Wednesday, 28 July 2010

ACABAR COM AS AGÊNCIAS DE RATING?

Economia

Cinzia Alcidi: "Eu acabaria com as agências de rating"

Com apenas 36 anos, esta doutorada italiana em economia internacional, uma das vozes da blogosfera em Bruxelas, diz que não há fuga possível à necessidade de "ajustamentos" nas contas públicas e no endividamento. A opinião sobre as agências de notação (rating) é radical.

Jorge Nascimento Rodrigues (www.expresso.pt)
11:47 Terça feira, 27 de Julho de 2010

A opinião é mesmo radical para os ouvidos mais sensíveis nos mercados financeiros. "Eu eliminaria completamente as agências de notação ou mesmo a ideia de criar uma nova (na Europa) ", diz, liminarmente, a economista italiana, uma das vozes mais escutada do blogue VOXeu.org e investigadora no Centre for European Policy Studies (CEPS), um dos mais influentes think tank de Bruxelas. O lema do CEPS diz tudo do pensamento da massa cinzenta que lá trabalha: "Pensar mais à frente pela Europa".

Cinzia Alcidi doutorou-se em economia internacional no Graduate Institute of International and Development Studies de Genebra, na Suíça. Adverte, nesta entrevista, que o "ajustamento" nos mais endividados (em relação à riqueza anual que criam) na Europa tem mesmo de ser feito seja por vontade própria ou com a "ajuda" de Bruxelas e do Fundo Monetário Internacional (FMI). "Não há outro caminho", diz em entrevista à Exame.

P: A consolidação orçamental e os pacotes de austeridade país a país em apuros são suficientes, ou, sem uma abordagem global na zona euro, arriscam-se a gerar uma tormenta política e uma recaída na recessão técnica?

R: Há, de facto, um risco de que tudo isso possa acontecer. Mesmo a teoria económica mais simplista sugere que o efeito no Produto Interno Bruto (PIB) de uma mudança na política orçamental é maior do que a mudança em si. Mas, dado o alto nível de endividamento de alguns países, há a necessidade urgente de mudar a dinâmica da dívida. E para o fazer vai ter de se reduzir a despesa, provavelmente privada e pública.

Portugal e Espanha não são a Grécia

P: No caso de países como Portugal, Espanha e Irlanda, seria preferível seguir os passos de Atenas e chamar a equipa técnica do FMI e recorrer, quanto antes, à Facilidade Europeia de Estabilização dos €750 mil milhões? Ou isso seria a confissão de uma situação de pré-bancarrota?

R: Para recorrer a essa facilidade, seriam necessárias, a meu ver, duas coisas: o país estar em situação de incapacidade de refinanciamento por si próprio ou nos mercados internacionais - ou seja, ninguém disponível para emprestar ao governo ou aos seus nacionais, a não ser a taxas de juro impossíveis (superiores a 12% a 5 ou 10 anos, por exemplo) - como acabou por acontecer com a Grécia, ou que a situação de instabilidade num dado país fizesse disparar uma situação de instabilidade financeira em toda a zona euro. Ora, nem Portugal, nem Espanha, estão, de momento, nesta situação, felizmente.

P: Apesar da maratona de decisões de Bruxelas e do Banco Central Europeu entre 7 e 9 de Maio, a probabilidade de incumprimento de dívida soberana dos cinco países designados pejorativamente por PIIGS continuou a subir [até novo pico a 20 de julho] . Para acalmar estes mercados, será preciso avançar para o federalismo orçamental e a tal "governança económica" da zona euro?

R: O mecanismo de estabilização não resolve o problema fundamental de muitos países, que é uma situação de endividamento insustentável, percebida pelos mercados como quase insolvência. O federalismo orçamental ou a governação económica poderá ser entendido como o caminho para evitar no futuro a indisciplina orçamental. Mas estas mudanças não ocorrem facilmente. Os governos são muito relutantes em abandonar a sua soberania em matéria orçamental. De qualquer modo, não há caminho de fuga ao ajustamento, é inevitável. A não ser que o país entre em incumprimento - mas nesse caso haverá custos enormes de outra natureza. O que podemos discutir é o ambiente económico e o tempo do ajustamento.

Seria útil um Fundo Monetário Europeu

P: Será preferível transformar a actual facilidade de estabilização num Fundo Monetário Europeu (FME)?

