Friday, 12 November 2010

LISBOA FOI DESPEDIR-SE DO SENHOR DO ADEUS


No Saldanha

Lisboa foi despedir-se do "Senhor do Adeus"


por Isaltina Padrão

Figuras públicas como Rui Zink, Ricardo Sá Fernandes e Leonor Poeiras juntaram-se às cerca de duas centenas de pessoas que se concentraram no Saldanha (Lisboa) para se despedirem do "Senhor do Adeus".

Aquele acenar de mão bem como aquele sorriso pelo qual ficou conhecido João Manuel Serra, baptizado pelo povo como o "Senhor do Adeus" e que faleceu na quarta-feira, aos 79 anos, levou os lisboetas a prestar-lhe uma sentida homenagem na qual, tal como ele, disseram adeus aos inúmeros carros que por eles passavam. O objectivo final foi despedirem-se do autor desse adeus e desse sorriso gratuitos que a tantos fazia felizes. "Este está a ser o mais bonito velório a que assisti nos últimos tempos e que, provavelmente, irei assistir nos próximos", frisou, em declarações ao DN o escritor Rui Zink, que conhecia João Manuel Serra das inúmeras passagens que fazia a pé pelo Saldanha.

É de lágrimas nos olhos e num incessante adeus aos automobilistas que o advogado Ricardo Sá Fernandes reconhece que "são gestos simples como os deste homem que dão alma à cidade". Uma opinião partilhada pela multidão que se concentrou a partir das 22.00 horas e que só começou a dispersar cerca de duas horas depois. Ao adeus e ao sorriso, um dos muitos jovens não se cansou de enviar beijinhos, um outro gesto que lembrou ao amigos que o "Senhor do Adeus" também fazia. "Ele dava tudo sem pedir nada em troca, por isso merece que lhe retribuamos tudo também", dizia emocionado com a multidão inesperada.

Agradavelmente surpreendida ficou também a apresentadora de televisão Leonor Poeiras, que num curto intervalo no trabalho deu um salto ao local onde tantas vezes retribuiu os gestos "com que o senhor João alegrava os finais do dia". Da parte dos automobilistas as reacções foram as mesmas de quando João Manuel Serra era vivo. Buzinhadelas e acenos, mas agora mais intensos do que nunca. Foi mesmo o derradeiro adeus aquele a quem sempre os saudou mesmo sem os conhecer. Tal como sem o conhecer, muitos se juntaram no mega velório levado a cabo por rostos anónimos que garantem que, para já Lisboa ficou a perder, mas poderá vir a ganhar novos "Senhores do Adeus" por afinal "não custa dar um sorriso e dizer um adeus".

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1708900&seccao=Sul


O SENHOR DO ADEUS


Encontro no Saldanha

Dezenas homenageiam ‘Senhor do Adeus’

Dezenas de lisboetas decidiram na noite desta quinta-feira homenagear o ‘Senhor do Adeus’, figura carismática de Lisboa que morreu na quarta-feira aos 80 anos.

Além de um aceno de vários minutos, houve quem tenha trazido para o local um cartaz de homenagem a João Manuel Serra.

Proveniente de uma família abastada, que lhe deixou rendimentos suficientes para não necessitar de trabalhar, Serra optou por andar na rua a acenar aos automobilistas.

A sua morte mexeu de tal maneira com os lisboetas que foi criado um movimento no Facebook em sua memória, que reuniu mais de sete mil fãs ao longo desta quinta-feira.

CORREIO DA MANHÃ 12-11-2010

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/dezenas-homenageiam-senhor-do-adeus



RECORDANDO D. MIGUEL I



GOSTO SEMPRE DE RELEMBRAR POR QUEM ERA O POVO...

