Friday, 12 November 2010

MORREU O SENHOR DO ADEUS

João Manuel Serra morreu aos 79 anos. Ficou conhecido por cumprimentar toda a gente que passava na zona do Saldanha

João Manuel Serra, o "Senhor do Adeus", morreu ontem aos 79 anos. João ficou conhecido dos lisboetas por todas as noites acenar aos carros e às pessoas que passavam perto da zona do Saldanha, sempre com um sorriso estampado na cara e impecavelmente vestido.

Esta era a fórmula do "Senhor do Adeus" para afugentar a solidão. "Essa senhora é uma malvada, que me persegue por entre as paredes vazias da casa. Para lhe escapar, venho para aqui. Acenar é a minha forma de comunicar, de sentir gente", disse numa entrevista à revista "Única", do Expresso.

"Venho para a Praça Duque de Saldanha desde que fiquei nas mãos de não ter ninguém. Nasci aqui perto, na casa da minha avó. Um palacete bonito que o Calouste Gulbenkian quis comprá-lo. A vida dá estranhas voltas, o meu destino é acenar a quem me cumprimenta. Estou sujeito a que me chamem maluco, mas não me importo. Da minha solidão sei eu", acrescentou.

João Manuel Serra era um amante de cinema. E todos os domingos ia ao El Corte Inglés assistir a um filme na companhia de Filipe Melo, músico de jazz e realizador, e Tiago Carvalho. Posteriormente, João Serra fazia um comentário do filme no blogue "O Senhor do Adeus".


"Soube agora que o meu grande amigo João Serra, o famoso Senhor do Adeus, faleceu. Conheci-o há cerca de 7 anos e desde então fomos todos os domingos ao cinema - O João, o Tiago Carvalho e eu. Ficámos todos muito próximos e os domingos à noite eram o oásis da nossa semana", escreveu o realizador no seu blogue.

"Todos os dias, o João dizia adeus às pessoas. Era assim que assim fazia as pessoas felizes e que as pessoas lhe retribuíam essa felicidade. Era um dos meus melhores amigos, e terei muitas saudades das nossas idas ao cinema e de o ver a sorrir e a trazer alegria a todos os que o rodeavam. Como dizia o João: 'Até sempre!'", acrescentou Filipe Melo.

No cinema, João Manuel Serra participou no filme "I'll See You In My Dreams", projecto de Filipe Melo, e na televisão na série "Mundo Catita". A figura do 'Senhor do Adeus' esteve igualmente presente na banda desenhada, nas "Aventuras de dog Mendonça e pizzaboy", de Filipe Melo e Juan Cavia.

O 'Senhor do Adeus' inspirou uma música do mais recente disco do fadista Marcos Rodrigues, 'Tantas Lisboas', chamada "O Homem do Saldanha", com letra de Boss Ac, música de Tiago Machado e interpretada por Carlos do Carmo e Marco Rodrigues (ver vídeo em baixo).

O último filme que viu foi 'A Rede Social', de David Fincher, no passado domingo.


Para aceder ao blogue do "Senhor do Adeus" clique aqui.


Veja os vídeos:







DN ENTREVISTA O HOMEM DO ADEUS EM 2003


Em 21 de Setembro de 2003, o DN entrevistou João Manuel Serra,na altura com 72 anos. Conheça a reportagem inserida na rúbrica " Histórias com gente lá dentro" e fique a conhecer melhor a vida do "Senhor do Adeus", um homem fascinante.

Devolve acenos para combater a solidão. Faça chuva ou sol, a rua é o seu palco, mas garante que "não representa" e o sorriso que o caracteriza é sincero. Embora sentindo-se já velho, não se lembra da última vez que esteve doente. Em vez disso, recorda com saudade e muitos gestos a vida boémia que levou, viajando pelo mundo fora. Divertido e ternurento, o tempo voa quando se conversa com ele.