R: O problema com essa facilidade é que se trata de uma solução temporária. Necessitamos, de facto, de uma solução de longo prazo, permanente. O FME é, na verdade, um conceito diferente. Inclui mecanismos que pretendem limitar o risco moral e ter em conta a possibilidade de incumprimento (default). No actual mecanismo de estabilização da zona euro, o incumprimento de dívida não é encarado como uma opção. Ora sabemos, pela experiência, que o default é possível, e que é crucial estar preparado para tal evento.

P: Num estudo recente em que participou, sublinhou que o desafio que se coloca à Irlanda no sentido de "dar a volta" à situação acumulada durante esta recessão é enorme - muito maior do que no caso de Portugal ou Espanha, segundo o indicador de "bola de neve" que apuraram. Aliás, o recente Economic Health Check sobre a Europa do FMI [divulgado a 21 de Julho], visualiza as mesmas diferenças de esforço de estabilização no designado grupo dos PIIGS entre 2010 e 2014. O "tigre celta" vai consegui-lo?

R: É difícil, mas o país deu sinais claros de um desejo forte de tomar um caminho diferente, praticamente desde há dois anos. O país é muito aberto economicamente e os salários estão a ajustar-se rapidamente, mais do que em qualquer outro lugar.

P: O economista belga Paul de Grauwe disse recentemente que os políticos estão a enganar-se "combatendo o inimigo errado", focando-se na dívida externa e no défice públicos, e esquecendo, em particular, a dívida externa do sector financeiro. Como é que lidamos com as duas frentes?

R: Concordo com o Paul de que grande parte da dívida privada externa é das instituições financeiras. O governo irlandês, por exemplo, está aflito porque teve de salvar os seus bancos. O governo espanhol também entrou em apuros porque os mercados financeiros acham que vai ter de salvar, também, parte do seu sistema bancário. Sabemos que tudo isto não acontece pela primeira vez na história. Quando a alavancagem do sector financeiro atinge excessos, a dívida privada torna-se pública. É a tal socialização das perdas - ainda que hoje seja tarde. Temos de ter mecanismos na Europa que lidem tanto com a bancarrota bancária como com o default soberano.

P: Há uma forte crítica às três mais conhecidas agências de notação, baseadas em Nova Iorque e em Londres. A zona euro deverá avançar com uma agência de rating própria?

R: Eu eliminaria completamente as agências de notação ou mesmo a ideia de criar uma nova. Há conflito de interesses no caso da notação de empresas privadas, pois são estas que pagam. E, no caso dos governos, o problema é que estas notações geram um "comportamento homogéneo" nos mercados financeiros. Todos os agentes tendem a comportar-se similarmente por imitação. Em tempos de aversão ao risco, isto pode criar histeria. É o que tem acontecido nas últimas semanas.

VIVO VENDIDA POR UM VALOR SUPERIOR AO DA PT


O presidente da administração da PT, Henrique Granadeiro, classifica as negociações com a Telefónica como "longas, complexas, duras e difíceis"

Pedro Lima (www.expresso.pt)
28 de Julho de 2010

Henrique Granadeiro, presidente do conselho de administração da PT, disse que a empresa "acabou por vender a Vivo por um valor superior ao da capitalização bolsista da própria PT". Ontem, a PT valia em Bolsa 7,4 mil milhões, tendo a Vivo sido vendida por 7,5 mil milhões.

"Hoje é o dia em que a PT inicia um novo capítulo e tem um novo desafio. O conselho de administração decidiu por unanimidade avançar com duas operações (venda da Vivo e entrada na Oi) que resultam na maior operação financeira realizada em Portugal", acrescentou.

"As negociações foram longas, complexas, duras e difíceis, mas conseguimos o que era considerado impossível: satisfazer os interesses de todas as partes envolvidas", acrescentou.Quanto à "aliança estratégica" com a Telemar/Oi, que lhe permite ficar com 22,3% desta empresa, é uma aliança com um "longo alcance, pois visa potenciar a PT em áreas e geografias de grande crescimento, com parceiros fiáveis", afirma Granadeiro.

"A PT enfrenta o seu futuro com muita tranquilidade", disse ainda o presidente da administração da PT.

