eu não tiro rendimento, nem um tostão. Nem quero.
- E porque não?
- Tinha de fazer registos...
- A quem é que oferece a fruta?
- Aos mais necessitados, como, por exemplo, à Santa Casa da Misericórdia. Mas alguns frutos os mais idosos não aceitam, como a pêra-abacate, que faz aumentar o colesterol, e a anona, porque tem muito açúcar.
- Que outras árvores é que tem?
- Tudo o que é esquisito... Tenho aqui árvores esquisitas.
João Cortesão
CORREIO DA MANHÃ 28-08-2010
Presidência: Cavaco faz visita guiada ao CM na sua quinta, nos arredores de Boliqueime
“Mantenho esta quinta em memória do meu pai”
"Agora vou vestir o fato de camponês." Cavaco Silva põe, deste modo, fim à conversa com o CM no pequeno escritório na sua casa de férias, em Albufeira. Minutos depois, o Presidente da República, acompanhado da mulher, aparece pronto para partir para a "Quintinha", como chama à propriedade de 3 hectares, essencialmente de pomares, situada nos arredores de Boliqueime, a cerca de 20 km da Aldeia da Coelha, e encostada ao campo de golfe do Millennium de Vilamoura.
Na "Quintinha", o Presidente da fala das árvores e dos seus frutos com o à-vontade de quem conhece bem a lida da terra, a terra onde estão, afinal, as suas raízes. Parece ter um orgulho particular pelas anonas. "Não há muito disto no Algarve", diz, ao mostrar-nos os frutos ainda meio verdes. "Antigamente, o Alberto João Jardim mandava-me anonas da Madeira, mas agora não, porque diz que as minhas são melhores do que as dele!"
Cavaco Silva herdou dos pais a propriedade rural, que já era do seu avô e do seu bisavô. Para lá da ligação familiar, a quinta é, para o Presidente, um espaço de memórias de infância: "Lembro-me de que quando era criança, por volta dos 7, 8 anos, gostava de vir aqui com os meus avós. Mas, nessa altura, só havia alfarrobeiras, oliveiras e amendoeiras. Não havia absolutamente mais nada, não havia nenhuma destas casas. Foi o meu pai quem fez tudo isto. Mas foi herança do lado da minha mãe, que também adorava vir para aqui."
Explica-nos que a parte da herança que lhe coube foram as propriedades rústicas, ao passo que os irmãos ficaram com prédios urbanos. A "Quintinha" é a maior dessas propriedades recebidas e diz--nos que a mantém por uma "questão de respeito ao pai e de homenagem" ao pai (Teodoro Gonçalves Silva, falecido em 2007, aos 95 anos).
A certa altura da visita, o Presidente da República senta-se numa pedra debaixo de uma oliveira e revela que era ali que o pai gostava de estar horas a fio a descansar e a pensar: "Na última fase da vida, mesmo morando em Quarteira, ele vinha para aqui todos os dias. Dizia que lhe dava saúde, que se sentia bem aqui, a respirar... Agora este é o meu encargo. Mas faço-o com alegria, porque gosto de ver as árvores crescer, de ver os frutos aparecer, de colher os frutos e também me dá prazer oferecê-los."
De facto, segundo nos diz, não tira qualquer rendimento da quinta, muito pelo contrário, só tem prejuízo, pois, para a manter, tem de gastar água, luz, adubos, tempo... Cada vez que lá vai empenha-se em introduzir novas culturas e, mesmo para isso, tem de contar "com as boas almas amigas", umas das quais é o seu primo Henrique. Mas também o genro, Luís Montês, que nasceu em Angola, tem dado uma grande ajuda. Aliás, tem sido ele o principal responsável pela introdução da maioria das frutas exóticas na quinta do Presidente. Ali podemos ver, além de anonas, peras-abacates, pitangas, sapotis, goiabas, limas - "para fazer caipirinha", diz o Presidente. E não faltam também as árvores típicas do Sul de Portugal: marmeleiros, pessegueiros, figueiras, romãzeiras, amoreiras, alfarrobeiras, laranjeiras...
"É PRECISO PRESERVAR MUNDO RURAL"
Ao longo da visita de cerca de uma hora à sua quinta, o Presidente, que revela um interesse e um conhecimento surpreendentes dos assuntos da lavoura, assume-se como "um defensor do mundo rural". Alerta que "sem a preservação do mundo rural será a desertificação. Teremos um País envelhecido, despovoado!" A preocupação não é nova: ao longo do seu mandato, referiu-se por várias vezes ao estado da agricultura e aos problemas de escoamento dos produtos. Ainda há pouco tempo fez um apelo para que os consumidores optassem por comprar os produtos nacionais em vez dos estrangeiros, ajudando, assim, a economia nacional. Ele próprio, enquanto proprietário de uma quinta, sofre com a situação: "Isto é de tal forma que eu ofereço as alfarrobas e as amêndoas. Já ninguém as compra..."