«Dom Miguel era um homem de ideais católicos e tradicionalistas, os quais defendia com frontalidade. Era pouco popular entre a burguesia, mais aberta à influência do ideário liberal, mas gozava de grande popularidade entre o povo, que, caído na miséria após as guerras contra Espanha e França, via num rei forte a figura de um salvador. A isto acresce que era a Igreja quem muitas vezes matava a fome do elevadíssimo número de mendigos e deserdados de mais de 30 anos de guerras, pelo que a inimizade dos liberais face a esta instituição terá levado a que o povo se colocasse ainda mais do lado miguelista. Dom Miguel era também um admirador do chanceler Metternich da Áustria, embora afirmasse não ser adepto de uma Monarquia Absoluta mas apenas pretender libertar Portugal das influências estrangeiras, principalmente das ideias da Maçonaria, que considerava nefastas.»

Sexta-feira, 12 de Novembro de 2010

http://realfamiliaportuguesa.blogspot.com/2010/11/gosto-sempre-de-relembrar-por-quem-era.html


JUIZ DE ALENQUER VAI PASSAR A TRABALHAR MENOS

Juiz passa a ganhar menos... e decide trabalhar menos

Medidas de austeridade retiram-lhe 600 euros por mês da carteira, por isso decidiu passar a trabalhar menos quatro dias e meio por mês

É uma medida radical de contestação e já está a causar polémica. O juiz presidente do tribunal de Alenquer decidiu trabalhar menos, porque vai passar a ganhar menos.

Afonso Dinis Nunes fez as contas e percebeu que as medidas de austeridade lhe vão retirar 600 euros por mês da carteira. E se vai ter menos salário, vai apresentar menos trabalho.

O juiz decidiu trabalhar menos duas horas por dia, menos 44 horas por semana, menos quatro dias e meio por mês. Em suma, menos 46 dias de trabalho por ano.

«O signatário terá forçosamente de reduzir (de modo a possibilitar que o seu agregado familiar honre os compromissos financeiros anteriormente assumidos) o seu horário de trabalho (extraordinário e não remunerado) em cerca de duas horas diárias», pode ler-se nos despachos que enviou aos advogados.

O juiz explica que a redução do horário impede a marcação dos julgamentos nos prazos mínimos previstos na lei e já levou ao adiamento de várias audiências para meados de 2011. Ainda assim, garante que não se trata de uma vingança.

«A decisão não traduz qualquer represália, mas apenas um caso de necessidade imperiosa de redução do horário de trabalho por motivos financeiros», justifica no despacho.

Confrontado com estes despachos, o presidente da associação sindical dos juízes, António martins, defende a posição do juiz de Alenquer.

«Nos momentos de crise, desde logo ética e também económica e social, os tribunais e os juízes ainda podem ser a última réstia de esperança para os cidadãos atropelados pelo estado nos seus direitos», afirma António Martins.

Entretanto, o Conselho Superior de Magistratura determinou esta quinta-feira a recolha de elementos sobre o caso e a audição do juiz Afonso Dinis Nunes para uma eventual acção disciplinar.

Cláudia Rosenbusch

http://diario.iol.pt/sociedade/juiz-tribunal-juiz-alenquer-alenquer-justica-tvi24/1207833-4071.html


Wednesday, 10 November 2010

DANIELA RUAH, DINENSINO E O SENHORIO DE FERNANDO NOBRE



Senhorio de Nobre esteve preso por tráfico de armas

Moisés Broder, que exige renda em atraso, já quis comprar terrenos da Feira Popular e foi o último dono da Dinensino.

Moisés Szmulewicz Broder é o homem que, nas últimas semanas, deixou em maus lençóis a candidatura independente de Fernando Nobre, acusando-a de não pagar a renda da sede da campanha, em Lisboa.

Empresário do ramo imobiliário, hoje padrasto da actriz Daniela Ruah (é casado com Catarina Ruah, que administra empresas consigo), Moisés Broder já viu o seu nome associado a outros negócios chorudos em Lisboa, como a compra dos terrenos da Feira Popular durante a gestão autárquica de Santana Lopes e de Carmona Rodrigues (2004) e quando adquiriu a Dinensino, a cooperativa da Universidade Moderna (2006).

