Wednesday, 28 July 2010

VIVO VENDIDA POR UM VALOR SUPERIOR AO DA PT


O presidente da administração da PT, Henrique Granadeiro, classifica as negociações com a Telefónica como "longas, complexas, duras e difíceis"

Pedro Lima (www.expresso.pt)
28 de Julho de 2010

Henrique Granadeiro, presidente do conselho de administração da PT, disse que a empresa "acabou por vender a Vivo por um valor superior ao da capitalização bolsista da própria PT". Ontem, a PT valia em Bolsa 7,4 mil milhões, tendo a Vivo sido vendida por 7,5 mil milhões.

"Hoje é o dia em que a PT inicia um novo capítulo e tem um novo desafio. O conselho de administração decidiu por unanimidade avançar com duas operações (venda da Vivo e entrada na Oi) que resultam na maior operação financeira realizada em Portugal", acrescentou.

"As negociações foram longas, complexas, duras e difíceis, mas conseguimos o que era considerado impossível: satisfazer os interesses de todas as partes envolvidas", acrescentou.Quanto à "aliança estratégica" com a Telemar/Oi, que lhe permite ficar com 22,3% desta empresa, é uma aliança com um "longo alcance, pois visa potenciar a PT em áreas e geografias de grande crescimento, com parceiros fiáveis", afirma Granadeiro.

"A PT enfrenta o seu futuro com muita tranquilidade", disse ainda o presidente da administração da PT.

PT TELEFONICA VIVO OI: UM NEGÓCIO EM QUE TODOS SAEM A GANHAR

Vivó Sócrates

28 Julho2010 07:23
Pedro Santos Guerreiro - psg@negocios.pt

JORNAL DE NEGÓCIOS


Afinal, tudo na vida tinha mesmo um preço. O da Vivo chegou aos 7,5 mil milhões de euros. E assim se fecha um negócio em que todos saem a ganhar. Oi?...
Ao início da noite desta terça-feira, o Negócios avançou em primeira mão com os contornos do acordo. É um exercício de equilibrismo, juntar interesses tão antagónicos. Pois o acordo desenhado é favorável a cada um dos quatro lados desta mesa: PT, Governo, Oi e Telefónica.

Só um golpe de teatro dos espanhóis, como por exemplo recuar no preço, podia ontem à noite deitar a perder o negócio em que a PT vende 29% da Vivo por 7,5 mil milhões de euros e compra 21% da Oi por metade disso, 3,75 mil milhões de euros. Mas se cada uma das pequenas bainhas por costurar foram rematadas sem sobressaltos, em dois dias o negócio está fechado: administração da PT aprova, Oi assina memorando, Governo consente e Telefónica compra.

Nos próximos dias, os vencedores desfilarão nas páginas dos jornais, cada um deles reivindicando o seu próprio mérito e protagonismo. O acordo agrada a gregos e troianos, propondo aliás uma trégua entre traídos e traidores. Afinal, tudo está bem quando acaba bem. É esta a beleza do negócio da PT: é como noite de eleições, todos vencem.

Vence a administração de Granadeiro e Zeinal, que fez subir a Vivo até um preço de sonho, mas garantindo a manutenção no Brasil. Vencem os investidores, que vão receber dividendos e viram as cotações disparar.

Vence a PT, pela mais-valia e por poder começar de novo no Brasil, numa operadora que está carente como a Vivo estava há alguns anos. A Oi não vale a Vivo, mas foi o que se pode arranjar. Como os homens, que namoram com as loiras mas casam com as morenas, a PT deixou a Vivo ficar espanhola mas levou o dote para viver com a Oi. Vence a Vivo, que passa a ter um só dono e não dois que a espartilhem, e vence Oi, que precisa de accionistas de telecomunicações para pôr a casa em ordem.

Vence a Telefónica, que fica com a Vivo , pode fundi-la com a operadora fixa de São Paulo e finalmente tem sucesso na sua estratégia de aquisições, que lhe permite partir para a guerra com o seu verdadeiro rival, a Telmex de Carlos Slim.

Vencem os accionistas da PT, com o BES à cabeça, que falou em preço no início e pediu pragmatismo no fim, acabando por intervir directamente no negócio fechado. Vencem os accionistas hipotecados, como a Visabeira, a Ongoing, a Controlinveste, que já se afiambram aos dividendos extraordinários. Vence a Caixa, que foi bem mandada neste processo por quem conseguiu o que queria.