É ele o homem que noite após noite acena aos carros que passam na Avenida Fontes Pereira de Melo, em Lisboa. É por ele que tocam as buzinas, que se atiram beijos e sorrisos, que se gritam "boas noites!" e "adeus!", numa "onda de comunicação" que já dura há três anos e que nem sequer ele sabe explicar muito bem como começou. Numa cidade de estranhos em mundos fechados, este é o seu "milagre". E é também o seu remédio. Há quem lhe chame o "senhor do adeus". Mas "senhor" é coisa que detesta que lhe chamem.

Aos 72 anos, João Paulo Serra tem a inocência de uma criança, o espírito de um jovem, mas o olhar nostálgico de um ancião que sente "ter aprendido com a vida tarde de mais". A sua roupa clássica e a ondulação do cabelo grisalho disfarçada com gel, dão-lhe um ar meio aristocrático, que já faz parte da paisagem do Saldanha.Todos o conhecem e quem trabalha nas redondezas sabe o seu percurso de cor. "Chega por volta das onze, meia-noite...Começa pela zona do Monumental, vai descendo a rua até ao Marquês e depois sobe, parando sempre em pontos estratégicos. Nunca falha." Arménio é chefe de mesa na marisqueira Maracanã e já lhe serviu alguns jantares. "É muito simpático. Quando passa aqui, acenamos-lhe pela janela. Só não sei: por que é que faz isto?"

João começa por dizer que não sabe bem, mas, a pouco e pouco, interrompendo sempre para acenar, vai desvendando o mistério. Tudo começou há três anos e meio, depois da morte da mãe, com quem vivia. Precisava de se distrair, incomodava-o a ideia de estar sozinho em casa. Um dia, aconteceu. Já reparara que as pessoas o cumprimentavam sem razão, nos centros comerciais e, sem saber como nem porquê, surgiu o primeiro aceno na estrada. Depois veio outro e outro, e o acaso virou fenómeno. "No início era só rapaziada nova, mas depois contagiei todo o tipo de gente", explica sem esconder um certo orgulho. Graças ao seu "milagre", já deu entrevistas para a televisão e para os jornais, apareceu em dois filmes e até num teledisco. "Sempre quis ser actor, mas nunca me deixaram...". Ou nunca teve coragem de tentar.

Algumas dezenas de acenos mais tarde, já não é um João risonho e despreocupado, "com imensos amigos" com quem vai "ao teatro e ao cinema", que fala por detrás dos óculos de massa negra. Nos olhos cinzentos, estão duas lágrimas contidas. Pelo passado, pelo presente e por um futuro que não chega. Com um raciocínio de fazer inveja aos mais novos, o louco, o excêntrico, transforma-se lentamente num avô contador de histórias, que lê Agatha Christie para combater o medo ao andar de avião, que não tem telemóvel porque detesta máquinas e que não vê televisão.

João nasceu no seio de uma família muito rica.Até aos dez anos, viveu num enorme palacete daTomás Ribeiro, cobiçado mesmo pelo próprio Gulbenkian. "Que saudades tenho desse tempo... A casa estava sempre cheia de família e amigos...". Mimado desde bebé, fez a instrução primária toda em casa, com um professor particular, pois no primeiro dia de aulas no Colégio Parisiense chorou tanto, que os pais não tiveram coragem de o mandar de volta. "Fui criado numa redoma de vidro", confessa, explicando: "Naquela época era tudo muito diferente, havia muitos tabus."

Depois do divórcio dos seus progenitores, quando tinha 13 anos, João foi morar para o Restelo com o pai. Por ele, inscreveu-se em Direito, mas depressa desistiu, "era muito chato". Depois de uma igualmente curta passagem pelo curso de Histórico-Filosóficas, o pai, "que não sabia o que fazer" com ele, mandou-o para Londres, com o irmão. "Foram três anos fantásticos. Tinha um grupo de amigos fabuloso, com quem viajei imenso.Teria lá ficado, se não fosse tão agarrado à família..."

Sem quase pôr os pés nas aulas, regressou a Portugal e, depois da morte do pai, pouco tempo depois, foi morar com a mãe, de quem não se separou até ao último dia da sua vida. "Viajámos muito os dois. Todos os anos íamos a Paris e Madrid. Conheço a Europa inteira, excepto a Grécia..." E o olhar perde-se num momento só dele, como se pensasse alto. Quando a mãe morreu, "ficou desasado".