Recuando no tempo, dois jornais americanos - o New York Times e o Los Angeles Times - relatam a detenção de três portugueses, no aeroporto internacional da cidade californiana de Los Angeles, por tráfico de armas para o Irão. Entre estes, estava Moisés Broder, na altura com 47 anos.

O empresário acabaria condenado a um ano e um dia, por envolvimento num esquema de venda de componentes dos mísseis Hawk para o regime iraniano.

Ao juiz federal Harry L. Hupp, dizia o Los Angeles Times de 4 de Junho de 1985, Moisés Broder disse que tinha "envergonhado" a sua família e pedia, aos soluços, para regressar a Portugal: "Tem a minha palavra - a palavra de um homem de honra - de que não se arrependerá se me deixar voltar a Portugal." O juiz mostrou-se compreensivo, mas implacável: "Acredito em si, mas tenho uma grande responsabilidade. Vou condená-lo para desencorajar outros homens de negócios estrangeiros que podem ser tentados pelo dinheiro fácil."

Este dinheiro vinha da venda de armamento para o Irão, numa "conspiração" que valeria 600 mil dólares, à época - "105 mil contos", informava o DN a 21-01-1985.

Segundo relatos da imprensa americana, Broder foi um privilegiado no cumprimento da sua pena. Um magistrado autorizou a prisão domiciliária num condomínio luxuoso, para assim poder continuar a gerir os seus negócios. "É um homem muito rico. Mas foi ganancioso", apontou-lhe um procurador americano.

Moisés Broder vivia em Birre, Cascais, e era apresentado como "um conhecido empresário, de origem judaica", e que tinha sido representante das calças Levi's.

Hoje, os negócios de Broder concentram-se no imobiliário. Como representante do grupo internacional BCRE, em 2004, quis comprar os terrenos da Feira Popular, oferecendo 160 milhões de euros à Câmara Municipal de Lisboa num negócio que envolvia a aquisição do Parque Mayer. O negócio teria o aval dos feirantes, que receberiam das mãos de Moisés Broder 25 milhões de euros.

Já em 2006, com a Incentiveste - Imobiliária e Investimentos SA, de que é presidente do Conselho de Administração, Broder ensaiou a compra da Dinensino, a cooperativa que detinha a Universidade Moderna, para transformar os terrenos de Belém num condomínio de luxo. Agora, o empresário vem de novo para as páginas dos jornais pelo diferendo da renda da sede de Fernando Nobre.

DN 10-11-2010

por MIGUEL MARUJO

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1706956

Tuesday, 9 November 2010

Família

Apadrinhamento civil. Lei abre a porta a casais do mesmo sexo

Na lei, a candidatura de casais homossexuais ao acolhimento de crianças institucionalizadas não é factor de exclusão, mas de ponderação.

Lei pode ser fase preparatória para aprovação da adopção por casais do mesmo sexo A lei do apadrinhamento civil deixa a porta entreaberta ao acolhimento de crianças por casais do mesmo sexo.
Não há nenhum ponto na lei que regulamenta esta nova figura jurídica que proíba homossexuais solteiros ou casados de apadrinharem crianças institucionalizadas. Aqui, a homossexualidade é meramente um factor de ponderação à habilitação dos padrinhos, ao lado de outros factores como as condições económicas, sociais e emocionais dos candidatos.

O decreto-lei remete para o disposto no regime que permite o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo: não é admitida a possibilidade "legal da adopção por pessoas casadas com cônjuge do mesmo sexo", mas admite-o "para efeitos da ponderação". Ou seja, a lei "não impede [o acolhimento de crianças por homossexuais], diz antes que é um factor a ponderar", explica a advogada Lídia Branco.

O apadrinhamento civil é a nova figura jurídica que permite que pessoas com mais de 25 anos possam acolher uma criança ou jovem em risco, a título definitivo, desde que o vínculo à família biológica não se perca e pais e padrinhos estabeleçam um compromisso. "A partir do momento em que os pais biológicos aceitam, parece-me uma porta entreaberta", acrescenta Lídia Branco.