E vencem os chefes dos executivos: Lula, que põe mais uma empresa em Portugal, a Oi; Zapatero, que disfarça a sua impotência no processo; e Sócrates, que conseguiu o que queria e mais ainda.

A “golden share” foi um golpada que surtiu efeito. Do ponto de vista político, capitalizou simpatia na opinião pública, para quem Sócrates é hoje herói. Do ponto do negócio, a intervenção aumentou o preço em mais 350 milhões de euros. (Se, afinal, a “golden share” serve para fazer subir preço, estamos mesmo conversados quanto a interesse nacional… Mas Ricardo Salgado agradeceu antecipadamente a Sócrates por isso). Do ponto de vista da empresa, foi a intervenção de Sócrates que garantiu a manutenção no Brasil.

É claro que há espinhas nestas rosas. Há feridas abertas entre administradores, a PT compra a Oi cara e perdeu a virgindade no mercado com a “golden share”, a Telefónica pagou caro pela Vivo e “sujou” a sua imagem junto dos investidores. Mas nenhum risco é maior agora do que a metade do dinheiro que sobra entrar por uma porta e sair pela janela, como dividendo extraordinário. Nesse caso, sim, a PT fica menor e amputada. Mas essa é uma decisão entre accionistas e administração. Como sempre devia ter sido.

Foi por accionistas e administração terem estado a remar para lados diferentes que o Governo acabou por intervir, quando percebeu que a sua própria passividade era omissão abusada por alguns. Não foi a primeira vez. Já há cinco anos, foi Sócrates que interveio e impediu que a Telefónica passasse a mandar na PT através de um aumento de capital implícito no “share buy back”. Interesse nacional? Não. Mas os accionistas podem agradecer a Sócrates por ter conseguido o que eles falharam: mais preço e Brasil. Que não desfaçam tudo agora em mais um festim de dividendos. Há meia dúzia de anos que se alambazam nisso, já chega.

Hoje é dia de deitar foguetes, amanhã apanham-se as canas.

PS: o título deste texto é propositadamente mimético de um editorial de 2005, assinado pelo então director deste jornal, Sérgio Figueiredo: “Vivó Lino”. Precisamente no dia em que o Governo, através do ministro da tutela, impediu que a Telefónica passasse a mandar na PT pela calada e ante a passividade dos accionistas do “núcleo duro”…


Pedro Santos Guerreiro

Jornalista

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Pedro Santos Guerreiro, 37 anos, é director do Jornal de Negócios. MBA pela Universidade Nova de Lisboa e licenciado em Gestão pelo Instituto Superior de Gestão

Publica a página de opinião semanal “Mundos e Fundos” na revista “Sábado”. Integra o programa semanal “Conselho de Directores” da Rádio Renascença (quintas às 23:30, em directo, juntamente com Graça Franco e Henrique Monteiro). É comentador da RTP e da Antena 1, além de participar regulamente noutras estações de TV e rádio. Participa com regularidade com conferências.

Esteve na equipa de economia do Semanário. Foi um dos fundadores do Jornal de Negócios, em 1997, num projecto então pioneiro em Portugal, que seria mais tarde integrado no Grupo Cofina. É director desde Fevereiro de 2007.

Na imprensa internacional, já publicou na Legal Business (Inglaterra), no El País e no ABC (Espanha); em Portugal, além do Negócios (edições impressa, online e TV) e da Sábado, publicou no Record, Correio da Manhã, 24 Horas, Destak, Must, Capital Digital, PM – Política Mesmo e Atlantis.

É autor de um capítulo do livro “E-Marketing” (Edições Sílabo), do posfácio do livro “Os Anos Sócrates” (Fernando Sobral) e do prefácio do livro “Pravda” (Fernando Braga de Matos).

A BALANÇA DA JUSTIÇA ESTÁ DESCALIBRADA

Editorial

A balança da justiça está descalibrada

por Carlos Ferreira Madeira, Publicado em 28 de Julho de 2010

I ONLINE

A crise no sistema de justiça é tão velha como a democracia. Mas o grande problema está na componente da investigação criminal

Freeport: cinco anos e cinco meses de investigação, sete arguidos constituídos, 80 testemunhas inquiridas, sete cartas rogatórias emitidas, três perícias realizadas, 25 contas bancárias vasculhadas. Mais 16 diligências de busca e umas quantas escutas telefónicas. E, no final, dois arguidos acusados de extorsão na forma tentada. Os crimes de corrupção - activa e passiva -, tráfico de influência, branqueamento de capitais e financiamento ilegal de partidos políticos seguiram para arquivamento. E foram extraídas certidões para continuar a investigação sobre o crime de fraude fiscal.