E talvez por isso esteja todas as noites a "comunicar". Admite que o que faz "não é muito normal", mas não passa sem isso. É o remédio que lhe permite disfarçar a solidão que o consome e o faz olhar para o passado com arrependimento, por não ter ousado viver a sua vida em vez da dos outros. "Às vezes penso que foi tudo inútil..." No baú dos sonhos perdidos, jaz o curso que não tirou, o trabalho que nunca fez, os filhos que não teve e, pior, o grande amor que nunca conheceu. "Sinto-me só. Incompleto. Como se algo estivesse a falhar."

E assim lacrimeja quando vê um casal idoso de mãos dadas, ou quando dois rapazes, que diz "reconhecer do subconsciente", param o jipe para tirar uma fotografia com ele. "Encontramo-nos no céu", repete, aludindo ao que um diplomata ucraniano lhe disse uma vez.

O homem do lixo atira-lhe o derradeiro aceno da noite.

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1708341&seccao=Sul

O FADO DO HOMEM DO SALDANHA


Com direito a fado cantado por Carlos do Carmo

Carlos do Carmo fez um dueto com Marco Rodrigues no disco 'Tantas Lisboas'. O tema chama-se 'O Homem do Saldanha'.

João Manuel Serra, conhecido como 'Senhor do Adeus', inspirou uma música do mais recente disco do fadista Marco Rodrigues, 'Tantas Lisboas', chamada "O Homem do Saldanha", com letra de Boss AC, música de Tiago Machado e interpretada por Carlos do Carmo e Marco Rodrigues.

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1708599


LISBOA FOI DESPEDIR-SE DO SENHOR DO ADEUS


No Saldanha

Lisboa foi despedir-se do "Senhor do Adeus"


por Isaltina Padrão

Figuras públicas como Rui Zink, Ricardo Sá Fernandes e Leonor Poeiras juntaram-se às cerca de duas centenas de pessoas que se concentraram no Saldanha (Lisboa) para se despedirem do "Senhor do Adeus".

Aquele acenar de mão bem como aquele sorriso pelo qual ficou conhecido João Manuel Serra, baptizado pelo povo como o "Senhor do Adeus" e que faleceu na quarta-feira, aos 79 anos, levou os lisboetas a prestar-lhe uma sentida homenagem na qual, tal como ele, disseram adeus aos inúmeros carros que por eles passavam. O objectivo final foi despedirem-se do autor desse adeus e desse sorriso gratuitos que a tantos fazia felizes. "Este está a ser o mais bonito velório a que assisti nos últimos tempos e que, provavelmente, irei assistir nos próximos", frisou, em declarações ao DN o escritor Rui Zink, que conhecia João Manuel Serra das inúmeras passagens que fazia a pé pelo Saldanha.

É de lágrimas nos olhos e num incessante adeus aos automobilistas que o advogado Ricardo Sá Fernandes reconhece que "são gestos simples como os deste homem que dão alma à cidade". Uma opinião partilhada pela multidão que se concentrou a partir das 22.00 horas e que só começou a dispersar cerca de duas horas depois. Ao adeus e ao sorriso, um dos muitos jovens não se cansou de enviar beijinhos, um outro gesto que lembrou ao amigos que o "Senhor do Adeus" também fazia. "Ele dava tudo sem pedir nada em troca, por isso merece que lhe retribuamos tudo também", dizia emocionado com a multidão inesperada.

Agradavelmente surpreendida ficou também a apresentadora de televisão Leonor Poeiras, que num curto intervalo no trabalho deu um salto ao local onde tantas vezes retribuiu os gestos "com que o senhor João alegrava os finais do dia". Da parte dos automobilistas as reacções foram as mesmas de quando João Manuel Serra era vivo. Buzinhadelas e acenos, mas agora mais intensos do que nunca. Foi mesmo o derradeiro adeus aquele a quem sempre os saudou mesmo sem os conhecer. Tal como sem o conhecer, muitos se juntaram no mega velório levado a cabo por rostos anónimos que garantem que, para já Lisboa ficou a perder, mas poderá vir a ganhar novos "Senhores do Adeus" por afinal "não custa dar um sorriso e dizer um adeus".