A omissão de impedimentos ao apadrinhamento civil por casais homossexuais, num momento em que a lei que regula o casamento gay proíbe que pessoas casadas com cônjuges do mesmo sexo possam adoptar, é um dos pontos da nova figura jurídica que merece críticas. "A lei é dúbia. Remete para as normas da adopção por casais homossexuais, mas não as usa como critérios de exclusão nas candidaturas. Ao referi-las como factor de ponderação, pode haver tribunais que venham a permitir", acusa Isilda Pegado, jurista e membro da Plataforma Cidadania e Casamento, que invoca "o superior interesse da criança" para apelar à necessidade de rever a lei. "Não admito que seja este o caminho."

Os pressupostos da adopção "deveriam ser válidos para os padrinhos civis, se não o são, estamos perante uma perversão das normas", entende Luís Villas-Boas. O director do Refúgio Aboim Ascensão questiona: "Uma criança não pode ser adoptada por um casal do mesmo sexo, mas depois é posta em casa de um casal homossexual nos moldes do apadrinhamento civil? Qual é a diferença?"

Preparar a transição António Serzedelo, presidente da Opus Gay, entende que a lei foi feita nestes moldes, não só para "responder ao problema das crianças institucionalizadas", mas também para "preparar a opinião pública para a adopção por casais homossexuais". "É uma resposta inteligente para preparar a sociedade para estas novas famílias, sem chocar tanto como chocaria a adopção."Já Paulo Côrte-Real, presidente da Ilga, não o entende como uma fase preparatória à aprovação da adopção por casais do mesmo sexo, mas como "mais uma proibição". "Ao remeter para o artigo que proíbe a adopção, está a sugerir que se proíba."

Um dos argumentos mais usados contra a adopção por casais de gays e lésbicas é a ausência de uma referência materna e paterna na educação da criança. Se o apadrinhamento civil obriga a manutenção dos laços com os pais biológicos, esse argumento deixa de ser válido? Se Paulo Côrte-Real entende que "não há nenhuma razão científica para recusar o acolhimento, apadrinhamento ou adopção a pessoas do mesmo sexo", Isilda Pegado garante que o problema se mantém porque os padrinhos são a maior referência: "Existe um pai e uma mãe, mas são os padrinhos que têm as responsabilidades parentais."

por Sílvia Caneco, Publicado em 09 de Novembro de 2010

http://www.ionline.pt/conteudo/87540-apadrinhamento-civil-lei-abre-porta-casais-do-mesmo-sexo

Monday, 8 November 2010

SALAZAR CONTRIBUIU PARA TRAVAR A MONARQUIA

«Se a I República não marcou um novo começo para Portugal e se o Estado Novo guardou muito da I República, parece-me lógico partir do princípio que o corte entre Estado Novo e o regime atual não foi total. »
Filipe Ribeiro de menezes

A restauração da monarquia em Portugal durante o Estado Novo foi travada pela divisão dos monárquicos, pelas “muitas correntes ideológicas” a que o regime tinha de atender mas também pelo próprio Salazar, que “não podia admitir tal coisa”. A tese é defendida, em declarações à agência Lusa, pelo historiador português Filipe Ribeiro de Meneses, autor da obra “Salazar”, a mais recente biografia do político português António Oliveira Salazar, cuja edição portuguesa chegará às livrarias na próxima semana. Para o investigador da University of Ireland, a tese de que foi Salazar quem comprometeu a possibilidade de restauração da monarquia é alimentada pela ideia de “que Portugal poderia ter seguido o exemplo espanhol”. “Em Espanha, Francisco Franco pôde – muito lentamente, e controlando de perto o ritmo dos acontecimentos – restaurar a monarquia. Fê-lo, porém, após a guerra civil de Espanha, durante a qual o republicanismo espanhol foi destroçado.