POLÍCIAS MAIS BEM APETRECHADAS PARA COMBATER O CRIME
Os incêndios florestais surgiram este ano com uma violência como há muito não se via, provocando enormes danos, não só materiais como também humanos. Foi de tal modo que o Presidente da República teve de interromper as férias no Algarve e vir a Lisboa, para se inteirar da situação junto da Autoridade Nacional de Protecção Civil, que visitou no passado dia 23, acompanhado pelo primeiro-ministro e pelo ministro da Administração Interna.
"A questão dos incêndios é uma grande preocupação não apenas para o Presidente mas também para o Governo. Portanto, interrompi as minhas férias para ter um relato daqueles que diariamente exercem funções de comando e de coordenação no combate aos incêndios", explica o Chefe de Estado, que considera "termos neste momento um comando nacional de combate aos fogos e uma equipa que tem dado tudo o que lhe é possível para enfrentar estas situações".
Sobre o combate ao crime associado a este flagelo, Cavaco também se mostra optimista: "A informação que me é dada é a de que as nossas forças policiais, e a Polícia Judiciária em particular, estão neste momento bastante melhor apetrechadas para combater situações de dolo, situações criminosas." "Mas, às vezes, é difícil encontrar uma fronteira entre o dolo e a negligência", nota, concluindo: "Daí o apelo que fiz para que os portugueses tenham muito cuidado em comportamentos de risco, como é o caso das queimadas, que podem degenerar, de facto, em incêndios."
DISCURSO DIRECTO
"AGRICULTURA DE PASSAR CHEQUES", Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República
Correio da Manhã - A sua quinta está pejada de anonas. O que faz a tantas anonas?
Cavaco silva - Ofereço!
- Porque é que não as vende? Assim perde dinheiro...
- Pois, é uma agricultura de passar cheques! É uma despesa gigantesca. Só a electricidade... está a ver.
- Mas, então, porque é que mantém a quinta cultivada?
- É uma questão de raízes. Foi do meu bisavô, do meu avô, do meu pai. Eu não tiro rendimento, nem um tostão. Nem quero.
- E porque não?
- Tinha de fazer registos...
- A quem é que oferece a fruta?
- Aos mais necessitados, como, por exemplo, à Santa Casa da Misericórdia. Mas alguns frutos os mais idosos não aceitam, como a pêra-abacate, que faz aumentar o colesterol, e a anona, porque tem muito açúcar.
- Que outras árvores é que tem?
- Tudo o que é esquisito... Tenho aqui árvores esquisitas.
João Cortesão
CORREIO DA MANHÃ 28-08-2010
JUAN MARIA KROHN
MAGNICIDIO HABLA EL EX SACERDOTE CULPABLE
«No llegué a herir al Papa»
«Los agentes de Juan Pablo II me derribaron antes», declara en exclusiva a «Crónica» el ex sacerdote Fernández Krohn, localizado en Bruselas. El secretario del Papa fallecido dice que este español llegó a clavarle un cuchillo en Fátima, en 1982.
Creía haber pagado lo suficiente con los tres años y medio que pasó en una cárcel portuguesa. Pero a Juan Fernández Krohn le persigue su pasado de «cura que atentó contra el Papa Wojtyla en Fátima». Hasta ahora se creía que sin llegar a herirlo. Pero ahora, el que fuera su secretario durante más de 39 años, Stanislaw Dziwisz, revela que Juan Pablo II recibió una cuchillada que le hizo sangre. «Un montaje prefabricado, un infundio», se indigna el hoy ex sacerdote. Pero le apunta el dedo acusador de un cardenal. Y le persigue la «maldición de Fátima».
El 12 de mayo de 1982 Juan Pablo II visitaba Fátima para depositar, en la corona de la Virgen, la bala que le había disparado un año antes, en la Plaza de San Pedro, el turco Ali Agca. Como ofrenda por haberle salvado la vida. Y allí mismo, la Virgen volvió a salvarlo. El cura español Juan Fernández Krohn se abalanzó sobre él con un puñal. «Puedo revelar ahora que fue herido. Cuando lo llevamos de vuelta a su habitación, había sangre», asegura Dziwisz, cardenal de Cracovia.
Fernández Krohn, el acusado, lo desmiente categóricamente en declaraciones exclusivas a Crónica. «Estas pretendidas revelaciones del antiguo secretario de Juan Pablo II me suenan a un montaje prefabricado con objetivos bien precisos. No herí al Papa».
Lo argumenta así: «Los agentes encargados de la protección papal me derribaron. Justo a los pies del Papa, me sujetaron y me obligaron a seguir en su presencia, cara a cara. Mostraba adustez y dureza en el rostro, pero ni el menor síntoma de estar herido».