PT TELEFONICA VIVO OI: UM NEGÓCIO EM QUE TODOS SAEM A GANHAR

Vivó Sócrates

28 Julho2010 07:23
Pedro Santos Guerreiro - psg@negocios.pt

JORNAL DE NEGÓCIOS


Afinal, tudo na vida tinha mesmo um preço. O da Vivo chegou aos 7,5 mil milhões de euros. E assim se fecha um negócio em que todos saem a ganhar. Oi?...
Ao início da noite desta terça-feira, o Negócios avançou em primeira mão com os contornos do acordo. É um exercício de equilibrismo, juntar interesses tão antagónicos. Pois o acordo desenhado é favorável a cada um dos quatro lados desta mesa: PT, Governo, Oi e Telefónica.

Só um golpe de teatro dos espanhóis, como por exemplo recuar no preço, podia ontem à noite deitar a perder o negócio em que a PT vende 29% da Vivo por 7,5 mil milhões de euros e compra 21% da Oi por metade disso, 3,75 mil milhões de euros. Mas se cada uma das pequenas bainhas por costurar foram rematadas sem sobressaltos, em dois dias o negócio está fechado: administração da PT aprova, Oi assina memorando, Governo consente e Telefónica compra.

Nos próximos dias, os vencedores desfilarão nas páginas dos jornais, cada um deles reivindicando o seu próprio mérito e protagonismo. O acordo agrada a gregos e troianos, propondo aliás uma trégua entre traídos e traidores. Afinal, tudo está bem quando acaba bem. É esta a beleza do negócio da PT: é como noite de eleições, todos vencem.

Vence a administração de Granadeiro e Zeinal, que fez subir a Vivo até um preço de sonho, mas garantindo a manutenção no Brasil. Vencem os investidores, que vão receber dividendos e viram as cotações disparar.

Vence a PT, pela mais-valia e por poder começar de novo no Brasil, numa operadora que está carente como a Vivo estava há alguns anos. A Oi não vale a Vivo, mas foi o que se pode arranjar. Como os homens, que namoram com as loiras mas casam com as morenas, a PT deixou a Vivo ficar espanhola mas levou o dote para viver com a Oi. Vence a Vivo, que passa a ter um só dono e não dois que a espartilhem, e vence Oi, que precisa de accionistas de telecomunicações para pôr a casa em ordem.

Vence a Telefónica, que fica com a Vivo , pode fundi-la com a operadora fixa de São Paulo e finalmente tem sucesso na sua estratégia de aquisições, que lhe permite partir para a guerra com o seu verdadeiro rival, a Telmex de Carlos Slim.

Vencem os accionistas da PT, com o BES à cabeça, que falou em preço no início e pediu pragmatismo no fim, acabando por intervir directamente no negócio fechado. Vencem os accionistas hipotecados, como a Visabeira, a Ongoing, a Controlinveste, que já se afiambram aos dividendos extraordinários. Vence a Caixa, que foi bem mandada neste processo por quem conseguiu o que queria.

E vencem os chefes dos executivos: Lula, que põe mais uma empresa em Portugal, a Oi; Zapatero, que disfarça a sua impotência no processo; e Sócrates, que conseguiu o que queria e mais ainda.

A “golden share” foi um golpada que surtiu efeito. Do ponto de vista político, capitalizou simpatia na opinião pública, para quem Sócrates é hoje herói. Do ponto do negócio, a intervenção aumentou o preço em mais 350 milhões de euros. (Se, afinal, a “golden share” serve para fazer subir preço, estamos mesmo conversados quanto a interesse nacional… Mas Ricardo Salgado agradeceu antecipadamente a Sócrates por isso). Do ponto de vista da empresa, foi a intervenção de Sócrates que garantiu a manutenção no Brasil.

É claro que há espinhas nestas rosas. Há feridas abertas entre administradores, a PT compra a Oi cara e perdeu a virgindade no mercado com a “golden share”, a Telefónica pagou caro pela Vivo e “sujou” a sua imagem junto dos investidores. Mas nenhum risco é maior agora do que a metade do dinheiro que sobra entrar por uma porta e sair pela janela, como dividendo extraordinário. Nesse caso, sim, a PT fica menor e amputada. Mas essa é uma decisão entre accionistas e administração. Como sempre devia ter sido.

Foi por accionistas e administração terem estado a remar para lados diferentes que o Governo acabou por intervir, quando percebeu que a sua própria passividade era omissão abusada por alguns. Não foi a primeira vez. Já há cinco anos, foi Sócrates que interveio e impediu que a Telefónica passasse a mandar na PT através de um aumento de capital implícito no “share buy back”. Interesse nacional? Não. Mas os accionistas podem agradecer a Sócrates por ter conseguido o que eles falharam: mais preço e Brasil. Que não desfaçam tudo agora em mais um festim de dividendos. Há meia dúzia de anos que se alambazam nisso, já chega.

