PJ apreendeu um luxuoso iate e muitos outros bens de valor elevado
Dois advogados e um empresário detidos no caso das burlas ao BPN
O iate Waiting for you, ancorado na marina de Vilamoura, dá nas vistas pela dimensão e design.
O iate Waiting for you, ancorado na marina de Vilamoura, dá nas vistas pela dimensão e design. Este barco de luxo, avaliado em 750 mil euros, é um dos sinais exteriores da riqueza de Carlos M., detido pela Polícia Judiciária, no decorrer de um operação por burlas ao BPN e fraude fiscal, avaliadas em 100 milhões de euros. Além deste promotor imobiliário, foram detidos também dois advogados do Algarve. Oriundo de Lisboa, Carlos chegou à região há cerca de quatro anos e, ao volante de um Porsche vermelho ou de um Ferrari preto, não passava despercebido.
O iate, um Ferrari e um jipe foram alguns dos bens apreendidos anteontem pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da PJ, no âmbito das buscas aos escritórios do empresário, em Vilamoura e de um advogado e uma advogada que o acompanhavam de perto nos negócios. Movimentava milhões de euros e adquiriu três empreendimentos turísticos, duas vivendas, montou um stand de vendas de iates, garagem de lavagem de automóveis e dois restaurantes.
Do ponto de vista empresarial, numa primeira fase, o seu nome surgiu como dono, mas rapidamente os bens passaram para terceiros. Os fundos imobiliários da Caixa de Crédito Agrícola foram utilizados como fontes de financiamento. A aquisição do antigo casino de Vilamoura é um dos casos, tal como o antigo empreendimento de time-sharing Fontes Romanas, hoje designado por Paradise Club. No estrangeiro, dispõe de casas em Paris, Frankfurt e Miami.
Um dos advogados, também detido, vivia em Vilamoura, ao lado de uma das casas de Carlos M. Há cerca de dois anos, a habitação do causídico foi assaltada, mas só foram furtados os computadores. As buscas realizadas na terça-feira, por imperativo legal, foram acompanhadas por um representante distrital da Ordem dos Advogados (O A). O que estava em causa era garantir a preservação do segredo profissional. Os documentos que foram levados, disse o representante regional da Ordem, "não constituíam motivo de confidencialidade".
Nos anos 2005/ 2006, uma das embarcações mais fotografadas na marina de Vilamoura era um iate, todo em madeira. Foi este o cartão de visita do empresário para criar em seu redor uma estrutural comercial que inclui também um parque aquático, entretanto encerrado, tal como a maior parte dos outros empreendimentos. É por esta altura que surge a empresa de venda de iates. No passado Verão, os barcos mais valiosos foram apreendidos por dívidas ao fisco. Uma empresa de Vilamoura, ligada à animação nocturna, quiz comprar-lhe um iate para organizar cruzeiros e festas no mar com clientes especiais, mas a compra não se concretizou porque as Finanças deram a ordem de apreensão.
No passado mês de Julho, um helicóptero aterrou à hora de almoço em plena Vilamoura, num terreno que terá sido de Carlos M. Os ocupantes saíram de jipe em alta velocidade rompendo com a vedação da propriedade. A GNR lançou uma operação na tentativa de saber quem se teria posto em fuga, mas nada foi apurado. Um dos viajantes terá sido um cônsul de um país de Leste, no Algarve, com quem o agora detido terá negócios.
PÚBLICO 28-10-2010
28.10.2010 - 08:03 Por Idálio Revez
http://economia.publico.pt/Noticia/dois-advogados-e-um-empresario-detidos-no-caso-das-burlas-ao-bpn_1463214
Dois advogados e um empresário detidos no caso das burlas ao BPN
O iate Waiting for you, ancorado na marina de Vilamoura, dá nas vistas pela dimensão e design.
O iate Waiting for you, ancorado na marina de Vilamoura, dá nas vistas pela dimensão e design. Este barco de luxo, avaliado em 750 mil euros, é um dos sinais exteriores da riqueza de Carlos M., detido pela Polícia Judiciária, no decorrer de um operação por burlas ao BPN e fraude fiscal, avaliadas em 100 milhões de euros. Além deste promotor imobiliário, foram detidos também dois advogados do Algarve. Oriundo de Lisboa, Carlos chegou à região há cerca de quatro anos e, ao volante de um Porsche vermelho ou de um Ferrari preto, não passava despercebido.
O iate, um Ferrari e um jipe foram alguns dos bens apreendidos anteontem pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da PJ, no âmbito das buscas aos escritórios do empresário, em Vilamoura e de um advogado e uma advogada que o acompanhavam de perto nos negócios. Movimentava milhões de euros e adquiriu três empreendimentos turísticos, duas vivendas, montou um stand de vendas de iates, garagem de lavagem de automóveis e dois restaurantes.
Do ponto de vista empresarial, numa primeira fase, o seu nome surgiu como dono, mas rapidamente os bens passaram para terceiros. Os fundos imobiliários da Caixa de Crédito Agrícola foram utilizados como fontes de financiamento. A aquisição do antigo casino de Vilamoura é um dos casos, tal como o antigo empreendimento de time-sharing Fontes Romanas, hoje designado por Paradise Club. No estrangeiro, dispõe de casas em Paris, Frankfurt e Miami.
Um dos advogados, também detido, vivia em Vilamoura, ao lado de uma das casas de Carlos M. Há cerca de dois anos, a habitação do causídico foi assaltada, mas só foram furtados os computadores. As buscas realizadas na terça-feira, por imperativo legal, foram acompanhadas por um representante distrital da Ordem dos Advogados (O A). O que estava em causa era garantir a preservação do segredo profissional. Os documentos que foram levados, disse o representante regional da Ordem, "não constituíam motivo de confidencialidade".
Nos anos 2005/ 2006, uma das embarcações mais fotografadas na marina de Vilamoura era um iate, todo em madeira. Foi este o cartão de visita do empresário para criar em seu redor uma estrutural comercial que inclui também um parque aquático, entretanto encerrado, tal como a maior parte dos outros empreendimentos. É por esta altura que surge a empresa de venda de iates. No passado Verão, os barcos mais valiosos foram apreendidos por dívidas ao fisco. Uma empresa de Vilamoura, ligada à animação nocturna, quiz comprar-lhe um iate para organizar cruzeiros e festas no mar com clientes especiais, mas a compra não se concretizou porque as Finanças deram a ordem de apreensão.
No passado mês de Julho, um helicóptero aterrou à hora de almoço em plena Vilamoura, num terreno que terá sido de Carlos M. Os ocupantes saíram de jipe em alta velocidade rompendo com a vedação da propriedade. A GNR lançou uma operação na tentativa de saber quem se teria posto em fuga, mas nada foi apurado. Um dos viajantes terá sido um cônsul de um país de Leste, no Algarve, com quem o agora detido terá negócios.
PÚBLICO 28-10-2010
28.10.2010 - 08:03 Por Idálio Revez
http://economia.publico.pt/Noticia/dois-advogados-e-um-empresario-detidos-no-caso-das-burlas-ao-bpn_1463214
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