De aquel Juan vestido de sotana ya poco queda. Hoy, vive en Bruselas. O, mejor dicho, malvive. «Mi situación es muy precaria. Vivo en una estrechez casi total desde hace 22 años. Sin futuro y con las puertas cerradas. Tengo muchas carreras, pero de poco me han servido. Y eso que hice de todo. Desde contable a abogado, pasando por obrero agrícola o mecánico de bicicletas». No tiene trabajo y lleva dos años dedicado a hacer una tesis doctoral. Vive en una residencia universitaria para estudiantes, en la que no le cobran nada, pero mantiene la esperanza de salir adelante. «Espero que, con la tesis terminada y con el título de doctor, pueda encontrar un puesto de profesor en Bélgica o en España».
Su único consuelo es su hijo Niels Manuel. Tiene 18 años y, hasta ahora, ha vivido con su madre, que es belga flamenca. «Ya se ha independizado, está terminando el bachillerato y tiene la doble nacionalidad. Es un fenómeno y mi único sostén en medio de tantos sufrimientos».
Un vía crucis que comenzó hace más de cinco lustros, cuando la Justicia portuguesa le condenó a tres años y medio por intento de magnicidio. «Esa fue también la idea que me quedó hasta hoy, procurándome un gran alivio: que mi acto de protesta, de resonancia mundial, se saldase de forma incruenta».
Las crónicas de entonces contaban así el suceso: «Millones de personas han podido ver cómo la policía portuguesa sujetaba a un joven, vestido con sotana, que se resistía, mientras el Papa, vuelto hacia atrás, dirigiendo su mirada al lugar del tumulto y en silencio, daba su bendición. Se le oyó gritar: «Muera el comunismo y el Concilio Vaticano II»».
¿Qué es lo que busca, entonces, el cardenal Dziwisz, desvelando el misterio de Fátima 25 años después? Fernández Krohn responde: «Aparte de las intrigas vaticanas que se me escapan, el objetivo es desviar la atención de la opinión pública sobre la connivencia y el colaboracionismo con la policía comunista de altos jerarcas de Polonia y de la propia Curia romana durante los años del pontificado de Juan Pablo II».
EL ATAQUE A WOJTYLA
Fernández Krohn nació el 24 de junio de 1949 en el seno de una familia bien y profundamente católica del madrileño barrio de Argüelles. Tanto que su padre nunca le perdonó el atentado contra el Papa. «Nunca llegué a reconciliarme con mi difunto padre. Lo lloré mucho». Muy aficionado al deporte, fundamentalmente al atletismo, a los 17 años inicia la carrera de Económicas en la Universidad Complutense de Madrid. De carácter apasionado y afable, hace gala de un gran sentido del humor. Alto y de tez morena, se lleva a las chicas de calle.
Lo ordenó sacerdote el arzobispo Marcel Lefébvre en 1978. Su primera misa, celebrada en el hotel Meliá Castilla de Madrid, fue todo un acontecimiento social en la época. Con más de mil personas invitadas. Entre ellas, la hija de Franco. «La misa fue de rito tridentino, que estaba rigurosamente prohibido en España. Por eso, al día siguiente, en la Hoja del Lunes, el cardenal Tarancón, de triste memoria, sacó una nota de lo más virulenta», recuerda.
La llegada al solio pontificio de Juan Pablo II el 16 de octubre de 1978 hizo escorar todavía más a la Hermandad de Lefébvre. A su juicio, el Papa Wojtyla «era el candidato de la izquierda eclesial, para ganarse a la derecha». Decidió quitarlo de en medio o, al menos, darle otro susto (Alí Agca ya le había disparado al corazón). Enfundado en su sotana y con sus conexiones no le fue difícil acceder al altar del Papa. «Cuando llegó, estaba en primera fila y me abalancé sobre él, pero me sujetaron antes de que pudiera rozarlo».
—¿Por qué quiso matar al Papa?
—Fue un sacrificio por la salvación de la Iglesia, de España y de mis convicciones de católico español o de nacionalcatólico.
—¿Fue un acto de enajenación mental?
—No estoy loco.
—¿Se arrepiente?
—No me arrepiento de nada.
—¿Volvería a hacerlo?
—No, he evolucionado.
—¿Se siente pecador?
—Pecador sí, pero criminal nunca. Ni delincuente tampoco.
—¿Qué piensa de Ali Agca?
—Es anticristiano y antioccidental y ve al Papa como jefe de los cruzados. A pesar de ello, Juan Pablo II le perdonó. Algo que, en cambio, nunca hizo conmigo.
Detenido por los guardaespaldas del Papa, fue juzgado en Portugal. «En el juicio — aunque mi abogado y todo el mundo me aconsejaban que adujese enfermedad psiquiátrica— yo mantuve una estrategia suicida: asumí todo y me condené a mí mismo». Seis años y medio de cárcel por intento de asesinato y siete meses más por desacato. En la cárcel, abandonó el sacerdocio.
Tras cumplir la pena, «anduve deambulando por diversos países europeos y, al ver que no tenía salida alguna en la vida civil en España, me vine a Bélgica. Aquí, tuve una segunda juventud». Se casó por lo civil con una periodista portuguesa que había cubierto su caso.