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1708900&seccao=Sul


O SENHOR DO ADEUS


Encontro no Saldanha

Dezenas homenageiam ‘Senhor do Adeus’

Dezenas de lisboetas decidiram na noite desta quinta-feira homenagear o ‘Senhor do Adeus’, figura carismática de Lisboa que morreu na quarta-feira aos 80 anos.

Além de um aceno de vários minutos, houve quem tenha trazido para o local um cartaz de homenagem a João Manuel Serra.

Proveniente de uma família abastada, que lhe deixou rendimentos suficientes para não necessitar de trabalhar, Serra optou por andar na rua a acenar aos automobilistas.

A sua morte mexeu de tal maneira com os lisboetas que foi criado um movimento no Facebook em sua memória, que reuniu mais de sete mil fãs ao longo desta quinta-feira.

CORREIO DA MANHÃ 12-11-2010

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/dezenas-homenageiam-senhor-do-adeus



RECORDANDO D. MIGUEL I



GOSTO SEMPRE DE RELEMBRAR POR QUEM ERA O POVO...

«Dom Miguel era um homem de ideais católicos e tradicionalistas, os quais defendia com frontalidade. Era pouco popular entre a burguesia, mais aberta à influência do ideário liberal, mas gozava de grande popularidade entre o povo, que, caído na miséria após as guerras contra Espanha e França, via num rei forte a figura de um salvador. A isto acresce que era a Igreja quem muitas vezes matava a fome do elevadíssimo número de mendigos e deserdados de mais de 30 anos de guerras, pelo que a inimizade dos liberais face a esta instituição terá levado a que o povo se colocasse ainda mais do lado miguelista. Dom Miguel era também um admirador do chanceler Metternich da Áustria, embora afirmasse não ser adepto de uma Monarquia Absoluta mas apenas pretender libertar Portugal das influências estrangeiras, principalmente das ideias da Maçonaria, que considerava nefastas.»

Sexta-feira, 12 de Novembro de 2010

http://realfamiliaportuguesa.blogspot.com/2010/11/gosto-sempre-de-relembrar-por-quem-era.html


JUIZ DE ALENQUER VAI PASSAR A TRABALHAR MENOS

Juiz passa a ganhar menos... e decide trabalhar menos

Medidas de austeridade retiram-lhe 600 euros por mês da carteira, por isso decidiu passar a trabalhar menos quatro dias e meio por mês

É uma medida radical de contestação e já está a causar polémica. O juiz presidente do tribunal de Alenquer decidiu trabalhar menos, porque vai passar a ganhar menos.

Afonso Dinis Nunes fez as contas e percebeu que as medidas de austeridade lhe vão retirar 600 euros por mês da carteira. E se vai ter menos salário, vai apresentar menos trabalho.

O juiz decidiu trabalhar menos duas horas por dia, menos 44 horas por semana, menos quatro dias e meio por mês. Em suma, menos 46 dias de trabalho por ano.

«O signatário terá forçosamente de reduzir (de modo a possibilitar que o seu agregado familiar honre os compromissos financeiros anteriormente assumidos) o seu horário de trabalho (extraordinário e não remunerado) em cerca de duas horas diárias», pode ler-se nos despachos que enviou aos advogados.

O juiz explica que a redução do horário impede a marcação dos julgamentos nos prazos mínimos previstos na lei e já levou ao adiamento de várias audiências para meados de 2011. Ainda assim, garante que não se trata de uma vingança.

«A decisão não traduz qualquer represália, mas apenas um caso de necessidade imperiosa de redução do horário de trabalho por motivos financeiros», justifica no despacho.

Confrontado com estes despachos, o presidente da associação sindical dos juízes, António martins, defende a posição do juiz de Alenquer.