Hoje é dia de deitar foguetes, amanhã apanham-se as canas.

PS: o título deste texto é propositadamente mimético de um editorial de 2005, assinado pelo então director deste jornal, Sérgio Figueiredo: “Vivó Lino”. Precisamente no dia em que o Governo, através do ministro da tutela, impediu que a Telefónica passasse a mandar na PT pela calada e ante a passividade dos accionistas do “núcleo duro”…


Pedro Santos Guerreiro

Jornalista

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Pedro Santos Guerreiro, 37 anos, é director do Jornal de Negócios. MBA pela Universidade Nova de Lisboa e licenciado em Gestão pelo Instituto Superior de Gestão

Publica a página de opinião semanal “Mundos e Fundos” na revista “Sábado”. Integra o programa semanal “Conselho de Directores” da Rádio Renascença (quintas às 23:30, em directo, juntamente com Graça Franco e Henrique Monteiro). É comentador da RTP e da Antena 1, além de participar regulamente noutras estações de TV e rádio. Participa com regularidade com conferências.

Esteve na equipa de economia do Semanário. Foi um dos fundadores do Jornal de Negócios, em 1997, num projecto então pioneiro em Portugal, que seria mais tarde integrado no Grupo Cofina. É director desde Fevereiro de 2007.

Na imprensa internacional, já publicou na Legal Business (Inglaterra), no El País e no ABC (Espanha); em Portugal, além do Negócios (edições impressa, online e TV) e da Sábado, publicou no Record, Correio da Manhã, 24 Horas, Destak, Must, Capital Digital, PM – Política Mesmo e Atlantis.

É autor de um capítulo do livro “E-Marketing” (Edições Sílabo), do posfácio do livro “Os Anos Sócrates” (Fernando Sobral) e do prefácio do livro “Pravda” (Fernando Braga de Matos).

A BALANÇA DA JUSTIÇA ESTÁ DESCALIBRADA

Editorial

A balança da justiça está descalibrada

por Carlos Ferreira Madeira, Publicado em 28 de Julho de 2010

I ONLINE

A crise no sistema de justiça é tão velha como a democracia. Mas o grande problema está na componente da investigação criminal

Freeport: cinco anos e cinco meses de investigação, sete arguidos constituídos, 80 testemunhas inquiridas, sete cartas rogatórias emitidas, três perícias realizadas, 25 contas bancárias vasculhadas. Mais 16 diligências de busca e umas quantas escutas telefónicas. E, no final, dois arguidos acusados de extorsão na forma tentada. Os crimes de corrupção - activa e passiva -, tráfico de influência, branqueamento de capitais e financiamento ilegal de partidos políticos seguiram para arquivamento. E foram extraídas certidões para continuar a investigação sobre o crime de fraude fiscal.

A montanha pariu um rato. O grande escândalo político que acossou José Sócrates, afinal, deu em nada. Sócrates repetiu ontem que "a verdade acaba sempre por vir ao de cima" e, claro, sublinhou como sofreu "injustamente".

O arrastamento destas investigações, que envolvem suspeitas sobre políticos e tem estrondosa repercussão pública, provoca inevitáveis fracturas entre os agentes do sistema judicial, numa guerra de todos contra todos: Polícia Judiciária, Ministério Público, advogados, juízes e tribunais - e até funcionários administrativos. Pior: suscita a desconfiança dos cidadãos. Sendo a justiça um pilar da democracia, a sua erosão denuncia um regime coxo. Não por acaso, o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público assumiu uma posição fortíssima perante a possibilidade de reforço dos poderes do juiz na fase de inquérito - uma ideia do PS. João Palma, presidente do sindicato, assumiu a "denúncia de dados recentes que confirmam a interpretação de que a lei varia em função das pessoas envolvidas". E lançou um apelo dramático: "Portugueses, preparem-se. Em sede de revisão constitucional a grande questão para os políticos sem escrúpulos será esta: como continuar a escapar a uma justiça que funcione de forma igual para todos?" Infere-se que alguns magistrados do Ministério Público suspeitam dos políticos e consideram que os legisladores se comportam como alfaiates que fazem fatos à medida dos seus interesses. Esta suspeição é gravíssima porque, no limite, sugere a intervenção do poder político na esfera do Ministério Público. Em surdina, comenta-se nos bastidores que não há vontade de investigar a sério alguns casos mediáticos.