Historiador português Filipe Ribeiro de Meneses, autor da obra “Salazar”





Franco tinha apenas de gerir a oposição de certos elementos falangistas à ideia monárquica e controlar o desejo de protagonismo do herdeiro ao trono, o príncipe D. Juan”, disse. No caso de Portugal, porém, “a situação era bem diferente”. “O Estado Novo, saído da Ditadura Militar iniciada em 1926, con- tinha – como a própria Ditadura – muitas correntes ideológicas. Os monárquicos (também eles divididos) eram uma fação importante, mas minoritária. Salazar precisava de manter a ilusão da possibilidade do regresso da monarquia, através de gestos simbólicos”, referiu. O regresso dos restos mortais de D. Manuel II e, mais tarde, de D. Miguel, a importância prestada à família de D. Duarte Nuno a partir dos Centenários de 1940 foram gestos destinados a “garantir o apoio” da fação monárquica. Mas Salazar “não podia ferir diretamente a opinião republicana maioritária” – “em Espanha o Exército era monárquico; em Portugal não o era”, observou.




A urna com os restos mortais de D. Manuel II em Lisboa, a passar á frente da comitiva oficial (onde se pode ver Salazar), a 2 de Agosto de 1933





“Por outras palavras, a restauração da monarquia não estava ao alcance de Salazar, mesmo se a quisesse efetuar – mas ele não podia admitir tal coisa”, comentou.

«O interesse em Salazar e no Estado Novo, que é enorme, não deve ser confundido com saudade do regime; é sobretudo o desejo natural de entender as especificidades do caso português, de tentar entender por que somos como somos (embora me pareça, após ter escrito o livro, que temos a tendência de exagerar o papel de Salazar neste processo: as nossas qualidades e os nossos defeitos, assim como alguns dos problemas que se nos atravessam pela frente são bem anteriores ao Estado Novo). Porém, nem todos os que tentam ir ao encontro deste interesse sobre o passado o fazem isentos de fins políticos. Quero dizer com isto que a memória de Salazar e algumas das suas características pessoais (o cuidado com os dinheiros públicos, por exemplo) são usadas como armas de arremesso ideológicas contra a "situação" atual. Quarenta anos depois da sua morte, pouco parece restar da obra de Salazar, porque Portugal seguiu um caminho bem diferente do por ele desejado. Mas se a I República não marcou um novo começo para Portugal e se o Estado Novo guardou muito da I República, parece-me lógico partir do princípio que o corte entre Estado Novo e o regime atual não foi total. »

Ao longo de cerca de 800 páginas, o historiador português retrata outros aspetos da vida do homem cuja figura se confunde com o próprio Estado Novo. Da investigação, que foi lançada no final do ano passado nos Estados Unidos em primeira mão, resulta ainda a não existência da “menor indicação de que Salazar tenha hesitado quanto ao caminho a seguir em relação ao Ultramar”. “Houve reformas administrativas, claro está, abriram-se as colónias ao investimento estrangeiro e deu-se a criação do Espaço Económico Português: mas a palavra de ordem era resistir. Havia condições, julgou Salazar, para isso: podia-se incluir a guerra colonial no contexto da Guerra Fria, desenvolvendo-se assim um discurso de defesa do Mundo Ocidental, mesmo que contra a vontade deste”, argumentou o historiador. A “posição de força” em que o regime estava foi, no entanto, sobrestimada por Salazar, “ignorando as consequências de um possível (ou provável, no entender do resto do mundo) fracasso”. O investigador português considerou ainda que Salazar se absteve de apontar um sucessor porque a escolha “de um favorito” apontaria “o fim da sua carreira política”. “Mesmo assim o Estado Novo resiste, e tem estabilidade suficiente para resolver o problema da sucessão, escolhendo-se alguém tido como o mais capaz de todos os candidatos”, apontou Filipe de Meneses, considerando que nenhum sucessor teria conseguido fazer evoluir um regime que perdeu a capacidade de se adaptar e “cristalizou” - vulnerabilizando-se - com a guerra colonial.