La «maldición de Fátima» le persigue y en su recorrido vital florecen los problemas. En 1999, es acusado de intentar incendiar la sede de Herri Batasuna en Bruselas. Y en el año 2000, «con motivo de la visita del Rey a Bélgica protagonicé un acto de protesta, al que dio amplia cobertura la prensa española y, en especial EL MUNDO. Grité: «Rey Borbón, yo no maté al Papa, tú, en cambio, mataste a tu hermano».
La policía belga lo detuvo. «Me encerraron en la jaula de los locos furiosos. Con un comedero como el que tienen los animales en las cuadras en España. Denigrante».
Tras salir del psiquiátrico, Fernández Krohn le promete a su hijo que no volverá a meterse en líos. Y se dedica a buscar trabajo, sin encontrar demasiadas salidas. Eso sí, recibe «presiones y ofertas para que se convierta al protestantismo y al Islam. «No llegaron a ofrecerme dinero, pero sí solucionar mi vida y la de mi familia para siempre». La oferta del Islam le llegó a través del famoso escritor converso Roger Garaudy. No aceptó. «Soy de una familia cuyas raíces católicas se pierden en la noche de los tiempos. Tuve incluso mártires durante la guerra».
Cuando las aguas de su vida parecían calmarse, se encuentra de nuevo en el ojo del huracán. Porque en Roma, un cardenal ha resucitado su «maldición de Fátima». Una maldición «que me persigue, que pesa como una losa que está a punto de aplastarme de nuevo».
Así se protege al Pontífice
Sin ejército. ¿Quién protege a los papas, cómo? Sin ejército propio, el Vaticano dispone de una importante red de espionaje, seguridad y efectivos antiterroristas. Al frente de todo está monseñor Renato Boccardo, secretario general del Gobierno de la Santa Sede (ministro del Interior vaticano). A los distintos cuerpos de seguridad que se ocupan de la defensa del Estado vaticano y de la protección papal se les conoce popularmente como los ángeles de la guarda del Papa. Dentro de la Santa Sede están su guardia de cuerpo personal (los guardias suizos), y la Gendarmería Vaticana (heredera de la Guardia Noble y de la Guardia Palaciega de los estados pontificios, su comandante es Domenico Giani). Fuera de los muros vaticanos: en Italia actúan los agentes de la inspección de la Policía; en los viajes, su seguridad se confía a los distintos cuerpos de la nación que le hospeda.
Papamóvil. Desde el atentado contra Juan Pablo II en 1981, y tras los atentados del 11-S, la seguridad en el Vaticano se reformó considerablemente. No sólo por los controles policiales y detectores de metales por los que deben pasar los asistentes, cada miércoles, a las audiencias papales. Cada vez que el Sumo Pontífice se sube a su papamóvil y recorre la plaza de San Pedro se colocan a los costados de su vehículo el jefe de la Guardia Suiza y el guardaespaldas personal del Papa. Dentro le acompaña su secretario personal, monseñor Georg Genswein.
Nuevo jefe. Benedicto XVI acaba de nombrar jefe de la Guardia Suiza, el ejército más pequeño y viejo del mundo (fundado por el Papa Julio II, 1503-1513), a Daniel Rudolf Anrig, de 36 años, comandante general de la Policía suiza. La Guardia Suiza, que desempeña las funciones de guardia de cuerpo y servicio de honor del Papa, se compone de 110 soldados y un capellán.
EL MUNDO 18-08-2010
JOSE MANUEL VIDAL
«No llegué a herir al Papa»
«Los agentes de Juan Pablo II me derribaron antes», declara en exclusiva a «Crónica» el ex sacerdote Fernández Krohn, localizado en Bruselas. El secretario del Papa fallecido dice que este español llegó a clavarle un cuchillo en Fátima, en 1982.
Creía haber pagado lo suficiente con los tres años y medio que pasó en una cárcel portuguesa. Pero a Juan Fernández Krohn le persigue su pasado de «cura que atentó contra el Papa Wojtyla en Fátima». Hasta ahora se creía que sin llegar a herirlo. Pero ahora, el que fuera su secretario durante más de 39 años, Stanislaw Dziwisz, revela que Juan Pablo II recibió una cuchillada que le hizo sangre. «Un montaje prefabricado, un infundio», se indigna el hoy ex sacerdote. Pero le apunta el dedo acusador de un cardenal. Y le persigue la «maldición de Fátima».
El 12 de mayo de 1982 Juan Pablo II visitaba Fátima para depositar, en la corona de la Virgen, la bala que le había disparado un año antes, en la Plaza de San Pedro, el turco Ali Agca. Como ofrenda por haberle salvado la vida. Y allí mismo, la Virgen volvió a salvarlo. El cura español Juan Fernández Krohn se abalanzó sobre él con un puñal. «Puedo revelar ahora que fue herido. Cuando lo llevamos de vuelta a su habitación, había sangre», asegura Dziwisz, cardenal de Cracovia.