«Nos momentos de crise, desde logo ética e também económica e social, os tribunais e os juízes ainda podem ser a última réstia de esperança para os cidadãos atropelados pelo estado nos seus direitos», afirma António Martins.

Entretanto, o Conselho Superior de Magistratura determinou esta quinta-feira a recolha de elementos sobre o caso e a audição do juiz Afonso Dinis Nunes para uma eventual acção disciplinar.

Cláudia Rosenbusch

http://diario.iol.pt/sociedade/juiz-tribunal-juiz-alenquer-alenquer-justica-tvi24/1207833-4071.html


Wednesday, 10 November 2010

DANIELA RUAH, DINENSINO E O SENHORIO DE FERNANDO NOBRE



Senhorio de Nobre esteve preso por tráfico de armas

Moisés Broder, que exige renda em atraso, já quis comprar terrenos da Feira Popular e foi o último dono da Dinensino.

Moisés Szmulewicz Broder é o homem que, nas últimas semanas, deixou em maus lençóis a candidatura independente de Fernando Nobre, acusando-a de não pagar a renda da sede da campanha, em Lisboa.

Empresário do ramo imobiliário, hoje padrasto da actriz Daniela Ruah (é casado com Catarina Ruah, que administra empresas consigo), Moisés Broder já viu o seu nome associado a outros negócios chorudos em Lisboa, como a compra dos terrenos da Feira Popular durante a gestão autárquica de Santana Lopes e de Carmona Rodrigues (2004) e quando adquiriu a Dinensino, a cooperativa da Universidade Moderna (2006).

Recuando no tempo, dois jornais americanos - o New York Times e o Los Angeles Times - relatam a detenção de três portugueses, no aeroporto internacional da cidade californiana de Los Angeles, por tráfico de armas para o Irão. Entre estes, estava Moisés Broder, na altura com 47 anos.

O empresário acabaria condenado a um ano e um dia, por envolvimento num esquema de venda de componentes dos mísseis Hawk para o regime iraniano.

Ao juiz federal Harry L. Hupp, dizia o Los Angeles Times de 4 de Junho de 1985, Moisés Broder disse que tinha "envergonhado" a sua família e pedia, aos soluços, para regressar a Portugal: "Tem a minha palavra - a palavra de um homem de honra - de que não se arrependerá se me deixar voltar a Portugal." O juiz mostrou-se compreensivo, mas implacável: "Acredito em si, mas tenho uma grande responsabilidade. Vou condená-lo para desencorajar outros homens de negócios estrangeiros que podem ser tentados pelo dinheiro fácil."

Este dinheiro vinha da venda de armamento para o Irão, numa "conspiração" que valeria 600 mil dólares, à época - "105 mil contos", informava o DN a 21-01-1985.

Segundo relatos da imprensa americana, Broder foi um privilegiado no cumprimento da sua pena. Um magistrado autorizou a prisão domiciliária num condomínio luxuoso, para assim poder continuar a gerir os seus negócios. "É um homem muito rico. Mas foi ganancioso", apontou-lhe um procurador americano.

Moisés Broder vivia em Birre, Cascais, e era apresentado como "um conhecido empresário, de origem judaica", e que tinha sido representante das calças Levi's.

Hoje, os negócios de Broder concentram-se no imobiliário. Como representante do grupo internacional BCRE, em 2004, quis comprar os terrenos da Feira Popular, oferecendo 160 milhões de euros à Câmara Municipal de Lisboa num negócio que envolvia a aquisição do Parque Mayer. O negócio teria o aval dos feirantes, que receberiam das mãos de Moisés Broder 25 milhões de euros.

Já em 2006, com a Incentiveste - Imobiliária e Investimentos SA, de que é presidente do Conselho de Administração, Broder ensaiou a compra da Dinensino, a cooperativa que detinha a Universidade Moderna, para transformar os terrenos de Belém num condomínio de luxo. Agora, o empresário vem de novo para as páginas dos jornais pelo diferendo da renda da sede de Fernando Nobre.

DN 10-11-2010

por MIGUEL MARUJO

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1706956