Fonte (parcial):

Diário Cidade de 4 de Setembro de 2010

http://monarquia.webnode.pt/news/salazar-contribuiu-para-travar-a-monarquia/


PAIVA COUCEIRO EXILADO POR SALAZAR


Polícia de Vigilância e de Defesa do Estado (mais tarde P.I.D.E.) – “Certificado de viagem” com que Henrique Paiva Couceiro saíu de Portugal para o seu último exílio em Espanha. Ia fazer 77 anos! Mesmo assim foi tratado por Salazar como o pior dos criminosos…

Exilado pelo salazarismo a 16 de Setembro de 1935, por seis meses, por ter criticado publicamente a política colonial do regime.

A carta que escreveu a Salazar a 31/10/1937 e que lhe valeu esse derradeiro exílio pode ser lida no link seguinte:

http://www.angelfire.com/pq/unica/ultramar_1937_paiva_couceiro_ultramar.htm

Fonte : Miguel Paiva Couceiro
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Publicada por Rui Monteiro em Quinta-feira, Junho 24, 2010

Rui Monteiro disse...
Salazar Monárquico ? P... que o pariu !

24 de Junho de 2010 01:36
Tenente Figueira disse...

Muitos gabarolas fazem questão de impor aos outros a aplicação de títulos antes do nome, tais como: Dr., Doutor, Prof., Eng., Arq., Dom, etc.

No caso de Henrique Mitchell de Paiva Couceiro, e dado o seu testemunho de vida, são os outros (i.e. todos nós) que estamos obrigados a colocar-lhe O título antes do seu nome. A partícula é a que sempre uso para me reportar a este grande português e exemplo para todos: O HERÓI.

Bem lembrado aqui no CR!
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24 de Junho de 2010 10:47

Comandante Couceiro disse...

O nosso Tenente por cá?

O que tem feito deste o nosso último encontro no 31?

Caro Tenente: essa sua espada ainda está para combates? Então volte mais vezes.

O seu lugar é aqui, a fazer a guarda ao Rei.
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24 de Junho de 2010 11:06

bicho disse...

Paiva Couceiro foi a imagem de marca do Integralismo Lusitano.

O que Paiva Couceiro tinha em excesso de patriotismo turvou-lhe, na minha humilde opinião, o raciocínio estratégico para uma possível restauração, o episódio da monarquia do norte é por mim entendido como isso mesmo, um erro quem tem tanto de heróico como precipitado, em particular em pleno golpe ao sidonismo.

Paiva Couceiro e as juntas militares condenaram a monarquia ao divisionismo nos últimos anos da I república o que levou ao aparecimento de Salazar como alternativa única.

Reconheço patriotismo e coragem ao heroi do ultramar condecorado que foi Henrique Paiva Couceiro, mas entendo que deveria ter escutado D Manuel, talvez a história de Portugal tivesse sido bem diferente.

Reconheço-lhe também, a ele e aos outros integralistas, a vontade de lutar contra o Salazarismo, pagaram por isso, foram condenados ao ostracismo mas mantiveram-se fieis às suas convicções.

Sempre tive Paiva Couceiro por um D Quixote, por todas as razões boas e más (se é que existe mal na figura de D Quixote), mesmo com 77 anos continuou a sua luta como se ainda fosse jovem, não necessitava disso, é uma figura incontornável da nossa história e deveria ser recordado; Pulido Valente deixou um registo honesto (na minha opinião) do que foi este homem, merece ser lido.

Eu, que sou republicano, presto-lhe a minha homenagem.
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25 de Junho de 2010 01:01

Jerónimo Eleutério disse...

Rua/Largo/Praça Paiva Couceiro...a própria República não o deixou esquecido!

25 de Junho de 2010 07:40

Quinta-feira, 24 de Junho de 2010

http://centenario-republica.blogspot.com/2010/06/paiva-couceiro-exilado-por-salazar.html