Fernández Krohn, el acusado, lo desmiente categóricamente en declaraciones exclusivas a Crónica. «Estas pretendidas revelaciones del antiguo secretario de Juan Pablo II me suenan a un montaje prefabricado con objetivos bien precisos. No herí al Papa».
Lo argumenta así: «Los agentes encargados de la protección papal me derribaron. Justo a los pies del Papa, me sujetaron y me obligaron a seguir en su presencia, cara a cara. Mostraba adustez y dureza en el rostro, pero ni el menor síntoma de estar herido».
De aquel Juan vestido de sotana ya poco queda. Hoy, vive en Bruselas. O, mejor dicho, malvive. «Mi situación es muy precaria. Vivo en una estrechez casi total desde hace 22 años. Sin futuro y con las puertas cerradas. Tengo muchas carreras, pero de poco me han servido. Y eso que hice de todo. Desde contable a abogado, pasando por obrero agrícola o mecánico de bicicletas». No tiene trabajo y lleva dos años dedicado a hacer una tesis doctoral. Vive en una residencia universitaria para estudiantes, en la que no le cobran nada, pero mantiene la esperanza de salir adelante. «Espero que, con la tesis terminada y con el título de doctor, pueda encontrar un puesto de profesor en Bélgica o en España».
Su único consuelo es su hijo Niels Manuel. Tiene 18 años y, hasta ahora, ha vivido con su madre, que es belga flamenca. «Ya se ha independizado, está terminando el bachillerato y tiene la doble nacionalidad. Es un fenómeno y mi único sostén en medio de tantos sufrimientos».
Un vía crucis que comenzó hace más de cinco lustros, cuando la Justicia portuguesa le condenó a tres años y medio por intento de magnicidio. «Esa fue también la idea que me quedó hasta hoy, procurándome un gran alivio: que mi acto de protesta, de resonancia mundial, se saldase de forma incruenta».
Las crónicas de entonces contaban así el suceso: «Millones de personas han podido ver cómo la policía portuguesa sujetaba a un joven, vestido con sotana, que se resistía, mientras el Papa, vuelto hacia atrás, dirigiendo su mirada al lugar del tumulto y en silencio, daba su bendición. Se le oyó gritar: «Muera el comunismo y el Concilio Vaticano II»».
¿Qué es lo que busca, entonces, el cardenal Dziwisz, desvelando el misterio de Fátima 25 años después? Fernández Krohn responde: «Aparte de las intrigas vaticanas que se me escapan, el objetivo es desviar la atención de la opinión pública sobre la connivencia y el colaboracionismo con la policía comunista de altos jerarcas de Polonia y de la propia Curia romana durante los años del pontificado de Juan Pablo II».
EL ATAQUE A WOJTYLA
Fernández Krohn nació el 24 de junio de 1949 en el seno de una familia bien y profundamente católica del madrileño barrio de Argüelles. Tanto que su padre nunca le perdonó el atentado contra el Papa. «Nunca llegué a reconciliarme con mi difunto padre. Lo lloré mucho». Muy aficionado al deporte, fundamentalmente al atletismo, a los 17 años inicia la carrera de Económicas en la Universidad Complutense de Madrid. De carácter apasionado y afable, hace gala de un gran sentido del humor. Alto y de tez morena, se lleva a las chicas de calle.
Lo ordenó sacerdote el arzobispo Marcel Lefébvre en 1978. Su primera misa, celebrada en el hotel Meliá Castilla de Madrid, fue todo un acontecimiento social en la época. Con más de mil personas invitadas. Entre ellas, la hija de Franco. «La misa fue de rito tridentino, que estaba rigurosamente prohibido en España. Por eso, al día siguiente, en la Hoja del Lunes, el cardenal Tarancón, de triste memoria, sacó una nota de lo más virulenta», recuerda.
La llegada al solio pontificio de Juan Pablo II el 16 de octubre de 1978 hizo escorar todavía más a la Hermandad de Lefébvre. A su juicio, el Papa Wojtyla «era el candidato de la izquierda eclesial, para ganarse a la derecha». Decidió quitarlo de en medio o, al menos, darle otro susto (Alí Agca ya le había disparado al corazón). Enfundado en su sotana y con sus conexiones no le fue difícil acceder al altar del Papa. «Cuando llegó, estaba en primera fila y me abalancé sobre él, pero me sujetaron antes de que pudiera rozarlo».
—¿Por qué quiso matar al Papa?
—Fue un sacrificio por la salvación de la Iglesia, de España y de mis convicciones de católico español o de nacionalcatólico.
—¿Fue un acto de enajenación mental?
—No estoy loco.
—¿Se arrepiente?
—No me arrepiento de nada.
—¿Volvería a hacerlo?
—No, he evolucionado.
—¿Se siente pecador?
—Pecador sí, pero criminal nunca. Ni delincuente tampoco.
—¿Qué piensa de Ali Agca?
—Es anticristiano y antioccidental y ve al Papa como jefe de los cruzados. A pesar de ello, Juan Pablo II le perdonó. Algo que, en cambio, nunca hizo conmigo.