A saída da crise passaria, portanto, por maior autonomia e independência do Ministério Público. Sucede que o Ministério Público português é dos que, no mundo, gozam de maior autonomia em termos comparativos. O que não impede o prolongamento das investigações, o julgamento em praça pública e um número reduzido de condenações. Na maioria dos sistemas judiciais dos regimes democráticos cabe ao juiz decidir, independentemente da proposta do Ministério Público, se os processos são arquivados ou seguem para julgamento. A justiça, sendo imperfeita e permeável a crises de várias origens, sofre por tabela por causa do Ministério Público. Atribuir a competência de decisão a um juiz talvez aliviasse o Ministério Público da pressão a que está sujeito, pondo o peso da gravidade sobre o titular de um órgão de soberania (tribunal).

WALLACE SOUZA TENTA IMPEDIR A POLÍCIA

WALLACE SOUZA FANTÁSTICO

MORREU O APRESENTADOR DE TV BRASILEIRO QUE ENCOMENDAVA ASSASSÍNIOS

por Agência Lusa, Publicado em 28 de Julho de 2010

I ONLINE

Wallace Souza

O ex-deputado estadual brasileiro, Wallace Souza, acusado de dirigir uma organização criminosa e de encomendar assassínios para obter imagens mórbidas para o programa de televisão que apresentava, morreu na terça feira em São Paulo, notícia a EFE.

De acordo com a advogada da família, Denise Macedo, o ex-deputado estadual do Amazonas, de 51 anos, morreu na sequência de uma infeção causada pela ascite, doença também conhecida por “barriga d´água”, que se caracteriza por acumular líquido no interior do abdómen.

Wallace Souza estava internado desde 18 de março no Hospital Bandeirantes de São Paulo.

Cinco dias antes da sua hospitalização, uma juíza do Tribunal de Amazonas concedeu o pedido de liberdade provisória solicitado pela defesa e revogou a ordem de prisão preventiva pela acusação de encomendar a morte do suposto traficante de droga Cleomir Pereira Bernardino.

Wallace Souza, que no passado dia 01 de outubro viu o seu mandato na Assembleia Legislativa amazonense cassado por “manchar a honra” daquela instituição, perdeu os privilégios concedidos aos legisladores e passou a ser um réu comum no processo judicial que enfrentava e que o levou a estar cinco meses na prisão.

A 10 de fevereiro foi-lhe concedida a prisão domiciliária por causa dos seus problemas de saúde.

O ex-apresentador de um programa de notícias policiais em Manaus, com o qual conquistou a popularidade que o levou à vida política, sofria também de um problema pulmonar crónico: uma trombose que cria nódulos que obstruem as veias e causam hipertensão arterial.

Militante do Partido Progressista (PP), Souza foi o deputado mais votado no Amazonas nas últimas eleições legislativas.

PARLAMENTO CATALÃO PROÍBE CORRIDAS DE TOUROS A PARTIR DE 2012


Por 68 votos contra 55



Parlamento da Catalunha acabou hoje com as corridas de toiros


28.07.2010 - 11:06 Por PÚBLICO

O Parlamento da Catalunha aprovou hoje, por escassa maioria, a abolição das corridas de toiros na região autónoma.
Esta é a primeira vez que uma região da Espanha continental proíbe touradas (Nacho Cubero/Reuters)

O resultado foi de 68 votos a favor e 55 contra, com nove abstenções, sendo esta a primeira vez em toda a Espanha continental que se proíbem as corridas de toiros numa das comunidades. As Canárias já as tinham proibido em 1991.

Em Dezembro, o Parlamento catalão assinara uma petição de um grupo de cidadãos a proibir as corridas.

Durante o debate, foi referido que este género de espectáculos tem vindo a perder popularidade em todo o território espanhol, com cada vez menos gente a ir às praças de toiros.

“Há tradições que não podem permanecer congeladas no tempo, enquanto a sociedade muda. As coisas mais degradantes devem ser abolidas”, disse Jose Rull, deputado do partido nacionalista catalão Convergência e União, que dera liberdade de voto à sua bancada.

Só não participou na sessão de hoje um dos 135 deputados do Parlamento regional e a abolição vai entrar em vigor no mês de Janeiro de 2012.