A montanha pariu um rato. O grande escândalo político que acossou José Sócrates, afinal, deu em nada. Sócrates repetiu ontem que "a verdade acaba sempre por vir ao de cima" e, claro, sublinhou como sofreu "injustamente".

O arrastamento destas investigações, que envolvem suspeitas sobre políticos e tem estrondosa repercussão pública, provoca inevitáveis fracturas entre os agentes do sistema judicial, numa guerra de todos contra todos: Polícia Judiciária, Ministério Público, advogados, juízes e tribunais - e até funcionários administrativos. Pior: suscita a desconfiança dos cidadãos. Sendo a justiça um pilar da democracia, a sua erosão denuncia um regime coxo. Não por acaso, o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público assumiu uma posição fortíssima perante a possibilidade de reforço dos poderes do juiz na fase de inquérito - uma ideia do PS. João Palma, presidente do sindicato, assumiu a "denúncia de dados recentes que confirmam a interpretação de que a lei varia em função das pessoas envolvidas". E lançou um apelo dramático: "Portugueses, preparem-se. Em sede de revisão constitucional a grande questão para os políticos sem escrúpulos será esta: como continuar a escapar a uma justiça que funcione de forma igual para todos?" Infere-se que alguns magistrados do Ministério Público suspeitam dos políticos e consideram que os legisladores se comportam como alfaiates que fazem fatos à medida dos seus interesses. Esta suspeição é gravíssima porque, no limite, sugere a intervenção do poder político na esfera do Ministério Público. Em surdina, comenta-se nos bastidores que não há vontade de investigar a sério alguns casos mediáticos.

A saída da crise passaria, portanto, por maior autonomia e independência do Ministério Público. Sucede que o Ministério Público português é dos que, no mundo, gozam de maior autonomia em termos comparativos. O que não impede o prolongamento das investigações, o julgamento em praça pública e um número reduzido de condenações. Na maioria dos sistemas judiciais dos regimes democráticos cabe ao juiz decidir, independentemente da proposta do Ministério Público, se os processos são arquivados ou seguem para julgamento. A justiça, sendo imperfeita e permeável a crises de várias origens, sofre por tabela por causa do Ministério Público. Atribuir a competência de decisão a um juiz talvez aliviasse o Ministério Público da pressão a que está sujeito, pondo o peso da gravidade sobre o titular de um órgão de soberania (tribunal).

WALLACE SOUZA TENTA IMPEDIR A POLÍCIA

WALLACE SOUZA FANTÁSTICO

MORREU O APRESENTADOR DE TV BRASILEIRO QUE ENCOMENDAVA ASSASSÍNIOS

por Agência Lusa, Publicado em 28 de Julho de 2010

I ONLINE

Wallace Souza

O ex-deputado estadual brasileiro, Wallace Souza, acusado de dirigir uma organização criminosa e de encomendar assassínios para obter imagens mórbidas para o programa de televisão que apresentava, morreu na terça feira em São Paulo, notícia a EFE.

De acordo com a advogada da família, Denise Macedo, o ex-deputado estadual do Amazonas, de 51 anos, morreu na sequência de uma infeção causada pela ascite, doença também conhecida por “barriga d´água”, que se caracteriza por acumular líquido no interior do abdómen.

Wallace Souza estava internado desde 18 de março no Hospital Bandeirantes de São Paulo.

Cinco dias antes da sua hospitalização, uma juíza do Tribunal de Amazonas concedeu o pedido de liberdade provisória solicitado pela defesa e revogou a ordem de prisão preventiva pela acusação de encomendar a morte do suposto traficante de droga Cleomir Pereira Bernardino.

Wallace Souza, que no passado dia 01 de outubro viu o seu mandato na Assembleia Legislativa amazonense cassado por “manchar a honra” daquela instituição, perdeu os privilégios concedidos aos legisladores e passou a ser um réu comum no processo judicial que enfrentava e que o levou a estar cinco meses na prisão.

A 10 de fevereiro foi-lhe concedida a prisão domiciliária por causa dos seus problemas de saúde.

O ex-apresentador de um programa de notícias policiais em Manaus, com o qual conquistou a popularidade que o levou à vida política, sofria também de um problema pulmonar crónico: uma trombose que cria nódulos que obstruem as veias e causam hipertensão arterial.