Detenido por los guardaespaldas del Papa, fue juzgado en Portugal. «En el juicio — aunque mi abogado y todo el mundo me aconsejaban que adujese enfermedad psiquiátrica— yo mantuve una estrategia suicida: asumí todo y me condené a mí mismo». Seis años y medio de cárcel por intento de asesinato y siete meses más por desacato. En la cárcel, abandonó el sacerdocio.
Tras cumplir la pena, «anduve deambulando por diversos países europeos y, al ver que no tenía salida alguna en la vida civil en España, me vine a Bélgica. Aquí, tuve una segunda juventud». Se casó por lo civil con una periodista portuguesa que había cubierto su caso.
La «maldición de Fátima» le persigue y en su recorrido vital florecen los problemas. En 1999, es acusado de intentar incendiar la sede de Herri Batasuna en Bruselas. Y en el año 2000, «con motivo de la visita del Rey a Bélgica protagonicé un acto de protesta, al que dio amplia cobertura la prensa española y, en especial EL MUNDO. Grité: «Rey Borbón, yo no maté al Papa, tú, en cambio, mataste a tu hermano».
La policía belga lo detuvo. «Me encerraron en la jaula de los locos furiosos. Con un comedero como el que tienen los animales en las cuadras en España. Denigrante».
Tras salir del psiquiátrico, Fernández Krohn le promete a su hijo que no volverá a meterse en líos. Y se dedica a buscar trabajo, sin encontrar demasiadas salidas. Eso sí, recibe «presiones y ofertas para que se convierta al protestantismo y al Islam. «No llegaron a ofrecerme dinero, pero sí solucionar mi vida y la de mi familia para siempre». La oferta del Islam le llegó a través del famoso escritor converso Roger Garaudy. No aceptó. «Soy de una familia cuyas raíces católicas se pierden en la noche de los tiempos. Tuve incluso mártires durante la guerra».
Cuando las aguas de su vida parecían calmarse, se encuentra de nuevo en el ojo del huracán. Porque en Roma, un cardenal ha resucitado su «maldición de Fátima». Una maldición «que me persigue, que pesa como una losa que está a punto de aplastarme de nuevo».
Así se protege al Pontífice
Sin ejército. ¿Quién protege a los papas, cómo? Sin ejército propio, el Vaticano dispone de una importante red de espionaje, seguridad y efectivos antiterroristas. Al frente de todo está monseñor Renato Boccardo, secretario general del Gobierno de la Santa Sede (ministro del Interior vaticano). A los distintos cuerpos de seguridad que se ocupan de la defensa del Estado vaticano y de la protección papal se les conoce popularmente como los ángeles de la guarda del Papa. Dentro de la Santa Sede están su guardia de cuerpo personal (los guardias suizos), y la Gendarmería Vaticana (heredera de la Guardia Noble y de la Guardia Palaciega de los estados pontificios, su comandante es Domenico Giani). Fuera de los muros vaticanos: en Italia actúan los agentes de la inspección de la Policía; en los viajes, su seguridad se confía a los distintos cuerpos de la nación que le hospeda.
Papamóvil. Desde el atentado contra Juan Pablo II en 1981, y tras los atentados del 11-S, la seguridad en el Vaticano se reformó considerablemente. No sólo por los controles policiales y detectores de metales por los que deben pasar los asistentes, cada miércoles, a las audiencias papales. Cada vez que el Sumo Pontífice se sube a su papamóvil y recorre la plaza de San Pedro se colocan a los costados de su vehículo el jefe de la Guardia Suiza y el guardaespaldas personal del Papa. Dentro le acompaña su secretario personal, monseñor Georg Genswein.
Nuevo jefe. Benedicto XVI acaba de nombrar jefe de la Guardia Suiza, el ejército más pequeño y viejo del mundo (fundado por el Papa Julio II, 1503-1513), a Daniel Rudolf Anrig, de 36 años, comandante general de la Policía suiza. La Guardia Suiza, que desempeña las funciones de guardia de cuerpo y servicio de honor del Papa, se compone de 110 soldados y un capellán.
EL MUNDO 18-08-2010
JOSE MANUEL VIDAL
HERDEIROS DE LÚCIO TOMÉ FETEIRA PROCURAM 80 MILHÕES NOS ESTADOS UNIDOS
Polícia
Herdeiros de Lúcio Feteira procuram 80 milhões nos Estados Unidos
Os herdeiros de Lúcio Thomé Feteira dizem que há cerca de 80 milhões de dólares depositados em contas nos EUA resultantes da venda de empresas de Lúcio Thomé Feteira. Cartas rogatórias enviadas pelas autoridades portuguesas ainda não tiveram resposta.
A cabeça de casal da herança, Olímpia Feteira, filha de Lúcio Thomé Feteira, resultante de uma relação fora do casamento, diz ter chegado a este número através de anotações que descobriu em agendas de Rosalina, a secretária e amante do magnata que foi assassinada, em Dezembro do ano passado, a tiro, nos arredores do Rio de Janeiro, depois de se ter encontrado com o seu advogado, Domingos Duarte Lima.
Os 100 milhões de dólares (cerca de 80 milhões de euros), resultaram, segundo a herdeira, da venda de três empresas do ramo do fabrico de vidro e de chapa de vidro, que eram o núcleo dos negócios de Lúcio Thomé Feteira, juntamente com o imobiliário.
As vendas aconteceram na década de 60 do século passado, altura em que o magnata decidiu desfazer-se de grande parte das suas empresas – várias dezenas, espalhadas por vários pontos da Europa, África e América do Sul. “Três dessas empresas foram compradas pela multinacional francesa Saint-Gobain e pelos americanos da Pittsburg Plate Glass”, disse, ao JN, Olímpia Feteira. A duas empresas são ainda hoje gigantes mundiais da indústria de fabrico de materiais para construção civil.
Segundo a mesma fonte, o dinheiro estará em contas de vários bancos nos Estados Unidos da América, sobretudo no Chase Manhattan Bank, e faz parte do património que os herdeiros de Lúcio Thomé querem ver restituído à herança, por temerem que tenha sido também transferido por Rosalina Ribeiro após a morte de Lúcio Thomé Feteira, com 98 anos, no ano 2000, na casa de Lisboa onde vivia com Rosalina.
Na sequência de uma queixa crime apresentada por Olímpia Feteira e por outros herdeiros, existe já a certeza de que Rosalina Ribeiro transferiu, em 2001, dezenas de milhões de euros de uma conta na Union de Banques Suisses, na Suíça, para uma conta sua, também na Suíça. Cerca de seis milhões de euros foram depois transferidos, em várias tranches, para uma conta titulada por Duarte Lima. As movimentações foram confirmadas pelo próprio banco, numa resposta a cartas rogatórias enviadas pela Justiça portuguesa.
O advogado de Olímpia Feteira no Brasil, Paulo Freitas, confirmou, à Agência Lusa, que foram feitas mais transferências para “ outras pessoas que ainda estão a ser investigadas”, declarou.
Segundo o advogado, tinha chegado o momento de Rosalina dar explicações às autoridades. “Acabou nunca fazendo [declarações] porque logo após a vinda dessas informações, veio ao Brasil e foi morta”, complementou.
A morte “encomendada” de Rosalina, segundo Paulo Freitas, prejudicou os herdeiros e pode trazer ainda dificuldade para o desenrolar do inventário”.
O processo crime tinha já sido arquivado em 2008 e acabou por ser reaberto em Agosto de 2009, com a chegada da resposta do banco suíço à carta rogatória, mas acabaria por ser de novo arquivado após a morte de Rosalina Ribeiro Cartas rogatórias para outros países em que existiam contas bancárias não tiveram resultados.
Estas ligações, para serviços externos ao Jornal de Notícias, permitem guardar, organizar, partilhar e recomendar a outros leitores os seus conteúdos favoritos do JN(textos, fotos e vídeos). São serviços gratuitos mas exigem registo do utilizador.
JORNAL DE NOTÍCIAS 28-08-2010
Por António Soares
Herdeiros de Lúcio Feteira procuram 80 milhões nos Estados Unidos
Os herdeiros de Lúcio Thomé Feteira dizem que há cerca de 80 milhões de dólares depositados em contas nos EUA resultantes da venda de empresas de Lúcio Thomé Feteira. Cartas rogatórias enviadas pelas autoridades portuguesas ainda não tiveram resposta.
A cabeça de casal da herança, Olímpia Feteira, filha de Lúcio Thomé Feteira, resultante de uma relação fora do casamento, diz ter chegado a este número através de anotações que descobriu em agendas de Rosalina, a secretária e amante do magnata que foi assassinada, em Dezembro do ano passado, a tiro, nos arredores do Rio de Janeiro, depois de se ter encontrado com o seu advogado, Domingos Duarte Lima.
Os 100 milhões de dólares (cerca de 80 milhões de euros), resultaram, segundo a herdeira, da venda de três empresas do ramo do fabrico de vidro e de chapa de vidro, que eram o núcleo dos negócios de Lúcio Thomé Feteira, juntamente com o imobiliário.
As vendas aconteceram na década de 60 do século passado, altura em que o magnata decidiu desfazer-se de grande parte das suas empresas – várias dezenas, espalhadas por vários pontos da Europa, África e América do Sul. “Três dessas empresas foram compradas pela multinacional francesa Saint-Gobain e pelos americanos da Pittsburg Plate Glass”, disse, ao JN, Olímpia Feteira. A duas empresas são ainda hoje gigantes mundiais da indústria de fabrico de materiais para construção civil.