Militante do Partido Progressista (PP), Souza foi o deputado mais votado no Amazonas nas últimas eleições legislativas.

PARLAMENTO CATALÃO PROÍBE CORRIDAS DE TOUROS A PARTIR DE 2012


Por 68 votos contra 55



Parlamento da Catalunha acabou hoje com as corridas de toiros


28.07.2010 - 11:06 Por PÚBLICO

O Parlamento da Catalunha aprovou hoje, por escassa maioria, a abolição das corridas de toiros na região autónoma.
Esta é a primeira vez que uma região da Espanha continental proíbe touradas (Nacho Cubero/Reuters)

O resultado foi de 68 votos a favor e 55 contra, com nove abstenções, sendo esta a primeira vez em toda a Espanha continental que se proíbem as corridas de toiros numa das comunidades. As Canárias já as tinham proibido em 1991.

Em Dezembro, o Parlamento catalão assinara uma petição de um grupo de cidadãos a proibir as corridas.

Durante o debate, foi referido que este género de espectáculos tem vindo a perder popularidade em todo o território espanhol, com cada vez menos gente a ir às praças de toiros.

“Há tradições que não podem permanecer congeladas no tempo, enquanto a sociedade muda. As coisas mais degradantes devem ser abolidas”, disse Jose Rull, deputado do partido nacionalista catalão Convergência e União, que dera liberdade de voto à sua bancada.

Só não participou na sessão de hoje um dos 135 deputados do Parlamento regional e a abolição vai entrar em vigor no mês de Janeiro de 2012.

Tuesday, 27 July 2010

BCP: ACTOS NÃO TÊM CARGA MALÉFICA E CRIMINOSA

Caso BCP: advogado de António Rodrigues diz que "atos não têm carga maléfica e criminosa"

por Agência Lusa, Publicado em 27 de Julho de 2010 I ONLINE

O advogado de António Rodrigues, um dos antigos administradores do BCP acusados dos crimes de manipulação de mercado e falsificação de documentos, Rogério Alves, defendeu hoje que "não houve nenhum ato intencional de manipulação".

"Os actos não têm a carga maléfica e criminosa que lhes querem atribuir", disse aos jornalistas o advogado, à saída do Tribunal de Instrução Criminal (TIC), depois de a juíza responsável pelo processo ter decidido que os antigos dirigentes do BCP Jardim Gonçalves, Filipe Pinhal, Cristopher de Beck e António Rodrigues vão responder em tribunal pelos crimes de manipulação de mercado e falsificação de documentos, tendo caído a acusação de burla qualificada.

Segundo Rogério Alves, a decisão de deixar cair a acusação de burla qualificada "abre o trilho que vai levar à descoberta da verdade", salientando que, para o Ministério Público, a intenção está provada, mas que, para a defesa, "a intenção não está demonstrada".

"As pessoas que estão hoje sentadas como arguidas não tiveram nenhum acto intencional de manipulação", reforçou o advogado, sublinhando que, "o tribunal, ao pôr de parte o crime de burla qualificada (...) abre um ponto de viragem para uma apreciação realista do que estas pessoas fizeram".

Porém, segundo a juíza do TIC que conduz o processo, as acusações estão documentadas e dizem respeito ao final da década de 90, quando os quatro acusados que vão a julgamento "montaram uma estratégia expansionista", apelidada pela juíza como uma "jogada arriscada" que passava pela manipulação do preço das ações e pela angariação de acionistas para os aumentos de capital do banco, "manobrando diversos outros funcionários do BCP e o próprio António Castro Henriques".

Os cinco inicialmente acusados pelo Ministério Público estiveram presentes na sessão, tendo ouvido a juíza responsável pelo processo dizer que "a tese do erro operacional não possui qualquer credibilidade", referindo-se ao principal argumento das defesas.

De fora da lista de acusadas de acusados fica o antigo administrador António Castro Henriques, que foi absolvido de todas as acusações.

Rogério Alves destacou ainda que "este processo até tem andado com ritmo", dizendo que, em princípio, "caso não haja recursos", será possível saber até ao final do ano quando é que o julgamento começa.

O advogado manifestou ainda o desejo de que o caso esteja resolvido ainda durante o primeiro semestre do ano que vem.

Conforme a lei em vigor, nesta altura, o Ministério Público será o único que poderá recorrer da decisão da juíza em excluir do julgamento a acusação de burla qualificada.