Segundo a mesma fonte, o dinheiro estará em contas de vários bancos nos Estados Unidos da América, sobretudo no Chase Manhattan Bank, e faz parte do património que os herdeiros de Lúcio Thomé querem ver restituído à herança, por temerem que tenha sido também transferido por Rosalina Ribeiro após a morte de Lúcio Thomé Feteira, com 98 anos, no ano 2000, na casa de Lisboa onde vivia com Rosalina.
Na sequência de uma queixa crime apresentada por Olímpia Feteira e por outros herdeiros, existe já a certeza de que Rosalina Ribeiro transferiu, em 2001, dezenas de milhões de euros de uma conta na Union de Banques Suisses, na Suíça, para uma conta sua, também na Suíça. Cerca de seis milhões de euros foram depois transferidos, em várias tranches, para uma conta titulada por Duarte Lima. As movimentações foram confirmadas pelo próprio banco, numa resposta a cartas rogatórias enviadas pela Justiça portuguesa.
O advogado de Olímpia Feteira no Brasil, Paulo Freitas, confirmou, à Agência Lusa, que foram feitas mais transferências para “ outras pessoas que ainda estão a ser investigadas”, declarou.
Segundo o advogado, tinha chegado o momento de Rosalina dar explicações às autoridades. “Acabou nunca fazendo [declarações] porque logo após a vinda dessas informações, veio ao Brasil e foi morta”, complementou.
A morte “encomendada” de Rosalina, segundo Paulo Freitas, prejudicou os herdeiros e pode trazer ainda dificuldade para o desenrolar do inventário”.
O processo crime tinha já sido arquivado em 2008 e acabou por ser reaberto em Agosto de 2009, com a chegada da resposta do banco suíço à carta rogatória, mas acabaria por ser de novo arquivado após a morte de Rosalina Ribeiro Cartas rogatórias para outros países em que existiam contas bancárias não tiveram resultados.
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JORNAL DE NOTÍCIAS 28-08-2010
Por António Soares
FALSA MÉDICA LIGAVA AO ACASO
Polícia
"Médica" afinal era homem e ligava ao acaso
Saiu tranquilamente do tribunal, com a medida de coacção mínima, o homem suspeito de ter-se feito passar por médica para induzir mulheres a actos sexuais em "consultas" telefónicas. Há mais processos em investigação e o indivíduo pode não ser o único falso clínico.
Afinal, a voz feminina que enganou “várias dezenas de mulheres”, segundo a PSP, seria simulada por um homem, de 46 anos, vendedor de profissão, sem qualquer ligação à área da saúde e residente em Vila das Aves (Santo Tirso). Foi apanhado em flagrante, anteontem, na rua, a contactar mais uma vítima por telemóvel.
Presente, ontem, ao Tribunal de Instrução Criminal do Porto, acabaria por sair em liberdade, com termo de identidade e residência. À saída, fez de conta que nada tinha a ver com o caso. “Querem falar comigo? Deve ser engano”, limitou-se a dizer aos jornalistas, enquanto caminhava apressadamente, de cigarro na boca. Sem antecedentes criminais, o vendedor foi indiciado por usurpação de funções, coacção sexual, devassa da vida privada e ofensa a pessoa colectiva.
A detenção, efectuada pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) da PSP do Porto, resultou de diligências encetadas há sete meses, após uma denúncia do Instituto Português de Oncologia (IPO).
Em causa estava o esquema, do qual o JN deu conta este mês. Várias mulheres, de diferentes pontos do país, eram contactadas telefonicamente por uma “doutora” que se apresentava como profissional do IPO, mas também do Hospital de S. João. Sob o pretexto da urgência de essas pessoas fazerem rastreios por poderem ter cancro, o indivíduo, imitando uma voz feminina, conseguia convencê-las a fazer “testes” envolvendo práticas de masturbação e apalpação.
Em determinados casos, até perguntava às “pacientes” se tinham telemóveis 3D para estas poderem filmar aqueles actos e enviar-lhe as imagens. Para poupar nas chamadas – houve conversas de horas – chegava a dizer-lhes para serem elas a ligar-lhe. As mulheres ainda eram aconselhadas a deslocar-se aos hospitais, para mais exames.
Ao contrário do que se suspeitava, a PSP descarta, para já, a hipótese de o autor dos crimes ter tido acesso a informação clínica privilegiada das vítimas. O comissário Fernando Silva, da DIC, realçou que as mulheres eram escolhidas “aleatoriamente”, através da ligação para números ao acaso, e que a grande arma do homem era “o poder de argumentação e retórica”. O vendedor terá usado vários telemóveis pré-pagos e não tinha preocupação em ocultar os números. Nas buscas, a PSP apreendeu-lhe um aparelho e diversa documentação.
Fernando Silva explicou que já foram ouvidas 15 vítimas e que futuramente serão contactadas “várias dezenas” que também terão caído no esquema. A única motivação do indivíduo seria a satisfação sexual.
Ao que o JN apurou, há outros processos ligados a falsas médicas a ser investigados e não é de descartar o envolvimento de mais indivíduos.
Nuno Silva
JORNAL DE NOTÍCIAS 28-08-2010
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